MANCHETE
DO EPISÓDIO
Romance
totalmente descontextualizado
produz o pior episódio da série
Episódio
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episódio
Sinopse:
Data Estelar: 48423.2.
Odo e Kira estão conversando
sentados a uma mesa do Replimat quando chega Timor, um
inconveniente e rico alienígena que quer passar uma tórrida
noite de amor com a major a qualquer custo. Kira diz (para se
livrar de Timor) que ela e Odo são felizes amantes, para
incredulidade de Timor, que parte, e de Odo, que fica atônito com
tal perspectiva após Kira voltar ao trabalho.
Sisko, Dax, Bashir e O'Brien estão em missão com a Defiant no
quadrante Gama. Eles são surpreendidos por um planeta que
simplesmente "aparece" orbitando uma estrela próxima.
Os habitantes do planeta Meridian (consistindo de uma única
aldeia com 30 pessoas) contatam a Defiant e Seltin Rakal os
convida para a "primeira refeição". Sisko e os outros
concordam em partilhar da refeição.
Durante
a "refeição" Seltin explica que eles (e o planeta
inteiro) existem por períodos de tempo alternados nesta realidade
e em uma outra não-corpórea. Dax e um cientista nativo, de nome
Deral, se mostram interessados pelas pintas um do outro. Deral
acha que a chave para o fenômeno se encontra no coração da
estrela local.
De volta a DS9, Tiron está entediado com os programas da holo-suíte
de Quark e pede ao Ferengi por um "programa especial"
envolvendo a major Kira. Ele diz que "dinheiro não é
problema".
Em Meridian, Deral explica que eles são descendentes de uma
expedição que se acidentou ali milênios atrás. Infelizmente os
períodos em que eles existem em nossa realidade vêm diminuindo
ao longo do tempo (o atual não vai durar mais que 12 dias) e
eventualmente chegará o ponto em que será tão breve que
Meridian simplesmente deixará de existir em qualquer uma das
realidades. Sisko oferece a sua ajuda para estabilizar os
"deslocamentos dimensionais" que Seltin prontamente
aceita.
Kira é chamada ao Quark's, onde o Ferengi lhe diz que ela
"ganhou" o prêmio de "milionésima cliente do
bar". Um dos brindes obviamente é uma hora livre na holo-suíite,
o que Kira considera um ótimo presente de aniversário para um
certo alferes Quintana. Quark percebe que não vai ser tão fácil
quanto ele pensava conseguir a imagem de Kira para o programa de
Tiron.
Os sensores da Defiant revelam que a estrela local emitiu
descargas de radiação gama juntamente com o reaparecimento de
Meridian, algo que os seus habitantes obviamente não poderiam
saber. Sisko envia uma sonda para obter maiores informações.
Enquanto a telemetria da sonda não chega, Dax e Deral vão
passear. Sobem em uma árvore, andam à beira de um lago, comem
algumas amoras e finalmente se beijam.
Alguns
dias mais tarde, os dois estão trabalhando nas flutuações gama
do sol de Meridian. Com adicional telemetria da sonda, agora mais
profunda na coroa da estrela, eles descobrem que os
"deslocamentos dimensionais" de Meridian estão
relacionados com um desequilíbrio na própria
estrela. Se isto puder corrigido, os "deslocamentos"
poderão ser mais bem controlados.
Em DS9, Quark tenta obter uma imagem de Kira, de forma sorrateira
com uma holocâmera no Promenade. Ele é notado, perseguido e pego
por Kira e Odo. Entretanto, o Ferengi não desiste.
Dax diz a Deral que eles podem igualar os períodos entre os
"deslocamentos dimensionais", mas que tal trabalho de
estabilização do sol de Meridian só estará pronto quando
Meridian reaparecer de novo em 60 anos. Deral diz que quer partir
com Dax.
Seltin está muito agradecida pelos esforços de Dax e cia. Mais
tarde, com alguma dificuldade, Deral consegue dizer a Seltin e aos
outros Meridians que ele vai partir com Dax.
Tiron, já impaciente, procura Quark, que garante que está quase
tudo pronto. Odo avisa Kira que alguém acessou o arquivo pessoal
da major. Os dois obviamente sabem que foi Quark e qual o objetivo
do Ferengi. Kira recruta a ajuda de Odo para preparar uma
"surpresinha" para o Ferengi.
Deral não quer deixar Meridian, seu povo precisa dele. Dax diz
que decidiu ficar em Meridian com ele e que já bolou um plano
para usar o transporte para prepará-la adequadamente para o
"deslocamento dimensional". Dax entrega o seu
"pedido de licença de 60 anos" a Sisko e se despede
do velho amigo.
O programa de Tiron finalmente fica pronto e ele sobe apressado
para "provar" como ficou. Ele vislumbra a silhueta de
Kira começando pelos pés. Porém quando chega na cabeça, ele
encontra a de Quark no lugar da de Nerys. Chocado, ele ameaça
Quark e diz que não vai pagar por nada e parte no mesmo momento
em que chegam Odo e Kira ao Quark's e perguntam inocentemente pelo
ocorrido.
Dax
passou seis horas na sala de transporte se preparando para o
"deslocamento dimensional". Ela se despede de todos e se
transporta finalmente para a superfície, se reúne com os nativos
e aguarda o "deslocamento".
O "deslocamento" se inicia, mas Dax começa a atuar como
uma espécie de "âncora" ,impedindo que ele se
complete. O planeta vai se destroçar se o
"deslocamento" não se processar. A Defiant transporta
Dax de volta e o planeta desaparece finalmente e de forma segura.
Sisko visita os aposentos de Dax e diz que sente muito. Dax diz
que não existe nada que ele possa fazer e que ela só precisa de
tempo. Sisko parte. Ela se senta no canto do quarto, inconsolável.
Comentários:
Quando Kira se vê assediada por um alienígena endinheirado e
safado, tememos pelo pior. Quando Dax se apaixona de verdade (e
sem motivo algum em tela) por sua "cara-metade de
pintas" a ponto de estar disposta a jogar tudo (carreira,
patente, amigos, família etc.) para o alto, para viver com ele
uma existência não-corpórea, nem chegando a ponderar como isso
afetaria a sagrada vida do seu simbionte, chega à certeza.
Estamos assistindo a um "completo desastre televisivo"
(TM). Mais detalhes, sem precisar passar 60 anos "em uma
outra dimensão" para tanto, nas linhas abaixo.
Das duas histórias do episódio, a secundária foi a menos
ofensiva. O que reforça uma tendência já observada em "The
House of Quark" e "The
Abandoned", em que histórias secundárias de episódios
são mais bem-realizadas que as suas respectivas histórias
principais. Uma história que pode ser resumida como "Kira
sendo perseguida pelo alienígena tarado da semana"
definitivamente não pode ser boa e de fato não o é. Tal história
reforça um aparente desejo dos roteiristas de apresentar a major
como uma "mulher caliente e desejável" (o que sem dúvida
será assunto da recapitulação desta terceira temporada) e que
vem se mostrando uma decisão equivocada ao longo dos episódios.
Tiron quer uma escrava sexual com a forma de Kira (ele não faz
questão da verdadeira), um atestado da superficialidade completa
de tal história. A encenação de "Kira e Odo como
amantes" foi falsa ao extremo (o que é irônico, visto o
aparente interesse dos produtores em colocar os dois juntos) e
pela primeira vez, desde "The
Collaborator", Odo realmente aparenta ter sentimentos
pelo major. A idéia de ter "Kira como a milionésima cliente
de Quark" foi talvez a melhor de toda essa história, mas não
consegue de forma alguma salvá-la.
Quark
tentando tirar uma holofoto de Kira no Promenade, depois sendo
perseguido pela major e ameaçado com uma pérola do tipo "se
você tentar de novo eu te faço engolir esta máquina", foi
constrangedor de se assistir e entregou completamente o
plano-mestre de Quark (depois disso, Kira sabe exatamente o que
Quark quer fazer e para quem). Quark então parte para o plano que
ele deveria ter usado em primeiro lugar (acessar os arquivos da
major), ele é descoberto e isso nos leva para o final da tal história,
envolvendo o encontro de Tiron com a "QuarKira" (ou
qualquer outro nome adequado para uma criatura meio Bajoriana meio
Ferengi). Palavras são insuficientes para descrever o bizarro de
tal cena. Grotesco!
A história principal do episódio mal começa e já temos três
problemas. Primeiro: usar a Defiant, como neste episódio, em uma
aventura no formato clássico de Jornada depõem contra a
identidade e unicidade da série. Se isso incomoda quando o
produto final é bom, que dirá em um desastre como este. Segundo:
se faz sentido que Sisko fosse enviado em uma missão específica
e importante para a Federação, por outro lado, turismo intergaláctico,
como apresentado aqui, é completamente absurdo. Terceiro: é
sempre lamentável a utilização do termo "dimensão"
como referência a um lugar (que os roteiristas ficassem com algo
estilo "Universo paralelo", "realidade
alternativa" ou similar).
A lógica a respeito do planeta Meridian também é bastante
falha. Como uma civilização inteira pode se resumir a uma única
vila? Como os Meridians podem não envelhecer na forma não-corpórea
e ainda assim sentirem a passagem do tempo? Tentando
"explicar" (e não explicando nada, por sinal) um típico
conceito de fantasia com toneladas de "tecnobaboseira" só
piora a situação, acabando totalmente com a credibilidade do
episódio.
O caso de Jazia com Deral é mais um típico "romance trekker
da semana", cujas características gerais já foram
discutidas no contexto de "Melora",
da temporada passada. Existe algum tipo de química, interesses em
comum ou qualquer explicação em tela para eles se apaixonarem? Não.
Havia alguma dúvida se esse romance iria durar ou não? Não.
Jadzia vai se lembrar disso no resto da série? Não. Além de
tudo isto, é particularmente ridícula a banalidade dos diálogos
e das situações entre os dois.
Dax
se mostra incrivelmente rasa em suas interações com Deral, com pérolas
do nível de: "que tal irmos lá pra dentro para contar as
pintas um do outro?" O mais chocante é a radical mudança de
vida que ela está disposta a fazer por algo que só existe porque
o roteiro assim o exige. Algo que não tem justificativa alguma
para a audiência. Abismal!
Frakes foi bastante infeliz na direção nesta semana, desde uma
direção de atores que parecia enfatizar o riso fácil, até
equivocadas escolhas de ângulos e perspectivas. Coisas bizarras
acontecem, como a árvore em que Deral e Jadzia sobem, que parece
ter diferentes alturas, dependendo do ângulo da câmera (?) e
tomadas distantes (totalmente fora de lugar) acompanhando nossos
"pombinhos" em seu passeio (sem contar com os
verdadeiros "trancos" quando da transição de uma história
para a outra).
Outra cena absurda é já quase no final. Sisko em pé tenta se
comunicar com Dax. Daí temos um corte e é Bashir que diz para
O'Brien trazer Dax a bordo e vemos Sisko sentado passivo na
cadeira de comando (parece que "sobrou" alguma cena na
edição final). A música de McCarthy (retornando de seu trabalho
como compositor da trilha sonora de "Generations")
é tão intrusiva e açucarada que chega a dar cárie. Temos aqui
alguns dos piores efeitos de materialização e desmaterialização
dos últimos tempos. A seqüência final é particularmente mal
resolvida, deixando, após o desaparecimento de Meridian, um fundo
de estrelas com fumaça (?). Os cenários também são bem ruins.
Farrell foi claramente um problema esta semana, não apenas não
conseguindo trazer nenhuma profundidade a uma criatura que
supostamente tem oito vidas de experiências com também exibindo
um verdadeiro festival de caras e bocas. Além do quê, o trabalho
dela com "fundo azul" ao final do episódio foi
pavoroso. Os demais regulares, ao menos, não amplificaram (o que
é digno de nota em um desastre televisivo de tal magnitude) a
calamidade instaurada de saída por esse inacreditavelmente péssimo
roteiro (aliás, que roteiro?).
Combs tenta fazer algo com o material dado, mas é tudo em vão.
Tiron é escrito de forma repulsiva e suas motivações são
transparentes e rasas ao extremo (pior impossível). Por sua vez
Cullen, Healy e Humphrey redefinem o termo: "atuar como sonâmbulos".
Não ouvimos falar nada sobre os danos e necessários reparos da
estação --danos produzidos durante os acontecimentos descritos
em "Civil
Defense" da semana passada. Por que a Defiant não
utilizou o dispositivo de camuflagem na sua missão? Ficou também
sem explicação ao longo da série se a Frota Estelar continuou
com o processo de estabilização do sol de Meridian ou não.
Talvez a melhor cena do episódio tenha sido a despedida entre
Sisko e Dax, mas a situação foi produzida de maneira tão
absurda que fica difícil levá-la muito a sério.
"Meridian" é o pior segmento de todas às 176
horas de televisão produzidas de DS9. Tal
"feito" é atingido com uma "perfeita" combinação
de elementos: total previsibilidade e nenhuma inspiração; mais
um "romance Trekker da semana", na história principal,
que deixa Jadzia mais rasa que um pires ao seu final; uma total
falta de credibilidade e mesmo de bom senso; uma péssima direção;
abismais valores de produção (música, cenários, efeitos
visuais etc.) e a certeza de que foi apenas produzido porque
qualquer coisa precisava ser produzida para não deixar um "vácuo"
na linha de montagem da produção da série. Um verdadeiro
antiepisódio.
Citações
Quark - "Sorry to hear
you say that, but, if you're asking for a refund, forget it. The
contract specifically says that satisfaction is not
guaranteed."
("Sinto muito em ouvi-lo dizer isso, mas, se você está
pedindo um reembolso, esqueça. O contrato especificamente diz que
a satisfação não é garantida.")
Bashir - "I don't know what to say."
("Não sei o que dizer.")
Dax - "That will be a first."
("Esse é um evento histórico.")
Dax - "I just need some time... just sixty years or
so."
("Só preciso de algum tempo... uns sessenta anos mais ou
menos.")
Dax - "I can't remember the last time I did this: strolled
through a garden, climbed a tree..."
("Não me lembro da última vez que fiz isso: passear por um
jardim, escalar uma árvore...")
Trivia:
Este episódio é considerado por muitos fãs como o pior da série,
tendo somente "Profit and Lace"
("aquele" em que Quark se transforma em uma fêmea
Ferengi para fechar um negócio), da sexta temporada de DS9,
como um adversário "à altura". O episódio também é
um "favorito" dentro da produção da série: ninguém
gostou do resultado!
Ira Behr foi quem teve a idéia de fazer uma versão Niner de
"Brigadoon". "Brigadoon" é um musical, tendo
por conceito uma vila nas montanhas da Escócia que aparece e
desaparece a cada 100 anos. A escritora Hilary Bader ("Battle
Lines", "Rules
of Acquisition", "Meridian" e "Explorers")
trouxe para bordo do episódio um conceito que se tornou a base
para a história principal de "Meridian". A idéia de
Bader para uma história secundária foi abandonada em favor de
uma mais humorística de Evan Carlos Somers ("Battle
Lines", "Melora"
e "Meridian"). Mark Gehred-O'Connell ("Second
Sight", "Meridian", "For the
Cause" e "Who Mourns for Morn?")
escreveu o roteiro que foi rescrito até a morte, mesmo durante as
filmagens.
Muitos fãs se perguntam por que desastres como "Meridian"
são produzidos? Ronald D. Moore explica que o cronograma de uma
temporada de TV é algo impiedoso: "pronto ou não, algo tem
que entrar na linha de montagem de produção". Normalmente o
que acontece nesses casos extremos é durante a fase de pré-produção
(tipicamente os sete dias que antecedem o começo das filmagens do
episódio) um roteiro ser "jogado fora". Daí um novo
tem que ser concebido e escrito durante as filmagens e ter sua
história acertada ao mesmo tempo. Parece loucura, mas foi o que
aconteceu em "Meridian", segundo Moore.
O especialista em efeitos visuais, Glen Neufeld, teve uma terrível
experiência com "Meridian", pois a forma inicial
pensada para fazer os habitantes de "Meridian"
aparecerem e desaparecerem ficou um desastre na prática e teve
que ser corrigida e corrigida até a obtenção de um resultado
satisfatório. A equipe de efeitos visuais teve mais sorte com a
"pegadinha de Timor". Nana Visitor deveria aparecer na
cena e utilizar uma máscara especial para a inserção posterior
da cabeça de Quark na pós-produção. Visitor ainda não estava
recuperada da sua traumática experiência como Cardassiana em "Second
Skin" e não topou fazer a cena. Daí foi chamada a
dublê de corpo de Visitor, Leah Burrough, que aparece na cena,
que necessitou de mais de dez elementos compostos com o auxílio
de "blue-screen" para ficar pronta.
A aldeia de "Meridian" foi filmada no tradicional
"estúdio 18", o cenário foi baseado naquele do
"Templo de Masaka" do episódio "Masks",
da sétima temporada de A Nova Geração (um episódio também
extremamente ruim). O cenário tinha como conceito um prédio com
uma clarabóia que trazia luz natural para a câmara principal. Um
cenário de 270 graus (com árvores pintadas nele) foi colocado
"ao fundo" de tal "prédio" e o diretor de
fotografia Jonathan West trouxe a "luz do sol" para a
cena em grande estilo. Tivemos também externas de verdade,
filmadas nos Jardins Huntington em San Marino.
Este episódio traz a estréia do ator Jeffrey Combs em Jornada.
Aqui como o alienígena Tiron. Combs havia tentado, muito antes
disto, o papel de "William Riker" na época da pré-produção
de A Nova Geração. Papel que acabou ficando, como todos
sabemos, com Jonathan Frakes. Combs manteve contatos com Frakes ao
longo dos anos, o que foi importante para ele pegar o papel em "Meridian"
(dirigido por Frakes). Durante as filmagens, ele reatou uma antiga
amizade com René Auberjonois que mais tarde chamou Combs para
viver o Ferengi Brunt, em "Family Business",
dirigido pelo alter-ego de Odo. Brunt se tornou um personagem
recorrente ao longo da série. Combs ainda conseguiu um segundo
papel recorrente, como o principal Vorta da série, Weyoun
(introduzido em "To the Death", da quarta
temporada).
Ficha
técnica:
História de Hilary Bader e Evan
Carlos Somers
Roteiro de Mark Gehred-O'Connell
Direção de Jonathan Frakes
Exibido em 14/11/1994
Produção: 054
Elenco:
Avery Brooks como
Benjamin Lafayette Sisko
René Auberjonois como Odo
Nana Visitor como Kira Nerys
Colm Meaney como Miles Edward O'Brien
Siddig El Fadil como Julian Subatoi Bashir
Armin Shimerman como Quark
Terry Farrell como Jadzia Dax
Cirroc Lofton como Jake Sisko
Elenco convidado:
Brett Cullen
como Deral
Christine Healy como Seltin
Jeffrey Combs como Tiron
Mark Humphrey como Lito