MANCHETE
DO EPISÓDIO Voyager
contata o Quadrante Alfa
Episódio
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Data Estelar: 51462 Enquanto
usa os sensores avançados no novo laboratório de astrométricas, Seven of Nine
detecta uma estação de comunicações alienígena aparentemente abandonada e,
ao estabelecer interface, consegue localizar uma nave da Frota nos limites do Quadrante
Alfa. Janeway usa a tecnologia para mandar uma mensagem, mas a transmissão se
degrada antes de chegar ao destino. B'Elanna sugere que apenas uma corrente de
dados holográfica resolverá o problema. O Doutor é recrutado, transportado
com sucesso através de milhares de anos-luz e vai parar na nave, agora
identificada como USS Prometheus.
Assim que chega, no entanto, o médico descobre que a
tripulação da Frota está morta e, o controle, nas mãos dos Romulanos. A
Prometheus é um protótipo secreto com habilidades táticas avançadas e é intenção
dos Romulanos testá-las. Acionando o modo de ataque em multi-vetores, a nave se
separa em três partes distintas que desabilitam com facilidade qualquer oponente.
O Doutor aciona seu contraparte na Enfermaria e os dois
concordam em trabalhar juntos para impedir os inimigos. Eles decidem usar o
sistema de ventilação para distribuir gás anestésico e deixar os invasores
inconscientes. Mas, para tanto, é
preciso que o médico da Voyager acesse os controles ambientais na Ponte. Ele
inventa uma história sobre infecção viral para chegar ao painel, mas os
Romulanos desconfiam.
Enquanto isso, na Voyager, o link com a estação é cortado pelos Hirogens, uma espécie que alega ser dona da
tecnologia. Janeway tenta usar de diplomacia para manter a comunicação, mas os
alienígenas parecem irredutíveis. Diante da má vontade deles em permitir que a tripulação contate o
Quadrante Alfa, Seven envia um pulso de energia que os deixa desacordados. Na
Prometheus, o Doutor é interrogado pelos Romulanos, que pensam ter sido
infiltrados por espiões da Frota. A sessão é subitamente interrompida, quando
um gás entra pela ventilação e os incapacita. O segundo holograma explica que
simulou um risco ambiental e o computador abriu o sistema de ventilação
automaticamente. O desafio passa a ser controlar a nave, que está em rota
direta para o Império Romulano. A Prometheus sofre
ataque de naves de guerra inimigas e os médicos holográficos não sabem
como operá-la. Em meio à batalha, também é atacada pela própria Frota, que pensa haver
Romulanos no controle. Por fim, o segundo médico acidentalmente inicia o modo
tático e consegue destruir uma das naves de guerra, provocando a retirada dos
Romulanos. Oficiais da Frota vêm a bordo. Depois de falar com o quartel-general
e explicar a situação, o Doutor é transmitido novamente à Voyager. Janeway e os
tripulantes são informados de que a Federação já sabe que eles estão perdidos e fará o
que for possível para trazê-los de volta para casa. Comentários:
"Message in a Bottle"
é um dos melhores segmentos de Voyager. A constatação não deixa de
ser irônica, já que o episódio reúne tudo aquilo que os produtores mais
tentam afastar dos roteiros da série: continuidade estabelecida em arcos mais
ou menos longos de histórias, fidelidade à premissa e desenvolvimento de
personagens. Aqui - finalmente, depois de muito tempo -, o telespectador volta
a ter a sensação de que a USS Voyager está mesmo perdida e longe de
casa. Os pequenos detalhes é que fazem o roteiro funcionar nesse sentido: os
rostos de incerteza e esperança, a ansiedade e expectativa, a fragilidade do
elo com o Quadrante Alfa. Tudo isso deixa o fã na ponta da cadeira durante os
45 minutos e ansioso pelo que vai acontecer no final.
O melhor: o roteiro consegue equilibrar toda a densidade
emocional com uma carga incomum de humor ao designar como personagem central o
engraçadíssimo Doutor, reconhecidamente o personagem mais carismático do
seriado, assessorado aqui por Andy Dick, ator renomado por seus trabalhos em
séries cômicas de sucesso. Uma boa saída para não tornar a história
deprimente demais.
Pela primeira vez, também, a tripulação tem uma
vitória real. Outros episódios, principalmente nos primeiros anos da série,
trouxeram possibilidades bastante otimistas de um retorno imediato à Terra.
Mas todos se frustraram, às vezes de maneira ridícula. Foram os casos de "Cold
Fire" e "False Profits",
da segunda e terceira temporadas, respectivamente. Claro, de forma alguma os
roteiristas podiam trazer a Voyager de volta naqueles momentos. Mas o
telespectador não apenas se sentiu traído, como passou a questionar a
competência da tripulação. A partir da terceira temporada, parece que os
oficiais já se conformaram com a situação e procuram viver seu dia-a-dia
sem a obstinação de ir para casa. É por isso, em parte, que "Message
in a Bottle" funciona. Aquele sentimento original vem à tona e
inesperadamente.
Funciona também o vínculo que os roteiristas
estabelecem entre Voyager e Deep Space Nine. Pode ser
impressão, mas a trilha que tocou quando Seven disse se tratar de uma nave da
Frota soou muito como a do tema de abertura da série co-irmã. Depois, a
bordo da Prometheus, naturalmente, se vê o novo uniforme-padrão. Pequenos
tributos que agradam. O EMH2 cita os Dominion - naquele momento a maior
ameaça à Federação - e, os Romulanos, a Tal Shiar. As cenas
de batalha - com as boas e "nem tão velhas" - naves do Quadrante Alfa
são lindas. As Romulanas, em particular, despertam antigos sentimentos; quase
uma nostalgia.
Só um parêntese sobre isso: em Deep Space Nine, a Defiant
parece reinar absoluta, mas, aqui, fica claro que há várias naves da mesma classe em
operação na Frota. A Prometheus, por outro lado, nunca mais apareceu.
A presença dos Hirogen no episódio, apesar de
rápida, foi bem marcante. Eles deixaram uma "boa" primeira
impressão. Fica mais ou menos claro que são uma ameaça. E não é para menos. Eles
serão, ao lado dos Borgs, os maiores vilões da série. É aguardar os
próximos episódios para constatar.
Dignas de aplausos são as atuações. É claro, o
Doutor rouba a cena o tempo todo com seus diálogos, caretas e trejeitos. Divertida também
é a preocupação - bastante
legítima - de Paris, quando chamado para assumir a Enfermaria enquanto o
médico está fora. Infelizmente, McNeill teve seu papel ao longo da série
relegado a esse tipo de função, mas - dói dizer - ele o faz bem. É o
"palhaço" da hora. Seven também manda ver. Suas atitudes
insolentes, o desapreço pela hierarquia e a falta de educação condizem com
seu período de ajuste à vida na Voyager. Nem poderia ser diferente: a
ex-Borg sente-se superior aos humanos "desorganizados".
Agora, aos pontos negativos. Quem deixou a desejar foi Andy Dick.
Ele é engraçado por natureza, mas o ambiente de ficção-científica
claramente lhe é desconhecido. Suas falas
não fluem com naturalidade. Na Ponte, no momento da batalha, nem "se
sacude" direito. A atitude do Mark II também não
caiu bem. O holograma não demonstrou qualquer simpatia à situação da
Voyager.
Pelo contrário, foi sarcástico e procurou não tomar. conhecimento.
A falta de paciência de B'Elanna com Seven também não
cola muito. Isso já foi comentado em outros segmentos. Parece se tratar de puro preconceito. E de onde a engenheira-chefe
tirou a idéia de que mandar um holograma resolveria o problema da
degradação da mensagem? Em que se baseou? Não foi
satisfatória a explicação. Pareceu - como foi - só um pretexto para
alistar o Doutor. Depois, quando avisa que o programa dele será baixado na
Enfermaria da Prometheus, como ela sabe que aquela nave tem um sistema de EMH?
Ela só pode ter deduzido que toda a Frota foi equipada depois do lançamento
da Voyager, mas nada foi dito que corroborasse tal pensamento. Quando o Doutor
é enviado pela estação alienígena, nota-se um bug: ele se desmaterializa
com seu emissor móvel. O certo seria o aparelho cair no chão quando ele
desaparecesse.
Quanto aos Romulanos, foi sofrível constatar o quanto
são incompetentes. Eram 27 deles na Prometheus, conseguiram eliminar a
tripulação da Frota e roubar a nave, mas não puderam com dois hologramas não
treinados? Para isso, há uma explicação fácil: sorte. Porque só assim
para explicar como o EMH2 conseguiu acionar o modo de ataque multi-vetorial e
acabar com as naves de guerra inimigas no momento exato em que precisava. Engraçado? Sim. Verossímil? Nem um
pouco.
Por fim, pareceu que a história se estendeu demais e
suas repercussões foram jogadas para os últimos segundos do episódio. O
telespectador fica querendo saber o que se discutiu (fora das telas) no Comando
da Frota, qual a reação dos almirantes, dos familiares. Nunca se saberá. E
a resposta final de Janeway, embora emocionante, não fez jus ao que "Message
in a Bottle" significa para a tripulação e a própria série. Cadê
as comemorações? As lágrimas? Enfim, um clássico de Voyager que
entretém, mas que sofre de furos no roteiro.
Citações:
Torres - "She may look human, and she
may sound human, but she's all Borg."
("Ela pode parecer humana, pode soar como humana, mas ela é toda Borg.") Chakotay
- "What do you want me to do? Throw her in the brig for the rest of the
trip home?"
("O que quer que eu faça? Que eu a jogue na cela pelo resto da viagem para
casa?")
Torres - "I've heard worse ideas."
("Já ouvi idéias piores.") Doutor
- "When I requested more away missions, this isn't exactly what I had in
mind."
(Quando pedi mais missões avançadas, não era bem isso que tinha em mente.")
Janeway - "You may be our only chance to communicate with that ship."
("Você pode ser a nossa única chance de comunicar com aquela nave.") Doutor
2 - "Beady eyes, terrible bedside manner. I recognise you. But you're
not part of this database. What are you doing here?"
("Olhos tortos, modos terríveis. Eu reconheço você. Mas não é parte
deste banco de dados. O que está fazendo aqui?")
Doutor - "If you disengage your vocal subroutines for one second, I'd
explain. I was transmitted onto this ship by a Starfleet vessel over sixty
thousand light-years from here."
("Se desativar as suas sub-rotinas vocais por um segundo, vou explicar. Fui
transmitido para cá por uma nave da Frota Estelar a mais de sessenta mil
anos-luz.")
Doutor 2 - "Sixty thousand light-years? We don't have ships
that far out."
("Sessenta mil anos-luz? Não temos naves tão longe assim.")
Doutor - "It's the Starship Voyager. We were taken into the Delta
Quadrant four years ago by an alien force."
("É a nave Voyager. Fomos levados para o Quadrante Delta há quatro anos
por uma força alienígena.") Doutor
- "There are two ships at stake here, yours and mine! Now, I need to know
more about what's happening. Is the Federation at war with the Romulans?"
("Há duas naves em jogo aqui, a sua e a minha! Agora, preciso saber mais
sobre o que está acontecendo. A Federação está em guerra com os Romulanos?")
Doutor 2 - "No. The Romulans haven't gotten involved in our fight with
the Dominion."
("Não. Os Romulanos não se envolveram na nossa luta contra os Dominions.")
Doutor - "The who?"
("Os quem?")
Doutor 2 - "Long story."
("Longa história.") Doutor - "I'm
as close to a sentient life-form as any hologram could hope to be. I socialise
with the crew, fraternise with aliens. I've even had sexual relations."
("Sou tão próximo a uma forma de vida ciente quanto um holograma pode
ser. Eu socializo com a tripulação, fraternizo com alienígenas. Até tive
relações sexuais.")
Doutor 2
- "Sex? How's that possible? We're not equipped..."
("Sexo? Como isso é possível? Não somos equipados...")
Doutor - "Let's just say I made an addition to my program."
("Digamos apenas que fiz uma adição ao meu programa.") Torres
- "You may have noticed that some of the crew seem a bit on edge when you're
around."
("Deve ter percebido que alguns na tripulação ficam meio ansiosos quando
está por perto.")
Seven - "I was Borg. I elicit apprehension."
("Eu fui Borg. Causo apreensão.")
Torres - "No, that's not what I mean. We're not afraid that you're going
to assimilate us. We're just not used to... you just... you're rude."
("Não, não é isso que quero dizer. Não estamos com medo de que
nos assimile. Apenas não estamos acostumados... você só... você é grossa.")
Seven - "I'm rude."
("Eu sou grossa.") Doutor - "Stop
breathing down my neck!"
("Pare de respirar no meu pescoço!")
Doutor 2
- "My breathing is merely a simulation."
("Minha respiração é meramente uma simulação.")
Doutor - "So is my neck. Stop it anyway!"
("Meu pescoço também. Pare do mesmo jeito!") Torres
- "You killed him?"
("Você o matou?")
Seven - "It was a mild shock. He will recover."
("Foi um choque leve. Ele se recuperará.")
Janeway - "And when he does?"
("E quando ele se recuperar?")
Seven - "He wasn't responding to diplomacy."
("Ele não estava respondendo à diplomacia.") Chakotay
- "You got through to Starfleet?"
("Você contatou a Frota Estelar?")
Doutor - "I spoke directly with headquarters. Apparently, Voyager was
declared officially lost fourteen months ago. I set the record straight. I
told them everything that's happened to this crew. They said they would
contact your families to tell them the news and promised that they won't stop
until they've found a way to get Voyager back home. And they asked me to relay
a message. They wanted you to know you're no longer alone."
("Falei diretamente com o quartel-general. Aparentemente, a Voyager foi
declarada oficialmente perdida há quatorze meses. Eu corrigi os registros.
Contei a eles tudo o que aconteceu com esta tripulação. Eles disseram que
vão contatar as suas famílias para contar as notícias e prometeram que não
vão parar até que encontrem um meio de levar a Voyager para casa. E me
pediram para transmitir uma mensagem. Eles querem que saibam que não estão
mais sozinhos.")
Janeway - "Sixty thousand light years... seems a little closer today."
("Sessenta mil anos-luz... parecem um pouco menos hoje.") Trivia:
Neste episódio, a Voyager está nas coordenadas 18.205.47, a 60.000 anos-luz
do Quadrante Alfa.
Segundo o protocolo 28 de segurança da Frota, subseção D, no evento de
invasão alienígena hostil o holograma médico deve se desativar e aguardar
socorro.
A
Federação está em guerra com os Dominions, conforme foi estabelecido em Deep
Space Nine, mas os Romulanos ainda não entraram no conflito.
A
Frota Estelar havia concluído há quatorze meses que a Voyager estava
oficialmente perdida.
Torres
está usando um novo jaleco de trabalho para esconder a gravidez da atriz
Roxann Dawson.
Os Hirogens são introuzidos brevemente no episódio e se tornarão a grande
ameaça da tripulação nos próximos segmentos.
O EMH-2 diz que os Romulanos não se envolveram no conflito entre a Federação
e os Dominion. "Message in a Bottle" foi exibido cerca de três
meses antes de "In The Pale Moonlight", segmento de Deep
Space Nine em que a raça se alia à Federação e aos Klingons na guerra.
"Message in a Bottle" marca o primeiro contato estabelecido
entre a Voyager e a Federação.
O número de registro da Prometheus (NX-59650) é
mais baixo que o da Voyager (NCC-74656). Isso descredita a teoria de que as naves mais
novas recebem números maiores.
Judson Scott já participou de outras
produções da franquia. Fez Joachim, em "Jornada nas Estrelas - A Ira
de Khan", e Sobi, no episódio "Symbiosis", da
primeira temporada de A Nova Geração.
Tiny Ron também fez diversas aparições em Deep Space Nine. Esteve em "Prophet
Motive", "Ferengi Love Songs", "Profit and
Lace", "The Emperor's New Cloak" e "Dogs of
War". Ficha
técnica: Direção de
Nancy Malone Escrito por Rick Williams Exibido em 21/01/1998
Produção: 082 Elenco: Kate
Mulgrew como Kathryn Janeway Robert Beltran como
Chakotay Roxann Biggs-Dawson como B'Elanna Torres Robert
Duncan McNeill como Tom Paris Ethan Phillips como
Neelix Robert Picardo como Doutor Tim Russ
como Tuvok Jeri Ryan como Seven of Nine
Garrett Wang como Harry Kim Elenco
convidado:
Andy Dick como EMH-2
Judson Scott como Rekar
Valerie Wildman como Nevala
Tiny Ron como Idrin
Tony Sears como oficial da Frota
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