MANCHETE
DO EPISÓDIO
Seska mostra seu veneno e Chakotay
acorda para voltar a suas raízes rebeldes
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Sinopse:
Data Estelar: 49208.5.
Enquanto Chakotay e B'Elanna jogam hoverball no holodeck, a Voyager
recebe uma transmissão com um sinal da Frota Estelar. Animada pela
descoberta, a tripulação altera o curso para detectar a origem da
mensagem mas, ao chegar às coordenadas, é atacada por uma nave
Kazon. Intrusos vêm a bordo e conseguem roubar um dos módulos de
transporte, retornando em seguida para sua nave.
Tentando impedir
que a tecnologia caia nas mãos do inimigo, a capitã ativa o raio
trator e abre um canal. Quem responde é Maje Culluh, o líder dos
Kazon-Nistrim. Ela o informa que o dispositivo em questão foi
projetado especificamente para a Voyager e será de pouco uso para
os Kazon. Entretanto, o Maje assegura que atualizou seus
conhecimentos da tecnologia da Frota. Nesse momento, quem aparece é
Seska, a tripulante que traiu a tripulação na temporada anterior.
Os Kazons conseguem desativar o raio trator e fogem em velocidade de
dobra.
As implicações da aliança entre Seska e Culluh são claras. Os
kazons agora têm uma uma conselheira com experiência tática da
Frota, dos maquis e cardassianos. Culluh planeja usar o módulo
roubado para persuadir as facções rivais a ajudá-lo na conquista
da Voyager. Chakotay conta a Torres que se sente responsável pelas
ações de Seska porque a recrutou aos maquis e, em seguida, deixa a
nave para tentar recuperar o dispositivo por si próprio.
O comandante
consegue se transportar para a ponte dos Kazons e destrói o módulo,
mas é rapidamente capturado e torturado por Culluh, que busca os códigos
de comando da Voyager. Chakotay não os revela.
Quando a Voyager chega para resgatá-lo, outros Majes, reunidos com
o líder dos Nistrim, ordenam que os códigos sejam usados para
desativar seus sistemas, mas logo fica claro que Culluh não os tem.
Seska consegue impedir que Chakotay seja transportado, então
Janeway transporta os Majes Kazons a bordo. Eles concordam em
libertar o oficial e a nave auxiliar em troca de sua liberdade. Mais
tarde, Chakotay fica perplexo quando Seska o informa que enquanto
ele estava inconsciente, ela extraiu uma amostra de seu DNA e agora
está esperando um filho dele.
Comentários:
"Maneuvers"
é um episódio repleto de ação e cenas de batalha, marcando a
volta dos Kazons e de Seska, que a partir desse momento serão os
grandes vilões da segunda temporada. Mas não poderiam faltar as críticas
a certos pontos da história.
Por exemplo, com
todo o arsenal que possui, por que a USS Voyager foi incapaz de
deter uma única nave Kazon? E afinal, qual é a daquela
nave-torpedo? Como os ocupantes poderiam sobreviver a tamanho
impacto? Tuvok que me perdoe, mas vale também destacar a incompetência
da equipe de segurança, que não conseguiu conter dois intrusos
Kazons, que andaram livremente pelos corredores e chegaram à sala
de transportes sem problemas. Outra coisa mal explicada: como Seska
teve acesso aos códigos da Voyager? Os Kazons pareciam se adaptar
às modulações nos escudos com mais rapidez que os Borgs! Mas, críticas
à parte, essa sequência inicial foi bastante agitada e garantia
certa de entretenimento.
Tuvok realmente não devia estar se sentindo muito bem nesse episódio,
pois também não detectou a saída não-autorizada de Chakotay. Aliás,
o Vulcano foi a vítima de um dos maiores problemas de Voyager. A
cada episódio, parece que um dos tripulantes está ali só para
fazer bobagens. A "síndrome de incompetência", criação
involuntária do seriado, costuma vitimar Chakotay. E, pelo início
do episódio, parecia que ele seria mais uma vez o "bobo da
semana". Felizmente, as coisas se reverteram rapidamente e o
troféu acabou ficando com Tuvok.
Chakotay, por outro
lado, brilha como em poucas vezes na série. As cenas que precedem
sua abordagem à nave Kazon e a porterior sessão de tortura e
interrogatório sopram vida em um personagem que, via de regra,
acaba não fazendo mais que apertar botões em um console ao lado da
capitã Janeway.
E por falar em Chakotay, foi bom ver sua identidade Maquis
reaflorando, quando ele decidiu tomar atitudes por si só, ignorando
os protocolos que regem a nave. Parece que em se tratando de Maquis,
o seriado ficou dormente não apenas na segunda temporada, mas nos
sete anos de Voyager, algo que gerou muitas críticas. Daí a
comemoração quando aparecem lampejos assim. Mesmo assim, no final
ele coloca o rabinho entre as pernas diante de Janeway, o que
elimina parte de seu vigor rebelde e vingativo contra Seska
--possivelmente a melhor personagem recorrente que já passou por Voyager.
Foi bastante interessante esse reencontro com Seska, agora já com
leve aparência Cardassiana. Os eventos relatados aqui teriam
impacto profundo no andamento do segundo ano, e culminariam no bom
episódio duplo "Basics", que fecharia a temporada.
"Maneuvers"
inicia um dos períodos de maior continuidade do seriado, quando
surge uma espécie de minissérie centrada no conflito com os Kazons
--vilões sem muito appeal, diga-se de passagem. Aqui, por exemplo,
a interação entre os líderes Kazons foi meio infantil, baseada em
ameaças e conversas inúteis.
Mas todo o ambiente Kazon foi muito bem-construído --não para
eles, que continuam mais paspalhos do que nunca, mas para Seska. A
influência da Cardassiana sobre o Maje Culluh é tão visível que
chega a arder a vista. Obra de um roteiro bem-escrito por Kenneth
Biller e uma direção competente (ou você não reparou em várias
cenas que o enquadramento mostrava Culluh em primeiro plano e Seska
atrás, quase como que comandando sua marionete Kazon?).
A soma de todos os elementos acaba produzindo um resultado
interessante. E foi bom saber que a nave auxiliar foi recuperada ao
final do episódio: uma a menos para aumentar a contagem de naves
infinitas de Voyager...
Citações:
Chakotay - "Easy, B'Elanna.
It's just hoverball."
("Calma, B'Elanna. É só hoverball.")
Seska - "As you can see, I'm in the process of restoring my
Cardassian fisiology."
("Como pode ver, estou no processo de restauração da minha
fisiologia Cardassiana.")
Chakotay - "So now I'm getting advice about controlling my
emotions from you."
("Então agora estou recebendo conselhos de como controlar
minhas emoções de você.")
Trivia:
Martha Hackett retorna como Seska. A
atriz interpretou o papel durante grande parte do primeiro ano sob
maquiagem de Bajoriana.
Antes de embarcar na Voyager,
Hackett já havia encarnado outras personagens em Jornada:
fez uma Tareliana em "All Good Things...", episódio
final de A Nova Geração, mas a cena foi cortada para a versão
final. Além disso, interpretou a Romulana T'Rul em "The
Search, Parts I & II", da terceira temporada de Deep
Space Nine. Também cedeu seus talentos para o jogo "Star
Trek: Klingon".
Em entrevista dada em junho de 1996,
Martha disse: "Tem sido uma ótima experiência. As séries de Jornada
não são como os outros shows --fazem parte da história da televisão.
Significam algo especial para muitas pessoas e realmente dão aos
telespectadores muito o que pensar. Então, para mim, é muito bom
fazer parte de Voyager. Jornada é um fenômeno e
sempre tive bons momentos com a equipe e elenco durante as filmagens
da série --e não dá para pedir mais que isso!"
Mantendo uma continuidade no seriado,
também retorna o ator Anthony DeLongis como o Maje Culluh dos
Kazon-Nistrim, personagem introduzido em "State
of Flux", do primeiro ano.
Ficha
técnica:
Escrito por Kenneth Biller
Direção de David Livingston
Exibido em 20/11/1995
Produção: 027
Elenco:
Kate Mulgrew como
Kathryn Janeway
Robert Beltran como Chakotay
Roxann Biggs-Dawson como B'Elanna Torres
Robert Duncan McNeill como Tom Paris
Jennifer Lien como Kes
Ethan Phillips como Neelix
Robert Picardo como Doutor
Tim Russ como Tuvok
Garrett Wang como Harry Kim
Elenco convidado:
Martha Hackett como Seska
Anthony De Longis como Culluh
Terry Lester como Haron
John Gegenhuber como Kelat
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