Os
efeitos especiais de Voyager
Em
quase todos os aspectos, desde sua concepção até a produção, Voyager
se diferenciou dos demais seriados do universo de Jornada.
Pela primeira vez, seria o carro-chefe de uma rede televisiva, não
mais abordaria os Klingons ou Romulanos, haveria uma mulher na
cadeira de comando; isso todos já sabem. Entretanto, o que tornou
a série única na ficção científica foram seus extraordinários
efeitos visuais.
Em
1994, Tony Meininger, da Brazil Fabrication, desenvolveu o modelo
definitivo da USS Voyager, em um processo de quase cinco meses.
Mas, ao contrário das séries anteriores, Voyager quase não
utilizou miniaturas em sua produção. O modelo foi recriado em
CGI (computer generated imagery, ou, em português, imagem gerada
por computador) por empresas como Santa Barbara Studios,
Foundation Imaging, Digital Muse e Digital Magic.
Esse tipo de tecnologia cinematográfica
é mais barato do que as filmagens com maquetes, sem mencionar a
maior liberdade (e realismo) das seqüências de ação. Por outro
lado, perdeu-se aquele trabalho meticuloso e artesanal já
conhecido.
Aos
olhos atentos, essa segunda versão da nave é bastante diferente
da primeira. Os artistas acrescentaram mais detalhes e realçaram
os interiores por trás das janelas. Em episódios como "The
Gift" e "Good Shepherd" há seqüências
em que a câmera aproxima-se da Voyager ao ponto de atravessar as
janelas e focalizar personagens, algo sem precedentes em Jornada
(exceto pela tomada de abertura do primeiro piloto da Série Clássica,
"The Cage",
que tentou usar o efeito de forma bastante tosca num zoom da câmera
sobre a ponte da Enterprise).
Além
disso, as cenas de batalha transformaram-se em grandes espetáculos
(lembrando que a capitã Janeway sempre consegue envolver sua nave
em guerras alheias). Destacam-se "Scorpion", "Year
of Hell" e "Dragon's Teeth".
Mas
as novidades não se restringem à nave. A introdução de alienígenas
como a Espécie 8472 foi um marco para o gênero sci-fi.
Finalmente a produção do seriado pôde se livrar da criação de
alienígenas parecidos com os humanos. Em "Equinox"
aparecem seres nucleogênicos de uma outra dimensão, outro
milagre dos efeitos "CGI". Vale lembrar também a
misteriosa raça Ba'Neth, da sexta temporada.
Embora o seriado até hoje não tenha emplacado e conquistado as
legiões de fãs que a Série Clássica, A Nova Geração
e Deep Space Nine obtiveram, ele se sobressai em termos de
premiações por seus efeitos especiais. Até hoje, foram dúzias
de indicações para o prêmio Emmy (o Oscar da TV
norte-americana), sendo 7 delas apenas no ano 2000. Agora, basta
esperar quais serão as surpresas, na tão esperada volta da USS
Voyager para casa em maio de 2001...
Daniel
Sasaki é co-editor do Trek
Brasilis
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