Star Trek Early Voyages, nº 12 – janeiro de 1998
32 páginas
"Futures, Part I"

História: Dan Abnett e Ian Edginton
Desenhista: Mike Collins
Arte-final: Greg Adams
Cor: Marie Javins
Letras: Janice Chiang
Editora: Bobbie Chase
Editor interino: Bob Harras

Data Estelar: 389.4
Data Terrestre: 2254

Sinopse:

A Enterprise e a Nelson estão em reparos na base estelar de Algol II, após o violento confronto com os Chakuuns. Pelo menos a investida conseguiu pôr fim ao conflito entre a Assembléia Tholiana e a Federação. Enquanto o engenheiro Grace coordena os esforços de recuperação da nave, Pike se defronta com a responsabilidade de escrever condolências às famílias das vítimas da batalha.

Enquanto alguns oficiais tiram licença em Algol, planeta conhecido por suas incríveis cidades de vidro, Pike e Boyce comentam sobre o que o comodoro Strickland pode estar querendo com a Número Um, ao chamá-la para conversar na superfície do planeta.

A Número Um, entretanto, não está menos apreensiva, quando descobre que Strickland lhe chamou para oferecer o comando da Nelson, que perdeu sua tripulação sênior na batalha contra os Chakuuns. A primeiro-oficial ainda não estava se sentindo pronta para a promoção, desejando permanecer mais tempo a bordo da Enterprise sob o comando de Pike. Insegura de que rumo seguir, ela promete ao comodoro que terá a resposta até o fim da noite.

Ainda na superfície, Colt e Tyler visitam o lugar conhecido como Poço dos Amanhãs, onde os antigos habitantes de Algol prediziam o futuro, há mais de 10 mil anos. Eles encontram uma pequena esfera que, segundo a lenda, seria capaz de mostrar o futuro à pessoa que o segurasse. Ao segurar a esfera de vidro, Tyler se viu no futuro, mais velho, comandando uma nave estelar. Embora ele não revele sua visão a Colt, ela percebe que ele viu algo e fica incomodada por não conseguir observar seu próprio futuro.

De volta à Enterprise, Pike está preparando para descer à superfície de Algol para licença quando recebe ordens secretas do Comando da Frota Estelar, que obrigam ele mesmo, Spock e Boyce partirem em uma missão confidencial. Os rumores correm soltos a bordo da Enterprise sobre a promoção da Número Um, mas ela revela que decidiu permanecer com a nave, recusando a capitania.

Pike diz que terá de partir, e que ela estará no comando da nave, mas será supervisionada por um oficial enviado pela Frota --ninguém menos que o almirante Robert April, o primeiro comandante da Enterprise.

Tyler e Colt voltam à nave, e a ordenança traz secretamente o artefato do Poço dos Amanhãs. Ela está intrigada com as estranhas leituras de táquions detectadas por seu tricorder. Quando ela decide excitar as partículas para ver o que acontece, ela desaparece, para desespero de Tyler.

Quando ela volta a aparecer, continua a bordo da Enterprise, mas mal dá dois passos e é cercada por dois oficiais da Frota Estelar de várias décadas após seu desaparecimento, dizendo que ela está presa, por estar em uma área restrita.

Continua...

Comentários

"Futures, Part I" começa de forma bem convencional, desenvolvendo para a Número Um o dilema de abandonar a Enterprise ou perder a chance de ganhar seu próprio comando. Nesse sentido, o segmento lembra muito a mesma situação enfrentada por William Riker, em "The Best of Both Worlds".

Entretanto, as semelhanças param por aí. Diferentemente do que ocorre no episódio da Nova Geração, aqui temos muito mais chance de observar a reação da tripulação ao dilema da Número Um. Isso cobre desde o que foi visto em "The Best of Both Worlds", com o subordinado imediato cobiçando a posição de primeiro-oficial (em A Nova Geração, era Shelby; aqui é Mohindas) até as discussões de Pike com seu engenheiro sobre quando a oficial decidiria contar ao capitão sobre a proposta do comodoro Strickland.

Nesse sentido, a história faz muito mais para desenvolver os personagens e o espírito de camaradagem da tripulação que o episódio da Nova Geração fez por Riker e pela tripulação da Enterprise-D. Agora, o que não se pode negar é que parece ser bastante óbvio que a Número Um vai acabar não deixando a Enterprise. Se por um lado, o enredo é bom para desenvolver o personagem, ele peca pela alta previsibilidade.

Por sorte, a história não depende somente disso para se sustentar. O enredo abre três diferentes fronts: um com a missão secreta de Pike, outro com a relação da Número Um com o almirante April e um terceiro com a estranha aventura de Colt com o Poço dos Amanhãs. Nenhum dos três ficará sem ser abordado pelos roteiristas, o que oferecerá a maior serialização das histórias já feita pela revista, só cortada por seu abrupto cancelamento.

O fluxo natural exige que a primeira questão a ser abordada seja a da ordenança Colt --onde ocorre o "cliffhanger" para a próxima edição. Embora os fãs já antecipem que a ordenança foi parar algumas décadas no futuro, na época dos filmes da Série Clássica, ninguém poderia imaginar a surpresa que os roteiristas estariam planejando...

Resumindo, "Futures, Part I" foi uma história puramente de preparação. Abriram-se três enredos e agora é só esperar para ver como eles, um a um, vão se fechando. Sem dúvida foi um belo começo. Mas, por enquanto, só um começo...