MANCHETE
DO EPISÓDIO
Alegoria clássica trás Guerra
do Vietnã ao debate
Episódio
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Data Estelar:
4211.4.
Kirk, Spock e McCoy descem
até um planeta para obterem espécimes biológicos vegetais. McCoy reporta que o
planeta é um tesouro médico. Kirk conhece o planeta por ser o primeiro mundo em
que ele participou de um grupo avançado, 13 anos antes. Kirk diz a Spock que os
habitantes do planeta são pacíficos e que estão apenas começando a forjar o ferro.
No entanto, o capitão fica extremamente surpreso em ver alguns aldeões com rifles
esperando para atocaiar nativos das montanhas, entre eles um antigo amigo chamado
Tyree. Para distrair os aldeões, Kirk atira uma pedra perto destes, o que faz
com que um deles dispare o rifle acidentalmente. Mas, isso faz com que ele e Spock
sejam perseguidos, com Spock sendo baleado enquanto tenta escapar. O
grupo de descida é teletransportado de volta à Enterprise, onde tomam conhecimento
de uma nave Klingon próxima ao planeta. Kirk faz com que a nave fique escondida
dos Klingons colocando-a atrás do planeta. O Capitão especula que os Klingons
violaram o tratado que colocava planetas neutros restritos apenas a pesquisas
científicas, e que eles proveram os aldeões com os rifles que viu na superfície.
Kirk e McCoy voltam ao planeta para investigar as atividades Klingons, deixando
o Dr. M’Benga responsável pelo ferido Spock. Logo
após o teletransporte, Kirk é atacado por uma criatura nativa do planeta, uma
espécie de gorila albino venenoso com espinhos nas costas e um chifre denominado
Mugato. Não existe antídoto para o veneno deste animal, mas os montaheses acham
McCoy e Kirk e os levam até Tyree, que é agora o líder destes nativos. Sua esposa,
Nona, é uma curandeira, assim como também é manipuladora e sedenta de poder. Ela
cura Kirk usando a raiz de uma planta chamada Mako, fazendo com que Tyree corte
a sua mão. Após Kirk ser curado, o ferimento na mão de Nona também desaparece.
Tyree relata que
as armas de fogo são fabricadas pelos aldeões, e que elas apareceram cerca de
um ano antes. Nona quer que o Capitão Kirk use seus Phasers para aniquilar os
Aldeões para fazer de seu marido um homem poderoso. Ela fica extremamente desapontada
quando Tyree insiste em não matar e quando Kirk reluta em dividir seus conhecimentos
sobre armas. Kirk
e McCoy entram na vila e descobrem o Klingon Krell explicando ao líder dos aldeões,
Apella, o funcionamento de inovações tecnológicas avançadas demais para aquela
sociedade primitiva. Infelizmente, eles são descobertos quando McCoy acidentalmente
aciona seu tricorder, mas com sorte e astúcia eles conseguem escapar. Enquanto
isso, Spock se recupera a bordo da Enterprise: ele diz à enfermeira Chapel para
que ela bata nele, para que possa sair de seu transe de recuperação auto-induzido.
A enfermeira fica hesitante no início, mas começa a golpeá-lo. Scotty, que fica
chocado de vê-la fazer isso, tenta contê-la, mas o Dr. M’Benga chega e continua
a bater em Spock, que com ajuda de um indutor de dor, consegue sair de seu transe.
No planeta, Kirk
fornece aos montanheses rifles, notando a clara analogia entre os conflitos no
continente asiático da Terra séculos atrás. Neste conflito, Kirk diz que duas
grandes potências lutaram advogando armas e suprimentos a dois lados opostos com
igual força destrutiva, com óbvias referências à Guerra do Vietnam. Nona
usa uma erva para seduzir Kirk, e mesmo Tyree testemunha a sedução, ele é incapaz
de apertar o gatilho da arma que carregava, preferindo fugir do local. Enquanto
isso, Nona é atacada por um Mugato e Kirk usa o Phaser para matar o animal. Nona
paga o favor atingindo Kirk na cabeça com uma pedra e roubando a arma do capitão.
No entanto, quando ela tenta se voltar para os Aldeões, estes estão apenas interessados
em molestá-la. Quando
os montanheses chegam, os aldeões matam Nona, acreditando que ela tentava enganá-los.
Os Aldeões são mortos pelos montanheses, mas Tyree está louco de ódio por causa
da morte de sua esposa e pede para que Kirk forneça mais armas para que possa
matar seus antagonistas. Kirk então ordena a Scotty que produza rifles para os
montanheses, referindo-se às armas como se fossem “Serpentes para o Jardim do
Éden”. Já na Enterprise, Kirk está aborrecido por ter contribuído para que o povo
do planeta perdesse a inocência, mas entende que não havia nenhuma outra alternativa
a ser tomada. Comentários: Em
1954, o General Eisenhower, então presidente dos Estados
Unidos, começava a meter o nariz no Vietnã.
Embora os narizes ianques fossem sair sangrando de lá, os americanos não foram
os primeiros. Antes deles Franceses, Japoneses, e novamente Franceses já haviam
tentado submeter à região da Indochina a
sua autoridade, mas foi a presença americana que ficou na historia, não só pela
sua violência mas pelos desdobramentos daqueles eventos, posteriormente.
Anos depois, Kennedy envia os primeiros "conselheiros militares" a região,
conselheiros estes transformados em combatentes, depois de sua morte em 1963,
por seu sucessor, o presidente L.Johnson, aumentando a escalada de guerra. Graças
ao incidente do Golfo de Tonquim, em setembro
de 1964 (o qual se provou posteriormente ter sido forjado pelo Pentágono para
justificar a intervenção americana), o Congresso aprova a Resolução do Golfo de
Tonquim, que autorizou o presidente a ampliar ainda mais o envolvimento americano
na região. A presença americana saltaria de 900 homens em 1960, para
atingir o numero de 540 mil soldados em 1969. Esta participação crescente e brutal
incitaria o inicio do movimento da Contra Cultura nos EUA,
que teve enorme influencia nos anos sessenta, não só em seu país de origem, mas
em todo o mundo. Em março de 1968 surge a grande rebelião estudantil no Brasil
contra o regime militar, implantado em 1964. Na França,
dois meses depois, a revolta universitária contra o governo do General de Gaulle.
Outras manifestações ainda ocorreriam no México
e na Alemanha e Itália.
Em 30 de janeiro de 1968, os vietcongs fizeram uma surpreendente ofensiva - a
ofensiva do Ano Tet (o ano lunar Chinês)
- sobre 36 cidades sul-vietnamitas, ocupando inclusive a embaixada americana em
Saigon. A um custo de 33 mil soldados vietcongs
mortos nesta operação, eles obtêm uma espetacular vitória política, obrigando
o presidente Johnson a aceitar negociações para retirada Americana, além de desistir
de tentar a sua reeleição. Neste cenário, em dois de fevereiro de 1968,
ia ao ar pela NBC o episodio de Jornada
nas Estrelas "A Private Little War,". Seria “glorioso” poder
voltar no tempo e perceber qual teria sido o seu impacto na data de sua primeira
exibição, mas como ainda não é possível, o pequeno relato histórico anterior tenta
posicionar este segmento de forma a nos relembrar em que ambiente Genne Roddenberry
levava a TV a sua metáfora do conflito armado no Vietnã.
Quando Kirk descobre que o “Equilíbrio de forças” desta sociedade foi alterado,
por uma ação externa, o que fazer? Como preservar o paraíso da destruição? A partir
deste problema, outras questões vão se sucedendo, obrigando os personagens a fazer
escolhas e tomar decisões, mesmo que não gostem delas. A presença de
uma nave Klingon e o ferimento de Spock
fornecem elementos adicionais ao problema. A USS Enterprise não pode ser comunicar
com a Frota, o que obrigara Kirk a agir de acordo com o seu julgamento. Se tal
situação já atingiu status de clichê na Série
Clássica, por outro lado, todos sabemos o quanto Spock e sua lógica são
importantes para que o capitão possa se orientar quando precisa tomar decisões,
mesmo que eventualmente discorde das orientações de seu primeiro oficial.
Caberá a McCoy tal papel. Embora o bom doutor sempre tenha sido uma voz constante
a ser considerada por Kirk, desta vez sua importância é amplificada em função
tanto da sua condição de único conselheiro, como da importância do dilema que
se seguira, e Kirk terá apenas McCoy como conselheiro, para quem a violência nunca
é uma alternativa. Tal situação provoca certo ineditismo, pois aqui,
mesmo sem o equilíbrio emocional, fornecido por Spock, o capitão precisa agir,
e dá o primeiro passo, decidindo fazer contato com seu amigo Tyree, que ele havia
conhecido treze anos atrás, quando ainda era um jovem tenente. Tal abordagem remove
o elemento impessoal na relação entre Kirk e Tyree, e adiciona um sentimento maior
de responsabilidade sobre o destino daquela gente, diferente de ocorrências anteriores,
como por exemplo, “A Taste of Armaggedom”
. O contato dos homens da Federação com o povo da aldeia aconteceria
inevitavelmente, sendo assim, o ataque do “Mugato” ao capitão serve tão somente
para permitir o posterior “ritual de cura” de Nona , e acrescentar certo misticismo
a questão. Ambiciosa e profunda conhecedora das propriedades terapêuticas (e alucinógenas)
das plantas de seu planeta, ela aproveita a chance para colocar Kirk sob sua esfera
de poder. Nona é ambiciosa, inescrupulosa, e manipuladora, e não tem
o menor constrangimento em usar o seu conhecimento para proveito próprio, mesmo
que custe a vida de seu povo, ou de seu marido. Ela não se importa com nada, desde
que esteja do lado vencedor. A metáfora do episodio é clara, mas levemente
alterada. Se o planeta de Tyree é o paraíso, Nona e ao mesmo tempo Eva e serpente,
o demônio. Da mesma forma que a serpente se aproxima de Eva e passa a manipular
seus pensamentos e sentimentos, Nona faz o mesmo com todos a sua volta, sempre
tramando em favor de seus planos ambiciosos. Embora carregue o segmento
de uma aura poética e mística, elementos que voltaremos a perseguir mais a frente,
tal abordagem acaba sendo inócua, por não ter nenhuma influencia direta na decisão
de Kirk, ou de Tyree, ao final do episodio.
Com Kirk curado, ela transfere a pressão que fazia sobre seu marido para o capitão,
mas este provavelmente chegasse sozinho a conclusão que precisaria armar o povo
de Tyree, e assim, restabelecer o tal “Equilíbrio”, e evitar que seus amigos fossem
subjugados. Mas Nona não quer equilíbrio, ela quer poder superior, com o qual
ninguém concorda. Se Nona representa o mal, tentando empurrar Tyree para a guerra
por motivos mesquinhos, McCoy está do outro lado, atuando como a consciência de
Kirk e lembrando-o o todo momento das conseqüências de suas ações.
O médico da Enterprise sempre esteve ao lado de Kirk em todos os momentos em que
foi preciso, mas McCoy em todo este tempo sempre teve como forte característica
a defesa da paz, como principio. Aqui neste segmento, tal opção é ratificada de
forma incontestável. McCoy não tem duvida quando acha que precisa repreender o
amigo, e o faz com veemência. Tal rigidez de caráter, e a defesa passional de
tudo o que acredita, ajudaram a formar a sua marca registrada e tornaram o médico
tão querido entre os fãs. Aqui tais elementos podem ser vistos em sua plenitude.
Ao confirmar as suspeitas de que são realmente os Klingons que estão fornecendo
armas aos homens da tribo rival, Kirk tem a justificativa necessária para tomar
uma ação em favor do “equilíbrio”, mas ainda há um problema a vencer: a resistência
de Tyree a usar de violência. Tyree na verdade, como toda vitima, jamais percebe
realmente as implicações de tudo o que acontece a sua volta, e como ela caminha
a passos largos para ser expulso do paraiso. O aldeão não acredita na
violência, e por isto mesmo, será um dos primeiros a morrer quando esta for inevitável,
como disse McCoy. Por acreditar nisto, Kirk precisa convencer Tyree a mudar de
idéia, mas é justamente a crença deste que o impede de matar seu amigo, quando
o encontra nos braços de Nona. Mas tudo muda, graças a serpente. Ao roubar
o faser de Kirk e tentar com ele comprar uma posição de destaque na tribo rival,
Nona fornece a motivação que faltava a Tyree para abraçar a violência. Como escreveu
Milton em sua obra “Lost Paradise” :
“Acontece o inevitável, e, quando a mulher volta para ele, oferecendo-lhe
a maçã, Adão não se deixa encantar pelo fruto proibido; as palavras de Satanás
não o enganam; sabe exatamente o que significa o gesto de Eva. Contudo, aceita
o fruto, come-o conscientemente e deliberadamente, por outro motivo: por amor.
Se Eva se perdeu, ele prefere perder-se a ficar separado dela.” A cena
final é simples, porem poderosa e inquietante. McCoy (o anjo) caminha, ferido
e atônito, observando a explosão de violência irromper a sua frente. Ele para
e ajoelha ao lado do corpo de Nona (a serpente), e assiste a tudo impotente. A
serpente esta morta, mas o mal triunfou, e o paraíso nunca mais seria o mesmo
depois disto. Apesar de toda a conotação “bíblica” deste segmento, não
há duvidas de que o seu principal objetivo sempre foi o conflito no Vietnã, e
todas as citações e referencias a “serpente” e ao “paraíso” parecem ter mais a
função de afastar os cães de guarda da censura do ponto principal da trama, como
alias, Jornada nas Estrelas sempre procurou fazer, ao tratar de temas complexos
disfarçados de ficção cientifica. Os Klingons aqui são usados meramente
para introduzir o elemento central da trama que gira em torno da necessidade do
tal equilíbrio de forças, o que seria o mote usado para justificar a corrida armamentista
entre EUA e então URSS
durante os anos da Guerra fria, e talvez por isto muito pouco se fale deles.
Embora os Klingons da Serie Clássica ainda
não estivessem tão bem caracterizados, a forma como este agem aqui, fornecendo
armas rudimentares aos aldeões, e melhorando estes equipamentos de forma gradativa
não vai muito de encontro aos eventos de “Errand
of Mercy”, e da forma como estes são apresentados. Em momento algum o plano
deles é esclarecido, por que este plano na verdade não tem nenhuma importância
para o objetivo do roteiro.
Tanto não tem que, apesar de todo o esforço feito por Kirk e McCoy para recolher
evidencias de que os Klingons estavam fornecendo
armas aos aldeões, o rumo da solução final não é alterado. Se existia um tratado,
e se os Klingons o violaram, haveria a
justificativa para tentar uma “saída diplomática” para a questão. Mas a questão
maior do segmento passa obrigatoriamente pela constatação de como os interesses
de suas forças superiores podem determinar de forma direta ou indireta a vida
de pessoas que sequer imaginam as motivações de seus “aliados”. A luta
de Klingons e Federados para impor o seu
sistema e com isto estender a sua esfera de influencia política passa por cima
dos interesses dos nativos. Estes, pouco sabem sobre sistemas políticos e equilíbrio
de forças, mas serão sem duvida alguma os maiores prejudicados no processo iniciado
pelas duas potências. Os Klingons querem
impor o seu sistema, que a Federação não aceita, o que determina a resposta de
Kirk, que sob o pretexto da sobrevivência da tribo de seu amigo, jogará seu povo
num conflito que custará vidas inocentes de ambos os lados. Neste ponto
o episodio representa com fidelidade a “Teoria do efeito Domino”, com a qual Eisenhower
justificou a intervenção Americana no Vietnã e
outro, pequeno parêntese histórico se faz necessário. . O argumento de
Eisenhower era de que o estabelecimento de um governo comunista, então liderado
Ho Chi Minh, criador do Viet-mihn (Liga da Independência do Vietnã) na Indochima
(zona intermediária entre a Índia e a China, dividida entre o Vietnã,
Laos e o reino do Camboja)
levaria inevitavelmente ao comunismo em todo o Sudeste asiático, como uma “carreira
de pedras de dominó”. Daí era a necessidade da ação ianque. Da mesma
forma, a Federação não pode permitir que os Klingons
estabeleçam uma presença que de visibilidade ao seu sistema. O final do
episodio é na verdade apenas o começo de um futuro que será doloroso para Tyree
e seus homens, sem vencedores, apenas vencidos, e sem heróis. Sobre os
atores, Shatner faz o que se espera dele, mas Kelley tem uma participação precisa
e grandiosa, conduzindo o roteiro de forma magnífica, transferindo toda a dignidade
de seu personagem a trama. A participação de Nancy Kovack como Nona é que pareceu
sempre exagerada. Seria possível alcançar um resultado mais efetivo com
um personagem mais sutil e sagaz, mas a atriz optou por atuação exagerada, destoando
um pouco do contexto mais poético do segmento. Michael Whitney (Tyree) está na
outra extremidade, pois o ator ter muito pouca presença, sem que isto comprometa
o contexto de seu personagem. Em termos de valores próprios, "A
Private Little War," rende pouco. A historia é simples (não confundir
com simplista) porem eficiente, e é mais uma das muitas já contadas sobre o Vietnã,
e em alguns momentos fica a duvida sobre qual é a orientação do segmento, que
chega por vezes a passar a impressão que flerta com a aprovação de certas medidas.
O fato é que se não respostas prontas aqui, todos nós sabemos qual a resposta
errada, e a exibição deste segmento contendo questões tão importantes e pivotais
para a sociedade americana e por que não, para o planeta, merece destaque e mérito
não por encerrar uma discussão, mas simplesmente por propô-la em meio ao decisivo
1968, quando a historia estava sendo mudada. Citações:
Apella:
"I thought my people would grow tired of killing. But you were right, they
see it is easier than trading. And it has its pleasures. I feel it myself. Like
the hunt, but with richer rewards.” ("Eu pensei que meu povo iria
cansar de matar. Mas você estava certo, eles viram que é mais fácil do que trocar.
E tem seus prazeres. Eu mesmo senti. É como caçar, mas com recompensas maiores".) Kirk:
"War isn't a good life, but it's life." ("A Guerra não
é vida boa, mas é vida".) Kirk:
"The only solution is... a balance of power. We arm our side with exactly
that much more. A balance of power -the trickiest, most difficult, dirtiest game
of them all. But the only one that preserves both sides." ("A
única solução é o equilíbrio de forças. Nos armamos nosso lado exatamente com
exatamente o mesmo. Equilíbrio do poder, o mais complicado, mais difícil e mais
sujo dos jogos. Mas o único que preserva ambos os lados.") Nona:
"There is an old custom among my people. When a woman saves a man's life,
he is grateful." ("Existe um antigo costume entre meu povo.
Quando uma mulher salva a vida de um homem, ele lhe é grato.") Kirk:
"We once were as you are. Spears and arrows. There came a time when our weapons
grew faster than our wisdom, and we almost destroyed ourselves. We learned from
this to make a rule during all our travels never to cause the same to happen to
other worlds... just as a man must grow in his own way and his own time."
("Nos já fomos como vocês. Lanças e flechas. Veio um tempo em que nossas
armas cresceram mais rápido do que nossa sabedoria e nos quase destruímos a nos
mesmos. Nos aprendemos e fizemos uma regra para todas as nossas viagens nunca
causem o mesmo a outros mundos. Cada homem deve crescer a sua maneira e em seu
próprio tempo.") Trivia:
Na versão original do roteiro, as referencias ao conflito do Vietnã eram mais
obvias. Os aldeões usavam trajes em estilo Mongol e Apella era descrito como Ho
Chi Mihn. Um Red Shirt seria alvejado, e Spock permaneceria com Kirk no planeta.
Nesta versão, a primeira visita de Kirk teria sido mais recente. O Mugato (ou
Gumato) seria morto por Spock, usando uma lança, e não um faser. Haveria um conflito
anterior entre Kirk e Krell, que teriam se conhecido na
Conferencia de Paz de Orgânia.
Janos Prohaska vestiu a fantasia do Mugato. Prohaska também esteve em The
Devil in the Dark, (horta) como o Mugato, e em “The
Savage Curtain” como Yarnek. Ele também esteve presente no primeiro piloto
da série “The Cage”. Falecido em 13 de
março de 1974 na Califórnia nos EUA.
Brooker Bradshaw, o Doutor M'Benga retornaria a série
Clássica na terceira temporada, no episodio
That Which Survive. Bradshaw faleceu em 1 de Abril de 2003.
Para quem gosta de especular sobre a “mitologia” da Série
Clássica, a forma como os Klingons agem
pode ser explicada pelo que seria um desdobramento dos eventos do já citado episodio
“Errand of Mercy”, que teria levado a Federação e o Império Klingon
a estabelecerem o Tratado de Paz de Orgânia
(Organian Peace Treaty). Tal postulado vagamente conhecido em seu conteúdo,
foi citado nominalmente em “The Trouble With Tribbles”.
Ned Romero, o Klingon Krell, voltaria a Jornada
nas Estrelas em Journey's End, da
sétima temporada da TNG, e em The
Fight da quinta temporada de Voyager.
Nascida em 11 de março de 1935, Nancy Kovack, começou a carreira de atriz aos
20 anos, e teve participações especiais em varias series famosas ao longo de sua
carreira., como Bewitched, Batman, Perry Mason,
The Man from U.N.C.L.E., e Burke's Law. Kovack foi indicada ao Emmy
em 1969 por sua participação em Mannix,
como"Bret Nicols" no episodio: "The
Girl Who Came in with the Tide". Em 1969 Kovack casou-se com o famoso
maestro Zubin Mehta, e desde então escolheu dedicar-se a seu casamento. Após o
casamento ela faria apenas mais uma única participação na TV em 1975, já como
Nancy Mehta.
Quem observar os créditos finais verá que Janos Prohaska está creditado como o
Gumato, não o Mugato. Alguns dizem que foi William Shatner, outros que foi DeForest
Kelley, mas um dos dois pronunciou errado o nome do bicho durante a gravação,
e acabou ficando.
Neural: Este era o nome do planeta de Tyree. Embora nunca seja mencionado em tela,
estava presente no script do episodio.
As pegadas do Mugato vistas aqui foram feitas a partir dos mesmos moldes das pegadas
do Coelho branco de Shore Leave.
Na cena onde Nona tenta “vender” o faser de Kirk aos aldeões, pode-se ver a cidade
de Los Angeles ao fundo. Existem também pinturas de spray nas rochas.
Quando Kirk e McCoy lutam com Apella e Krell, McCoy tenta atingir o aldeão com
um cano, mas erra o golpe. Apesar disto, Apella cai ao chão do mesmo jeito.
Esta uma das duas únicas vezes que vemos McCoy disparar um fazer. A primeira foi
em “The Man Trap”.
Judd Crucis é o pseudônimo de Don Ingalls. Ingalls, diretor do clássico do cinema
catástrofe Aeroporto 75, escreveu também
para a Série Clássica o episodio da primeira
temporada The Alternative Factor.
Numa continuação do segmento, Kirk retornaria ao planeta no episodio da primeira
temporada de A Nova Geração, Too Short a Season,
para tentar tirar o planeta da Guerra Civil que ele havia ajudado a criar. Entretanto
Shatner estava indisponível ou não se interessou, levando a mudança na concepção
inicial planejada para a historia
A musica da cena final quando a Enterprise se afasta do planeta é sombria e trágica,
e não seria ouvida novamente na Serie Clássica.
Ficha
técnica: Escrito
por Judd Crucis e Gene Roddenberry Direção de Marc Daniels Música
de Gerald Fried Exibido em 02 de fevereiro de 1968 Produção:
45 Elenco:
William Shatner como James Tiberius
Kirk Leonard Nimoy como Spock DeForest Kelley
como Leonard H. McCoy Nichelle Nichols como Uhura George
Takei como Hikaru Sulu
Elenco convidado:
Michael
Whitney como Tyree Nancy Kovak como Nona Booker Bradshaw
como Dr. M'Benga Janos Prohaska como Mugatu Majel Barrett como
Christine Chapel Ned Romero como Krell Arthur Bearnard como
Apella Gary Pillar como Yutan
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