LÁ
NO FUNDO da
cratera, no interior do abrigo improvisado, alternando momentos de
lucidez e confusão mental, Dukat procurava entender parte do que
se passava ali.
Seu
transporte acidentara-se e apesar disso sobrevivera, alguém não
menos que uma nativa, saída sabe-se de onde, cuidava dele.
Chegou a duvidar de que tudo não passava de um pesadelo,
porém a dor em seu peito dava conta de que não estava sonhando.
Na verdade, encontrava-se aparentemente vivo...
Não
gostava do rumo que as coisas estavam tomando.
Não ter o controle da situação era algo que detestava.
Estar impotente e na dependência de um estranho,
principalmente quando este era uma nativa autoritária que parecia
não saber diferenciar um Cardassiano de um Ferengi.
Pior que isso, que parecia estar se divertindo, e muito,
com tudo aquilo!
Recordou-se
de como ela o enfrentara com arrogância e de forma destemida,
poucos foram os que ousaram sem sentir o peso das conseqüências.
A Bajoriana que se dizia médica não aparentava temê-lo,
ao contrário, notara isso em seus brilhantes olhos cor de amêndoas,
desafiando-o com sua língua ferina como se fosse uma poderosa
navalha pronta para dar cabo de quem quer que se atrevesse a
desafiá-la.
No entanto, surpreendentemente cuidara para que se
mantivesse vivo até ali.
O
militar correu os olhos em volta do abrigo para depois contemplar
o próprio peito ferido. Ainda bastante debilitado e sentindo um
frio insuportável, voltou a dormir quase que imediatamente.
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