MANCHETE
DO EPISÓDIO
Episódio traz ação para a nave, um
Doutor holográfico gagá e seu criador
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Sinopse:
Data
Estelar: 50252.3
Paris
e Torres são confrontados por alienígenas que se materializam em
sua nave auxiliar, disparam uma arma contra eles e desaparecem tão
rápido como tinham aparecido. Embora Paris esteja ferido, Torres se
recupera o bastante para levá-los de volta à Voyager. Neelix conta
a Janeway que não conhece esses alienígenas por nome, apenas por
reputação. Eles atacam qualquer forasteiro que ousa entrar em seu
território, juntando-se em uma nuvem como insetos ferozes.
Infelizmente, traçar um curso em volta da vasta fronteira não é
possível, então Janeway opta por permanecer na rota.
Na enfermaria, o Doutor não consegue
se lembrar de como completar uma operação; os circuitos de memória
do Holograma de Emergência Médica parecem estar se degradando. O
único modo de ajudá-lo seria reiniciar seu programa, mas Torres
revela que se fizer isso, todas as memórias que o Doutor acumulou
ao longo dos dois últimos anos serão perdidas, junto com muito de
sua personalidade. Torres transfere o programa dele para uma recriação
da Estação Júpiter no holodeck, onde seu banco de dados foi
originalmente escrito. Lá, eles encontram uma versão holográfica
do Dr. Lewis Zimmerman, o criador do HEM. "Zimmerman"
explica que o problema do Doutor é compreensível, já que o
programa foi feito para rodar apenas por 1.500 horas.
A
tripulação ajusta os escudos da nave para que ela possa passar
pela rede de sensores dos alienígenas sem ser detectada. Mas, à
medida que a Voyager procede, uma pequena nave dispara um pulso polárico
que a torna novamente visível. A "nuvem" começa a
persegui-la e a tripulação vai aos postos de batalha. As minúsculas
naves se prendem à Voyager e começam a drenar sua energia.
Percebendo que cada nave na nuvem está conectada em nível quântico,
a tripulação cria uma reação em cadeia explosiva que as desativa
a tempo suficiente de atravessar todo o território.
Com
a degradação da memória do Doutor piorando a cada minuto, Kes
convence o programa de Zimmerman a incorporar sua matriz à do médico.
O procedimento funciona, embora leve algum tempo até que saibam se
o Doutor manteve todas as suas memórias.
Comentários:
É
possível identificar duas tramas principais sendo trabalhadas em "The
Swarm". A primeira --e menos relevante-- é a travessia da
Voyager pelo território de uma nova espécie hostil e misteriosa,
cujo nome nem é mencionado na história. A outra envolve o Doutor.
Se apenas um médico holográfico já é puro humor, dois são
entretenimento garantido.
Sobre os alienígenas da semana, o
que se pode dizer é que há originalidade. Eles são incomunicáveis.
A sintaxe de sua língua não pode ser analisada pelo tradutor
universal, logo a comunicação verbal é impossível. Eles também
não falam muito. A única frase que Harry consegue identificar é
"Tarde demais" --isso mexe com a adrenalina do
telespectador. A partir desse momento, o episódio é só ação e
aventura.
Eles
poderiam ser um inimigo em potencial para a série, mas nunca mais são
vistos. Aí é que está o ponto fraco da história. A Voyager
consegue escapar muito fácil da ameaça, e os alienígenas desistem
muito rapidamente do ataque. Para um povo tão meticuloso com suas
fronteiras, isso é meio forçado. Aliás, a solução final toda é
meio forçada e deixa o telespectador um pouco decepcionado. A
Voyager passa 44 minutos se metendo em encrenca, o que deixa a audiência
cheia de adrenalina e ansiedade, mas aí a solução para combater
os alienígenas vem de uma explicação capenga e cheia de
tecnobaboseira proporcionada por Harry Kim. É uma decepção. De
toda forma, a aparição desses novos e misteriosos alienígenas é
uma grande adição ao banco de dados xenobiológicos da nave
perdida da Federação.
Por sorte, o enfoque principal fica
mesmo no desenvolvimento do personagem de Robert Picardo, o Doutor.
Não é à toa que já virou uma tradição dizer que as histórias
centradas no Doc são sempre boas. No caso de "The Swarm",
aborda-se questões éticas, até filosóficas. Novamente tem-se o
sentimento de realidade na série.
O médico da nave, um programa de
computador tentando conquistar respeito e autonomia, de novo traz à
tona o questionamento "afinal, ele é um ser vivo ou uma máquina?",
ao apresentar uma sobrecarga em seu sistema de memória.
Essa
pergunta pesa muito na hora em que se decide apelar à recriação
do Dr. Zimmerman, ao invés de simplesmente reiniciar todo o
programa --procedimento que apagaria as vivências acumuladas pelo
holograma médico. Aqui o Doutor mostra o seu valor. Já não há dúvidas
quanto à sua consciência. Ele tem amigos, respeito. Ele já não
é o mesmo do episódio-piloto.
Os produtores e roteiristas da série
reconhecem no terceiro ano a potencialidade do personagem. Assim, os
fãs podem esperar por diversas outras tramas envolvendo-o. Nesta
temporada, "Real Life" e "Darkling"
são exemplos.
Janeway
está entre os outros destaques do episódio. Ela começou a
temporada bem mais audaciosa e prática. É estranho como se
preocupava tanto com a Primeira Diretriz até pouco tempo atrás e
agora arruma meios de ocultar a Voyager de sensores para atravessar
fronteiras territoriais sem a permissão dos habitantes locais.
Talvez tenha sido a experiência final com os Kazons... É sempre
interessante ver esse lado "Kirk" da capitã. Muitos acham
que é por aí que a série deveria ter seguido. Seria mais
pertinente, honraria melhor a premissa, seria mais realista, crível.
Comentários
quanto aos efeitos especiais são dispensáveis. É só se lembrar
de cenas como a nuvem de naves perseguindo a Voyager.
Só mais uma coisa, a título de
curiosidade. Os fãs também devem prestar bastante atenção em Tom
Paris e B'Elanna Torres nesta temporada
Citações:
Doutor - "All the soprani
seem to have the most irritating personalities. These woman are
arrogant, superior, and condescending. I can't imagine anyone
behaving that way."
("Todas os sopranos parecem ter as personalidades mais
irritantes. Essas mulheres são arrogantes, superiores, e
condescendentes. Não consigo imaginar alguém se comportando
assim.")
Trivia:
Robert Picardo deu suas próprias sugestões sobre o Doutor para os
produtores e roteiristas. Foi dele a idéia da perda de memória do
holograma por causa do excesso de informações inúteis
armazenadas, como ópera.
Tim Russ achou que seu personagem não foi muito bem tratado no episódio.
Quando perguntado sobre a ausência de protestos de Tuvok após a
decisão de Janeway de cruzar aquele espaço alienígena hostil,
Russ respondeu: "Ele objetou na sala de reuniões e eu pedi aos
produtores por mais que uma objeção. Achei que o personagem devia
ter traçado o plano de vôo por aquela região."
Ficha
técnica:
História de Michael Sussman
Direção de Alexander Singer
Exibido em 25/09/1996
Produção: 048
Elenco:
Kate Mulgrew como
Kathryn Janeway
Robert Beltran como Chakotay
Roxann Biggs-Dawson como B'Elanna Torres
Robert Duncan McNeill como Tom Paris
Jennifer Lien como Kes
Ethan Phillips como Neelix
Robert Picardo como Doutor
Tim Russ como Tuvok
Garrett Wang como Harry Kim
Elenco convidado:
Carole Davis como Diva
Steven Houska como Chardis
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