NEESKA
CAMINHAVA A pé
sem demonstrar a mínima pressa na estrada coberta de seixos.
Afinal, de que adiantaria correr? A chuva a alcançara,
encontrava-se completamente molhada e com frio.
Seu transporte, um turbociclo adaptado com um gerador de
energia roubado de algum veículo Cardassiano emboscado,
verdadeira peça de museu, resfolegara a última célula de
energia um quarto de horas atrás.
Puxando
a gola da camisa e protegendo a vista dos açoites do vento,
Anarys pedia desesperada a seus Profetas que encontrasse logo um
lugar para se abrigar do temporal que não dava mostras de
amainar.
Suas
preces foram interrompidas por um zunido alto de motores falhando.
Levantou a cabeça para o céu cada vez mais enfarruscado e
vislumbrou através da bruma que teimava em se misturar com a
forte chuva uma nave em dificuldades, rumando desgovernada para a
garganta Ratasha tentando pouso de emergência.
O
som do transporte em apuros raspando sua fuselagem superaquecida
nas copas das altíssimas e milenares árvores Rashi a meio
caminho da entrada da garganta fora alto. Entretanto, não mais
que o estrondo causado pelo impacto minuto mais tarde do veículo
no solo, seguido de uma explosão que competia em luminosidade com
os relâmpagos mesmo a alguns quilômetros de onde se encontrava.
A
jovem Bajoriana não pensou duas vezes em rumar para o local do
acidente e prestar socorro. Contudo, algo lhe dizia que
dificilmente alguém sobreviveria a uma queda como aquela.
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