Voyager
Temporada 2

Análise do episódio por
Daniel Sasaki



 









 

MANCHETE DO EPISÓDIO
Episódio tenta desenvolver Neelix, 
mas só acaba reduzindo Tom Paris

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Sinopse:

Data Estelar: 49485.2.

Neelix transmite as notícias diárias a bordo da Voyager, como parte do seu trabalho de "oficial da moral". Quando ouve o rumor de que alguém na tripulação está deixando a nave para se juntar a um comboio Talaxiano, notifica a capitã e Tuvok. Nem um pouco surpreendidos, os dois revelam a Neelix que Tom Paris decidiu deixá-los, após um conturbado período de má conduta e insubordinação. Pouco tempo mais tarde, Tom parte.

Enquanto Janeway pondera um substituto para Paris, Neelix se ocupa cobrindo um pequeno acidente na engenharia que fere três tripulantes, incluindo Michael Jonas, o espião de Seska a bordo da Voyager. Ademais, a nave Talaxiana para a qual Tom se transferiu notifica a capitã de que foi atacada pelos Kazon-Nistrim, levando o tenente como refém.

Seska dá as boas-vindas a Paris a bordo da nave Kazon e tenta convencê-lo a se unir à facção Nistrim. Na Voyager, Neelix se pergunta como os kazon sabiam que Tom estaria no comboio Talaxiano. Seguindo sua nova carreira de jornalista investigativo, vasculha a engenharia, onde encontra brechas suspeitas nos diários de comunicação subespacial. Temendo ser exposto, Jonas tenta matá-lo com um choque de plasma, mas Neelix sai a tempo.

O Talaxiano então procura Tuvok e conta sobre suas suspeitas de que alguém a bordo pode estar transmitindo mensagens secretas para os Kazons. Explorando mais a fundo, encontra evidências de que Paris seria o traidor, e anuncia suas descobertas no programa diário. Janeway acaba revelando a Neelix que a saída recente de Tom era parte de um plano para expor o verdadeiro espião e pede-lhe que ajude na investigação.

Entre os Kazons, Paris encontra provas de que Jonas é o traidor tão procurado, mas é descoberto por Seska antes que possa contatar seus colegas. Ele consegue fugir roubando uma nave auxiliar do inimigo. Na Voyager, Neelix também descobre a culpa de Jonas e os dois brigam na engenharia, onde o alferes acaba morrendo. Os Kazons se retiram quando a capitã abre fogo e Paris retorna como um herói.

 

Comentários:

Embora o roteiro fosse dedicado a Neelix, o Talaxiano foi novamente sub-utilizado e muito mal explorado: nada foi acrescido ao personagem. Quem acabou ganhando destaque foi mesmo Tom Paris, cujas ações anteriores foram explicadas no episódio.

Isso não significa de forma alguma que o desfecho da trama iniciada em "Alliances" tenha sido bom. O "charme" inicial de Paris, assim como a originalidade do personagem, era justamente o fato de o tenente ser rebelde, irresponsável e avesso aos rígidos códigos da Federação. "Investigations" apagou de vez essas características em Tom, que a partir da próxima semana em nada será diferente de Harry, o "alferes-modelo". É uma pena, mas em diversos aspectos a série acaba reprimindo sua própria premissa, como foi o caso dos maquis, que já no piloto apareciam com o uniforme da Frota...

Falando em Maquis, é questionável o modo como Chakotay foi manipulado e iludido pela capitã e Tuvok. Janeway justifica isso dizendo que visava uma melhor performance no esquema de exposição do espião. Mas o primeiro-oficial foi de fato controlado como marionete e fez papel de ridículo em episódios anteriores, quando tinha suas discussões apimentadas com Tom. Tudo isso soa mais como falta de confiança e algo que a capitã não tinha o direito de fazer, já que Chakotay tem uma patente mais alta que Tuvok.

A morte de Michael Jonas também não muda muito a vida da Voyager, que simplesmente não terá mais descontentes a bordo --por enquanto. Para dizer a verdade, a presença de Jonas e seus contatos secretos com Seska foram irrelevantes e resolvidos de forma até grotesca. A cardassiana é um dos únicos saldos positivos de todo esse arco: uma genuína e destinada vilã (cada vez mais "maternal", como observou Paris), e cujas proezas não param por aqui.

Algo bem aprofundado, no entanto, foi o impacto que a partida de Tom exerceu principalmente sobre Harry, Neelix e Kes. Foi legal ver o alferes se manifestar durante uma reunião, enquanto a capitã discutia os possíveis substitutos para o leme da nave. Outra cena igualmente marcante foi o afeto de Neelix pelo tenente; suas richas acerca de Kes estavam finalmente acabadas. Mas isso não se iguala à qualidade de "Deadlock", que vai ao ar no próximo fim de semana.

 

Citações:

Kim - "It's the job of a journalist to be independent."
("É o trabalho do jornalista ser independente.")

Paris - "You're looking radiantly maternal."
("Você está radiantemente maternal")

Neelix - "Good hunting."
("Boa caçada.")

 

Trivia:

int.jpg (476 bytes) A Sua Alteza Real, Príncipe Abdullah Bin-Al-Hussein da Jordânia, fez uma aparição relâmpago no episódio, como um oficial da área de ciências. Ele foi o primeiro membro de uma realeza a aparecer em Jornada nas Estrelas. Foi proclamado Rei de seu país em fevereiro de 1999.

int.jpg (476 bytes) Raphael Sbarge (Jonas) e Seska retornam mais uma vez, dando continuidade ao arco do segundo ano.



Ficha técnica:

História de Jeff Schnaufer & Ed Bond
Roteiro de Jeri Taylor
Direção de Les Landau
Exibido em 13/03/1996
Produção: 035

Elenco:

Kate Mulgrew como Kathryn Janeway
Robert Beltran como Chakotay
Roxann Biggs-Dawson como B'Elanna Torres
Robert Duncan McNeill como Tom Paris
Jennifer Lien como Kes
Ethan Phillips como Neelix
Robert Picardo como Doutor
Tim Russ como Tuvok
Garrett Wang como Harry Kim

Elenco convidado:

Martha Hackett como Seska
Raphael Sbarge como Michael Jonas
Simon Billig como Hogan
Jerry Sroka como Laxeth

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