Data Estelar: 390.5
Data Terrestre: 2254
Sinopse:
Pike e os outros estão presos, sendo
atacados pelos Temazi, juntamente com os Klingons liderados por
Kaaj. Somente quando Klingons e federados resolvem trabalhar
juntos que ambos conseguem escapar da massa enfurecida.
Depois de fugirem, Kaaj quer matar Pike,
acusando o capitão da Enterprise de tê-lo levado à desgraça no
Império Klingon, depois da humilhante derrota em Pharos. A
Klingon Virka, entretanto, convence seu capitão de que a hora da
vingança não é agora --todos precisam trabalhar juntos se
querem sobreviver.
Enquanto isso, um habitante local se prepara
para a ofensiva final contra os alienígenas invasores. Ele
liberta o Thanatos, a poderosa máquina de matar deixada por uma
raça ancestral e ambicionada pelos Klingons, e ordena que ele
persiga Pike, Kaaj e os demais.
Em órbita, a Enterprise encontra duas naves
Klingons. Questionada pelos alienígenas, a Número Um,
supervisionada pelo almirante April, diz aos Klingons que a
Federação está lá apenas para estudar os Temazi. O capitão
Klingon, por outro lado, dispensa a falsidade e diz que está lá
para evitar que o Thanatos caia em outras mãos que não as dos
Klingons. Ele afirma que irá destruir toda a superfície do
planeta. April recomenda à Número Um que se prepare para atacar
os Klingons, mas ela se recusa, dizendo que está lá para manter
a paz, não iniciar uma guerra. Sua política, entretanto, logo se
mostra falha, pois os Klingons não hesitam em atacar a Enterprise.
Na superfície do planeta, o Thanatos inicia
sua perseguição a Pike, Kaaj e os demais. O Klingon, num acesso
de bravura, decide ficar para trás e destruir a máquina. À
custa de sua própria vida, ele tem sucesso, mas outras delas
estão ainda em funcionamento. O grupo de Pike entretanto ganha
tempo suficiente para partir em uma nave auxiliar Klingon.
Chegando à órbita do planeta, eles são
perseguidos por um Thanatos. April ordena que a Enterprise destrua
o mecanismo, mas a onda de choque resultante destrói uma das
naves Klingons e atira a nave auxiliar com Pike e os outros para
fora de controle. Um dos destroços da nave Klingon atinge a
Enterprise. Com o impacto, a Número Um cai no chão e bate a
cabeça, ficando inconsciente. April então assume o comando da
Enterprise, com más notícias: não há mais sinal da nave
auxiliar Klingon que transportava Pike, Spock e Boyce.
Comentários
Com esse cliff-hanger interrompido termina a
saga de Early Voyages. E a última história publicada
mantém a qualidade excepcional das edições anteriores.
A única crítica que se faz a esse último
episódio é a natureza mundana do tal Thanatos. Na primeira parte
da história, tudo levava a crer que essa tal máquina deixada por
antigos alienígenas para os Temazi tinha poderes além da
imaginação. Mas quando, agora, descobrimos que Kaaj, sozinho,
pode destruir um dos bichos, e a Enterprise, do espaço, dá conta
fácil de outro deles, toda a noção de que federados e Klingons
poderiam estar disputando a posse do equipamento perde o sentido.
Em compensação, a história oferece uma
qualidade sem precedentes no desenvolvimento dos personagens. O
almirante Robert April aparece como um elemento extremamente
bem-acabado, não só extraindo o melhor da Número Um e da
tenente Mohindas, até então praticamente esquecida na série,
como desenvolvendo uma vida própria. April é um personagem
fascinante, e seu estilo analítico e antiquado reforça
enormemente a sensação de nostalgia da série. Até seu sexismo
declarado ajuda a transportar o leitor para o que seria um seriado
de Jornada refletindo a década de 1950.
No planeta, temos finalmente mais
informação sobre Kaaj e sua história pregressa no Império
Klingon. É uma pena que os autores tenham optado por matá-lo
aqui, agora que sua personalidade se tornou ainda mais
interessante aos olhos dos leitores. Também é verdade que não
adiantaria nada mantê-lo vivo, com o cancelamento da
publicação, mas ainda assim sua morte soou prematura.
Boyce também apresenta uma faceta
desesperada que ainda não tínhamos visto, quando Pike está
conduzindo a nave auxiliar ao espaço. Uma pena que não houve
tempo para que entendêssemos melhor o que estava acontecendo ali.
De toda forma, é mais um sinal de que os roteiristas sabiam
exatamente para onde estavam levando os personagens.
A arte de Javier Pulido mais uma vez é
espetacular. As cenas espaciais perdem muito do vigor com seus
traços limpos e quase caricatos, mas o ambiente que envolve os
personagens sai enriquecido de sua arte. Robert April em especial
é representado com uma imponência digna do nome.
Depois de 17 edições, tudo que resta é o
lamento pelo fim dessa que foi provavelmente uma das mais
bem-planejadas e executadas séries de quadrinhos de Jornada.