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Voyager
Temporada 3
Análise do episódio por
Daniel Sasaki
       
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MANCHETE
DO EPISÓDIO Data Estelar: 50460.3. A tripulação da Voyager intriga-se pelo comportamento atípico de uma nebulosa. Enquanto a estudam, Kim pede a Tuvok que lhe ensine a suprimir suas emoções. O alferes confessa ter se apaixonado por uma personagem do holodeck chamada Marayna. Tuvok aconselha a Kim que deixe de vê-la, já que é insustentável um relacionamento com um programa de computador. Kim concorda.
Reastreando o sinal até a sua fonte, Tuvok se transporta para uma estação espacial dentro da nebulosa. Lá, conhece a verdadeira Marayna, uma alienígena humanóide solitária que controla a atividade plasmática para o benefício dos habitantes de seu planeta-natal. A moça ameaça destruir a Voyager se Tuvok não ficar com ela, mas ele explica que um relacionamento baseado na sobrevivência da nave não atenderia às expectativas dela. Aceitando a lógica da situação, Marayna permite que ele e a Voyager partam.
"Alter Ego" é o primeiro episódio de Voyager dirigido por Robert Picardo, o Doutor. Porém, o ator em si mal aparece, revelando-se mesmo apenas no estranho senso de humor da história. Até a parte final, o roteiro é bastante parado, parece se restringir a uma aventura no holodeck sem grande diferencial das demais e enfocando Harry Kim, o personagem mais "sem sal" da série. É engraçado ver que até Tuvok rouba suas mulheres. Quem sabe ele não cresceria mais como personagem se admitisse sua paixão por Tom Paris... Ainda falando de Paris, Alexander Enberg --o jovem alferes Vulcano chamado Vorik--, aparece novamente na série, como um rival de Tom na luta pela atenção de B'Elanna. Vorik não parece ser um Vulcano típico; adquire gírias humanas, veste-se com camisas havaianas festivas e em momento algum parece desprovido de emoções.
Sobre o roteiro em si, a princípio Harry Kim parece ser o personagem da semana. Mas essa percepção vai mudando depois da segunda metade do episódio. Tuvok passa a ser o centro das atenções. A história tenta mostrar um pouco de seu universo, que é separado daquele em que vivem os demais tripulantes da Voyager. A cena em que Marayna explica a personalidade de Tuvok a ele próprio em poucas palavras foi muito boa, enriquecida também pelo olhar incrédulo e perturbado do Vulcano, que precisou até se sentar. Analisado com "lógica impecável" por um holograma? Agora o seu sarcasmo direcionado a Kim não parece muito apropriado. A verdade é que Tuvok seja talvez o oficial que mais precise de um divã. Ele sempre vai ser o mais velho de todos, visto pelos Maquis como um traidor e pelos da Frota como o sujeito mais irritante a bordo. Desde que Janeway se aproximou de Chakotay, ela não o tem procurado muito para conselhos, o que o isolou ainda mais.
Interessante também foi a citação à Enterprise-D e à Nova Geração. Quando Voyager procura estabelecer um senso de continuidade, parece fazê-lo com Jornada num geral, e não em um tipo de coerência interna. No fim, pode-se dizer que muito do que Tuvok diz à verdadeira Marayna poderia ser usado por ele próprio. Ele não é muito lógico em sua conduta. Vive em situação semelhante, mas não põe em prática aquilo que diz com tanta objetividade a outros.
Tuvok - "You are in love with
a computer sub-routine?" Paris - "Everybody falls for
a holodeck character sometime."
Dirigido
por: Robert Picardo Elenco: Kate Mulgrew como
Kathryn Janeway Elenco convidado: |
Na
ponte, a tripulação observa um filamento de plasma inflamar-se,
mas se surpreende quando a esperada reação em cadeia pela nebulosa
não acontece. Os sensores então revelam um desconhecido efeito
amortecedor entre os filamentos. Naquela noite, apesar de ter
prometido evitar Marayna, Kim acompanha Paris ao holodeck. Lá, vê
Marayna conversando com Tuvok. Perturbado, Kim sai, enquanto Tuvok
continua a falar com Marayna. O Vulcano fica surpreso com a
profundidade de sua visão sobre a natureza dele e admite que
compreende por que Kim gosta tanto dela.
Quando
a Voyager tenta seguirr em seu curso rumo ao quadrante Alfa, o
sistema de propulsão inexplicavelmente pára de funcionar. Enquanto
um grupo de engenheiros tenta resolver o problema, Kim vai ao
holodeck, onde encontra Tuvok visitando Marayna novamente. Kim acusa
o Vulcano de trair a sua confiança. Diante da acusação, Tuvok
prefere apagar o programa de Marayna a ameaçar seu relacionamento
com o alferes. Porém, quando vai para seu alojamento, Tuvok se
depara com o holograma -- agora equipado com o holoemissor portátil
do Doutor.
O
tenente chama a segurança e anuncia um alerta de intruso,
deixando-a enfurecida. Quando os oficiais chegam, ela se
desmaterializa. A tripulação investiga o holodeck e descobre que
alguém fora da nave criou um elo com o computador e através dele
está manipulando seus sistemas. Repentinamente, a atividade na
nebulosa aumenta, ameaçando a segurança da Voyager.
A
seqüência toda do luau, assim como as cenas do resort nos
episódios anteriores, não passam de apelações visuais gratuitas
que em nada complementam a história. Servem apenas para mostrar
homens e mulheres com corpos atléticos semi-nus, dando um ar de
"modernidade" a Jornada. Aparentemente, nem mesmo o
idealismo supostamente apregoado pela série está livre da
indústria cultural. Contudo, pelo menos em "Alter Ego"
a produção tira algum proveito do resort, através da Marayna
holográfica.
Descrevendo
aqui Tuvok, vem a mente a frase que a mulher Q usou em 
O ator Robert Picardo (Doutor) dirige pela primeira vez um episódio
de Voyager. No sexto ano da série, ele também comandaria "One
Small Step"
