COMEÇAVA
A escurecer.
Ambos
encontravam-se na boca da cratera avaliando o perímetro até onde
a vista podia alcançar devido ao mau tempo. O local estava
aparentemente calmo e não havia sinal da matilha.
Através de gestos, o militar mostrou onde exatamente ela
procuraria pelo dispositivo e, em seguida, fez de novo um resumo
de como ela deveria proceder. A médica assentiu com a cabeça,
visto não haver mais nada a ser explicado. Verificou uma segunda
vez o feiser em sua cintura e preparou-se para abandonar o refúgio
quando o oficial segurou-lhe o braço.
-
Ainda acho que eu deveria ir.
Não gosto disso... – confidenciou.
-
Eu menos ainda, mas como disse há pouco, situações desesperadas
exigem...
-
Exigem medidas desesperadas – completou arrependido – É, eu
sei, não devia ter dito isto para começar...
Antes
que ela partisse comentou gentilmente, quase que pra si mesmo.
-
Que seus Profetas não lhe faltem.
A
jovem sorriu e seguiu caminho enquanto ele destravava outro
disruptor procurando uma posição estratégica.
Neeska
deixou a cratera lentamente dando-se conta de que foi a primeira
vez que o todo-poderoso e temido tulgryn Dukat parecera demonstrar
alguma preocupação para com ela. Se as circunstâncias não
fossem tão adversas, teria achado graça daquilo. Entretanto,
concentrou-se no terreno à sua frente, tratando de executar logo
o que tinha para fazer.
Observou
atenta à sua volta, e nem sinal da matilha. Calculou a melhor
trilha a seguir e encetou caminho de forma ágil, evitando as poças
d’águas e o gelo fino depositado traiçoeiramente ao solo, e
rapidamente alcançou a carcaça metálica.
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