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Ben Sisko: Pai, Emissário, Soldado

Quando se fala de um dos capitães de Jornada (no caso do presente artigo, do capitão Sisko) é raro não vir imediatamente a mente uma imediata comparação com os outros protagonistas do legado de Roddenberry. Aqui não é diferente.

Kirk e Picard são baseados nos dois estereótipos básicos do herói, o primeiro no do herói romântico, infinitamente apaixonante e apaixonado, e o segundo naquele da figura estóica, absolutamente inabalável em sua ética, auto-controle e força de vontade. Vendendo os personagens desta forma para os roteiristas e para o público, fica garantido um rápido entendimento sobre os mesmos para todos os envolvidos, formando uma base sólida onde pudessem ser construídas características adicionais e tornar os personagens algo único, capazes de transcender os estereótipos dos quais são derivados. Mas não me entendam mal, tal "transcendência" envolve um grande esforço criativo, pois baseando um personagem em estereótipo o perigo de se atingir uma caracterização caricatural é muito grande, daí os grandes méritos pela criação e desenvolvimentos dos grandes personagens, Kirk e Picard.

Kirk cruzou um longo caminho desde aquele herói até certo ponto ingênuo, sempre com um truque na manga, quase sempre uma nova versão do infame, "Ei, olha, o seu cordão está desamarrado", até a sua melhor caracterização nos filmes para o cinema (fundamentais para o desenvolvimento dos personagens da Série Clássica) em que teve de enfrentar a sua própria mortalidade e a perspectiva de se tornar obsoleto. Já Picard teve também que deixar a excessiva rigidez das primeiras temporadas da Nova Geração, rumando para uma caracterização mais relaxada e mais bem humorada, já próximo ao final da série. Pensando assim, parece que eles, de certa forma, caminharam na direção, um do outro. 

Tanto Kirk quanto Picard são ambos fruto de extremas idealizações, idealizações aparentemente presentes no próprio inconsciente coletivo desde tempos remotos, idealizações tão similares, díspares e complementares quanto as proverbiais "duas faces da mesma moeda". Esta dualidade Kirk x Picard talvez tenha polarizado os fãs de Jornada mais do que qualquer outro assunto neste gigantesco franchise de quase 35 anos de existência. Uma observação interessante é que quando um "seguidor" de uma destas correntes ("Pró-Kirk" ou "Pró-Picard") se manifesta contrário ao "adversário", ele o faz normalmente atacando (de forma deturpada e exagerada na maioria das vezes) o estereótipo de herói do qual o seu respectivo "desafeto" é derivado.

Em uma opinião bastante pessoal, considero tanto Kirk quanto Picard duas abordagens absolutamente válidas do mito do herói. Ambos são grandes personagens com qualidades admiráveis, como devem ser de fato, os heróis. Durante muito tempo, favoreci o modelo de herói associado a Picard, mas descobri mais tarde que ambos são essencialmente equivalentes, com um tempo suficientemente longo vou acabar gostando de uma forma absolutamente igual dos dois personagens, o diferencial que eu vejo que vai se manter vai ser o dos atores. 

Ainda que eu não enalteça o trabalho de Stewart como já o fiz um dia (parece que a cada episódio que revejo, sinto de forma cada vez mais artificial e exagerada tanto a sua impostação de voz quanto o seu sotaque britânico), ele essencialmente nasceu para trazer à vida personagens como Picard --isto não há como negar.

Quanto ao velho Bill bem... não me entendam mal, eu me divirto vendo o Shatner "espanar o cenário", tanto quanto qualquer um, mas realmente a sua leitura com tantas (e mal postas) pausas, muitas vezes chega a atingir o nível de comédia involuntária. Ainda que isso me incomode menos do que a outros, gosto realmente de certas atuações de Shatner. Mas ele definitivamente não é para Kirk o que Stewart é para Picard.

Nas duas séries seguintes foi decidido que os protagonistas seriam, em algum sentido "menos idealizados", "mais falhos", "mais próximos de suas respectivas tripulações", "dotados de características únicas em relação aos seus predecessores" etc. Se isso foi uma atitude consciente para levar o franchise em uma outra direção ou se foi simplesmente algo do tipo "Ei, o que não fizemos ainda que vamos fazer agora?", nunca saberemos. O que é certo é que Sisko e Janeway (por incrível que possa parecer) partilham (a menos ao nível da bíblia das suas respetivas séries) de tais preocupações em suas caracterizações.

Sobre Janeway eu só sinto indiferença. A primeira palavra que chega ao pensamento quando penso na capitã da Voyager é esquizofrenia. Sete temporadas, 174 episódios e eu eu continuo sem ter a menor idéia do que ela pode vir a fazer em situações de crise, tantas foram as vezes que os roteiristas modificaram e re-modificaram a caracterização da personagem para fazer as mais estapafúrdias histórias funcionarem em seus termos.

Alguns elementos extremamente irritantes da sua caracterização: sua infinita capacidade de citar e se apegar a regulamentos e protocolos como se estivesse servindo na própria Academia da Frota Estelar (e não em uma nave perdida do outro lado da galáxia); a sua forma de lidar com a solidão do comando --infelizmente Janeway parece buscar esta solidão, ela parece buscar este fardo e mostrar pra todo mundo que tem a tarefa de levar a sua tripulação pra casa e está "sozinha" pra realizá-la. Especialmente frustrante é a forma que ela destila amargura, para quem quiser ouvir, sobre o seu assumido "fardo" (eu também não compro por um segundo essa noção de que ela não pode se permitir ter um relacionamento afetivo com um membro de sua tripulação. Mas que besteira, pelo amor de Deus!); ter tomado inúmeras decisões (no mínimo discutíveis) que afetaram muitas vezes as vidas de raças inteiras (isto por si só já é um problema, especialmente se levarmos em conta a total falta de atitude da tripulação de Voyager perante os desmandos de sua capitã, falta de atitude principalmente do seu comatoso primeiro-oficial Chakotay); seus inflamados (e irritantes) discursos sobre ética e moral em que muitas vezes ela desconsidera completamente (e descaradamente) os seus próprios erros (muitas vezes recentes) em um festival de hipocrisia galopante etc.

Se tiver que escolher um capitão favorito, Janeway (com a qual não consigo me identificar em momento algum ao longo da série) nem entra na relação. Simplesmente um pesonagem MUITO fraco. Pensando em episódios como "11:59" e "Workforce", em que Mulgrew interpreta outros personagens (e se saindo bem na empreitada), fica a certeza que o problema é a Janeway e não a atriz que a interpreta. 

Como todos já devem ter descoberto meu capitão favorito na história de Jornada nas Estrelas, é claro, é Ben Sisko (apesar de que o mais correto seria dizer: "o meu personagem favorito dentre aqueles que são capitães, é Ben Sisko"). O motivo por que prefiro Sisko acima de Picard e de Kirk (bem elogiados acima) é simplesmente identificação. Eu me sinto mais próximo ao personagem de Ben Sisko do que ao de qualquer outro dentre os capitães de Jornada.

No que se segue temos um pequeno histórico do desenvolvimento do personagem ao longo da série e suas principais facetas de pai, Emissário e capitão (ainda que inicialmente ele fosse um comandante) propriamente dito. O estilo é breve, tentando fornecer simplesmente uma descrição leve e básica e não a última palavra sobre o assunto. 

Entendendo o desenvolvimento de Ben Sisko:

"Emissary" nos deu um grande salto de caracterização para Sisko, mostrando todo o seu amor por Jeniffer. Porém, em todo o restante da primeira temporada pouco foi feito com o personagem. Sua boa presença em "In the Hands of the Prophets" foi um bom ponto, mas não suficiente. Suas cenas com Jake sempre funcionaram desde o início mas o seu relacionamento com Dax demorou um pouco a engrenar, em parte devido aos problemas de caracterização de Jadzia, o mais problemático dos personagens num momento inicial.

Veio a segunda temporada e Brooks trouxe melhores atuações para o personagem, ainda em um estilo extremamente contido e distante, profissionalmente falando. Havia a falta de um interesse amoroso ("Second Sight" foi uma catastrófica tentativa em colocar alguém na vida de Ben Sisko). Não havia também um cuidado especial em colocar Sisko no centro da série. Não me entendam mal, não é necessário colocá-lo como destaque em cada episódio, mas quando usá-lo em um episódio, que o façam sempre de forma a fortalecer a sua posição e não em coisas destestáveis como "Profit and Loss".

Felizmente as cenas com Jake continuaram a funcionar e as com Jadzia começaram a funcionar de verdade também (fruto também do melhor trabalho com a personagem Dax). Porém, ainda não era claro se Sisko havia aceito a estação como o seu lar, ou ainda pensava neste como um posto temporário. Também o personagem ainda falava muito pouco sobre si, sobre o que ele realmente pensava.

Um episódio chave (no sentido de se entender melhor o que poderia ser feito com o personagem) para o futuro de Sisko foi "Paradise". Nele os produtores descobriram que colocar Sisko/Brooks em uma posição extrema e adversa era meio caminho para o sucesso. Finalmente, em "The Maquis" descobrimos um pouco mais sobre do que é feito o personagem em seu melhor momento até então na série. Também neste episódio se originam os seus famosos discursos que passariam a ser uma marca registrada do personagem e também se originam as famosas "espanações de cenário" de Brooks. Seguindo em "Crossover", apesar de Brooks interpretar a versão alternativa de Ben Sisko, temos a sua melhor atuação até ali na série, e aqui os produtores descobrem que Sisko pode muito bem ter algo de "perigoso", "implacável", e ainda assim ser um grande herói.

Ainda que o personagem tenha momentos importantes na segunda temporada (como o leitor deve provavelmente estar acompanhando no guia de episódios das série), como a introdução de uma bola de beisebol como o seu símbolo maior, foi na temporada seguinte em que Ben Sisko veio totalmente à vida.

Sem dúvida a "temporada da virada" para Sisko foi a terceira, em que:

- ele recebe uma nave, a Defiant, uma que ele ajudou a projetar e construir, fazendo-o conhecer a sua nave como nenhum outro capitão em Jornada jamais conheceu a própria, como visto em "The Search, Part I".

- também recebe de presente mais um episódio Maquis com a participação de Dukat, em "Defiant".

- tivemos o seu grande momento no episódio duplo "Past Tense, Part I" (clássico) e "Past Tense, Part II" (bom), em que Sisko assume o lugar da figura histórica de Gabriel Bell em um momento absolutamente crucial da Terra no século 21. 

- tivemos também um excelente retorno de foco ao seu papel de Emissário em "Destiny", algo raramente lembrado após o piloto da série até então.

- podemos também conferir os talentos de Sisko em improvisação e sedução (ele se envolve com as versões alternativas de Kira, Dax e Jeniffer no curso do episódio), quando ele se passa pela sua falecida versão alternativa e tenta salvar a versão altenativa de sua falecida esposa Jeniffer, em mais uma visita de DS9 ao "Universo do Espelho", em "Through the Looking Glass".

- temos também Sisko desobedecendo uma ordem direta de um almirante e indo ao resgate de Garak e Odo em meio a um infernal massacre imposto pelas forças do Dominion a uma frota combinada da Tal Shiar Romulana e da Ordem Obsidiana Cardassiana, no lendário episódio "The Die Is Cast".

- em "Explorers", Sisko constrói uma versão de uma antiga nave solar Bajoriana, refazendo com seu filho Jake a fantástica viagem dos antigos Bajorianos.

- aprendemos também que ele sabe cozinhar (e bem), tem um grande conhecimento de História, tem uma grande consciência social e respeito por outras culturas, especialmente a Bajoriana, e que ele finalmente aceitou esta "monstruosidade cardassiana chamada Deep Space Nine" como o seu lar e arrumou uma namorada, a capitão de cargueiro Kasidy Yates.

(Mais tarde na série, em "Favor the Bold", da sexta temporada, Sisko abraça Bajor como o seu verdadeiro lar, chegando a comprar, mais tarde, em "Penumbra", da sétima temporada, um terreno para construir uma casa onde ele passaria o resto da sua vida, sonho que ele não pôde realizar ao final da série.)

- ao seu final ele é promovido a capitão em "The Adversary".


Elementos que beneficiaram Ben Sisko ao longo da série:

Jake Sisko (filho), Joseph Sisko (pai), Kasidy Yates (namorada que depois se tornou sua segunda esposa, terminando a série grávida do seu segundo filho, de sexo descohecido), Dax (Curzon, Jadzia e Ezri), os Bajorianos, seu papel como Emisssário dos Profetas, os Maquis, Dukat, Eddington, as escaramuças iniciais e depois a guerra declarada com o Dominion.

Introdução da Defiant (no momento certo) no primeiro episódio da terceira temporada, o excelente "The Search, Part I"

Sua promoção a capitão (no momento certo) no último episódio da terceira temporada, o excelente "The Adversary".

Sua mudança de visual, para careca com cavanhaque, no episódio duplo que abre a quarta temporada da série, o excelente "The Way of the Warrior". Sem dúvida o personagem e o ator teriam se beneficiado (e a audiência mais ainda no processo) se este visual tivesse sido adotado desde o episódio piloto.


Melhores episódios de Ben Sisko como pai e homem de família:

A relação entre Ben e Jake talvez seja a mais bonita e verdadeira dentre todas as da história de Jornada, suas cenas sempre funcionaram, especialmente as dos episódios: "Explores" (bom episódio da terceira temporada em que Ben e Jake navegam em uma antiga nave solar Bajoriana), "The Visitor" (clássico episódio da quarta temporada, provavelmente o segmento mais emocionante da história de Jornada, que imortaliza o amor entre os dois), "Nor the Battle to the Strong" (clássico episódio da quinta temporada em que Jake tem de lidar com os horrores da guerra, entender sua experiência e escrever sobre o ocorrido) e "In the Cards" (clássico episódio da quinta temporada, provavelmente a melhor comédia da história de Jornada, em que Jake faz de tudo para dar a seu pai um raro card de um jogador de beisebol dos anos cinquenta). 

Foi Jake que apresentou Ben a Kasidy Yates (no péssimo "Family Business", da terceira temporada, sendo o elo inicial entre os dois o beisebol). Tal relação cresceu e passou por problemas, como quando Yates foi presa por sua associação com os Maquis, em "For the Cause", da quarta temporada, até chegar a um casamento e uma gravidez, como visto na sétima temporada em "Till Death Do Us Part" e "Dogs of War" respectivamente.

O relacionamento de Ben Sisko com seu pai pode ser conferido em: "Homefront"/"Paradise Lost", da quarta temporada, "A Time to Stand", da sexta, "Far Beyond the Stars", também da sexta, e "Image in the Sand"/"Shadows and Symbols", da sétima.

Dax, o seu melhor amigo por três vidas, com tantas cenas memoráveis, o "meu velho", sempre diferente mas sempre o mesmo.


Melhores episódios de Ben Sisko como Emissário:

- o excelente episódio duplo, o melhor piloto da história de Jornada, "Emissary", que coloca a série em movimento e Sisko no seu lugar na mitologia Bajoriana.

- o excelente episódio da terceira temporada, "Destiny", que discute profecias e suas interpretações de forma extremamente inteligente.

- o excelente episódio da quarta temporada, "Acession", em que Sisko finalmente aceita o seu papel como Emissário dos profetas quando confrontado com um outro possível Emissário (um poeta Bajoriano, vindo do passado).

- o (INFINITAMENTE) clássico episódio "Rapture", da quinta temporada, quando Sisko encontra uma lendária cidade em Bajor e começa a receber visões diretamente dos Profetas que o alertam (entre outras coisas) sobre a guerra que se aproxima. 

- o excelente episódio "Sacrifice of Angels", da sexta temporada, em que os Profetas impedem a vinda dos reforços do Dominion do quadrante Gama, literalmente salvando todo o quadrante Alfa. Eles avisam Sisko que a vida dele vai seguir um outro caminho, que um preço deve ser pago pela intervenção deles.

- ainda na sexta temporada temos o excelente episódio "Waltz", considerado por muitos o ápice do personagem Dukat. Neste episódio Sisko diz que, custe o que custar, não irá permitir que o Cardassiano faça mal a Bajor novamente.

- o MÁGICO episódio da sexta temporada "Far Beyond the Stars", em que quando a força de vontade de Sisko começa a falhar pelo quadro de destruição trazido pela guerra, os Profetas lhe enviam uma visão dos anos cinquenta em que ele é um escritor de ficção científica negro que, imaginem, escreve um livro sobre uma estação chamada Deep Space Nine.

- o bom episódio da sexta temporada "The Reckoning", em que Sisko tem que oferecer a vida de Jake para os Profetas, para que se cumpra uma antiga e fundamental profecia.

- a trilogia que encerra a sexta temporada e abre a sétima com "Tears of the Prophets" (excelente, onde Ben recebe a medalha Cristopher Pike por atos de bravura), "Image in the Sand" (bom) e "Shadows and Symbols" (clássico), onde Jadzia Dax morre, os Profetas desaparecem e Sisko finalmente descobre a real natureza de sua existência.

- ainda na sétima temporada temos o bom episódio "Covenant", em que Dukat pela primeira vez se apresenta com um fiel seguidor dos Pagh-Wraiths, os adversários milenares dos Profetas.

- e finalmente não podemos esquecer de mencionar o arco de dez episódios (o chamado "capítulo final") que encerra a série e que ao seu final leva Sisko a sofrer uma espécie de tranformação e agora existir junto com os Profetas no templo celestial. Os episódios são: "Penumbra" (bom), "Till Death Do Us Part" (excelente), "Strange Bedfellows" (excelente), "The Changing Face of Evil" (clássico), "When it Rains" (bom), "Tacking into the Wind" (clássico), "Extreme Measures" (péssimo, talvez o episódio mais decepcionante de toda a série), "Dogs Of War" (bom) e "What You Leave Behind" (duplo e, apesar do apressado e simplista confronto final entre Sisko e Dukat, excelente).

(A complexidade da trama do "capítulo final" é tanta que fica impossível oferecer mais detalhes com o espaço aqui disponível.)

(Se não fosse pela perseverança de Rene Echevarria, que se juntou à série como roteirista e produtor na terceira temporada de DS9, após o término da Nova Geração, esta importante faceta do personagem --a de Emissário-- poderia ter sido completamente esquecida.)


Melhores episódios de Ben Sisko como capitão e herói de ação:

I - Todos os episódios envolvendo os Maquis: "The Maquis, Part I", "The Maquis, Part II", "Defiant", "For The Cause", "For The Uniform" e "Blaze Of Glory".

(Informações completas sobre todos estes seis excelentes episódios bem como sobre toda a história dos Maquis em Jornada, podem ser encontradas em uma série de cinco artigos (1, 2, 3, 4 e 5) escritos por mim e publicados pelo Trek Brasilis.)

II - Os 3 primeiros episódios do "Universo do espelho": 

- "Crossover" (clássico episódio da segunda temporada, que ainda que tecnicamente um episódio da versão alternativa de Ben Sisko, apresentou a melhor atuação de Brooks até então e deu pistas de como tratar o real personagem no futuro).

- "Through The Looking Glass" (bom episódio da terceira temporada, imperdível para aqueles que querem ver o velho Sisko exercitar a sua "veia improvisadora e sedutora").

- "Shatered Mirror" (bom episódio da quarta temporada, em que Sisko se utiliza da versão alternativa da Defiant para dar uma surra histórica em um gigantesco cruzador Klingon, com direito a fantásticos efeitos visuais).

III - Os episódios em que Sisko enfrenta os Jem'Hadar: 

- "To The Death" (bom episódio da quarta temporada, em que Sisko e Cia. devem unir forças com os Jem'Hadar comandados por um estreante Weyoun para tentar impedir que uma facção desertora dos soldados do Dominion possa fazer uso de uma arma devastadora, "os portais Iconianos", aqueles mesmos do bom episódio da segunda temporada da Nova Geração, "Contagion").

- "The Ship" (excelente episódio da quinta temporada em que Sisko e cia. encontram uma nave Jem'Hadar acidentada em um planeta com toda a tripulação morta. Sisko quer a nave, mas uma equipe de resgate Jem'Hadar também a quer, a impossibilidade de se estabelecer um diálogo entre Sisko e a Vorta comandando a operação de resgate leva finalmente à morte de um Fundador que estava escondido na nave o tempo todo, ao suicídio de todo o batalhão dos Jem'Hadar e a morte de vários homens de Sisko).

- "Rocks and Shoals" (clássico episódio da sexta temporada, em que Sisko e cia. se vêem acidentados em um planeta onde também caíram um grupo de Jem'Hadar com o seu Vorta à beira da morte. O Vorta não poderá controlar os seus soldados por muito mais tempo, pois o seu suprimento de Ketracel White --droga fundamental para a estabilidade e obediência dos Jem'Hadar-- está acabando. Então o Vorta oferece a Sisko o plano de ataque dos seus soldados e em troca da ajuda de Sisko em se livrar de seus comandados ele promete um transmissor que pode se reparado por O'Brien para tirar todos dali. Sisko aceita a oferta, mas ainda tenta dissuadir o líder do Jem'Hadar e buscar uma alternativa. Não conseguindo, devido à nobreza dos Jem'Hadar e sua obediência à "ordem das coisas", os Jem'Hadar acabam por atacar e são exterminados pelo pessoal de Sisko. Quando a poeira abaixa e ninguém mais se mexe chega o Vorta, de nome Keevan, com o tansmissor que diz que se ele tivesse apenas mais algumas ampolas de "White", Sisko e seus homens é que estariam todos mortos agora).

- "The Siege Of AR558" (clássico episódio da sétima temporada, que traduz como nenhum outro segmento de Jornada os aspectos mais crus e brutais da guerra --Sisko e cia. devem defender a todo custo uma importante instalação de comunicação recentemente tomada pela Federação em território Cardassiano, pois obviamente os Jem'Hadar a querem de volta-- desde as brutais cicatrizes físicas e pisicológicas presentes nos soldados que já estavam a tempos defendendo a posição, passando pelo literal "Coro Grego" em que se transforma Quark comentando sobre a guerra e a condição humana e a perda da perna de Nog no cumprimento do dever até o apoteótico e surreal final, "The Siege of AR558" dá uma verdadeira face a cada um destes oficiais, cujos nomes Sisko lê toda semana na lista de baixas da guerra. SOBRENATURAL!). 

IV - O episódio duplo da quarta temporada, composto por "Homefront" (clássico) e "Paradise Lost" (bom), em que Sisko tem de impedir um golpe de Estado na Terra, planejado pelo seu antigo oficial comandante, almirante Layton.

V - Os oito episódios do arco que encerra a quinta temporada e abre a sexta: 

- "In the Cards" (clássico, penúltimo episódio da quinta temporada, provavelmente a melhor comédia da história de Jornada, porém com um tema sério, onde Kai Winn busca conselhos sobre uma possível assinatura de um tratado entre Bajor e o Dominion --que acaba sendo assinado no episódio seguinte, como uma forma de Sisko proteger o planeta de Kira da guerra iminente).

- "Call to Arms" (clássico que encerra a quinta temporada, onde se incicia a guerra e DS9 é tomada pelas forças do Dominion. Especialmente inesquecível é o discurso de Sisko dizendo que um dia vai voltar à estação e a imagem da Defiant se unindo à gigantesca força tarefa Federada/Klingon ao seu final). 

- "A Time to Stand" (clássico, em que os horrores da guerra começam a afetar a todos e Sisko e cia. tomam uma nave Jem'Hadar --aquela mesma do episódio "The Ship"-- e a levam em uma missão atrás das linhas inimigas). 

- "Rocks and Shoals" (clássico).

- "Sons and Daughters" (péssimo, em que INFELIZMENTE encontramos novamente o filho de Worf, Alexander).

- "Behind the Lines" (excelente, em que Odo passa por sua suprema provação com a "Fundadora" e Sisko assume a posição de adido ao almirante Ross, concebendo planos globais para a guerra).

- "Favor the Bold" (excelente, quando Sisko convence o Comando da Frota a lançar uma ofensiva para retomar DS9, antes que Dukat possa trazer reforços do Dominion do quadrante Gama através da fenda espacial). 

- "Sacrifice of Angels" (excelente, onde temos uma antológica "barricada espacial", a intervenção dos Profetas, a morte de Ziyal --filha de Dukat--, a queda de Dukat no abismo da loucura e a retomada de DS9).

VI - Finalmente não poderia faltar a referência ao devastador e clássico episódio "In The Pale Moonlight", da sexta temporada, onde Sisko se envolve com Garak em uma conspiração para trazer os Romulanos para lutar juntamente com a Federação e os Klingons contra o Dominion e Cardássia.


 

Luiz Castanheira é editor do Trek Brasilis