MANCHETE
DO EPISÓDIO
História
traz romance bizarro e
sem consequências para Sisko
Episódio
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episódio
Sinopse:
Data Estelar: 47329.4.
Na noite do quarto aniversário de
morte de sua esposa, Jennifer Sisko, o comandante Sisko se
encontra, no Promenade, com uma deslumbrante mulher alienígena de
vestido vermelho chamada Fenna. Encantado, Sisko se vira e no
momento seguinte Fenna não está mais lá.
Na manhã seguinte, Sisko e Dax se encontram com um brilhante (e
megalomaníaco) terraformador, professor Gideon Seyetik, em visita
a DS9 para finalizar os últimos preparativos do seu mais
ambicioso projeto: a reignição de uma estrela morta.
A nave estelar USS Prometheus está atracada em DS9 e designada
para esta importante missão. À noite, Fenna aparece novamente no
Promenade e Sisko e ela conversam e novamente ela desaparece,
justamente quando Sisko tentava obter algo mais concreto sobre
ela.
No
dia seguinte, Sisko pede ajuda a Odo para que ele o ajude a
encontrar Fenna. À noite, em um jantar a bordo da Prometheus,
Sisko conhece a esposa de Seyetik, Nidell, absolutamente idêntica
a Fenna.
Sisko diz a Odo sobre o ocorrido, Odo diz não entender, pois
ninguém deixou a Prometheus, além de Seyetik. Sisko volta ao seu
quarto e encontra Fenna. Quando ele a confronta com o ocorrido ela
fica muito nervosa e desaparece na frente dos olhos de Sisko.
A bordo da Prometheus, em rota para epsilon 119, Fenna aparece
novamente para Sisko. Sisko a leva aos aposentos de Seyetik, onde
ele encontra Nidell, aparentemente em estado de coma.
Seyetik explica que sua esposa tem habilidades telepáticas que a
fazem projetar imagens quando em momentos de grande transtorno
emocional. Isto já aconteceu antes e Nidell quase morreu naquela
ocasião. Os da raça de Nidell se casam para toda a vida, por
mais infeliz que Seyetik a faça e por mais vontade que ela tenha
de deixá-lo, ela não o faria jamais.
Sisko acaba por convencer Fenna que tudo entre eles não passa de
uma espécie de sonho de Nidell, um do qual Nidell nunca se
lembrará.
Dax
chama Sisko da ponte, Seyetik lançou a capsula de reignição
estelar com o próprio a bordo. Sisko entende que Seyetik quer se
matar para libertar Nidell e tenta convencê-lo a desistir pelo
comunicador, mas é inútil.
A reignição é um sucesso, um tributo a um homem brilhante.
Quando os primeiro raios da nova estrela entram na ponte da nave,
Fenna desaparece lentamente.
Nidell, que não se lembra de nada do que aconteceu entre Sisko e
Fenna, dá adeus ao comandante e parte para o seu planeta natal.
Comentários:
Após "Necessary
Evil", semana passada, a boa lógica ditava que uma
queda de qualidade era esperada, mas acho que erraram na mão:
isto é muito ruim. Se realmente eles queriam fazer Sisko se
envolver com alguém, este alguém não poderia ser (pelo menos)
de carne e osso?
A
utilização do quarto aniversário da morte de Jennifer para
externar a história, usando o atual estado espírito de Sisko, e
preceder o encontro com Fenna soa totalmente falsa. Tais
"coincidências" funcionam apenas quando estão ligadas
a um comentário sobre "destino". Como apresentada aqui,
especialmente por não termos um fechamento do tema ao final do
episódio, é simplesmente escrita pobre.
É óbvio que, em um certo momento de sua vida, Sisko teria que
começar a "ver" outras pessoas e teria problemas a
resolver quanto a isto: a memória de Jennifer, uma certa
"ferrugem", como esta pessoa se encaixa no
relacionamento dele com Jake etc. Por isto eu não consigo aceitar
que Sisko fique tão (INSTANTANEAMENTE) envolvido por uma
"dama de
vermelho" que aparece como por um passe de mágica ao final
de um dia de trabalho.
Ainda mais quando, esta misteriosa "dama" não parece
saber nada sobre nada (nem sobre ela) e adora enaltecer o óbvio.
É extremamente tedioso assistir à dupla Sisko e Fenna em pouco
inspirados diálogos, esticados até a morte. A falta de química
entre os dois é impressionante, com direito a um embaraçoso
beijo.
Para terminar, existe ainda um absurdo ângulo Sci-Fi na trama,
que a transforma em uma anedota do seguinte calibre:
"variante Sci-Fi do crime de adultério, sem traição e com
'reset-button' incluído gratuitamente no pacote".
Não era melhor utilizar Seyetik, Sisko e Nidell e "fazer à
moda antiga"? Do jeito que o episódio se apresenta, ELE NÃO
FAZ O MENOR SENTIDO!
Uma outra forma de dizer isto seria: se eu pudesse dar uma nota de
0 a 10 sobre a coragem do episódio em tomar riscos e ser
audacioso ele receberia -1000!
A
trama do episódio, apesar do inglório trabalho de levar esta
tola história à frente, não tem tantos furos assim, apesar de
ser bastante óbvia. Alguns problemas: como Seyetik conseguiu
entrar na cápsula? Onde estavam o capitão e o médico da
Prometheus?
Alguns bons momentos espalhados: as cenas entre Ben e Jake, apesar
da descrição do sonho de Jake ser um pouco óbvia; as cenas
entre Ben e Jadzia, cuja dinâmica já se mostra bastante
amadurecida, formando a partir daí, mais uma excelente dupla na série;
Bashir simpatizando com Seyetik --e todo mundo olhando para ele em
seguida E Kira e Sisko falando sobre "trocas de favores em
encontros sociais oficiais".
A coisa que realmente salvou o episódio de ser um desastre total
foi a presença do egomaníaco Seyetik. Ele é do tipo de cara que
escreve (LITERALMENTE) o próprio obituário, por se recusar a dar
a outra pessoa tarefa tão importante. Ele é arrogante e tem
consciência disso, seu último ato acaba por demonstrar que havia
muita mais por baixo de toda aquela impáfia, que uma primeira
olhada poderia vislumbrar.
A direção de Alexander Singer foi boa, com ângulos de câmera não-usuais,
tanto nas tomadas dos atores quanto nas da estação.
O elenco regular esteve muito bem, dentro do esperado, talvez
Brooks tenha pisado um pouco na bola em certos momentos, com uma
atitude meio de "sonolento interessado" (ou de
"interessado sonolento", dependendo do ponto de vista).
Richard Kiley foi ótimo, a única real fonte de energia deste apático
episódio, se saindo bem até com pérolas como "que se faça
a luz", pouco antes de Seyetik morrer. Salli Elise Richardson
se saiu MUITO mal, tanto como Fenna quanto como Nidell, talvez um
pouco menos artificial e comatosa como Nidell. Mark Erickson foi
um extra com algumas falas.
Eu
não tenho muita certeza sobre o processo de "reignição
estelar" de Seyetik, bem como não sei se a superfície da
estrela morta foi descrita adequadamente pela equipe de efeitos
visuais.
"Second Sight" é um outro exemplo de
"romance trekker da semana", um personagem regular e um
convidado devem, no espaço de uma hora de televisão e com a
usual falta de química dos envolvidos e da arbitrariedade das
situações apresentadas: "se encontrar", "se
apaixonar", "se separar --sob circunstâncias que
usualmente estão ligadas a um 'reset-button'" e "se
despedir para nunca mais ouvirmos falar de nada disto".
Citações
Seyetik - "--and, of
course, it doesn't hurt to be a raging egomaniac."
("--e, é claro, não custa ser um entusiasmado egomaníaco.")
Dax - "I thought the theoretical maximum for those engines
was warp 9.5."
("Eu pensei que o máximo teórico para esses motores fosse
Dobra 9.5.")
O'Brien - "It was."
("Era.")
Trivia:
Presença de Richard Kiley como Gideon
Seyetik. Richard Paul Kiley (nascido em 31 de março de 1922 em
Chicago, Illinois, EUA -- falecido em 5 de março de 1999 em
Warwick, New York, EUA) trabalhou em filmes como: "The Little
Prince", "Looking for Mr. Goodbar", "Jurassic
Park", "Patch Adams", "Phenomenon",
"Howard the Duck", "Endless Love", "The
Canterville Ghost" etc. Entre tantas participações em TV eu
posso destacar o seu papel como o pai de Jill Brook (personagem de
Kathy Baker) em "Picket Fences". Incrível ator de
teatro, ganhou um Tony (o oscar do teatro) pelo papel de Don
Quixote em "Man Of La Mancha" e também Emmys (o Oscar
da TV) por "The Thorn Birds" e "A Year in the
Life".
Seyetik usou protomatéria em seu
experimento. Protomatéria também foi utilizada no projeto
Genesis como descrito em "Jornada nas Estrelas III - À
Procura de Spock". Este ponto nasceu de uma idéia antiga
dos produtores de Deep Space Nine de usar o dispositivo
Genesis para recuperar parte do terreno devastado de Bajor.
A história originalmente seria a de
um relacionamento para Bashir baseada no filme de 1948,
"Portrait Of Jennie".
Este episódio destrói a regra dos
tempos da Nova Geração que diz que 1000 datas estelares
equivalem a um ano.
A referência ao
poema "A queda de Kang" (uma referência ao Klingon Kang
do episódio da terceira temporada da série original "Day
Of The Dove") levou a algumas "dúvidas" (típicas
de Jornada) quando no episódio "Blood Oath",
desta mesma temporada, nos encontramos novamente com o personagem.
Ficha
técnica:
História de Mark
Gehred-O'Connell
Roteiro de Mark Gehred-O'Connell e Ira Steven Behr
& Robert Hewitt Wolfe
Direção de Alexander Singer
Exibido em 22/11/1993
Produção: 029
Elenco:
Avery Brooks como
Benjamin Lafayette Sisko
René Auberjonois como Odo
Nana Visitor como Kira Nerys
Colm Meaney como Miles Edward O'Brien
Siddig El Fadil como Julian Subatoi Bashir
Armin Shimerman como Quark
Terry Farrell como Jadzia Dax
Cirroc Lofton como Jake Sisko
Elenco convidado:
Salli Elise Richardson como Fenna e
Nidell
Richard Kiley como Seyetik
Mark Erickson como tenente Piersall