“O
espaço, a fronteira final...” Sempre
que ouvimos esta expressão de Kirk ou Picard, pensamos na USS Enterprise saindo por aí em busca do desconhecido e apresentando
suas novas aventuras sobre o futuro da humanidade. Mas há uma aventura
literária que fala da tripulação clássica da nave se envolvendo num problema
cabal e anterior a todos nós. Esta é a história
contada por Diane Carey e James I. Kirkland em "First Frontier", obra
publicada pela Pocket Books há mais de dez anos, em 1995. A
tripulação original está aqui envolvida num teste de uma
nova tecnologia de escudos defletores para as naves da Frota Estelar. Junto com
a Enterprise, estão a USS
Farragut e a USS Exeter,
participando da operação, próximas a uma região de instabilidade provocada por
Izzell, uma estrela gigante que possui um intenso brilho azul e uma enorme gravidade
e energia. Quando a Enterprise
entra em velocidade de dobra próximo a Izell, cai numa fenda temporal e tudo,
tudo mesmo muda.
Aqui vemos um tema recorrente das viagens no tempo para mostrar uma galáxia onde
a humanidade não existe. E isto se dá porque a Terra está dominada pelos dinossauros,
que jamais seriam substituídos pela humanidade porque não houve a queda de um
fatídico meteoro na região da América do Norte, formando o Golfo do México
e apagando o Sol, o que impossibilitou o desenvolvimento dos dinossauros e permitiu
que nós, os primatas, tomássemos conta do planeta. Vale lembrar que este
tema já foi especulado num episódio de Voyager
chamado "Distant
Origin".
Ou seja, sem o meteoro, nem eu, nem você, nem o TB, estaria aqui com nossas
insignificantes vidinhas num universo de mais de 100 bilhões de galáxias. Kirk
e sua turma encontraram Klingons, Vulcanos e Romulanos um pouco diferentes daquilo
que conhecem por não terem tido relacionamento algum com a Federação. Eles se
sentem, literalmente, como um peixe fora d’água, pois nada daquilo que conhecem
existe, nem é tão significativo nesta linha de tempo. Desse
ponto do livro em diante, vem todo um jogo de negociações e intrigas para prever
suas intenções pacíficas e direcionadas para voltarem ao seu presente. Mas antes
é necessário impedir as razões pelas quais o meteoro foi desviado da rota de colisão
com a Terra. Assim,
a trama de "First Frontier" se completa com a presença de um
povo dinossauróide acostumado a viver isolado em seu planeta. Por isso temos nessa
linha de tempo a existência do clã dos "Ru". Uma missão encabeçada pelo
povo Ru foi enviada a uma primitiva Terra para desviar o meteoro e deixar aflorar
apenas o contingente de répteis jurássicos primitivos, num estágio anterior dos
homens das cavernas. Eles construíram uma máquina defletora lançada ao espaço
para impedir a existência de nossa espécie.
Como a Primeira Diretriz não se aplicaria neste caso, Kirk procura intervir para
restabelecer o curso dos acontecimentos de nosso tempo. É bom lembrar que, caso
a diretriz máxima da Frota exigisse algum tipo de conformismo à situação,
isso não seria problema para Kirk e sua gente, vide as diversas vezes em que foi
"chutado o pau da barraca" para nos proporcionar algum tipo de aventura.
Não contarei o jeito que nosso heróico capitão dá para vencer as dificuldades,
apesar da perna quebrada, do racha no clã dos Ru, e na dupla Klingons que acompanha
a missão da Enterprise. Deixo as dúvidas e as inquietudes
no ar e sugiro ler o livro. Mas, gostaria de dizer que Kirk é desafiado e desrespeitado
abertamente por um de seus subordinados, sem que isso resulte em sua prisão. Retornando
ao seu tempo, o capitão reencontra os Ru, que pensam seriamente em fazer
parte da Federação, e talvez isso seja um dos motivos da intensa hostilidade dos
Gorn, aqueles outros lagartos bípedes,
conforme já vimos no episódio clássico "Arena".
Enfim,
são 383 páginas de narrativa sobre as ações mais ou menos conhecidas do público
acostumado com a tripulação da Frota Estelar .Vale dizer que romance é interessante
por explorar um aspecto pouco apresentado nas séries de Star Trek, como
é o caso do mundo primitivo. Aí a gente se sente envolvido por uma ambientação
bem mais comum em outras produções, como "Elo Perdido" e "Jurassic Park", o que não é nada ruim, em nome da combinação.
Afinal,
trata-se da combinação entre centenas de anos à nossa frente com os milhões de
anos atrás de nós, que afetam a nossa vidinha ordinária do presente...
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