Data Estelar: desconhecida
Data Terrestre: desconhecida
Sinopse:
Colt se vê cercada por dois oficiais da
Frota. Ela foge deles e percebe que a Enterprise está
estranhamente vazia. Ao correr ainda mais, ela descobre que está
mesmo na Enterprise, mas que a nave está instalada no Museu
Smithsonian, na Terra, como parte de uma exposição. Os oficiais
continuam correndo atrás dela. Com agilidade e destreza
incríveis, a ordenança consegue fugir do prédio.
Ela percebe, entretanto, que ainda está
sendo seguida por um homem. Ela rende este homem, a fim de saber
por que ele está atrás dela. Ele se revela Jim Kirk, um capitão
de uma nave cargueira chamada Bounty. Ele desconfia que ela seja
Mia Colt, a ordenança da Enterprise que desapareceu décadas
atrás sem deixar vestígio.
Os dois contam um ao outro suas histórias.
Colt conta como foi parar ali, por meio do artefato que ela pegou
em Argol II. Kirk, por sua vez, relembra como o sumiço da
ordenança mudou sua vida. Ele estava saindo da Academia,
formando-se oficial da Frota Estelar, quando tudo aconteceu.
Originalmente ele seria designado para um posto na Farragut, sob o
capitão Garrovick, mas com o sumiço de Colt ele acabou designado
para a Enterprise, sob o capitão Pike.
Pike, por sua vez, não aceitou bem a
segunda troca trágica de ordenança em poucos meses, e tratou
Kirk com o maior desprezo possível. O oficial passou um ano a
bordo da Enterprise antes de desistir da Frota e tornar-se um
capitão de cargueiro comercial.
Colt está disposta a tudo para retornar a
sua época de origem, e pede ajuda a Kirk. Ele decide que vale a
pena tentar levá-la de volta a Argol, na esperança de restaurar
a vida que ele teria se ela não tivesse sumido. O problema é que
o planeta agora está dentro do território Klingon. Mesmo assim,
a tripulação de Kirk concorda em arriscar a vida para ajudar
Colt.
Ao adentrar o espaço Klingon, a nave é
atacada por um cruzador de batalha comandado pelo general Chang. O
Bounty está para ser destruído quando a Enterprise-A entra em
cena, comandada por Pike. A nave Klingon foge diante da
inferioridade numérica, mas Pike em seguida já ordena que Kirk
se renda, por violação do espaço Klingon.
Continua...
Comentários
Embora a história siga com a mesma
qualidade da edição anterior, alguns tropeços fazem o leitor
pensar que talvez a equipe já estivesse com problemas para manter
a publicação e sua qualidade. Primeiro que uma história chamada
"Futures, Part I" obrigatoriamente pediria uma
"Futures, Part II". Alternativamente, seria possível
dispensar os "Part" e usar em cada uma um nome
diferente. Vemos entretanto uma miscelânea, quando abrimos o
volume e descobrimos a história "Future Tense, Part
II"!
Nada grave --afinal, o que seria de Jornada
nas Estrelas sem os bloopers?--, mas é um sinal de que as
coisas não andavam tão bem nos bastidores de Early Voyages.
Outro tropeço, esse ainda mais impressionante, é quando somos
obrigados a nos confrontar novamente com os dois guardas da Frota
que tentam capturar a ordenança Colt. No fim da edição anterior
eram um negro e um loiro, e agora são um moreno caucasiano e um
loiro! O tropeço foi tão notado que um dos leitores da revista
chegou a escrever para perguntar do ocorrido. A resposta dos
editores foi bem-humorada, como não poderia deixar de ser:
"Sabe, o que nós ainda estamos tentando entender é como a
ordenança Colt nunca soou o alarme sobre esses malditos
transmorfos!"
Provavelmente os erros de continuidade
--irrelevantes nos termos da história, mas sem dúvida
incômodos, até pela simplicidade-- tenham a ver com a mudança
de desenhista e de arte-finalista de uma edição para outra.
Zircher está de volta à publicação, trazendo novamente seus
traços de extremo realismo, em uma edição que certamente os
iria exigir --afinal, alguém precisaria desenhar direito o bom e
velho Jim Kirk!
A história aqui tem dois personagens
principais --Colt e Kirk--, mas fica óbvio que o segundo, até
por seu status lendário em Jornada, rouba a cena. É interessante
a forma como Abnett e Edginton desenvolveram esse universo
paralelo, sustentado apenas em uma única mudança: o
desaparecimento da ordenança da Enterprise, décadas atrás. O
desvio de rota na vida de Kirk é especialmente convincente, assim
como os traços de personalidade daí derivados.
Óbvio, algumas coisas são convenientes
demais, como termos Scotty como engenheiro de Kirk, mas dão um
toque de nostalgia ainda mais especial à edição. Aliás,
nostalgia é a palavra-chave aqui. Além de Kirk e Scotty, temos a
aparição da Enterprise-A, com todos os seus tripulantes, e a
volta do general Klingon Chang ao universo de Jornada, um
personagem que certamente merecia aparecer mais do que seu único
momento de glória em "Jornada nas Estrelas VI - A Terra
Desconhecida".
Por fim, vale dar um crédito aos
roteiristas por conseguirem fazer algo que Ronald Moore e Brannon
Braga não conseguiram fazer em "Generations",
colocar dois capitães heróicos e admiráveis em conflito. A
idéia original para "Generations" era ter algo
como Picard versus Kirk, mas ninguém conseguiu desenvolver bem a
história deste modo. Em compensação, Abnett e Edginton fazem o
impossível e conseguem colocar Kirk e Pike em posições opostas
e de conflito. Mas este é um assunto para a próxima edição...