MANCHETE
DO EPISÓDIO
História totalmente sem inspiração faz
tripulantes de bobos a
bordo da Voyager
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episódio
Sinopse:
Data Estelar:
desconhecida.
A Voyager encontra uma estranha onda
de distorção espacial que desativa seus sistemas primários,
incluindo comunicações e motores de dobra. Além disso, a anomalia
parece alterar a estrutura da nave. Como resultado, a capitã não
consegue chegar à ponte, B'Elanna não encontra o caminho para a
engenharia e os demais tripulantes ficam confusos e frustrados.
Ao
localizar alguns membros de sua tripulação, Janeway convoca uma
reunião no holodeck a fim de discutir a situação. Tom e B'Elanna
juntam-se para encontrar a engenharia; Chakotay, Neelix, Harry e a
capitã tentam chegar à Ponte. Enquanto isso, Kes e o Doutor
aguardam no programa ativo do holodeck. Tom e B'Elanna alcançam seu
objetivo, mas os outros não têm a mesma sorte. Chakotay encontra
Tuvok, mas perde Neelix. Janeway quase é engolida para a anomalia
por uma estranha força magnética.
Kim a socorre e a leva de volta para o Doutor, onde a capitã fica
inconsciente. O fenômeno continua a distorcer a nave, e Tuvok
estima que a destruição ocorrerá em menos de uma hora.
Chakotay
assume o comando, já que Janeway está incapacitada. B'Elanna então
tenta um pulso no reator de dobra para salvar a Voyager, mas ao invés
de dispersar o anel que os envolve, acelera e intensifica sua atuação.
Dadas as circunstâncias, Tuvok aconselha seus colegas a deixarem a
anomalia se manifestar naturalmente. Sem opções adicionais, os
oficiais têm de enfrentar o destino passivamente.
Depois que a nave é totalmente tomada, tudo volta misteriosamente
ao normal e descobre-se que a anomalia era uma forma de vida
tentando se comunicar. Ela absorveu várias informações no
computador de Voyager e deixou outras tantas lá, em um intercâmbio
de conhecimento.
Comentários:
Falta de inspiração
--trocando em miúdos, essa é a tônica de "Twisted".
Um episódio se equilibra em duas bases --uma boa história e a boa
interação entre os personagens. Os melhores são aqueles que
conseguem combinar os dois elementos de forma equilibrada. Em "Twisted",
os roteiristas apostaram todas as suas fichas nos personagens --e
perderam feio.
Os
diálogos até que seguram a atenção até o primeiro bloco. Uma
cena engraçadinha aqui, outra ali, Neelix se mordendo de ciúmes,
oficiais perdidos, e por aí vai. Mas quando o fenômeno se repete,
ato após ato, e nada interessante acontece, e a história não se
desenrola, o telespectador começa a sentir que está sendo
enganado. Ao fim de 45 minutos, ele se arrepende de ter assistido ao
episódio.
Isso prova uma coisa: é impossível sustentar um episódio em bases
tão pouco sólidas. A história é tão frágil que, no fim, a solução
para o dilema é simplesmente ficar parado assistindo a anomalia
espacial tomar conta de toda a nave! É ridículo!
Não que exista um problema em reconhecer que existem situações
contra os quais não se pode lutar. Muito pelo contrário, é um
conceito extremamente salutar --mas não da forma que foi
apresentado. No caso, a solução foi apresentada simplesmente por
falta de criatividade --os roteiristas não conseguiram bolar uma
conclusão melhor para o episódio. Como consolo, pelo menos a solução
não veio da proposta "tecnobaboseira da semana"
apresentada por B'Elanna Torres, o que seria ainda pior do que o
desfecho escolhido.
O
fato de a anomalia ser uma forma de vida, sem problemas. Mas não há
nenhuma boa razão para aquele ser tumultuar a Voyager daquele modo.
O arremedo de explicação --o suposto intercâmbio de informações--
certamente poderia ser feito de modo menos traumático. Aliás, nem
se explica o que aconteceu após a Voyager ter sido completamente
distorcida, nem como o banco de dados foi enriquecido daquele modo.
Não pode ter levado mais que cinco minutos para bolar e escrever
esse final.
De todas as dúvidas que o episódio deixa, a mais incrível é
entender, em meio a tantos roteiros especulativos e sugestões de
histórias mandadas por escritores free-lancers, como uma premissa
desses consegue chegar a ser produzida.
Diante
da pífia proposta, até que o roteiro consegue salvar alguma coisa,
inserindo algumas cenas engraçadinhas. Exemplos dela são as interações
do Doutor holográfico com a "moça" do boteco de Tom
Paris em Marselha e as já mencionadas reações contidas de Neelix
aos agrados do piloto da Voyager a Kes.
Também é ligeiramente acima da média do episódio a cena em que
Chakotay dá uma entortada em Tuvok, dizendo que, com a capitã
desabilitada, quem manda na nave agora é ele. A cena fica
especialmente divertida quando a estratégia do indígena se mostra
equivocada. A cara de tacho de Chakotay e a expressão triunfal (no
melhor estilo Vulcano) de Tuvok são impagáveis.
Citações:
Tuvok - "When every
logical course of action is exhausted, the only logical course that
remains is inaction."
("Quando todo curso de ação lógico é esgotado, o único
curso que sobra é a inação.")
Trivia:
Neste episódio, nota-se a postura 'materna' de Janeway com relação
ao alferes Kim. Em meio a uma situação fora de controle e
desesperadora aos olhos de um oficial novato, a capitã o consola,
dizendo o quanto está satisfeita com seu desempenho na Voyager.
Terry Corell faz sua segunda aparição como tripulante anônima de
Voyager. A primeira foi no episódio "Elogium".
Na verdade, se levarmos em conta a ordem de produção, está é a
primeira aparição da oficial, já que "Twisted"
foi filmado ainda durante o primeiro ano, embora só tenha sido
exibido na temporada seguinte.
Ficha
técnica:
História de Arnold Rudnick
& Rich Hosek
Roteiro de Kenneth Biller
Dirigido por Kim Friedman
Exibido em 02/10/1995
Produção: 019
Elenco:
Kate Mulgrew como
Kathryn Janeway
Robert Beltran como Chakotay
Roxann Biggs-Dawson como B'Elanna Torres
Robert Duncan McNeill como Tom Paris
Jennifer Lien como Kes
Ethan Phillips como Neelix
Robert Picardo como Doutor
Tim Russ como Tuvok
Garrett Wang como Harry Kim
Elenco convidado:
Larry Hankin como 'Gaunt' Gary
Judy Geeson como Sandrine
Tom Virtue como Baxter
Terry Correll como tripulante
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