MANCHETE
DO EPISÓDIO
Piloto de muita ação apresenta primeiro
contato entre humanos e Klingons
Próximo
episódio
Sinopse:
Um
Klingon é perseguido por dois Sulibans até se acidentar com sua
nave em uma plantação de milho em Broken Bow, Oklahoma. Após uma
perseguição frenética, o guerreiro Klaang consegue eliminar seus
perseguidores, mas é logo depois ferido pelo fazendeiro Moore, o
dono da plantação, que se assustou com a agressividade do
extraterrestre (é a primeira vez que um humano encontra um Klingon).
O guerreiro é encaminhado à Frota
Estelar, e enquanto os representantes Vulcanos na Terra estabelecem
contato com Qo'noS, o planeta-natal Klingon, a fim de acertar a
devolução de seu semelhante, o almirante Forrest convoca o capitão
Jonathan Archer, que estava fazendo uma inspeção na nova
Enterprise, NX-01. Projetada por Henry Archer, o pai de Jonathan, e
Zefram Cochrane, trata-se da nave mais avançada já construída por
humanos --a primeira com capacidade interestelar efetiva.
Archer
chega e se encontra com Forrest, seu imediato (o almirante Leonard)
e seu auxiliar (o comandante Williams), além dos Vulcanos Soval,
Tos e T'Pol. Os Vulcanos pretendem desligar o Klingon dos mecanismos
de suporte de vida e levar o cadáver de volta a Qo'noS, mas o capitão
da Enterprise fica revoltado. Ele propõe a Forrest um plano
alternativo, em que sua nave teria o lançamento adiantado em três
semanas e faria imediatamente a missão, entregando Klaang vivo aos
Klingons.
Forrest autoriza os planos, apesar dos
protestos Vulcanos, e Archer convoca sua tripulação às pressas.
Enquanto ele vai até o Brasil convencer a linguista Hoshi Sato a se
unir à nave, os Vulcanos negociam a disponibilização de mapas
estelares em troca de uma posição para um de seus oficiais na
nave, como primeiro-oficial. T'Pol é designada para o posto, mas
apenas para os oito dias que a missão está prevista para durar.
Para
a posição de oficial médico-chefe, Archer convida Phlox, um
extraterrestre que está na Terra pelo Programa de Intercâmbio Médico
propiciado pelos Vulcanos. O alienígena é um dos poucos que já
está familiarizado com a anatomia Klingon.
A Enterprise parte, mas é abordada no
meio do caminho por Sulibans, que acabam sequestrando Klaang. Esses
alienígenas são comandados por Silik, que por sua vez recebe
ordens de um misterioso ser do futuro distante, que os está usando
para criar uma guerra fria temporal. Em troca de sua cooperação,
os Sulibans estão recebendo tecnologia avançada, ainda
desconhecida no século 22. Entre os avanços, técnicas elaboradas
de alteração por engenharia genética. Esses Sulibans foram
modificados geneticamente e possuem habilidades especiais.
Na
tentativa de descobrir o paradeiro do Klingon, a Enterprise vai até
Rigel 10, a última parada de Klaang antes de atingir a Terra.
Enquanto isso, os Sulibans tentam descobrir o que Klaang está
levando de volta para seu povo. O Klingon nada revela sobre sua missão,
mas diz que foi a Rigel 10 se encontrar com Sarin, uma membro do
Suliban que se rebelou contra a política vigente entre seus pares.
Por conta disso, a tripulação da
Enterprise volta a se encontrar com os Suliban no planeta. Após uma
troca de tiros, Archer é ferido, e fiac impossibilitado de
permanecer no comando. T'Pol assume e pretende levar a Enterprise de
volta à Terra, mas é convencida pelo engenheiro-chefe Tucker a
permanecer investigando, seguindo o plano anteriormente traçado por
Archer.
Trabalhando
juntos, T'Pol e Tucker conseguem detectar o traço de dobra deixado
pelas naves Sulibans e descobrem que o quartel-general dos alienígenas
está localizado no interior de um planeta gigante gasoso. A
Enterprise ruma para lá, mas se mostra ineficiente no confronto com
as naves Sulibans. Usando uma estratégia criativa, Archer e cia.
sequestram uma nave inimiga. Tucker e seu capitão vão a bordo e a
utilizam para ir até a central Suliban.
Uma vez lá dentro, eles resgatam
Klaang, que é levado por Tucker até a Enterprise. Enquanto isso,
Archer fica no complexo para instalar um neutralizador magnético
que induzirá o desacoplamento de todos os módulos que formam a
base inimiga. Com o sucesso da estratégia entretanto, o capitão
fica isolado na porção central da estação Suliban. Ele acaba
descobrindo a câmara temporal que Silik usa para falar com o ser do
futuro distante. Silik e Archer têm um combate corpo-a-corpo, e
quando o Suliban está para pôr fim à vida do capitão, Tucker
utiliza o teletransporte para trazê-lo de volta à Enterprise.
O
teleporte tem sucesso e Archer ordena que a nave dispare para Qo'noS,
onde eles entregam o Klingon. Na câmara do Conselho, é revelado
que Klaang transportava informações táticas sobre os Sulibans
codificadas no próprio código genético de suas células sanguíneas.
A Enterprise declara a missão encerrada e faz os preparativos para
voltar à Terra, mas o almirante Forrest comunica a Archer que eles
podem prosseguir com a missão exploratória.
Após chegarem a um entendimento,
Archer pede para que T'Pol permaneça à bordo como oficial de ciências
e primeiro-oficial da nave. Phlox também decide ficar, para seguir
com seus estudos da espécie humana com a tripulação da Enterprise.
Comentários:
"Isso não vai ser a Jornada nas Estrelas do
seu pai." Foi assim que Rick Berman definiu a série Enterprise,
antes mesmo de divulgar a premissa do programa. E, de fato, foi o
que os produtores conseguiram realizar, pelo menos no piloto, "Broken
Bow".
Não só
temos um estilo bastante diferente das séries anteriores em termos
visuais, como também no aspecto narrativo. O piloto não se
preocupa em desenvolver os personagens, mas os mostra de uma forma já
suficientemente amadurecida, de forma que os tripulantes que não
foram enfocados proeminentemente na história não passem à audiência
uma sensação de indiferença.
Além disso, a
estratégia de criar uma série com personagens mais contemporâneos
facilita muito o trabalho de elaborá-los de forma verossímil,
fazendo com que o telespectador se identifique com eles de maneira
quase imediata. A empatia gerada por esse procedimento seguramente
trabalha para a série. Dificilmente encontraremos em Enterprise
personagens que dizem tão pouco à audiência quanto um "Harry
Kim" ou um "Chakotay" diziam em Voyager.
Eliminando essa preocupação maior do caminho, a de que talvez
Brannon Braga fosse incapaz de engendrar personagens minimamente
interessantes, entramos na melhor parte do episódio: o enredo.
A história
de "Broken Bow" é quase boba de tão simples. Um
Klingon cai na Terra e precisa ser levado de volta. Uns "bad
guys" o querem. A missão: levá-lo em segurança a Qo'noS. É
difícil cair em algum sério furo de roteiro quando se parte de uma
premissa tão simples.
Por outro lado, simples não quer dizer ruim. Muito ao contrário, o
episódio é executado de forma magnífica, introduzindo de uma só
vez vários dos elementos que com certeza farão parte do repertório
da série. O primeiro deles é um arco mais ou menos contínuo entre
alguns episódios, apesar da tendência proeminentemente episódica
da série.
A tal da
"guerra fria temporal" não é só uma desculpa para criar
uma história contínua para Enterprise, como também a idéia
mais original que surgiu sobre o desgastado tema de viagens no tempo
nos últimos anos, quer seja dentro ou fora de Jornada. Da
forma como foi executado, esse elemento da trama não dá muitas
margens (pelo menos por enquanto) a um reset button, nem dá a
entender que a cronologia da série esteja sendo radicalmente
alterada. Como a interferência direta do ser do futuro é bastante
restrita, não dá para temer uma bagunça geral no franchise em razão
de sua participação até aqui.
Com os
temores mais fortes dos fãs afastados, resta-nos apenas todo o
suspense e a tensão de encarar um inimigo cujo poder de fogo é
francamente superior. O ser do futuro é um oponente interessante não
pela sua caracterização, mas pela profunda aura de mistério que
existe em torno dele. Não é muito arriscado apostar que ele ainda
oferecerá grandes e interessantes desdobramentos para a série, aguçando
cada vez mais a audiência.
Quanto aos inimigos diretos da Enterprise, os Sulibans, tudo que se
pode dizer é que eles estão muito bem caracterizados enquanto raça.
A produção felizmente conseguiu desenvolver uma maquiagem
razoavelmente diferenciada do que nos acostumamos a ver nas outras séries
(as tradicionais "testas" de Westmore), e as habilidades
especiais dos alienígenas, turbinadas por imagens geradas por
computador de qualidade impressionante, são para atiçar o mais estóico
dos fãs. A primeira demonstração, o Suliban que passa por baixo
de uma porta, é só o começo. As cenas mais impressionantes
mostram esses alienígenas andando pelo teto e pela parede de um dos
corredores da Enterprise, e Silik mostra toda sua habilidade ao
contorcer o braço de forma inacreditável de forma a agarrar a
arma.
Se os Sulibans estão
mais interessantes do que nunca, o próprio Silik não impõe muito
respeito. Ele parece totalmente estúpido em alguns momentos, como o
em que pede ao ser do futuro que restaure a vida de seu amigo morto
ou ainda quando ele dá disparos sucessivos com uma pistola dentro
da câmara temporal, o que só resulta em um efeito rebote que faz
com que a onda de choque atinja ele mesmo. Aparentemente, seu papel
não passa de mero fantoche para que o todo-poderoso ser do futuro
jogue seu xadrez temporal interestelar.
Apesar da caracterização fraca, alguns momentos ainda transparecem
um certo brilho, um ar de "cientista louco", cujo ego é
maior que tudo e o desprezo por formas de vida "não-engenheiradas"
é flagrante. Esses poucos flashes de inspiração ainda podem salvá-lo,
se ganharem mais ênfase em episódios futuros.
Agora,
se for preciso definir a qualidade do episódio em duas palavras,
elas certamente seriam "Scott Bakula". O ator simplesmente
demonstra por que ele era a principal peça envolvida no sucesso de Enterprise.
Sua atuação dá um brilho especial ao personagem do capitão, o único
que realmente recebe um tratamento especial no episódio.
Jolene Blalock é uma grata surpresa como T'Pol, mostrando não só
sua extraordinária beleza como também um grande potencial para
interpretar uma Vulcana sem cair no tédio exalado por Tim Russ como
Tuvok. Possivelmente sua personagem será a que mais vai se
aproximar de Spock, o sonho de qualquer aspirante a Vulcano que se
preze.
Os demais todos demonstram grande potencial para episódios futuros.
Em "Broken Bow", os que mais se destacam no segundo
time são Charlie Tucker (Connor Trinneer) e Hoshi Sato (Linda Park).
'Trip', como o engenheiro é conhecido entre seus amigos, é um belo
contraponto para T'Pol, e guarda muita semelhança com McCoy em seu
temperamento e em seu relacionamento com o capitão Archer.
Entretanto, ele não é uma cópia carbono do cirurgião clássico:
seu temperamento é claramente mais explosivo. Enquanto McCoy
gostava de criticar enfaticamente, Tucker parece ser um pouco mais
primitivo, traduzindo esse estilo verbal em ações. Em vários
momentos do piloto você imagina que o engenheiro está a ponto de
acertar um murro em alguém (normalmente, T'Pol).
Aliás, desde já
uma relação estranha começa a se desenvolver entre a Vulcana e
Tucker, que também é diferente da que existia entre Spock e McCoy.
Agora, além de a oposição entre os dois ser muito mais agressiva,
existe uma tensão sexual latente entre os dois. A tão criticada
cena da descontaminação, em que um precisa passar gel no outro, é
apenas um dos momentos em que isso se manifesta no piloto (Tucker
acariciando as pontas das orelhas de T'Pol é especialmente
interessante), e seguramente esse gancho pode oferecer um belo início
para futuros desenvolvimentos dos dois personagens. Essa sugestão
sexual sutil ficou muito mais por conta dos atores do que do roteiro
em si, deixando no ar a questão: será que os produtores vão levar
esse bônus inesperado adiante?
Hoshi Sato é sem dúvida uma grata surpresa. Ela não só ganhou um
status muito mais importante do que meramente abrir e fechar
comunicações, como fazia Uhura na Série Clássica, como
também cumpre um papel importantíssimo na série --ela é
provavelmente o personagem com quem o público mais conseguirá se
relacionar. Suas atitudes muito humanas diante dos mistérios do
espaço seguramente serão parecidos com o da audiência em geral.
E, apesar do medo e do nervosismo da personagem (muito bem
interpretados por Park), ninguém pense que Sato não tem força.
Seus confrontos com T'Pol são especialmente interessantes nesse
sentido.
Os mais negligenciados são o piloto, Travis Mayweather (Anthony
Montgomery), o dr. Phlox (John Billingsley) e o oficial de
armamentos Malcolm Reed (Dominic Keating). Mesmo assim, os dois últimos
ainda possuem bons momentos, ainda que sutis. É divertidíssimo,
por exemplo, ver Reed reagir com interesse às comedoras de
borboletas de Rigel. Phlox seguramente tem potencial para ser mais
que uma cópia de Neelix (por "Neelix" entenda "o
alienígena engraçadinho, porém inútil da série), embora por ora
o caminho a ser seguido pelos produtores para torná-lo mais que um
alívio cômico ainda não esteja suficientemente claro.
Mayweather talvez seja o caso mais grave dos três. A cena dedicada
especialmente a ele, em que Travis revela a Tucker um ponto da nave
em que não há gravidade artificial, não transparece nada de muito
especial com relação ao personagem. Talvez mais tarde os
produtores consigam histórias que o tornem mais interessante, mas
por ora é sem dúvida o menos desenvolvido dos sete.
E não são só os personagens cativantes que marcam essa nova geração
do franchise em seu piloto --"Broken Bow" também
demonstra o novo estilo de fazer Jornada. Em primeiro lugar,
já é possível notar que a tecnobaboseira foi para segundo plano.
Ela está lá, claro, mas ela não resolve problemas específicos do
roteiro. Seu uso está predominantemente ligado à criação de
conflito entre os personagens, o que é positivo do ponto de vista
dramático. Não espere ver reajustes de feixes de partículas que
resolvam o problema no último instante, mas espere para ver os
tripulantes brigando sobre a necessidade de fazer um ajuste ou
outro.
Além do mais, a tecnologia como um todo está recebendo um enfoque
diferenciado. Tanto de forma direta, com Malcolm Reed e Jonathan
Archer ecoando toda a sua apreciação pelo teletransporte, como de
forma indireta --em certo momento, vemos a Enterprise entrando em
combate com os Sulibans. A nave faz vários disparos, mas nenhum
deles consegue atingir uma nave inimiga! Visitas a planetas, só com
shuttles! Quando veríamos algo do tipo no século 24?
Apesar
da abordagem diferenciada, os produtores souberam dosar na medida
certa elementos que trouxessem um senso de nostalgia aos fãs. É um
prazer ouvir portas que façam os ruídos da Série Clássica,
ou ainda a volta dos comunicadores "flip", com direito ao
mesmo barulho usado no seriado original. O visual do planeta Klingon,
por exemplo, compensa pelo uso da maquiagem moderna: as construções
têm uma aparência no melhor estilo da cultura do conquistador Gêngis
Khan (que por sua vez lembra muito os Klingons da série original).
Os diálogos estão bastante afiados, na medida certa para mostrar
que estamos em um século diferente, em que as coisas são mais difíceis
para os humanos, mas sem depreciar a capacidade de superação da própria
espécie, mantendo, em certa medida, intactos os bastiões do futuro
da humanidade projetada por Gene Roddenberry.
A direção de James Conway também é primorosa, embora sem grandes
inovações. Alguns giros de câmera são interessantes, mas nada
que seja muito mais marcante. O widescreen só faz por melhorar o
acabamento já impressionante do produto final.
Em termos musicais é que encontramos a menor diferenciação entre Enterprise
e as séries anteriores. Em geral, os temas continuam sendo
aquelas músicas de elevador. O momento que musicalmente mais se
destaca, tanto pelo diferencial com relação às outras séries
quanto pela importância dramática, é o em que Archer decide
perseguir os Sulibans dentro do planeta gigante. O tom de marcha
militar, com direito a percussão, traz uma nova e agradável sensação
para a cena.
É o melhor episódio de Jornada dos últimos anos?
Certamente. É o melhor piloto de Jornada? Talvez. É
garantia de uma série bem-sucedida e capaz de agradar à maioria
dos fãs? Seguramente não. "Broken Bow" é um
excelente começo, abrindo de forma interessante o estilo episódico
da série, a proposta "histórica" de revelar o passado de
Jornada e um potencial arco para a continuidade do programa,
mas tudo isso ainda pode cair por terra se os produtores não
conseguirem manter a injeção de criatividade e voltarem às mesmas
fórmulas dos seriados anteriores. Mesmo assim, a diversão é
garantida. Sente-se e aproveite a carona. "Let's go."
Citações:
Archer - "Straight
and steady."
("Direto e firme.")
Archer - "Neptune and back in six minutes."
("Netuno ida e volta em seis minutos.")
T'Pol - "This is a foolish mission."
("Essa é uma missão tola.")
Archer - "I am not interested in your opinion about this
mission, so why don't you bury your Vulcan cynicism along with your
repressed emotions?"
("Não estou interessado em sua opinião sobre essa missão,
então por que você não enfia esse seu cinismo Vulcano junto com
suas emoções reprimidas?")
Reed - "There are two settings: stun and kill. It woud be
best no to confuse them."
("Há duas configurações: tontear e matar. Seria melhor não
confundi-las.")
Chanceler Klingon - "ChugDah hegh ...volcha vay."
("ChugDah hegh ...volcha vay.")
Archer - "I'll take that as a 'thank you'."
("Vou receber isso como um 'obrigado'.")
Hoshi - "I don't think they have a word for thank you."
("Eu não acho que eles tenham uma palavra para
obrigado.")
Archer - "What'd he say?"
("O que ele disse?")
Hoshi - "You don't want to know."
("Você não ia querer saber.")
Trivia:
As filmagens do piloto
começaram em 14 de maio, com uma semana de atraso, e foram até 19
de junho de 2001. Entre as locações, estavam o Centro
de Processamento de Esgoto Hyperion, em Los Angeles (22, 23 e 24 de
maio) e a praia Westward, em Malibu (30 de maio).
Segundo algumas fontes, o episódio duplo teria consumido, sem
contar os gastos com a montagem dos cenários fixos da Enterprise,
cerca de US$ 10-15
milhões, fazendo deste o piloto mais caro da história de Jornada
nas Estrelas.
O episódio é o primeiro
de Jornada a ser filmado em câmera digital, ou seja, sem a
existência de filme ou película para registrar as imagens, que são
registradas diretamente em um disco rígido.
Conheça os personagens
principais do piloto, e veja as homenagens à série original de Jornada,
com os almirantes Forrest (DeForest Kelley) e Leonard (Nimoy) e o
comandante Williams (William Shatner), além do Vulcano Tos (a
sigla, em inglês, para a Série Clássica é TOS, The
Original Series). Além deles, o roteirista Ronald D. Moore foi
mencionado, ao dar nome ao fazendeiro que fere o Klingon na Terra.
Silik:
Fim dos 30 anos, começo dos 40. Alienígena. Fisicamente ágil. Um
dos líderes dos Sulibans, uma espécie mortal obcecada com
melhoramentos genéticos. Nosso vilão. (recorrente)
Almirante Forrest: Humano. Entre 50 e 60 anos. Um militar
de carreira que possui o maior posto na Frota. Ele aprecia o capitão
Archer e o escolheu pessoalmente para comandar a Enterprise.
Almirante
Leonard: Humano. Entre 40 e 50 anos. Um oficial de alta
patente na Frota que serve diretamente sob o almirante Forrest.
Comandante
Williams: Humano. 50 anos. Um temperamental oficial da
Frota que serve como adido do almirante Forrest.
Embaixador
Soval: Vulcano. Entre 60 e 70 anos. Um sábio e arrogante
diplomata que tem pouca paciência com o capitão Archer.
Tos:
Vulcano. 50 anos. Assistente do embaixador Soval. Ele compartilha o
desdém de Soval para com a cultura humana.
Fazendeiro
Moore: Cerca de 30 anos. O primeiro humano a conhecer (e a
atirar em) um Klingon, o guerreiro Klaang, que irrompeu em sua
plantação enquanto fugia dos Sulibans.
A tradição de ter um personagem
antigo dando a partida em uma nova série de Jornada
continua. Desta vez é Zefram Cochrane (interpretado por James
Cromwell) quem faz uma aparição. Ele já havia aparecido no filme "Jornada
nas Estrelas - Primeiro Contato".
Aparentemente, o roteiro e o nome
do episódio foram inspirados por um filme de faroeste dos anos 50,
chamado "Broken Arrow". Outra explicação para o nome, "Broken
Bow", vem do fato de a cidade onde o Klingon se choca se
chamar Broken Bow, no Estado de Oklahoma, EUA.
O episódio se passa principalmente em 2151, mas tem flashbacks de
2121 e uma gravação de Zefram Cochrane feita em 2119.
O produtor-executivo Brannon Braga disse o seguinte do episódio:
"Nosso piloto conta a história de uma tripulação que se reúne
pela primeira vez. A missão é simples: um Klingon caiu na Terra
--nunca vimos um Klingon antes-- e os Klingons o querem de volta.
Temos de levá-los para casa ou haverá problemas com o Império
Klingon. É um pouco como 'O Resgate do Soldado Ryan' --levar o
Klingon para casa. No meio do caminho, descobrimos uma grande
conspiração galáctica envolvendo uma nova e mortal espécie,
chamada de Suliban."
"Os Suliban", conta Braga, "têm estranhas
habilidades genéticas. Eles podem respirar no vácuo do espaço e
correr pelos tetos e se camuflar como um polvo. Descobrimos que eles
estão de algum modo em contato com o futuro distante, e que há uma
situação chamada de Guerra Fria Temporal e há uma grande conspiração
que também envolve os Klingons. Começamos a descobrir isso e é
uma grande aventura."
Dominic Keating também comentou sobre os Sulibans. "Eles podem
passar por qualquer fresta. Você sabe, eu nunca vi um deles, agora
que parei para pensar nisso. Eu atirei em um 'imaginário' no
planeta Rigel, enquanto resgatava o capitão, mas ele foi adicionado
mais tarde como efeito especial, de modo que eu nunca vi um deles.
Eles têm atores intepretando-os, mas suas habilidades são geradas
por computador."
A maquiagem dos Suliban foi criada pelo mago Michael Westmore, e é
mais complicada do que pode parecer a princípio. "Foi
interessante avançar com seu desenvolvimento porque a figura-base
de pesquisa para a pele deles foi uma superfície gerada por
computador, e tivemos de descobrir como duplicar essa superfície",
disse Westmore. "Há na verdade três diferentes camadas lá. Não
são apenas pequenos pontos no topo de alguma coisa, há um baixo
relevo, um médio relevo e um alto relevo." Brannon Braga
descreve como isso se traduz para a tela e para os personagens.
"Os Suliban têm cavidades de pigmento, como os polvos têm em
sua pele. Isso permite que eles não fiquem totalmente invisíveis,
mas peguem a coloração do fundo. É uma camuflagem bem imperfeita.
Os Suliban são carecas e têm uma textura bem estranha para a
pele."
Esse é o oitavo papel de Vaughn Armstrong em Jornada,
fazendo dele o ator mais versátil do franchise depois de James
Doohan (que, além de interpretar Scotty, dublou mais de 60
personagens diferentes para a Série Clássica e a Série
Animada). Apesar de estar no franchise desde o primeiro ano da Nova
Geração (1988), Armstrong ganha seu primeiro papel como humano
só agora, interpretando o almirante Forrest. Andes dele ele fez o
Klingon Korris ("Hearf
of Glory", Nova Geração), o Cardassiano Gul
Danar ("Past
Prologue", Deep Space Nine), o Romulano Telek
R'Mor ("Eye of the
Needle", Voyager), o Cardassiano Seskal (em dois
episódios de Deep Space Nine), o ex-Borg Two of Nine ("Survival
Instinct", Voyager), um capitão Vidiian ("Fury",
Voyager), um Hirogen-Alfa ("Flesh and Blood",
Voyager) e o Klingon Korath ("Endgame", Voyager).
Thomas Kopache apareceu em
"The Next Phase", da Nova Geração, como o
Romulano Mirok, em "Emergence", Nova Geração,
como um engenheiro, no filme "Generations", como um
oficial de comunicações, em "The
Thaw", Voyager, como Viorsa, e em dois episódios
de Deep Space Nine, como pai de Kira Nerys, Kira Taban. Em "Broken
Bow" ele faz o Vulcano Tos.
Gary Graham (Soval) também
interpretou o Ocampa Tanis, no episódio "Cold
Fire", de Voyager.
O episódio foi musicado
por Dennis McCarthy.
"Broken Bow"
foi a segunda maior audiência da história da UPN, com 12,5 milhões
de telespectadores. O único programa que teve audiência superior
foi o piloto de Voyager, "Caretaker",
com 21 milhões.
Linda Park ganhou nas
filmagens da segunda metade deste episódio o apelido de Sushi,
depois que o diretor James Conway, enquanto passava instruções
para coordenar a cena da fuga de Rigel 10, chamou sua personagem,
Hoshi Sato, de Sushi.
A novelização do episódio
levou menos de uma semana, segundo a escritora Diane Carey. "As
novelizações normalmente levam duas semanas, embora 'Broken Bow'
tenha sido uma corrida de quatro dias. Eu não quero fazer isso
muitas vezes! Minhas mãos ainda doem!"
O papel das dançarinas
comedoras de borboletas de Rigel foi o primeiro grande trabalho em
televisão das irmãs Klimaszewski. "Colocamos nossas
habilidades em todas as diferentes formas de entretenimento. Enterprise
nos dá a chance de aumentar ainda mais nossas habilidades, e
estamos felizes que nossos esforços tenham nos levado a partilhar
da história de Jornada."
Ficha
técnica:
Escrito por Rick
Berman & Brannon Braga
Direção de James Conway
Exibido em 26/09/2001
Produção: 001
Elenco:
Scott
Bakula como Jonathan Archer
Jolene Blalock como
T'Pol
John Billingsley
como Phlox
Anthony Montgomery
como Travis Mayweather
Connor Trinneer como
Charlie 'Trip' Tucker III
Dominic Keating como
Malcolm Reed
Linda Park como Hoshi Sato
Elenco convidado:
James Cromwell como
Zefram Cochrane (não-creditado)
John Fleck como Silik
Melinda Clarke como Sarin
Tommy 'Tiny' Lister, Jr. como Klaang
Vaughn Armstrong como almirante Forrest
Jim Beaver como almirante Leonard
Mark Moses como Henry Archer
Gary Graham como Soval
Thomas Kopache como Tos
Jim Fitzpatrick como comandante Williams
James Horan como Figura Humanóide
Joseph Ruskin como Médico Suliban
Marty Davis como jovem Jonathan Archer
Van Epperson como alienígena
Ron King como fazendeiro Moore
Peter Henry Schroeder como Chanceler Klingon
Matt Williamson como membro do Conselho Klingon
Byron Thames como tripulante
Ricky Luna como Carlos
Jason Grant Smith como tripulante Fletcher
Chelsea Bond como mãe alienígena
Ethan Dampf como criança alienígena
Diane Klimaszewski como dançarina de borboleta
Elaine Klimaszewski como dançarina de borboleta
Próximo
episódio
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