MANCHETE
DO EPISÓDIO
Episódio desenvolve Spock e apresenta elementos da política
da Federação
Episódio
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Data Estelar:
3842.3.
A USS Enterprise é incumbida
de transportar vários embaixadores de diferentes raças alienígenas para uma conferência
que iria determinar a admissão de Coridian, um sistema estelar, na Federação.
Coridian possui um suprimento quase ilimitado de cristais de dilítio, mas a pequena
população e a falta de governo permitiram que operações ilegais de mineração por
estrangeiros interessados apenas em explorar seus recursos naturais ocorressem.
Sarek é o embaixador
de Vulcano, e está acompanhado pela sua esposa Amanda – que é humana – e que para
surpresa de Kirk e McCoy, são os pais de Spock. Também para surpresa de Kirk,
Sarek mostra-se extremamente frio e distante de Spock, aparentemente por que Spock
escolheu devotar sua vida à Frota Estelar em vez da Academia de Vulcano. A
conferência terá lugar num planeta neutro, com nome de código “Babel”. McCoy questiona
Amanda sobre Spock e descobre que, enquanto criança, ele teve um animal de estimação,
mas este “bichinho” tinha quase 2 metros de altura e garras afiadas. Enquanto
isso, Uhura detecta uma transmissão não identificada vinda de dentro da Enterprise,
e subsequentemente, Chekov detecta uma pequena nave de origem desconhecida em
curso paralelo ao da nave, exatamente fora do alcance dos phasers e em velocidade
de Dobra 10. O
Tenente Joseph relata que o embaixador Telarita Gav foi encontrado assassinado.
McCoy conclui que a morte foi instantânea, causada pela quebra do pescoço da vítima
por algum “expert” na arte de matar. Spock explica que os Vulcanos possuem método
semelhante de terminar com a vida, chamado de Tal-Shaya, fazendo com que Sarek
seja um suspeito da morte do Telarita, já que havia se envolvido numa altercação
com ele, após acusar seu povo de serem contrabandistas de Coridian. No entanto,
quando Kirk começa a questionar o embaixador Vulcano, Sarek sofre um ataque cardiaco
e explica que, no momento em que Gav fora morto, ele tivera outro ataque que o
impossibilitaria de ter cometido qualquer crime. Enquanto
isso, Spock detecta emissões de tritanio do casco de uma nave alienígena depois
dela transmitir uma mensagem. Uhura determina que a mensagem foi recebida em algum
lugar à bordo da Enterprise. No entanto, Spock não é capaz de decodificar o fragmento
da mensagem que Uhura interceptou. Sarek revela que teve três ataques cardíacos
previamente e que vinha tomando Bengacidrina para combater o problema. Ele necessitava
de uma cirurgia de coração aberto, mas a Enterprise não possuia depósitos de sangue
suficientes para a realização da cirurgia, principalmente por causa do tipo sanguíneo
raro do embaixador, tipo T negativo. Apesar do fato de que o sangue de Spock era
uma mistura de fatores humanos e Vulcanos, ele se dispõe a doar seu sangue para
uma transfusão para Sarek, após McCoy usar um estimulante experimental para aumentar
a taxa de produção de sangue. Thelev,
um membro da equipe do embaixador Andoriano luta com Kirk e acaba por esfaqueá-lo.
O Capitão requer cuidados médicos, então Spock tem que assumir o comando da Enterprise.
Nestas circunstâncias, ele relata que não poderá mais realizar a transfusão para
Sarek e não poderá passar o comando da nave para mais ninguém por que ele era
a pessoa mais qualificada para o comando sob aquelas circunstâncias. Amanda, sua
mãe implora para que ele mude de idéia, mas Spock se recusa. Finalmente,
Kirk finge estar totalmente curado de seus ferimentos – com a aprovação relutante
de McCoy – e retoma o controle da Enterprise, ordenando que Spock se apresentasse
à enfermaria. Uhura detecta outra transmissão originaria da Enterprise, e desta
vez consegue triangular o sinal, descobrindo que ele se originava da cela onde
o Andoriano estava preso. Uma busca da segurança revelou um transmissor escondido
em uma de suas antenas, que mostrou-se falsa. A
Enterprise é atacada pela nave alienígena que a rondava, enquanto Sarek e Spock
estavam na mesa de cirurgia, fazendo com que suas vidas ficassem em perigo. A
nave se move muito rápido, fazendo com que a Enterprise não consiga atingí-la,
enquanto o inimigo consegue atirar contra a nave de Kirk inúmeras vezes, fazendo
com que ela perdesse um de seus escudos. Kirk então, engana seus inimigos desligando
os escudos e boa parte da energia da Enterprise, fazendo com que seus atacantes
acreditem que a nave está à deriva e impotente. Quando a nave alienígena parte
para o suposto ataque final, Kirk atinge-os com os Phasers e desabilita-os. No
entanto, antes de propor sua rendição, os inimigos se auto-destroem. O
prisioneiro Andoriano, junto com seus comparsas, aparentemente tentava semear
a discórdia e a desconfiança entre os membros da Federação, mas acabou por se
matar após auto-administrar uma dose de veneno, logo após seus colegas na nave
alienígena terem se auto-destruído. No entanto, Spock, que estava se recuperando
da cirurgia, conclui que os perpetradores eram de Orion, já que os Orianos eram
conhecidos contrabandistas de dilítio de Coridian e, portanto, estavam ansiosos
para prevenir a interferência em seus esquemas. McCoy confina os convalescentes
Kirk e Spock na enfermaria, inclusive ordenando que ambos fiquem calados.
Comentários: Jorney
to Babel é o episodio mais complexo e mais importante da segunda temporada
da Série Clássica, pois lida com vários
de seus elementos mais fundamentais. A descoberta da relação conturbada de Spock
com seu pai e a revelação de um pouco do cenário político da Federação num ambiente
cercado de mistério, graças ao assassinato do embaixador Telarita, com direito
a USS Enterprise sendo perseguida por uma nave desconhecida, convergem para uma
realização de grande importância para dar personalidade a série. Temos
algumas afluentes que deságuam na mesmo rio (ou seria o contrario !?), mas o eixo
principal sobre qual gira o roteiro é relação de Spock com seu pai, Sarek, por
isto tratemos disto, primeiramente. Ao longo da existência da Série
Clássica, alguns episódios foram veículos importantes para que Leonard
Nimoy pudesse adicionar tijolos a construção de seu personagem .
“The Naked Time”, “The Menagerie”, “The Galileo Seven”, da primeira temporada,
e nesta segundo ano de vida, o clássico “Amok
Time”. Todos acrescentaram elementos que nos ajudariam a entender a forma
de pensar e agir de Spock, mas ainda havia uma questão importante? O que o motiva
? Esta questão parece ser em parte respondida em Jorney
to Babel, que vem acrescentar ao personagem um importante Background, ao
apresentar sua família a audiência. Esta apresentação é claro, feita em grande
estilo. Descobrimos aqui que o pai do primeiro oficial da Enterprise é um importante
representante de um dos mais importantes planetas da Federação, Sarek, De Vulcano.
Além é claro, de dar um toque de continuidade aos eventos de
“Amok Time”, quando McCoy ficou surpreso pelo fato de T´Pau, uma pessoa
de extrema importância em seu planeta, estar presidindo a cerimônia de casamento
de Spock, tal revelação acrescenta enorme importância a escolha de Spock em se
dedicar a uma carreira na Frota Estelar.
Não bastasse Spock ter abandonado um futuro promissor, sendo herdeiro de um nome
importante em seu planeta de origem, a desaprovação desta escolha por seu pai
torna a dimensão desta ainda mais importante. Qual a lógica por trás dela ? Acredito
que esta resposta se tornou clara para os fãs ao longo dos anos, mas a primeira
pista da charada pode ser encontrada nas palavras de sua mãe, Amanda, quando ela
está conversando com Kirk, após a gafe do capitão na engenharia. “It
hasn't been easy on Spock. Neither human nor Vulcan. At home nowhere ... except
Starfleet.” A lógica sugere que a principal motivação por trás
da escolha de Spock seria a de procurar seu próprio caminho, conquistando por
merecimento seu espaço. Podemos especular que, devido a sua herança mestiça, Spock
sofreria preconceitos entre os Vulcanos “puros”, e estes certamente questionariam
os seus méritos, uma vez que certamente herdaria o nome do pai, mas não o respeito
deste. Pena que Gene Roddenberry não quisesse
conceder a Serie Animada às benções da
canonicidade, pois o episodio “Yesteryear”
é um elemento riquíssimo nesta abordagem das motivações do personagem.
Ainda no terreno da especulação, fica aparente que Spock em algum momento
decidiu pela Frota Estelar como forma de buscar esta independência, e talvez seja
este o verdadeiro motivo da desaprovação de Sarek, que deixa claro, com todas
as letras, que esperava que seu filho seguisse seus passos, em Vulcano. Se a ida
de Spock para a Frota Estelar representava a sua libertação e a sua busca por
uma identidade própria, para seu pai representava um ato de rebeldia. Típica relação
entre o filho adolescente e pai que não consegue ver méritos nas escolhas deste
filho. Dezoito anos depois, as motivações continuam, mas se não sabemos
como era a relação de pai e filho quando estes discordaram de forma tão intensa,
é fácil observamos um avanço na forma como cada parte considera o problema. Spock
está visivelmente desconfortável com a situação, e deixa claro, a todo momento
que está aberto a reiniciar a relação com Sarek, embora este pareça irredutível.
Mas Sarek, como bem diagnosticou sua esposa, Amanda, nutre um orgulho quase humano
pelas realizações do filho, embora não queira admiti-lo. Um impasse.
Notem que a brincadeira do “Ursinho de Pelúcia” (teddy bear), que não poderia
ter acontecido sem a provocação de nenhum outro senão McCoy, não acontece por
acaso. Além de nos divertir, como sempre, fornece a oportunidade perfeita para
que possamos descobrir que Sarek não esta tão indiferente ao que cerca seu filho
como parece. A manifestação da doença de Sarek a bordo da Enterprise,
desencadeando os eventos que culminariam no inicio da aproximação entre e pai
e filho parece perfeitamente justificada, quando descobrimos que este desistiu
da aposentadoria “precoce”( a qual deve ter escolhido em função da descoberta
de seu problema) para tomar parte nesta conferencia. Fica claro ao longo do episodio
a importância de Sarek neste encontro que acontece em momento tenso da política
da Federação. Sarek sabia dos riscos, mas reconhecia a importância de que a coisa
certa fosse feita, e neste ponto, além de justificar coincidências, ele demonstra
o mesmo caráter do filho. A súbita piora da condição de Sarek, e a necessidade
de uma cirurgia de emergência colocam Spock na condição de poder salvar a vida
de seu pai, e dar ao nosso vulcano uma chance de reverter o quadro das relações
entre os dois, mas quando Kirk é incapacitado pelo ataque do Falso Andoriano,
Spock se vê entre o dever com o seu pai e o dever com a Frota. Para Spock, a escolha
é lógica e simples.
Spock tem um dever claro com a Frota Estelar, mas antes de tudo, ele precisa fazer
o que é certo, sob a sua ótica, e mais importante, sob a ótica de seu pai. Se
Sarek estava disposto a sacrificar a sua vida por compreender a importância de
seu papel para seu povo, é claro e cristalino que Sarek não esperaria outra coisa
de seu filho que não aceitar suas obrigações, acima de todas as coisas e a qualquer
custo. Para demonstrar a seu pai o quanto o ama, Spock precisa correr o risco
de deixá-lo morrer, e como conseqüência, perder o único amor incondicional que
sempre teve, o de sua mãe. Um dilema aparentemente sem solução. E deste
paradoxo nasce uma das cenas mais poderosas e emocionantes de Jornada
nas Estrelas. Jane Wyatt e Leonard Nimoy protagonizam em Jorney
to Babel, um dos momentos mais emocionantes da serie, quando a mãe de spock
cobra deste que ajude a seu pai. A atriz, que tem um desempenho excelente ao longo
do episodio, se torna brilhante nesta cena, em que Leonard Nimoy também demonstra
toda a sua capacidade como ator. Demonstrar todo o seu sofrimento e ao mesmo tempo
não descaracterizar o personagem que ele criou é uma tarefa digna de Hercules,
mas ele consegue de forma notável. Felizmente para todos, Kirk fornece
a resposta a equação, e é claro, ganha com isto mais uma oportunidade de salvar
o dia. Ao fingir estar bem para retornar ao posto, permite que Spock salve a vida
de Sarek, e de quebra, acrescenta mais pontos na sua carreira de herói intergaláctico,
salvando a nave mesmo ferido, embora aqueles Orions
tenham caído no truque de “Fingir de morto” tão fácil, que quase dá pena,
não é verdade ? Mas deixemos isto de lado, pois não há duvida que Kirk acharia
uma solução, como sempre. Outro aspecto da trama é a questão política.
Desde que passamos a conviver com Jornadas nas
Estrelas, passamos a ouvir da Frota Estelar, e da Federação dos Planetas
Unidos. É claro e comum que com o sucesso de Jornada
nossa curiosidade a respeito desta Federação aumentasse, mas durante muito
tempo, esta Federação jamais passou de um nome nas linhas de roteiro, uma vez
que Jornada sempre esteve voltada para
a forma como os seres humanos daquele ambiente se relacionam com o meio externo
e não para suas relações internas. Aqui, pela primeira vez, podemos observar
um pouco da política desta organização, e a impressão que fica é que as coisas
estavam bem longe da panacéia que esta Federação se tornaria nos tempos da Nova
Geração, que estavam por vir. Tal cenário torna a existência da Frota Estelar
uma questão interessante. Sendo a Frota uma organização interplanetária, com seus
membros oriundos de diversos planetas membros, qual seria a sua posição caso ocorrese
a Guerra entre estes membros, conforme parecia ser possível, de acordo com as
questões levantadas por McCoy e Spock ao longo do episodio? O quadro
pintado pelos eventos de Jorney to Babel apontam
para a conclusão de que a Frota Estelar parece ser um organismo que aceita membros
de outros mundos, mas não que seja ela a única representação de força destes.
O autor ousaria especular que neste ponto, devido a total presença dos humanos
como seus membros majoritários, a Frota Estelar ainda é a uma organização essencialmente
terrestre, embora a serviço da Federação, pelo menos na Série
Clássica. Tal conclusão parece reforçada pelas declaração de Amanda
ao dizer que “Vulcanos não aprovam a força”.Embora ela negue, mas Sarek não parece
totalmente disposto a acreditar no papel pacifico da Frota Estelar, e sendo ele
um representante importante de um dos mais importantes, senão o mais importante
planeta desta Federação, é fácil concluir que esta opinião é compartilhada por
outros. Ao mesmo tempo, tal constatação, junto com o retorno das relações de Spock
com seu pai, poderia ser representar também um fato político importante.
Afinal, o sucesso e ascensão do filho de um embaixador respeitado dentro e fora
de seu planeta (lembremos que o embaixador Gav diz que outros seguirão o voto
de Vulcano, quando a questão de Coridan é levantada) poderia acelerar uma aproximação
de Vulcano da Frota Estelar e adicionar ainda mais importância ao papel desta
organização. Tudo isto é claro, é apenas especulação, mas vale apenas como observação
do quanto pode ser retirado deste segmento da Serie
Clássica. De volta ao episodio, é a vez de falarmos de nossos
coadjuvantes. Kelley, cujo personagem realiza a operação mais importante de toda
franquia, tem participação competente, porem apenas pontual. Na cena em que ele
descobre que Spock tinha um “ursinho” a expressão no rosto do ator é absolutamente
impagável, e a cena final onde ele “finalmente tem a ultima palavra” também está
nos anais da Série Clássica, embora nesta,
Jane Wyatt, Leonard Nimoy e Mark Lenard tenham contribuído de forma maravilhosa
para o tradicional final simpático. Os três conseguiram uma interação incrível,
alcançando total credibilidade em sua missão de se mostrar para a audiência como
uma familia de verdade. Shatner também é coadjuvante aqui, mas tem
grandes momentos ao longo do episodio. Para começar, a missão da Enterprise de
conduzir os representantes da Federação até Babel
imputa a nave a seu capitão uma responsabilidade e uma importância sem
precedentes. Até então a Enterprise era mais uma entre as naves da Frota Estelar,
em sua missão de explorar novos mundos e novas civilizações, mas a missão de transportar
membros tão importantes, tendo que mediar conflitos num ambiente tão volátil eleva
a nave, sua tripulação e seu comandante a outro patamar de importância.
Como conseqüência, Kirk, a quem conhecemos como um homem de ação, deve agora assumir
a postura de diplomata, ao menos temporariamente, o que ele faz com sucesso, mesmo
que ainda use um pouco da boa e velha "diplomacia Cowboy" de vez em
quando. Shatner consegue passar a audiência à noção de que seu personagem tem
esta capacidade em todas as suas intervenções. O capitão passa tranqüilidade
a decisão com muita habilidade, e sem exageros. Da mesma forma o ator transmite
sinceridade sempre que demonstra a sua preocupação para com a situação do amigo
Spock. Méritos de Shatner, que ainda teria a chance de salvar o dia, mais uma
vez, é claro, ao usar de toda a sua malandragem para derrotar o seu perseguidor
invisível. Por ultima e não menos importante, está a presença do saudoso
Mark Lenard, interpretando Sarek. O ator que já havia sido brilhante em “The
Balance of Terror”, interpretando um comandante Romulano reaparece desta
vez como um importante embaixador Vulcano e pai de Spock. Desnecessário, porem
justo, dizer que Lenard conseguiu personificar um vulcano tão nobre e sincero
quanto Spock, o que não é tarefa fácil. Não é a toa que o ator é dos mais populares
entre os fãs da Série Clássica. Como nem tudo é perfeito existem alguns
problemas no segmento. Começando pela ameaça a Enterprise, que parece um pouco
mal calculada. É difícil imaginar que bastaria a nave Orion acelerar ao máximo
para poder sobrepor-se a Enterprise, mesmo considerando a desorientação causada
pelo assassinato do embaixador Telarita a bordo. Alias este assassinato parece
ter sido desnecessário para a desenrolar da trama, uma vez que o mistério sugerido
rapidamente evaporou com o ritmo alucinante do episodio. Também precisamos
ter certa dose de boa vontade para não nos perguntar por que a Frota Estelar não
teria colocado mais naves apoiando a Enterprise, em virtude da importância da
missão a cargo de Kirk e seus tripulantes. Se tal situação é comum e até justificavel
ao longo da Série Clássica, neste segmento toma certo ar de absurdo, devido a
todo cenario já exposto anteriormente. A insegurança de McCoy quanto
a sua capacidade de realizar a operação em Sarek parece exagerada, pois tendo
um vulcano a bordo ele deveria estar mais familiarizado com a anatomia vulcana
do que demonstrou. Seria mais simples e ainda assim eficiente que McCoy se mostrasse
preocupado em realizar uma operação tão delicada, apenas pela criticidade da situação
em si, sem a necessidade de exagerar na dose. Mas talvez o maior problema
de todos, e razão dos outros citados, seja a quantidade de questões que o segmento
levanta em tão pouco tempo, o que deixa pouco espaço para que boas idéias possam
dar os frutos que deveriam. Isto não compromete o episodio, mas exige uma certa
dose de “Suspensão de descrença” por parte do espectador. Jorney
to Babel merece tal distinção, mas talvez este tivesse sido muito mais
rico e produtivo caso fosse realizado em duas partes. Com certeza havia assunto
para isto, sem falar em material para futuros desbobramentos. No fim
de tudo, temos política, nobreza, sacrifício, mistério e heroísmo, elementos movidos
por roteiro com grande inspiração, e realizado a perfeição pelos atores, que somados
ao talento de Jane Wyatt e Mark Lenard, e a integração destes a já consagrada
química de Shatner, Nimoy e Kelley, resultam em mais um episodio clássico de Jornada
nas Estrelas. . Citações:
Amanda:
"Vulcans believe peace should not depend on force.” ("Vulcanos
acreditam que a paz não deve depender da força".) Spock:
"Vulcans do not approve of violence." ("Vulcanos não aprovam
a violência".) Spock:
"It [being a Vulcan] means to adopt a philosophy, a way of life which is
logical and beneficial. We cannot disregard that philosophy merely for personal
gain, no matter how important that gain might be." ("Ser vulcano
significa adotar uma filosofia, um modo de via o qual é lógico e benéfico. Nos
não podemos negligenciar essa filosofia meramente para o ganho pessoal, não importa
o quanto importante este possa ser.") Spock:
"It would be illogical to kill without reason." ("Seria
ilógico matar sem uma razão.") Sarek:
"Offense is a human emotion." ("Ofensa é uma emoçao humana.") Spock:
"There is no logic in Thelev's attack upon the captain. There is no logic
in Gav's murder." ("Não há lógica no ataque de Thelev ao capitão.
Não há lógica no assassinato de Gav.") Shras: "Perhaps you
shuld forget logic and devote yourself to motivations of passion or gain. Those
are reasons for murder." ("Talvez você deva esquecer a lógica
e devotar-se a motivações de paixão ou ganho. Estas são razões para assassinato.") Spock:
"Oh, yes, you humans have that emotional need to express gratitude. You're
welcome, I believe, is the correct response." ("Oh, sim, vocês
humanos têm a necessidade emocional de expressar gratidão. Não tem de quê, acredito,
é a resposta correta.") McCoy: "A teddy bear..."
("Um ursinho...") Spock: "Not precisely, Doctor.
On Vulcan the 'teddy bears' are alive and they have six-inch fangs."
("Não precisamente, Doutor. Em vulcano, “ursinhos” são vivos, e tem garras
de quinze centímetros.") Sarek:
"One does not thank logic, Amanda." ("Não se agradece à
lógica, Amanda.") Amanda:
"Logic! Logic! I'm sick to death of logic. Do you want to know how I feel
about logic?" ("Lógica! Lógica! Eu estou farta de lógica. Você
quer saber o que eu sinto sobre a lógica?") Spock:
"Emotional, isn't she?" ("Emocional ela, não?")
Sarek:
"She has always been that way." ("Ela sempre foi desta
maneira") Spock: "Indeed? Why did you marry her?" ("Verdade?
Então por que se casou com ela?") Sarek: "At the time it seemed
the logic thing to do." ("Na ocasião parecia a coisa lógica
a fazer.") Trivia:
Primeira aparição dos Telaritas, que voltariam a Série
Clássica em “Whom Gods Destroy”,
da Terceira temporada. A raça retornaria a Jornada
nas Estrelas em Enterprise, nos
episódios Dead Stop, Bounty, Babel One e United.
Podemos encontrar um Andoriano, visto de passagem, em The
Gamesters of Triskelion. Eles voltariam a Série
Clássica em Whom Gods Destroy, da
Terceira temporada, mas a raça viraria figurinha carimbada em Enterprise,
com presença em 10 episódios da serie.
Os
Orions voltariam a Jornada nas Estrelas no
episodio da Serie Animada, The Pirates of Orion.
Depois em DS9, nos episódios The
Begotten, A Simple Investigation, Honor Among Thieves, Prodigal Daughter,
e em Enterprise, nos episódios Borderland
e Bound.
O planeta Coridan, alvo da disputa, voltaria a ser citado em Shadows
of P'Jem – Enterprise, Sarek – TNG, e One Little Ship – DS9.
Sarek e Amanda, que haviam sido apenas citados em
This Side of Paradise, são apresentados. O saudoso Mark
Lenard retornaria ao encarnar o pai de Spock em nos filmes III, IV, V e
VI, e nos episódios Sarek e Unification - Part
I, da TNG.
Mark Lenard é o único ator de Jornada
nas Estrelas a representar a três principais raças da Serie
Clássica. Balance of Terror - Comandante
Romulano- , Journey to Babel, Sarek,
Unification - Part I, Star Trek III, Star Trek IV, Star Trek VI e Sarek
(Sarek de Vulcano) e Star Trek I - Capitão
Klingon -.
Jane Wyatt retornaria nos filmes III e
IV como Amanda.
Jane Wyatt ganhou três prêmios Emmy
nos anos de 1958, 59 e 60 pela sua participação na serie Father
Knows Best (Papai Sabe Tudo).
No episodio de DS9 Favor the Bold, ficamos sabendo da existência da USS
Sarek.
Um quadro de Sarek pode ser visto no refeitório da USS Enterprise em Jornada
nas Estrelas VI.
O Ursinho de Spock, I-Chaya, um animal conhecido como sehlat, é visto em "Yesteryear",
da Série Animada.
No roteiro original, Sarek e sua comitiva eram tele-transportados a bordo da Enterprise.
Devido ao estouro do orçamento, principalmente por causa do alto custo das maquiagens
dos Andorianos e Telaritas, faltou dinheiro para o feito do transporte e o roteiro
foi alterado, permitindo o uso do material de Galileo
Seven.
O campo de Tantalus usado no episodio "Mirror,
Mirror", pode ser encontrado na enfermaria da Enterprise.
Enterprise usaria este episodio como fonte
de inspiração de um de seus melhores segmentos, Babel
One. No episodio, a NX 01 leva Telaritas para uma conferencia de paz no
planeta Babel, para uma tentativa de estabelecer um tratado de paz entre este
povo e o Andorianos. Infelizmente foi logo após a exibição de Babel
One que seria feito o anuncio oficial do cancelamento da série.
Ficha
técnica: Escrito
por D.C. Fontana Direção de Joseph Pevney Música de Gerald
Fried Exibido em 17 de novembro de 1967 Produção: 44 Elenco:
William Shatner como James Tiberius
Kirk Leonard Nimoy como Spock DeForest Kelley
como Leonard H. McCoy Nichelle Nichols como Uhura George
Takei como Hikaru Sulu
Elenco convidado: Jane
Wyatt como Amanda Grayson Mark Lenard como Sarek William
O'Connell como Thelev Majel Barrett como Christine Chapel
John Wheeler as Gav James X. Mitchell como tenente Josephs
Reggie Nalder como Shras
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Sinopse: Alexandre
Bortuluci Edição: Daniel
Sasaki |