Voyager
Temporada 4

Análise do episódio por
Daniel Sasaki



 









 

MANCHETE DO EPISÓDIO
Tripulantes são atacados em seus sonhos

Episódio anterior   |   Próximo episódio

Sinopse:

Data Estelar: 51471.3.

Depois de uma noite de sono agitado, a tripulação percebe que todos a bordo da Voyager tiveram pesadelos envolvendo o mesmo alienígena. A preocupação começa quando vários oficiais não despertam. Chakotay espera descobrir o que se passa, tentando uma técnica chamada de sonho lúcido, que lhe permite tomar o controle dos eventos enquanto dorme.

Ao dormir, o comandante encontra o alienígena em questão e pergunta-lhe sobre o que está acontecendo com os colegas. Descobre que, para aquela espécie, o estado do sonho é a realidade. Durante séculos, a raça foi ameaçada pelas "espécies acordadas" e agora eles decidiram retaliar. Chakotay é informado de que se Voyager deixar aquela região, a tripulação vai acordar. Assim é feito. Contudo, ao chegar à fronteira determinada, a nave é atacada.

Os alienígenas invadem e tomam o controle de tudo. Enquanto a tripulação tenta retomar a Voyager, Chakotay percebe que ainda está sonhando. Deixa o seu sonho lúcido e acorda na Enfermaria. O Doutor lhe diz que todos a bordo estão dormindo e que os padrões neurais deles mostram que vivenciam o mesmo sonho. Os alienígenas têm a vantagem no sonho, mas Chakotay percebe que se encontrar os corpos dos alienígenas enquanto estiver acordado, mudará a situação. No sonho, Janeway e os outros são mantidos reféns, mas começam a desconfiar que aquilo não é real. Quando a capitã sai ilesa de uma explosão do núcleo do reator, descobre que, de fato, ainda está sonhando.

Quanto mais próximo fica dos alienígenas, mais Chakotay enfrenta dificuldades em se manter acordado. Por fim, encontra-os em uma caverna, deitados ao lado de um grande transmissor que é responsável por mantê-los em estado de sono. Ele usa o estimulante que o Doutor lhe preparou em um dos inimigos e ordena que o aparelho seja desativado. Na Voyager, o Doutor tem ordens de disparar contra o local se o alienígena não aceitar a exigência. Ameaçados de destruição, os invasores neutralizam sua tecnologia e libertam a tripulação, que passa a acordar normalmente.

 

Comentários:

"Waking Moments" é típico exemplar de episódio mediano - o que Voyager faz melhor que ninguém. É engraçado, tem linhas de diálogo impagáveis, mas não consegue passar disso. Acaba fazendo jus à tradição da série: consolida-se como o "divertimento da hora" e só. O único questionamento científico que se consegue espremer é: como seria se uma sociedade existisse em realidade mental semelhante ao que consideramos fantasia? Dizem reviewers estrangeiros: "Ora, ela tomaria o controle da Voyager por motivos que não se pode explicar"!

Realmente, faltam aos alienígenas motivos para atacar e invadir a Voyager. À medida que a trama se desenvolve, descobre-se apenas que a tripulação foi posta para dormir e tornada refém. Em momento algum, o telespectador encontra as razões por trás das ações da espécie. O que eles querem com a Voyager? Por que confinar os tripulantes na área de carga? Em todo o episódio perdura a busca por respostas, mas elas nunca chegam. Eles aparentam, apenas, ser patologicamente neuróticos.

Ao fã - atento ou não - fica complicado entender o acordar e dormir de Chakotay. Ela desperta de seu sonho... e, depois, desperta de novo. Ele próprio já não sabe se está dormindo ou acordado. O uso da imagem da lua da Terra tenta amenizar a confusão um pouco. Ela é peça-chave no momento em que o comandante a vê na tela principal da Ponte e, logo mais, quando vê o planeta dos alienígenas. Era o que distinguia a realidade do irreal.

Não há muito mais o que tratar sobre o segmento. Resta dizer que as "ondas cerebrais idênticas", que, segundo o Doutor, explicam o sonho coletivo da tripulação, não convencem. Se cada um está vivenciando o sonho sob uma perspectiva única, por que os padrões neurais haveriam de ser iguais? Tecnobaboseira permeando roteiros de Jornada. Enfim, "Waking Moments" passa por ter seus instantes engraçados, como a conversa impagável entre Janeway e Tuvok no turboelevador. Mas é totalmente dispensável à trama maior. Em nada acrescenta à longa viagem da Voyager em direção à Terra.

 

Citações:

Janeway - "Tell me more about your dream. Where exactly did you see the alien?"
("Conte-me mais sobre o seu sonho. Onde, exatamente, viu o alienígena?")
Tuvok - "As a matter of fact, it was here in the turbolift."

("Na verdade, foi aqui, no turboelevador.")
Janeway - "What happened?"
("O que aconteceu?")
Tuvok - "The alien simply stared at me as if scrutinizing my appearance."

("O alienígena simplesmente me encarou, como se estivesse ridicularizando a minha aparência.")
Janeway - "That's what happened in my dream. What did you do?"
("Foi o que aconteceu no meu sonho. O que você fez?")
Tuvok - "I returned to my quarters."
("Eu retornei para os meus aposentos.")
Janeway - "Did the alien follow you?"
("O alienígena o seguiu?")
Tuvok - "He did."

("Sim.")
Janeway - "And then?"
("E então?")
Tuvok - "He watched me."
("Ele me observou.")
Janeway - "Doing what?"
("Fazendo o quê?")
Tuvok - "Getting dressed."
("Me vestindo.")

Janeway - "Either I've become impervious to antimatter explosions, or we're still dreaming."
("Ou eu sou imune a explosões de anti-matéria, ou ainda estamos sonhando.")
B'Elanna - "A warp core explosion should have destroyed the ship."
("Uma explosão do núcleo do reator deveria ter destruído a nave.")
Janeway - "If I were awake, or if any of this were real. Which it obviously isn't. Things just weren't adding up. Chakotay's disappearance, the warp core failing to eject, and as Chakotay said, lucid dreaming is about taking control so I took a chance."
("Se estivéssemos acordados, ou se tudo isso fosse real. Obviamente não é. As coisas não estavam se encaixando. O desaparecimento de Chakotay, o reator de dobra falhando em ejetar e, como Chakotay disse, sonho lúcido se trata de assumir o controle, então decidi tentar.")
Tuvok
- "Surely there must have been a less extreme method of testing your assumptions. As Captain, you shouldn't be taking chances with your life."
("Certamente, deve ter havido um método menos extremo de testar as suas suposições. Como capitã, não deveria tomar chances com a sua vida.")
Janeway - "I'm touched by your concern, Tuvok."
("Estou tocada com a sua preocupação, Tuvok.")

Trivia:

Na cena em que B'Elanna está na Engenharia cercada de fumaça, pode-se ver, rapidamente, a gravidez avançada de Roxann Dawson. Gravar com a atriz naquelas condições provou-se um grande problema técnico. O departamento de figurino improvisou um novo jaleco, para esconder as formas de Dawson.

Atores contam que Tim Russ realmente estava nú quando Tuvok entrou na Ponte da Voyager. As risadas vistas na tela são genuínas, já que a cena não havia sido ensaiada ou esperada. Sem que os colegas soubessem, Russ, sempre brincalhão nos bastidores, apareceu no cenário com uma prótese que aumentava exageradamente seu pênis.

A USS Voyager pode viajar pelo percurso de um parsec em 24 horas terrestres.

Embora o quarto de Kim já tenha sido mostrado no deck 3 de Voyager, neste episódio é estabelecido que os aposentos do alferes ficam no deck 6, quarto 105-2.

“Waking Moments” é o segundo episódio, de um total de sete, escritos por André Bormanis para Voyager.

 

Ficha técnica:

Direção de Alexander Singer
Escrito por Andre Bormanis
Exibido em 14/01/1998
Produção: 081

Elenco:

Kate Mulgrew como Kathryn Janeway
Robert Beltran como Chakotay
Roxann Biggs-Dawson como B'Elanna Torres
Robert Duncan McNeill como Tom Paris
Ethan Phillips
como Neelix
Robert Picardo como Doutor
Tim Russ como Tuvok
Jeri Ryan
como Seven of Nine
Garrett Wang como Harry Kim

Elenco convidado:

Mark Colson como Alienígena
Jennifer Grundy
como Alferes

Episódio anterior   |   Próximo episódio