MANCHETE
DO EPISÓDIO
Fantasma do passado de B'Elanna volta
do
quadrante Alfa para ameaçar a nave
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Sinopse:
Data Estelar: 49447.0.
Enquanto o Doutor e Kes executam os exames pré-natais da alferes
Samantha Wildman na enfermaria, a tripulação da Voyager detecta
uma arma construída pelos Cardassianos que carrega uma ogiva capaz
de destruição em massa. Ainda no quadrante Alfa, enquanto serviam
aos Maquis, Chakotay e B'Elanna haviam encontrado o mesmo projétil,
que apelidaram de "dreadnought". Naquela época, Torres o
tinha reprogramado para atacar aqueles que o construíram, mas a
arma sumiu nas "Badlands", o que levou todos a pensarem
que fora destruída.
A
situação fica tensa na ponte da Voyager, quando a engenheira-chefe
descobre que o míssil inexplicavelmente traçou curso para Rakosa,
um planeta densamente povoado no quadrante Delta. B'Elanna se
transporta para o míssil na tentativa de desativá-lo, mas é
surpreendida quando ele parte em velocidade de dobra logo após sua
saída. Paralelamente, o alferes Michael Jonas continua enviando
mensagens secretas para os Kazon-Nistrim e Seska, a Cardassiana que
traiu a tripulação da Voyager. Quando Janeway tenta alertar os
nativos de Rakosa, seus avisos são inicialmente interpretados como
ameaças, dada a reputação da nave no quadrante.
A tripulação descobre que "dreadnought" não acredita
estar no quadrante Delta. De fato, o míssil "pensa" que
Rakosa é o alvo Cardassiano no quadrante Alfa e que Torres estava
trabalhando para o inimigo ao entrar falsos dados na estrutura dos
sensores de navegação. Tentativas de desativar o míssil acabam
danificando os sistemas principais da Voyager seriamente.
Com
dois milhões de pessoas em risco no planeta, Torres consegue voltar
ao "dreadnought" enquanto uma frota de defesa Rakosan se
aproxima e intercepta o míssil. Sob a ofensiva do projétil,
entretanto, a frota recua. Como uma última tentativa, Janeway
ordena que sua tripulação abandone a nave e planeja acionar a
auto-destruição a fim de causar uma forte explosão de antimatéria
no caminho da arma, antes que chegue a Rakosa.
Bem a tempo, Torres consegue reativar um antigo programa Cardassiano
nos sistemas do "dreadnought". Os dois programas começam
a "discutir" sobre o alvo, criando uma distração para
que a tenente rompa o campo de contenção e detone a ogiva. Quando
os sensores da Voyager confirmam o sucesso de B'Elanna, Tuvok a
transporta de volta e a tripulação retorna.
Comentários:
O enfoque de "Dreadnought"
é B'Elanna e seu passado voltando para assombrá-la. Isso, por si só,
representa boas e más notícias. Em primeiro lugar, sabemos que
haverá mais desenvolvimento e atenção para a engenheira. Por
outro lado, é meio frustrante que, numa série em que a premissa é
justamente o isolamento com o mundo conhecido, seja necessário
ficar o tempo todo trazendo elementos do quadrante Alfa para
impulsionar esses desenvolvimentos.
Somando
os prós e contras, o resultado acaba sendo positivo. Comparando a
B'Elanna com a personagem que começou a série, vemos como ela
mudou ao longo dos meses, passando de uma Maquis revoltada e
temperamental para a dedicada engenheira-chefe da Voyager. Embora a
abordagem do conflito entre as metades humana/Klingon tenha sido
novamente deixada de lado, a evolução da personagem é boa.
Sabemos desde o início que Torres sempre gostou mais do seu lado
humano por causa das experiências que vivenciou enquanto criança.
Ao contrário do que aconteceu em "Prototype",
a determinação e a personalidade forte da tenente aqui são usadas
de forma consistente, o que favorece o andamento da história. B'Elanna
não está obcecada com o "dreadnought" do nada, como
ocorreu com o robô de "Prototype".
Na verdade, o míssil é um belo lembrete sobre seu passado
terrorista, ecoando no presente.
Outro ponto interessante a ressaltar são as estranhas atitudes de
Tom, que chega atrasado e trajado de forma imprópria para uma reunião.
Algo decididamente está ocorrendo com ele e isso será abordado
pelos próximos episódios. É interessante ver a seqüência
estabelecida entre as histórias do segundo ano (artigo raríssimo
em Voyager). Em "Meld",
o comportamento de Paris já começou a mudar, fazendo Chakotay
entrar em ação.
Outro tema antigo que volta é a sub-trama do traidor a bordo
(Michael Jonas), embora não enriqueça em nada o roteiro. Também
vemos o retorno da alferes Wildman, introduzida em "Elogium".
Aqui,
Janeway enfrenta um sério dilema. Mesmo não conhecendo os Rakosans,
ela tenta desesperadamente impedir que a ogiva chegue a seu destino
final, sacrificando até mesmo a missão primordial da Voyager.
Apesar de ser um pouco precipitado, o ato de acionar o mecanismo de
auto-destruição acabou mostrando ao ministro de Rakosa a boa índole
da tripulação, desmistificando o que os Kazons haviam espalhado
pelo setor (uma amizade com espécies do quadrante Delta é outra
raridade na série).
A interação entre Tuvok e a capitã no final da história também
revelou o forte elo que existe entre eles. Através de uma lógica
impecável, o Vulcano exprimiu seus pensamentos e afeição para com
Janeway (vale lembrar uma cena em "Twisted",
em que o tenente se aproxima da capitã inconsciente). Esse tipo de
coisa deveria ter sido mais aprofundada ao longo da série, e o
relacionamento, desenvolvido.
A crítica fica à capacidade de raciocinar (e até mesmo mentir) do
míssil --exagerada, para dizer o mínimo--, além de sua
invulnerabilidade ao poderoso arsenal da Voyager. Se os Cardassianos
foram capazes de construir tamanha arma, como não venceram as
guerras?
Citações:
Doutor - "She won't mind
that I usurped her baby's name the moment I heard it? Thank you, but
no thank you."
("Ela não vai ligar que usurpei o nome do bebê no momento em
que ouvi? Obrigado, mas não obrigado.")
Chakotay - "Lieutenant, I expect everyone to show up on
meetings on time and properly dressed."
("Tenente, espero que todos apareçam nas reuniões na hora e
propriamente vestidos.")
Paris - "When a bomb starts talking about itself on the
third person, I get worried."
("Quando uma bomba começa a falar sobre si mesma na terceira
pessoa, fico preocupado.")
Tuvok - "It is logical to have a second in command in case
you are injured or unable to complete the mission."
("É logico ter um segundo em comando no caso de você se
machucar ou não poder completar a missão.")
Trivia:
Esse é o segundo episódio de Voyager a ser dirigido por
LeVar Burton (Geordi La Forge). O primeiro foi "Ex
Post Facto".
O nome do pai de Kes, Vaneran, é citado pela primeira vez na série.
Ela também tem um tio chamado Elrum, o que significa que os Ocampas
de fato podem ter mais de um filho (uma impossibilidade apresentada
em "Elogium").
Raphael Sbarge volta como o informante de Seska a bordo da Voyager,
o Maquis Michael Jonas. Nancy Hower também retorna no papel da
alferes Samantha Wildman, que descobriu estar grávida no episódio "Elogium".
Ficha
técnica:
História de Gary Holland
Roteiro de Gary Holland e Lisa Klink
Direção de LeVar Burton
Exibido em 12/02/1996
Produção: 034
Elenco:
Kate Mulgrew como
Kathryn Janeway
Robert Beltran como Chakotay
Roxann Biggs-Dawson como B'Elanna Torres
Robert Duncan McNeill como Tom Paris
Jennifer Lien como Kes
Ethan Phillips como Neelix
Robert Picardo como Doutor
Tim Russ como Tuvok
Garrett Wang como Harry Kim
Elenco convidado:
Raphael Sbarge como Michael Jonas
Nancy Hower como Alferes Wildman
Michael Spound como Lorum
Dan Kern como Kellan
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