A
missão fora um total
desperdício de tempo, conforme previra tulgryn
Dukat, mal disfarçando sua irritação, que normalmente
dissimulava muito bem atrás de um sorriso sarcástico.
‘Confraternizar’ com os nativos era algo que procurava
evitar, mas fazia parte de seus deveres como oficial do Comando
Central,
e isso o deixava realmente de mau humor.
O
último relatório de inspeção dava conta de que a principal
usina de processamento de minério bruto de urídium na província
Lonar se encontrava com sua cota abaixo do esperado e em visível
atraso.
Dukat fora designado para verificar as razões.
Requisitou transporte e destacou um pequeno grupo de três
soldados e um piloto, resolvendo sem muita delonga estragar de vez
o dia em questão.
Atividade
desta natureza não enriquecia a ficha militar do tulgryn, que
almejava muito mais do que receber ordens corriqueiras como um
estafeta qualquer entre os muitos que conhecia.
Sua sede obstinada por destaque era grande o bastante para
se fazer valer de qualquer artimanha na sua escalada por postos
que lhe conferissem poder e glória.
O ambicioso militar tinha a certeza de que nascera para
coisas maiores. Na verdade, sentia que muito em breve todos em Cardássia
Prime
o respeitariam, nada o impediria de alcançar seu objetivo, fora
talhado para isso: inteligente, ardiloso, belicoso e estrategista
nato, requisitos básicos para obter o mais alto posto da
hierarquia militar Cardassiana, legate.
Uma
espécie de greve velada estava ocorrendo entre os mineiros,
atrasando a extração e todo o processamento, tal qual previra o
entediado Cardassiano.
Como se não bastasse, durante toda a inspeção fora
bajulado pelo responsável local, um Bajoriano ruivo de nome Akhor
Najal. E foi com grande alívio e satisfação que no início da
tarde, à porta do transporte que o levaria de volta a Hatha,
Dukat ‘sugeriu’ a Akhor colocar em dia a cota de minério com
uma proposta que sem dúvida o Bajoriano não poderia recusar.
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