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Universo paralelo

Star Trek Early Voyages, nº 17 – junho de 1998
32 páginas
"Nemesis"

História: Dan Abnett e Ian Edginton
Desenhista: Javier Pulido
Arte-final: Steve Moncuse
Cor: Marie Javins
Letras: Janice Chiang & The Human Touch
Editora: Bobbie Chase
Editor interino: Bob Harras

Material produzido por Salvador Nogueira para o Trek Brasilis

 

Data Estelar: 390.5
Data Terrestre: 2254

Sinopse:

Pike e os outros estão presos, sendo atacados pelos Temazi, juntamente com os Klingons liderados por Kaaj. Somente quando Klingons e federados resolvem trabalhar juntos que ambos conseguem escapar da massa enfurecida.

Depois de fugirem, Kaaj quer matar Pike, acusando o capitão da Enterprise de tê-lo levado à desgraça no Império Klingon, depois da humilhante derrota em Pharos. A Klingon Virka, entretanto, convence seu capitão de que a hora da vingança não é agora --todos precisam trabalhar juntos se querem sobreviver.

Enquanto isso, um habitante local se prepara para a ofensiva final contra os alienígenas invasores. Ele liberta o Thanatos, a poderosa máquina de matar deixada por uma raça ancestral e ambicionada pelos Klingons, e ordena que ele persiga Pike, Kaaj e os demais.

Em órbita, a Enterprise encontra duas naves Klingons. Questionada pelos alienígenas, a Número Um, supervisionada pelo almirante April, diz aos Klingons que a Federação está lá apenas para estudar os Temazi. O capitão Klingon, por outro lado, dispensa a falsidade e diz que está lá para evitar que o Thanatos caia em outras mãos que não as dos Klingons. Ele afirma que irá destruir toda a superfície do planeta. April recomenda à Número Um que se prepare para atacar os Klingons, mas ela se recusa, dizendo que está lá para manter a paz, não iniciar uma guerra. Sua política, entretanto, logo se mostra falha, pois os Klingons não hesitam em atacar a Enterprise.

Na superfície do planeta, o Thanatos inicia sua perseguição a Pike, Kaaj e os demais. O Klingon, num acesso de bravura, decide ficar para trás e destruir a máquina. À custa de sua própria vida, ele tem sucesso, mas outras delas estão ainda em funcionamento. O grupo de Pike entretanto ganha tempo suficiente para partir em uma nave auxiliar Klingon.

Chegando à órbita do planeta, eles são perseguidos por um Thanatos. April ordena que a Enterprise destrua o mecanismo, mas a onda de choque resultante destrói uma das naves Klingons e atira a nave auxiliar com Pike e os outros para fora de controle. Um dos destroços da nave Klingon atinge a Enterprise. Com o impacto, a Número Um cai no chão e bate a cabeça, ficando inconsciente. April então assume o comando da Enterprise, com más notícias: não há mais sinal da nave auxiliar Klingon que transportava Pike, Spock e Boyce.

Comentários

Com esse cliff-hanger interrompido termina a saga de Early Voyages. E a última história publicada mantém a qualidade excepcional das edições anteriores.

A única crítica que se faz a esse último episódio é a natureza mundana do tal Thanatos. Na primeira parte da história, tudo levava a crer que essa tal máquina deixada por antigos alienígenas para os Temazi tinha poderes além da imaginação. Mas quando, agora, descobrimos que Kaaj, sozinho, pode destruir um dos bichos, e a Enterprise, do espaço, dá conta fácil de outro deles, toda a noção de que federados e Klingons poderiam estar disputando a posse do equipamento perde o sentido.

Em compensação, a história oferece uma qualidade sem precedentes no desenvolvimento dos personagens. O almirante Robert April aparece como um elemento extremamente bem-acabado, não só extraindo o melhor da Número Um e da tenente Mohindas, até então praticamente esquecida na série, como desenvolvendo uma vida própria. April é um personagem fascinante, e seu estilo analítico e antiquado reforça enormemente a sensação de nostalgia da série. Até seu sexismo declarado ajuda a transportar o leitor para o que seria um seriado de Jornada refletindo a década de 1950.

No planeta, temos finalmente mais informação sobre Kaaj e sua história pregressa no Império Klingon. É uma pena que os autores tenham optado por matá-lo aqui, agora que sua personalidade se tornou ainda mais interessante aos olhos dos leitores. Também é verdade que não adiantaria nada mantê-lo vivo, com o cancelamento da publicação, mas ainda assim sua morte soou prematura.

Boyce também apresenta uma faceta desesperada que ainda não tínhamos visto, quando Pike está conduzindo a nave auxiliar ao espaço. Uma pena que não houve tempo para que entendêssemos melhor o que estava acontecendo ali. De toda forma, é mais um sinal de que os roteiristas sabiam exatamente para onde estavam levando os personagens.

A arte de Javier Pulido mais uma vez é espetacular. As cenas espaciais perdem muito do vigor com seus traços limpos e quase caricatos, mas o ambiente que envolve os personagens sai enriquecido de sua arte. Robert April em especial é representado com uma imponência digna do nome.

Depois de 17 edições, tudo que resta é o lamento pelo fim dessa que foi provavelmente uma das mais bem-planejadas e executadas séries de quadrinhos de Jornada.