Série Clássica
Temporada 1

Análise do episódio por
Carlos Santos



 









 

MANCHETE DO EPISÓDIO
Episódio flerta com a possibilidade
de expor Spock a fortes emoções

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Sinopse:

Data Estelar: 3417.3.

A Enterprise segue em direção a Omicron Ceti III a fim de investigar a suposta perda de um grupo de 150 colonos, os quais deveriam estar mortos devido à ação de um tipo de radiação recentemente descoberto. Porém ao chegar ao planeta, a tripulação da Enterprise descobre os colonos vivos e bem, o que se mostra um mistério, uma vez que a radiação mortal continua a incidir sobre o planeta.

Apesar do aparente bem estar das pessoas em terra, entre elas o líder da colônia, Elias Sandoval, Kirk e Spock parecem céticos em acreditar que o grupo resistiu à radiação. O capitão ordena uma pequena investigação na colônia, que Sandoval descreve como sendo um paraíso, um lugar de paz absoluta. Neste meio tempo, os oficiais da nave são apresentados a uma mulher chamada Leila Kalomi, botânica da expedição e que parece já encontrado Spock anteriormente.

A investigação revela alguns detalhes pitorescos, como a ausência de animais no assentamento, algo estranho para uma colônia agrícola, enquanto Leila e Sandoval, a sós, conversam a respeito do passado comum da moça e Spock. Ela revela que o conheceu seis anos antes, e que se apaixonou, mas obviamente não foi correspondida. Sandoval pergunta se ela gostaria que Spock se tornasse um "deles" e apesar de Leila afirmar não ser possível, Sandoval parece confiante em conseguir tal intento.

McCoy completa os exames em parte do grupo de colonos, exames que revelam que a saúde deles, em todos os aspectos, se encontra em perfeita ordem, e Spock informa não haver nenhum sinal de vida no planeta além dos colonos e da flora. McCoy especula que os animais trazidos da Terra para suprir parte das necessidades de alimentação dos colonos não sobreviveram, fato estranho.

Apesar das desconfianças da tripulação da Enterprise, Sandoval parece muito solícito e feliz com o modo de vida que seu grupo leva no planeta, embora o que deveria ser uma colônia agrícola tenha se tornado apenas em uma espécie de "sítio", produzindo somente o necessário para a sobrevivência dos colonos.

McCoy descobre também, ao comparar os registros médicos de Sandoval, que seqüelas de problemas médicos anteriores desapareceram sem explicação. Enquanto isso, Spock continua sua pesquisa acompanhado de perto por Leila, que, assim como Sandoval, reponde às perguntas do Vulcano com evasivas. Spock insiste, até que Leila diz que lhe mostrará o motivo do excelente estado de saúde dos colonos.

Kirk tenta convencer o líder da colônia a evacuar o planeta, mas Sandoval não está disposto a fazê-lo, de nada adiantando Kirk e McCoy tentarem demovê-lo, explicando a ameaça dos raios Berthold. Sandoval retruca, alegando que os próprios instrumentos de McCoy mostraram que a saúde de todos é ótima e que não há perigo para eles.

Neste momento Leila mostra a Spock um tipo de vegetal que seria a causa do bem estar dos colonos, embora ela não tenha sucesso em explicar como. Ambos se aproximam da planta até que ela lança em Spock um tipo de esporo que inicialmente causa muita dor ao Vulcano, mas que em seguida o deixa no mesmo estado de catarse de todos os membros da colônia, e imediatamente caindo de paixão por Leila.

Kirk continua tentando em vão convencer Sandoval a deixar Omicron e está disposto a evacuar o planeta à força se necessário, enquanto Spock, agora sob influência dos esporos, passa a se comportar como um adolescente apaixonado, ignorando as ordens de Kirk e suas obrigações como tripulante da nave. Kirk sai à sua procura e encontra seu primeiro-oficial pendurado em uma árvore, fazendo macaquices para a namorada.

O capitão ordena a Sulu que prenda Spock e o leve de volta à Enterprise, ordens que Spock ignora mais uma vez. Ele faz com que Sulu e o tenente DeSalle, que o acompanhava, sejam expostos aos mesmos esporos que o infectaram e os dois passam a ter a mesma atitude de Spock imediatamente, recusando-se a seguir as ordens de Kirk e afirmando ser errado remover a colônia.

Kirk deixa o local bastante irritado, mas ainda disposto a seguir suas ordens iniciais. Porém, quando encontra McCoy, percebe que o doutor também foi afetado pelos esporos. Kirk retorna à Enterprise onde descobre que toda a tripulação está sob efeito das plantas. Uhura sabotou as comunicações deixando apenas uma linha para a superfície e o restante das pessoas está fazendo fila no teletransporte para descer ao planeta. Todos se recusam a seguir as ordens de Kirk.

Kirk percebe que está só e impotente, uma vez que não sabe como deter a ação das plantas e recuperar sua tripulação. Ele tenta mais uma vez conseguir alguma ajuda de McCoy, embora o médico não esteja nem um pouco interessado na questão. Kirk retorna a Omicron e encontra Spock e Sandoval discutindo o sucesso da operação de descida da tripulação da nave. Apesar de estar sob o efeito dos esporos, Spock consegue dar a Kirk algumas informações. Ele diz que as plantas são algum tipo de alienígena que teriam viajado pelo espaço até chegar a Omicron, e que seus esporos ao entrar no corpo humano causavam uma grande sensação de bem estar, além de curar os males de saúde. Uma vez sob a influência dos esporos, um ser humano teria todas as suas necessidades atendidas.

Ao perceber que não poderia fazê-los mudar de idéia, Kirk retorna à Enterprise. Mas com toda a tripulação em terra, ele não pode fazer nada para deter a infestação. Enquanto pensa sobre o assunto, o capitão é infectado por uma das plantas. Imediatamente ele entra em contato com Spock e informa que se juntará a eles. Spock recebe a notícia com satisfação e diz que estará esperando por ele.

Após passar em seus alojamentos e pegar seus pertences pessoais, ele segue em direção à sala de transporte, quando é acometido por uma súbita crise de raiva ao perceber que está deixando a Enterprise para sempre. Tal surto emocional livra-o da influência dos esporos.

Ele prepara um plano onde planeja causar raiva a Spock para que ele se liberte, um plano que pode levá-lo à morte uma vez que o Vulcano é várias vezes mais forte que um ser humano. Kirk atrai Spock até a nave e começa a insultá-lo, até que ele é tomado por raiva extrema e ataca seu capitão. O plano dá certo e Spock consegue se livrar dos esporos.

Kirk explica a Spock o que aprendeu, e juntos eles preparam um mecanismo capaz de livrar todo o pessoal da superfície da influência alienígena. Antes que o plano seja posto em prática, Leila, que havia ficado em terra esperando pelo Vulcano, estranha sua demora, entra em contato usando o comunicador de McCoy e pede para ir a bordo.

Ao chegar à nave, Leila percebe que Spock não está mais afetado, mas pede para que ele retorne com ela mesmo assim, pois ela o ama. Spock responde que não pode, pois estaria fugindo às suas responsabilidades. Leila está inconsolável, mas Spock permanece irredutível e, embora consternado, ignora seus pedidos. Ele retorna à ponte e junto com Kirk o plano é colocado em ação.

O mecanismo montado por ambos, ao ser acionado, provoca reações violentas em todas as pessoas em terra, iniciando uma breve briga, de curta duração, que tem como resultado a esperada liberação de todos da influência dos esporos, incluindo Sandoval. Este percebe o tempo perdido e finalmente concorda em deixar o planeta. Toda a tripulação retorna à nave, os colonos são removidos e a Enterprise se coloca a caminho da base estelar 27.


Comentários:

A corrida da Enterprise para Omicrom Ceti III em busca de uma expedição condenada, ou que deveria estar, serve como pano de fundo para mais um episódio que explora o personagem Spock, desta vez expondo nosso Vulcano favorito a uma overdose de emoções, fato inédito na série até então. E a intenção parece mostrar como ele reagiria tendo que lidar com seus sentimentos reprimidos, ou, como preferem alguns, controlados.

Para tal empreitada, ele é exposto à ação de esporos de plantas alienígenas, ou, como o próprio Spock diz, à versão trekker da "pílula da felicidade", que faz com que o personagem experimente tais emoções, em primeira mão. A intenção pode até ser sido boa, mas o segmento falha um pouco na sua execução, ao transformar Spock em um pateta apaixonado. Definitivamente ver Leonard Nimoy pendurado em arvores ou fazendo odes às borboletas não acrescenta muito ao seu personagem.

Mesmo assim, graças a alguns elementos pontuais, pode-se extrair algo de positivo do segmento. A revelação de que Leila já nutria algum sentimento por Spock antes de ser infectada pelos esporos, quando confrontada com o momento em que ela declara a Spock que este sentimento não mudará quando ela for libertada da influência alienígena, causa um momento de alguma emoção, mesmo que seja "açucarado" demais quando comparado com o contexto usual da Série Clássica. Mas nada que comprometa.

Falando em bons momentos, a cena em que Sandoval recobra o autocontrole e percebe que os três anos em que estiveram em Omicron foram perdidos também é significativa, talvez mais significativa do que o surto emocional de Spock. O grupo de Sandoval se sentiu feliz ao longo destes anos, quando estiveram sob efeito dos esporos, mas quando este efeito se foi, perceberam que por mais que tivessem passados anos de total prazer e bonança, tal modo de vida era a antítese do que teria motivado um grupo de pessoas a deixar suas raízes e ir para um mundo inexplorado longe de todas as suas origens.

Aprendemos na Série Clássica que a Terra dos anos de Kirk e Cia é um lugar próspero, feliz, sem fome e sem doenças, enfim, o paraíso. Mas se isto é verdade, o que é o "paraíso"? Para Jornada nas Estrelas, pelo menos, é justamente o desafio. Ir onde nenhum homem jamais esteve, fazer o que não parece possível ou pelo menos provável.

O que deveria motivar aquelas pessoas deveria ser o desafio de vencer as possibilidades, de ir além delas e quem sabe construir um mundo novo. Parece tarefa difícil, e com certeza o é. Assim como transformar a Terra do século 20 (ou 21) na utopia de Roddenberry certamente é uma tarefa que muitos julgam impossível. Mas simplesmente aceitar tal tarefa e seus enormes desafios já seria um passo enorme em direção a um futuro melhor. Porém, se deitarmos à sombra de nossas pequenas ilhas de felicidade, nada realizaremos de duradouro, e acordaremos do sonho como os colonos de Omicron, vazios, sem nada, nem mesmo a realização pessoal de ter tentado. Pensamento bacana, não!?

O tema paraíso retornaria à Série Clássica no esquecível "The Apple", ou no sofrível "The Way of Eden". Independente da maneira como a questão é tratada (e da qualidade dos episódios citados), o ponto comum é que sempre que o desafio foi retirado da vida do homem, ("This Side of Paradise" e "The Apple") ou quando este quis evitá-lo ("The Way of Eden") perdeu-se muito mais do que se ganhou. Resumindo, é preciso conquistar o que se quer, o que é realmente importante. Sandoval não conquistou seu paraíso, e Leila não conquistou o amor de Spock, daí a decepção de ambos.

Tudo muito bonito, se o episódio não esbarrasse no surto de "emocionalidade" forçada de Spock, tema que tenta ser o centro das atenções mas que não consegue dar a "pegada" necessária ao segmento para que ele deslanche de vez. Idem para o mistério em torno dos mortais raios "Berthold", elemento de trama jogado de qualquer maneira no contexto e muito mal explicado, assim como as plantas alienígenas.

Junto com isto, tal trama não é bem amarrada, deixando muitos senões a serem respondidos, como a instalação dos colonos em Omicron antes que uma pesquisa local acurada tivesse sido feita, pois certamente os efeitos da radiação sobre o planeta seriam sentidos. Se o bombardeio de tal radiação começou tempos depois da instalação da colônia, como é que a Frota Estelar ficou sabendo se há três anos não mandavam ninguém lá?

Aliás, que utilidade tem uma colônia agrícola totalmente isolada? Para quem ela vai entregar o que for produzido? Seria de se esperar mais contato com a Federação, que deveria ao menos monitorar seu progresso por motivos óbvios. Pequenos detalhes, que ficam devendo um tratamento um pouco mais cuidadoso. Do jeito que está ficou tudo muito "jogado".

Mais uma vez o duelo emoção x lógica tem um lugar na Série Clássica. Neste round, Kirk vence porque suas reações emocionais o salvaram quando ativaram o mecanismo que permitiu que ele se livrasse da ação dos esporos. As "emoções violentas", ou emoções inferiores, foram a chave. Do outro lado, Spock, o ser de pura lógica e que aspira o controle total das emoções, sai do segmento deixando claro que perdeu algo, que deixou para trás algo que lhe fez bem e que só pôde experimentar quando deu vazão a seus sentimentos. Quem tem razão? A lógica ou a emoção? Quem é fã de Jornada já sabe que a resposta é --existe hora e lugar para tudo, ou como diria o próprio Spock, "a lógica é o inicio da sabedoria, não o fim".

Ainda sobre Spock, este deixa claro em seu diálogo com Leila que não é sem dor que irá deixar para trás tal sentimento, e, no fim do episódio, mais uma frase importante é dita quando ele declara, "pela primeira vez em minha vida eu estava contente". Estes breves momentos são os únicos que realmente acrescentam algo ao personagem, tendo em vista que deixam claro que este duelo entre a razão e a emoção é travado em seu interior todo o tempo, obrigando Spock a fazer escolhas baseadas no desafio pessoal que ele pretende vencer. Seu desafio não é alcançar a lógica total, mas descobrir a si mesmo. Se Spock fosse uma máquina, ou tivesse um cérebro precisamente matemático, seria muito simples ser lógico. Não sendo assim, a busca deste Vulcano se torna uma caminhada muito mais adversa, portanto mais admirável.

Kirk, apesar de salvar o dia conforme manda o figurino, tem uma atuação até que bem discreta. O personagem de Shatner não compromete, mas também não brilha, ficando num meio-termo tão morno quanto o segmento em si. Aliás, a maneira como a dedicação de Kirk à nave e à sua carreira criaram a fórmula que permitiria nosso capitão salvar o dia é outra coisa não é muito bem explicada, e exige uma boa dose de suspensão de descrença para funcionar.

A solidão de Kirk a bordo da Enterprise, e a demonstração de como ela é inútil sem sua tripulação, assim como o seu próprio capitão, são algumas das questões incidentais que se perdem ao longo do enredo, e acabam não conseguindo captar o sentido de importância que tentam alcançar.

Em termos de atuações individuais, nada a acrescentar. Ninguém chega a ser desastroso, mas não há nenhuma atuação de destaque. Diria apenas que Jill Ireland (Leila) não é uma das melhores atrizes convidadas da série, o que é uma pena, devido ao tempo dispensado a ela e a seu affair com Spock, tempo este que poderia ser mais produtivo se a moça tivesse um pouco mais de presença, em vez de parecer a adolescente apaixonada que vemos em tela.

Em suma, "This Side of Paradise" flerta com algumas boas possibilidades. Ao longo de sua exibição vão aparecendo vários ganchos, de forma intencional ou não, mas a escolha de centrar o segmento na reação emocional de Spock não parece ser a mais acertada, o que faz com o restante vá se diluindo e chegando ao seu final com pouco fôlego. Longe de ser um episodio ruim, pelo contrário, o que decepciona um pouco é justamente a sensação de que se perdeu a oportunidade de realizar algo mais importante para a série.


Citações:

Kirk - "Mr. Spock... there were 150 men, women, and children in that colony. What are the chances of survivors?"
("Sr. Spock... havia 150 homens, mulheres e crianças naquela colônia. Quais são as chances de sobreviventes?")
Spock - "Absolutely none, Captain."
("Absolutamente nenhuma, capitão.")

Kirk - "Another dream that failed. There's nothing sadder. It took these people a year to make the trip from Earth. They came all that way and died."
("Outro sonho fracassado. Não há nada mais triste. Levou um ano para que essas pessoas fizessem a viagem da Terra. Todas elas vieram de tão longe e morreram.")

McCoy - "Pure speculation, just an educated guess, I'd say that man is alive."
("Pura especulação, só um chute calculado, mas diria que aquele homem está vivo."

Sandoval - "Our philosophy is a simple one: that men should return to a less complicated life. We have few mechanical things here. No vehicles, no weapons. We have harmony here. Complete peace."
("Nossa filosofia é simples: de que os homens deveriam retornar a uma vida menos complicada. Temos poucas coisas mecânicas aqui. Sem veículos, sem armas. Temos harmonia aqui. Paz completa.")

Spock - "I have never understood the female capacity to avoid a direct answer to any question."
("Eu nunca entendi a capacidade feminina de evitar uma resposta direta a qualquer pergunta.")

Leila - "What is important is it gives life, peace, love."
("O que é importante é que dá vida, paz, amor.")
Spock - "What you're describing was once known in the vernacular as a happiness pill. And you, as a scientist, should know that that's not possible."
("O que você está descrevendo foi uma vez conhecido no vernáculo como uma pílula da felicidade. E você, como cientista, deveria saber que isso não é possível")

Spock - "I love you. I can love you."
("Eu amo você. Posso amar você.")

Kirk - "Go back to your stations. Get back to your stations."
("Voltem a seus postos. Voltem a seus postos.")
Tripulante - "I'm sorry, sir. We're all transporting down to join the colony."
("Sinto muito, senhor. Estamos todos nos transportando para nos juntarmos à colônia.")
Kirk - "I said get back to your station."
("Eu disse para voltar a seu posto.")
Tripulante - "No, sir."
("Não, senhor.")
Kirk - "This is mutiny, mister."
("Isso é motim, tripulante.")
Tripulante - "Yes, sir. It is."
("Sim, senhor. É sim.")

McCoy - "Hey,Jim-boy, y'all ever have a real cold Georgia-style mint julep, huh?"
("Ei, Jim-rapaz, você já experimento um suco de menta gelado ao estilo de Geórgia?")

Kirk - "No wants. No needs. We weren't meant for that. None of us. Man stagnates if he has no ambition, no desire to be more than he is."
("Sem vontade. Sem necessidades. Não fomos feitos para isso. Nenhum de nós. O homem pára se não tem ambição, nenhum desejo de ser mais do que é.")
Sandoval - "We have what we need."
("Temos o que precisamos.")
Kirk - "Except a challenge."
("Exceto um desafio.")

Kirk - "In effect, I am marooned here. I'm beginning to realize... just how big this ship really is, how quiet."
("De fato, estou abandonado aqui. E começo a perceber... quão grande essa nave realmente é, quão silenciosa.")

Kirk - "All right, you mutinous, disloyal, computerized, half-breed, we'll see about you deserting my ship."
("Muito bem, seu amotinado, desleal, computadorizado, mestiço, vamos ver se você vai desertar da minha nave.")

Kirk - "What can you expect from a simpering, devil-eared freak whose father was a computer and his mother an encyclopedia?"
("O que você pode esperar de um esquisito sorridente e orelhas diabólicas cujo pai era um computador e a mãe, uma enciclopédia?")
Spock - "My mother was a teacher. My father, an ambassador."
("Minha mãe era uma professora. Meu pai, um embaixador.")
Kirk - "Your father was a computer like his son. An ambassador from a planet of traitors."
("Seu pai era um computador como seu filho. Um embaixador de um planeta de traidores.")

Spock - "You did that to me deliberately."
("Você fez isso a mim deliberadamente.") Kirk - "Believe me, Mr. Spock, it was painful... in more ways than one."
("Acredite, sr. Spock, foi doloroso... em mais de uma maneira.")

McCoy - "Well, that's the second time man's been thrown out of paradise."
("Bem, é a segunda vez que o homem é expulso do paraíso.")
Kirk - "No, no. This time we walked out on our own. Maybe we weren't meant for paradise."
("Não, não. Desta vez nós saímos por conta própria. Talvez não tenhamos sido feitos para o paraíso.")

Kirk - "We haven't heard much from you about Omicron Ceti III, Mr. Spock."
("Não ouvimos você falar muito de Omicron Ceti III, sr. Spock.")
Spock - "I have little to say about it, Captain, except that for the first time in my life... I was happy."
("Eu tenho muito pouco a dizer, capitão, exceto que pela primeira vez na minha vida... eu fui feliz.")

Trivia:

Jill Ireland, esposa de Charles Bronson, morreu em 1991, devido a um tumor no seio. Ela dedicou os últimos anos de sua vida em uma valente campanha para promover a importância de um diagnóstico preventivo deste tipo.

A história original deste episódio foi escrita em junho de 1966 por Jerry Sohl e chamava então "Sandoval's Planet" (O Planeta de Sandoval), posteriormente passou a se chamar "Power Play" (Jogo de Poder). O roteriro final foi elaborado por D.C. Fontana, que introduziu algumas mudanças (por isso Jerry Sohl usa um pseudônimo) e foi entregue em outubro de 1966 para a produção com o título "The Way of the Spores" (O Modo dos Esporos). Em 27 de outubro, Robert Justman em um memorando para Gene Roddenberry sugere a mudança de título para aquele que viria a ser o definitivo. O episódio entrou em produção em 5 de janeiro de 1967.

Na história original, seria Sulu e não Spock quem se apaixonaria por Leila Kalomi; além disto tal affair não seria o centro da história, como na versão definitiva.

A cena de Kirk que entra na ponte vazia foi usada para a simulação da ponte da Enterprise no holodeck no episódio da Nova Geração "Relics".

Para experimentar um Julepo de Menta, deve-se juntar: açúcar, água, menta fresca, gelo e bourbon.

 

Ficha técnica:

Escrito por Nathan Butler e D.C. Fontana
Direção de Ralph Serensky
Exibido em 02/03/1967
Produção: 25

Elenco:

William Shatner
como James Tiberius Kirk
Leonard Nimoy
como Spock
DeForest Kelley
como Leonard H. McCoy
Nichelle Nichols como Uhura
George Takei como Hikaru Sulu



Elenco convidado:

Emily Banks como ordenança Tonia Barrows
Jill Ireland como Leila
Frank Overton como Elias Sandoval
Grant Woods como Kelowitz
Michael Barrier como DeSalle
Dick Scotter como pintor
Eddie Paskey como tripulante

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