MANCHETE
DO EPISÓDIO
Abertura
da temporada traz senso de
família
para a tripulação da Voyager
Episódio
anterior | Próximo
episódio
Sinopse:
Data Estelar: 48975.1.
A USS Voyager altera o curso ao
detectar traços de metal oxidado (ferrugem) no espaço. Janeway
surpreende-se, pois ferro não tem como enferrujar no cosmo devido
à ausência de oxigênio. Chegando às novas coordenadas os
tripulantes encontram um objeto à deriva no vácuo: um automóvel
da Terra do século 20.
Ao
transportar o veículo para o hangar, descobre-se em seu primitivo
equipamento de rádio um sinal de SOS emitido de um planeta nas
proximidades. Os transportes não funcionam na atmosfera, do mesmo
modo que uma nave auxiliar não conseguiria navegar. Logo, a única
solução encontrada é pousar a própria Voyager na superfície.
Nesse mundo a capitã encontra humanos que foram abduzidos da Terra
e levados ao quadrante Delta por uma raça avançada, em 1937.
Mais
que isso, a nave descobre que ali se desenvolveu uma nova civilização
humana, espalhada por três cidades. Os humanos são hospitaleiros e
oferecem abrigo para os tripulantes da Voyager que optarem por
ficarem no quadrante Delta em vez de continuar tentando voltar para
casa.
No fim, toda a tripulação opta por ficar na Voyager, que abandona
o planeta e segue viagem rumo ao quadrante Alfa.
Comentários:
"The 37's" foi originalmente concebido
para fechar a primeira temporada de Voyager. Por uma decisão
da rede UPN (que exibia a série nos EUA), ele acabou ficando como
episódio de abertura da nova temporada. Ainda assim, ele é um
marco para a série. Ele foi o primeiro segmento (e um dos únicos)
a transmitir o senso de que a tripulação da Voyager é realmente
uma grande família.
Esse
sentimento, que nasceu de parto normal durante a evolução de A
Nova Geração e Deep Space Nine, teve de ser parido por
cesariana em Voyager, pela necessidade das duas tripulações
(maquis e federada) de unir forças e voltar para casa. Justamente
por serem obrigatoriamente uma família, esse relacionamento entre
os personagens nunca ficou muito natural --até este episódio.
A
história tem vários méritos, apesar de apelar um pouco para a
credulidade do telespectador em achar que coisas altamente improváveis
--como a Voyager encontrar humanos isolados no quadrante Delta em
sua viagem de volta para casa-- podem de fato acontecer.
Também é forçada a necessidade de pousar a nave. Mas os
produtores estavam a fim de mostrar o que a nova belezinha deles
podia fazer! Alguém tem alguma reclamação quanto ao lindo
procedimento de aterrissagem da nave? Eu não tenho.
De
resto, é um episódio bonito e raro. Primeiro, porque resolveu
contar uma história, em vez de ficar despejando tecnobaboseira por
45 minutos, como às vezes costuma ocorrer. Não houve sequer um
elemento importante da trama resolvido com tecnologias malucas
tiradas da cartola.
Cenas como a que mostra Janeway e Chakotay rumo à área de carga
para ver quem vai querer deixar a nave e descobrem que a sala está
vazia, ou a subsequente, que mostra a capitã na ponte dando ordens
para a decolagem da nave, funcionam maravilhosamente para
estabelecer esse clima familiar. Apesar de ligeiramente previsíveis
e piegas, as cenas funcionam para tocar o telespectador. As atuações,
a música e os ângulos de cena operam sua magia com facilidade.
Só senti falta de ver as tais cidades humanas no planeta. As sequências
provavelmente não foram produzidas em razão de custos proibitivos,
mas parece que faltou alguma coisa entre o convite dos habitantes e
a volta à nave, na cena seguinte.
Por
fim, vale comentar o relacionamento de Amelia Earhart com a capitã
Janeway --ambas pioneiras em seus próprios contextos. O papel de
Amelia para com Janeway é semelhante ao que Abraham Lincoln teve
com Kirk no episódio clássico "The Savage Curtain".
Aposto que a aviadora foi um dos ídolos da capitã da Voyager!
O episódio é totalmente Janeway e serve para demonstrar a
capacidade da capitã de manter a tripulação unida e coesa. Nenhum
espaço foi reservado para os outros personagens. Mas a capitã
merece...
Citações:
Paris - "Captain, I think
I should tell you I've never actually landed a starship before."
("Capitão, eu acho que deveria avisá-la de que eu nunca
pousei uma nave estelar antes.")
Trivia:
Esse é o primeiro episódio em que a
USS Voyager pousa em um planeta. Depois a veríamos pousar novamente
em "Basics, parte I", no último episódio da atual
temporada.
A cena em que a tripulação de Voyager
encontra uma pick-up Ford de 1937 flutuando no espaço pode ser
considerada uma reminiscência de um quadro parodiando a série clássica
de Jornada nas Estrelas, exibido no programa americano "Saturday
Night Live".
"The
37's" foi originalmente concebido para marcar uma nova direção
à série, após a resolução (ao menos parcial) dos conflitos
entre as tripulações da Federação e os Maquis, unindo enfim os
grupos em uma só tripulação. Segundo Brannon Braga, um dos
escritores do episódio, "The 37's" seria o último
episódio do 1º ano. "Nós estávamos interessados em termos a
tripulação mostrando um pouco de solidariedade, tentando fazer o
melhor nesta situação forçada em que se encontravam. Não existe
nada pior do que ligar sua TV e ver um programa em que todos se
odeiam (a não ser que seja uma comédia estilo "sitcom")",
diz Braga.
Ficha
técnica:
Escrito por Jeri Taylor &
Brannon Braga
Dirigido por James L. Conway
Exibido em 28/08/1995
Produção: 020
Elenco:
Kate Mulgrew como
Kathryn Janeway
Robert Beltran como Chakotay
Roxann Biggs-Dawson como B'Elanna Torres
Robert Duncan McNeill como Tom Paris
Jennifer Lien como Kes
Ethan Phillips como Neelix
Robert Picardo como Doutor
Tim Russ como Tuvok
Garrett Wang como Harry Kim
Elenco convidado:
Sharon Lawrence como Amelia Earhart
David Graf como Noonan
James Saito como o soldado japonês
Mel Winkler como Jack Hayes
John Rubenstein como John Evansville
Episódio
anterior | Próximo
episódio
|