Uma
das características do rico Cânone & Cronologia de Jornada nas Estrelas
é ter diversas informações sobre eventos que teriam ocorrido antes da época em
que se passa A Série Original. O período da missão de cinco anos original
da Enterprise, portanto, é meio vista como um "ano zero" da cronologia
da franquia, e um dos eventos mais populares, por assim dizer, desta cronologia
é sem dúvida as chamadas Guerras Eugênicas. Primeiro mencionadas no episódio Space
Seed, da Série Original, aprendemos que elas foram um conflito que
teria ocorrido no final do século 20, e no qual a participação de humanos geneticamente
modificados não apenas ocorreu, como também teria sido o catalisador do conflito.
No mesmo episódio, James Kirk e sua tripulação conhecem diversos destes super-humanos,
incluindo o seu líder Khan Noonien Singh. Tempos depois, em Jornada nas Estrelas
II: A Ira de Khan, o tema foi novamente revisitado, e outro embate entre Kirk
e Khan ocorreu em um dos filmes mais populares da franquia. Apesar
de todo este background do episódio original e do segundo filme para o cinema,
além de inúmeras outras pequenas menções em outros episódios, o fandom nunca teve
realmente uma visão geral e completa sobre o que teria de fato ocorrido durante
as Guerras Eugênicas, e como estas teriam afetado o planeta Terra do universo
onde a franquia existe. É com a intenção de preencher esta lacuna que temos agora
a série de livros Star Trek: The Eugenics Wars, de autoria de Greg Cox. Um
ponto particularmente interessante sobre a obra é considerar o seu contexto em
comparação com o contexto histórico real. Quando Space Seed foi originalmente
escrito por Carey Wilber e Gene Coon, os anos 1990 pareciam um longínquo
futuro sobre o qual se poderia dar um ar de mistério. Claro, quase quarenta anos
depois do episódio, este eventual futuro já está no nosso passado, e desta forma,
Greg Cox procurou equilibrar os elementos cânones conhecidos sobre as Guerras
Eugênicas com os elementos históricos reais ocorridos entre o final dos anos 60
e o final dos anos 90. Mas falaremos mais a respeito disto na análise; por ora,
vamos já para a condensação da trama de The Eugenics Wars, Volume 1. O
Início no Futuro: James Kirk e a Enterprise como fios da meada da trama
A
trama começa com a Enterprise em rota de Sycorax, onde Kirk e seu oficiais
irão conhecer os representantes oficiais de uma colônia chamada Paragon, para
uma série de conversações diplomáticas. Há duas questões interessantes a serem
levadas em conta nesta presente missão da Enterprise: primeiro, Paragon
é uma ex-colônia terráquea/humana, criada nos primórdios da exploração espacial
humana, mas que com o tempo deixou de manter contato com seu planeta-natal. E
segundo, os humanos de Paragon abraçaram a eugenia e o desenvolvimento genético,
em direto contraponto ao que ocorreu na Terra e na Federação como um todo. Estes
humanos que eles estão para encontrar são geneticamente modificados – e o Conselho
da Federação sabe disto, como Kirk explica para Spock e McCoy. A questão sugere,
portanto, que o Conselho da Federação está cogitando dar status de membro a um
planeta que tem política de eugenia, e então isto significaria uma revisão na
política federada sobre a questão. O debate que se segue é o ponto principal deste
prefácio – Kirk não quer fazer julgamentos de valor ainda, enquanto McCoy apaixonadamente
se opõe a idéia, com Spock o flanqueando para que o bom doutor não seja precipitado
em tirar conclusões sobre uma situação a qual eles precisam de mais dados para
fazer uma análise. Após
o debate, Kirk mostra interesse em obter mais informações sobre as Guerras Eugênicas,
para ter um contexto histórico mais amplo sobre a questão que estão indo debater
em Paragon. Spock sugere uma pesquisa sobre o tema, e esta aqui é a deixa, portanto,
para tanto eles como nós, enquanto leitores, seguirmos para a narrativa de Greg
Cox sobre os primórdios das Guerras Eugênicas, o que ocorre no capítulo a
seguir. Alguns pontos cruciais a considerarmos aqui são os seguintes: McCoy mencionou
a Kirk que eles encontraram Khan pessoalmente por volta do ano anterior, o que
indica claramente que a ação no século 23 se dá durante a era da Série Original.
Além disto, Spock também menciona um dos personagens-chave da trama... Gary Seven.
Isto indica também que as ações de Seven durante as Guerras Eugênicas são de conhecimento
histórico dos federados do século 23... a importância deste detalhe será mais
bem entendida ao que acompanharmos a trama. Ainda
mais tarefas na Terra A
ação inicial de The Eugenics Wars nos leva a Berlim Oriental no início
de 1974, onde encontramos a primeira ação de três dos principais personagens da
trama, e que também são rostos já conhecidos do fandom: Gary Seven, Roberta Lincon
e Isis. Aqueles familiarizados com o episódio Assignment: Earth, da segunda
temporada da Série Original já conhecem as capacidades e características
deste trio, mas para os colegas que eventualmente não viram este episódio, uma
recapitulada está na ordem do dia: Gary Seven é originário de um planeta onde
uma colônia de descendentes humanos que há séculos foram levados para lá, desenvolveram
uma avançada sociedade. Mesmo para a Federação no século 23, a existência deste
planeta é largamente um mistério, e Seven é um operativo desta sociedade que está
infiltrado no passado do planeta-natal de seus ancestrais meio que para supervisionar
o desenvolvimento social da humanidade, e se assegurar que esta não se destrua
por cometer alguma ação tola. Em Assignment: Earth, Kirk e seus tripulantes
encontram Seven em uma de suas missões, além de também conhecerem Roberta Lincon,
uma loira meio sonsinha que Seven utilizava como secretária pessoal, mas que acaba
aprendendo na ocasião a real natureza das ações de seu patrão, e Isis, uma alienígena
que entre várias habilidades, pode posar como uma gata doméstica comum. E
é aqui em Eugenics Wars que encontramos novamente estes alumnis da Série
Original. Roberta está no momento aguardando que Seven retorne de uma insurtida
para adquirir informações sobre a possibilidade de mais uma missão. Após ter que
se livrar de um indesejado berlinense dorme-sujo que imaginou ela ser uma presa
fácil na noite da cidade, Roberta e Gary tem que correrem de guardas da Alemanha
Oriental, pois estes acabaram notando as ações suspeitas deles. Após uma fuga
para uma área segura, Gary utiliza o seu "servo", um dispositivo futurista
de mil e uma utilidades (que juntamente com o computador Beta Cinco, de Gary,
também foi visto em Assignment: Earth) e se teleportam para a base de operações
de Gary em Nova Iorque. Após uma breve confabulada com Roberta, Gary chega a conclusão
de que o desaparecimento de diversos cientistas da área de engenharia genética
é algo que tem sido mais do que coincidência, e decide por investigar mais a fundo
algumas pistas que conseguiu em Berlim. O
Berço dos Super-Homens de Khan Entrementes,
a narrativa nos apresenta para a Dra. Sarina Kaur, uma cientista indiana com formação
em biologia e engenharia genética, com ela trabalhando em alguns aspectos de um
determinado projeto de engenharia genética o qual ela vislumbra como sendo algo
que trará a humanidade a um novo nível evolucional, com o desenvolvimento de técnicas
genéticas para o nascimento de humanos perfeitos e extremamente inteligentes.
Ela lidera tal projeto em uma remota instalação secreta no subcontinente indiano,
de propriedade da corporação que controla, Chrysalis, e conta com a ajuda de inúmeros
outros cientistas do mesmo campo de conhecimento seu. No momento, a Dra. Kaur
se orgulha de seu projeto já ter rendido uma primeira geração de crianças especialmente
superdotadas, e uma segunda leva está em desenvolvimento -- tanto, na verdade,
que um dos futuros infantes está incubado nela mesma, daí a Dra. Estar com um
ventre de vários meses de gravidez. Mas não seria o seu primeiro, contudo... a
Dra. Kaur já teve um primogênito na primeira leva de bebês geneticamente modificados. A
investigação de Gary divide o grupo em duas partes. Roberta é encarregada de posar
como uma cientista em uma conferência de genética ocorrendo em Roma, e a moça
chega na cidade sob o nome falso de Verônica Nery, acompanhada de bagagem e uma
gaiola para sua "gata de estimação". Roberta pensa para si mesma que
não queria realmente trazer a alien consigo para a missão, mas Gary insistiu,
e ela fica imaginando se o seu superior não faz isto para que Isis é que fique
de olho nela, e não vice-versa. De sua parte, Gary inicia uma investigação em
Nova Iorque sobre transações suspeitas de equipamento de bioengenharia, e para
isto posa de fornecedor deste tipo de equipamento. Tal disfarce que o leva a conhecer
um sujeito chamado Offenhouse, que demonstra ter grande interesse neste tipo de
mercadoria, acompanhado da atitude sem-perguntas que chama a atenção de Gary. Na
conferência, Roberta age de tal maneira que procura atiçar a curiosidade de qualquer
participante ali que possa ter alguma relação com o desaparecimento dos cientistas
nos últimos tempos. Não demora muito, e a moça começa a perceber que não apenas
está sendo vigiada a distância, mas também é abordada por um jovem cientista que
demonstra interesse sobre a suposta área de atuação dela e suas visões sobre o
tema de bioengenharia. Roberta joga verde para colher maduro, e não demora muito
para acabar recebendo um convite do cientista, um rapaz asiático chamado Takagi,
e de seu superior, um ucraniano chamado Lozinak, não coincidentemente, um dos
renomados cientistas "desaparecidos" nos últimos meses. Roberta aceita
o "recrutamento" para aquilo que ambos sugerem ser um projeto de que
será de grande interesse da loira ali colaborar. Até onde puderam verificar, Roberta
realmente parece ser quem afirma ser, dado a sofisticação das capacidades de Gary
Seven de criar falsas identidades a medida da necessidade de suas missões. Seguindo
a pista que conseguiu do interesse de Offenhouse por equipamento de genética,
Gary confirma que o destino final do equipamento seria para uma misteriosa organização
na Índia, e desta forma, ele providencia para seguir para lá mediante as capacidades
de teleportagem de seu servo. Assim, ele se encontra no aeroporto de Nova Delhi
ao mesmo tempo em que o vôo privado que transportou os equipamentos para a Índia
chega. Tal vôo também fez uma escala em Roma para trazer os operativos da Chrysalis
de volta ao país, acompanhados de sua mais nova recruta para suas fileiras acadêmicas.
Um comboio de veículos parte com eles, e de maneira separada, Willians, um britânico
que é um agente da Chrysalis encarregado do recebimento do material, encontra
Gary Seven juntamente ao material recebido. Gary contava com isto, contudo --
desta forma, não precisa fazer realmente muito esforço para conseguir ir até o
destino final do equipamento, posando de "prisioneiro" pelo tempo que
isto lhe for conveniente. Depois
de uma longa viagem de carro pela Índia, os grupos chegam até as instalações da
Chrysalis, e em diferentes momentos, recebem a atenção da Dra. Kaur: "Verônica
Nery" é recepcionada em um jantar, onde aprende mais detalhes sobre a natureza
e intenção do projeto, e depois recebe um tour pelas instalações da Chrysalis,
por Takagi. Kaur também demonstra grande interesse no capturado Gary Seven, e
como ele teria conseguido descobrir tanto a respeito da Chrysalis para ter chego
até onde chegou. Durante as várias especulações de Roberta com Kaur e os demais,
além da visita pelas instalações, ela aprende que eles não estão fazendo ali apenas
espertas crianças transgênicas... há também um grande esforço no sentido de se
desenvolver armas biológicas, e não de maneira gratuita; faz parte do projeto
como um todo. Roberta tem que encarar a possibilidade cada vez mais real de que
Kaur parece ser insana o bastante para pensar em substituir a humanidade como
um todo pelas suas supercrianças que ali cria. Roberta
encara a possibilidade de plano tão diabólico com grande pesar, pois de uma maneira
ou de outra, ela fica impressionada com as crianças que se encontram ali, espalhadas
por diversas classes de dez a quinze alunos cada. Com apenas quatro anos de idade,
muitas delas demonstram capacidade intelectual de acadêmicos de mais de 30 anos
de idade, misturadas a uma ingênua atitude infantil. Pintam reproduções de quadros
famosos com lápis de cor, esculpem estátuas com massinha de modelar, lêem clássicos
literários como o Inferno de Dante, e poraí vai. Um dos garotos até chama mais
a atenção dela, não apenas pelo sentimental apego dele por Isis, que durante uma
das visitas atraiu a atenção das crianças de uma das classes, mas também pela
postura firme que o garoto demonstra ter, além das capacidades intelectuais e
perfeição física. O garoto é o primogênito de Kaur, e os professores se referem
a ele por um de seus nomes, Noon. Enquanto
Roberta e Isis observam o que podem das instalações e colhem dados, Gary Seven
está testando a paciência de Kaur. A doutora não tem sucesso com técnicas de interrogação
convencionais, e a atitude segura de si que Gary demonstra apenas atiça a curiosidade
da Diretora da Chrysalis. Ela recorre para um supersoro da verdade que desenvolveu,
completamente mais eficiente de qualquer coisa que já existiu. Gary, por sua vez,
confia no seu treinamento, que recebeu em seu planeta natal, e na capacidade de
seu físico de tolerar tais toxinas, pois embora não seja resultado de engenharia
genética, é resultado de seleção reprodutiva natural pelos seus ancestrais em
seu planeta-natal. Por horas, a resistência de Seven se mostra admirável. Técnicas
de meditação Vulcanas e um preparo físico excepcional fazem com que a droga pessoal
de Kaur não tenha efeito algum em sua finalidade principal de revelar os segredos
de Seven. Kaur não tem como deixar de ficar admirada, e mais curiosa ainda sobre
a real natureza de seu prisioneiro. Não satisfeita, ela ordena seus assistentes
aplicarem outra dose do soro, algo que nunca fora necessário em qualquer outra
ocasião, e um risco alto de morte. Após algumas horas, é Seven quem começa a ser
realmente testado... mesmo por toda sua resistência, ele começa a considerar que
sua capacidade de se manter está chegando ao fim. Kaur insiste em suas perguntas,
e quando Seven estava prestes a sucumbir finalmente, ele teve a presença de espírito
de acabar dando a língua nos dentes em idioma Klingon. Para Kaur, aquilo somente
soa como rosnadas, e ela mais uma vez fica frustrada, preferindo retornar em outro
momento. Roberta
e Isis continuam ocupadas em seu reconhecimento, e o tour deles na classe de crianças
tem um fim abrupto, quando uma delas parece cair em um choque epiléptico. Os professores
correm para tomar as medidas necessárias para casos deste com as crianças, e Takagi
providencia para sair dali com Roberta e Isis. A loira não tem como deixar de
pensar que pelo que parece, o projeto de perfeição da Chrysalis ainda não é completamente
perfeito, o que é algo sempre perigoso de se considerar em um projeto genético
desta natureza. A visita continua até instalações mais industriais do complexo,
incluindo até mesmo a pequena usina nuclear do complexo, que é a responsável pela
geração de energia elétrica para as instalações. Após isto, durante uma passada
em um dos corredores, Isis escapa dos braços de Roberta, e tanto ela quando Takagi
tem que correrem atrás da gata, com Roberta considerando que Isis mais uma vez
parece querer apenas irritar a colega de trabalho. Contudo, quando o casal de
cientistas alcança a gata, se encontram na sala onde Gary está sendo mantido,
que é uma área improvisada com gaiolas de animais para pesquisa. Não apenas isto,
mas eles também encontram a Dra. Kaur também presente, tentando novamente conseguir
algo de Seven. Roberta procurar esconder a preocupação de ver seu chefe em um
estado inconsciente, e pergunta o que acontece ali. Kaur procura também esconder
que considerou a interrupção extremamente inoportuna, e explica que eles estão
tentando apenas descobrir a real natureza de um espião capturado. Após isto, Takagi
providencia para que Roberta vá para seus aposentos. Não
satisfeita em deixar o seu superior daquele modo, Roberta e Isis se aventuram
sozinhas pelos corredores da Chrysalis, atrás de mais informações e de um modo
para livrar Gary. Contudo, os planos das duas tem uma súbita mudança de curso,
quando Roberta responde a um chamado pelo servo, mas aconteceu de ser a Dra. Kaur
fuçando no mecanismo para descobrir suas capacidades. Com seu disfarce acabado,
Roberta e Isis iniciam uma fuga pelos corredores das instalações enquanto um alerta
de intruso é destacado sobre ela. Durante a fuga, ela consegue escapar de vários
guardas e oficiais do projeto, incluindo Tagaki, e também encontra uma seção da
Chrysalis destinada para as crianças que demonstraram ter problemas de desenvolvimento
de alguma espécie, o que a deixa razoavelmente chocada. E é neste local que finalmente
agentes da Chrysalis a conseguem acuar e a capturar, mediante a inserção de sonífero
gasoso no recinto. No
que Roberta é agora mantida prisioneira juntamente com Gary, é a vez de Isis procurar
fazer algo. Atendendo um pedido pessoal de Roberta quando esta fugia, Tagaki acabou
tomando para si a "gata de estimação" da agora descoberta espiã, e levou
o felino para os garotos da classe que eles primeiro haviam visitado. Durante
uma pausa para refeições da classe, Isis usa a oportunidade para se transmorfar
em sua forma humanóide, coisa que acaba sendo vista por Noon, mas embora bastante
surpreso, a atitude tranqüila de Isis para com o garoto o deixou realmente sem
muita ação. No que Isis retorna ao local do cativeiro, se encarrega de desarmar
e colocar a nocaute dois dos guardas da Chrysalis, da mesma maneira que Kaur,
que estava prestes a continuar o seu interrogatório agora também em Roberta. Isis
liberta ambos, e usa uma técnica específica para reanimar Gary, que havia entrado
em um modo de coma controlado, que serviu bem para ficar inconsciente e assim
não ter que enfrentar muito mais interrogatórios. O grupo se reorganizar e recupera
seus servos, e após trocas de informações, Gary decide que eles precisam destruir
aquela unidade. Gary irá até a sala de controle do reator privado da Chrysalis
e acionará uma seqüência de autodestruição que o sistema possui, com uma ruptura
controlada do reator de modo a criar uma explosão nuclear, para uso no caso de
um acidente biológico grave. Roberta e Isis ficam encarregadas de se teleportarem
para Nova Iorque, e usarem o Beta Cinco para teleportarem as crianças para locais
longe dali. As demais pessoas deverão abandonar o complexo mediante os procedimentos
de evacuação com o qual certamente contam, e Gary providenciará para que a ruptura
controlada do reator forneça o tempo necessário para tal. Após
avançar até a sala de controle do reator e a segurar para si, Gary sela o local
e juntamente com um dos técnicos sob sua captura, aciona o procedimento de autodestruição,
fazendo um aviso geral no sistema de intercom do complexo: ele avisa que tomou
para si o controle do reator, e ativou o sistema para destruição em 30 minutos.
Uma situação de pânico controlado segue-se, com os operativos da Chrysalis fazendo
os procedimentos de evacuação, ao mesmo tempo em que Roberta e Isis providenciam
os teleportes das crianças para diversos locais distantes e que mais tarde, elas
poderão ser encaminhadas para entidades de tutela de menores e afins. O fato de
as crianças desaparecerem é algo que causa estranheza nos operativos que estavam
encarregados da evacuação delas, mas nada podem fazer a não ser salvarem suas
próprias peles. Gary procura continuar na sala do reator até o último segundo
possível, para se assegurar que ninguém poderia vir para abortar o procedimento,
e este cuidado mostra-se acertado: a Dra. Kaur volta a consciência de ter sido
desacordada por Isis, e consegue surpreender Gary na sala do reator e por dado
momento, consegue o manter sob custódia. Gary, contudo, vira rapidamente a mesa,
e uma luta e tiroteio segue-se no local, com Gary tentando racionalizar a situação
com Kaur e demonstrar que tudo já está perdido. Mas a cientista mostra ter o tipo
de posição irredutível a líderes daquele tipo de organização, e o resultado final
do embate é Gary conseguir escapar do local pouco antes da explosão final, da
qual a doutora não tem a mesma sorte. Horas depois, em NYC, Gary e as duas agentes
acompanham pela TV as notícias sobre um suposto teste nuclear indiano detectado
algumas horas antes, e confabulam sobre o destino das crianças, como Noon, que
ficou sob a tutela de alguns parentes distantes em uma cidade do interior da Índia. Não
apenas a Terra tem seus Super-Homens Neste
ponto, a narrativa volta novamente para a bordo da Enterprise, quando a
nave finalmente alcança Sycorax. Três dias se passaram, durante os quais Kirk
pesquisou até aquele ponto sobre os eventos das Guerras Eugênicas. Depois de entrarem
em órbita padrão e contatarem a colônia, Kirk, McCoy e alguns dos tradicionais
camisas-vermelhas vão para a colônia Paragon a bordo de um shuttle, por o sistema
de escudos da colônia não permitir teleportagem -- o planeta é classe K, semelhante
a Vênus, e os colonos vivem em um complexo que possui uma bioredoma viva como
estrutura primária para o habitat, reforçado pelo campo de força. Como Kirk aprende
dos líderes da colônia, esta foi fundada séculos antes por colonos terráqueos
que deixaram a Terra em uma nave da classe Deadalus para fundarem uma colônia
em um planeta classe M naquele mesmo sistema-solar. Contudo, assim que chegaram,
constataram que a lua deste planeta classe M estava ficando com uma órbita errática,
o que estava desestabilizando geologicamente os continentes, o bastante para não
ser aconselhável a criação de uma colônia ali. Sem suprimentos e dilithium para
uma viagem de volta, a única escolha foi criarem a colônia no planeta que se mostrou
minimamente capaz para tal. E
que humanos são estes, como Kirk e McCoy aprendem. Fisicamente perfeitos, e com
grandes habilidades, é como se fosse um planeta de Spocks, como o bom doutor coloca
para Kirk. O capitão da Enterprise agradece toda a hospitalidade do povo local,
e inicia as sua missão diplomática, mas não antes de descobrir um novo desdobramento
com o qual não contava: o Capitão Koloth, nada menos, e alguns de seus oficiais
também estão presentes, representando o Império Klingon. Kirk é claro, o reconhece
de seu encontro anterior na Estação K-7 na ocasião em que o carregamento de quadrotriticale
foi sabotado por um Klingon quando estava para ser enviado para o planeta Shermann.
Kirk confabula um pouco com a Regente Clarke, a líder da colônia, sobre a iniciativa
de também convidar Klingons para as conversações. Clarke confessa que a presença
Klingon no setor tem sido claramente incômoda e certamente ela não é ingênua em
imaginar qual seria o interesse Klingon no know-how deles sobre engenharia genética,
e é a razão de ela ter aberto negociações com a Federação, mas ela também não
pode negar que, caso a Federação se negue terminantemente em fechar qualquer acordo
com a sua colônia, um acordo deles com os Klingons então pode ser a única saída
viável para o povo dali.
Seguindo
para os anos 80 Enquanto
aguardam a recepção diplomática algumas horas ainda a frente, Kirk retoma suas
pesquisas sobre as Guerras Eugênicas através do matéria que trouxe da Enterprise.
Tal pesquisa agora o coloca lendo sobre diversos problemas étnicos que surgem
em inúmeras regiões da Índia ao final de 1984, e no meio de um destes, encontramos
o jovem Noon, agora com catorze anos de idade, mas como sabemos, dotado de um
intelecto incrivelmente precoce para um adolescente, mas nada que não se espere
de um dos super-humanos desenvolvidos no projeto Chrysalis. Em uma vista ao mercado
local em Nova Delhi, Noon se vê no meio de uma revolta da população local contra
indivíduos da etnia indiana dos Sikhs, levante este catalisado pelo assassinado,
apenas horas antes, da Primeira Ministra Indira Gandhi por alguns de seus próprios
guarda-costas, que aconteciam ser Sikhs. Na fuga de uma turba interessada em literalmente
imolar tanto o jovem como diversos outros da multidão, Noon aceita a ajuda de
um sujeito que demonstra saber quem ele se trata. Após se juntar ao fulano e escapar
por alguns túneis e névoa, Noon se encontra repentinamente em um apartamento cuja
decoração não lhe parece familiar. O sujeito finalmente se apresenta, e se identifica
como Gary Seven. Também presentes estão ali Roberta e Isis, em sua forma felina.
Noon se lembra vagamente dela, e Gary e Roberta esclarecem que conheceram Noon
na ocasião do desmante por parte deles do projeto Chrysalis, e que desde então,
eles tem mantido um olho no desenvolvimento do garoto. Gary acredita que está
na hora de dar uma chance para Noon, uma chance de ele se juntar a sua operação,
e explica de modo simples a natureza de sua missão. Noon não acredita muito, e
Gary inclui na explicação o fato de que agora ele es'ta em um apartamento em Upper
East Side, em Nova Iorque. Frente a isto, Noon aceita a realidade desta sua situação,
e depois de alguns dias ali até os ânimos se acalmarem em Nova Delhi, o jovem
pensará a respeito. Depois que parte, Roberta não se mostra segura o bastante
para considerar aquilo como a melhor idéia do mundo, pois Noon, apesar de ser
brilhante, também demonstra uma certa arrogância incomoda. Gary concorda com a
sua assistente, mas acredita que poderá tutelar bem o garoto. Uma
das primeiras missões de Gary acompanhado de Noon acontece em uma base bastante
próxima ao exato ponto do Pólo Sul, na Antártida. Após atravessar alguns quilômetros
na neve, Gary e Noon alcançam uma base secreta americana no local, e rapidamente
rendem alguns poucos pesquisadores locais. Gary, contudo, quer especificamente
o Dr. Wilson Evergreen, e diz ao pesquisador que sabe a real natureza da pesquisa
dele ali, que envolvem procurar controlar meios de reparar a fenda na camada de
ozônio na atmosfera da Terra, o que inclui para isto um satélite recentemente
colocado em órbita polar do planeta, após uma missão do shuttle Discovery
alguns meses antes. Evergreen nega tais fatos, e procura ganhar tempo de seus
captores. Em um movimento brusco, consegue neutralizar temporariamente Gary usando
uma arma oculta em um instrumento de pesquisa, mas nisto, Noon o ataca ferozmente
e o fere de maneira mortal com uma adaga. Gary fica espantado com a reação exagerada
do garoto, e constata que Evergreen está morto. Mas antes que Gary pudesse pensar
sobre o que fazer a respeito do exagero de Noon e como isto afeta a missão, Evergreen
reacorda e lentamente se recupera por completo do golpe que teria que ter o matado.
Gary fica espantado com aquilo, e conclui que Evergreen só pode se tratar de um
"imortal" sobre os quais conseguiu algumas informações ao longo dos
anos. Evergreen confirma que é um deles, e sua vida teve origem na Mesopotâmia,
mais de seis mil anos antes. Nossa referência ao C&C se encontra no fato de
que Evergreen, é claro, é (ou virá a ser, pelo menos) ninguém menos do que Flint,
do episódio Requiem for Methuselah. Evergreen
confronta Gary dizendo que eles não devem procurar destruir sua pesquisa, pois
isto é algo que ele pretende usar para recuperar a camada de ozônio do planeta,
e não a destruir. Gary, contudo, confirma para Evergreen que os patrocinadores
de suas atividades no Departamento de Defesa dos EUA tem a intenção de utilizarem
a pesquisa como uma categoria de arma não-convencional. Frente as evidências apresentadas
por Gary, Evergreen concorda em cessar suas pesquisas ali e providenciar para
preparar a sua "morte", atividade no qual ele afirma ter ficado muito
bom ao longo dos séculos. Missão cumprida, resta apenas para Gary levar Noon para
a Índia, e ter uma conversa com o jovem sobre estas suas atitudes impulsivas. Mas
no que a dupla se teleporta para a cidade de Bhopal, e começam seu debate sobre
os recentes eventos, eles se deparam com um pânico generalizado na cidade. Noon
intercede com um dos locais para saber o que está havendo, qual seria a razão
de fuga tão abrupta, e o senhor que ele aborda balbucia alguma coisa sobre uma
nuvem de gás venenoso atingindo a cidade. Noon se lembra que há na região uma
fábrica de produtos químicos da Union Carbaide, e aparentemente, alguma espécie
de acidente está causando uma contaminação de proporções consideráveis. Após providenciarem
seu teleporte para Nova Delhi, Noon discute com Gary que ele deveria ser mais
incisivo em suas missões, e que deveria procurar controlar mais os destinos das
sociedades, tendo os recursos que tem a disposição. Gary argumenta que tal microgerenciamento
não é a intenção de sua missão, e ele não tem condições de ser onipresente daquela
forma -- mesmo que tivesse, ele não deveria interferir tanto com a humanidade.
Noon demonstra com a discussão que está desenvolvendo em relação a Gary um certo
ressentimento, por este o considerar muito impulsivo, mas Noon é que considera
que Gary, embora tenha para si uma nobre missão, acredita que ele é cheio de quetais
demais, extremamente preocupado apenas nos meios, e não nos fins, de suas missões.
Isto, aliado ao fato de que aquele acidente ali serve como mais um indício que
os governantes das nações simplesmente são incompetentes demais para cuidarem
adequadamente dos povos da humanidade, começa a ebulir no jovem uma nascente intenção
de que ele deve, um dia, procurar ser o líder da humanidade para levar ordem para
todo aquele caos. Noon não acredita mais que seja adequado em continuar associado
a Gary, que agora procura apenas aconselhar o melhor possível o garoto para que
ele planeje adequadamente seu futuro. Antes de se despedirem, o jovem também pede
para que ele passe a se referir a ele por outro de seus nomes, que acredita ser
mais adequado para si -- Khan. Não
apenas de eugenia se resume as atividades de um Supervisor Algum
tempo depois, meados de 1986, encontramos agora Roberta envolvida em mais uma
das missões de Gary Seven. No caso, a assistente de Gary providencia uma insurtida
em nada menos do que a Área 51, no deserto de Nevada. No local, ela procura alguns
artefatos que recentemente a Marinha dos Estados Unidos conseguiu obter, e que
agora estão sob controle de alguns pesquisadores locados naquelas instalações
secretas. Uma jovem engenheira chamada Shanonn O'donnel, e Dr. Jeffrey Carlson,
um idoso pesquisador já veterano daquele tipo de investigação. No caso, Carlson
providenciou para que Shanonn reportasse rapidamente para a base para acompanhar
com ele a análise dos artefatos obtidos pela Marinha, que foram recentemente confiscados
de um espião russo capturado a bordo do USS Enterprise enquanto este estava
em São Francisco. Carlson acredita que os artefatos se relacionam de alguma maneira
com a espécie dos alienígenas que foram capturados em Roswell em 1947, ou seja,
os Ferengis. Mas antes que quaisquer pesquisas em relação aos artefatos pudessem
ser feitas, Roberta se teleportou para o local e já estava de saída, mas foi pega
em flagrante por Shanonn, que casualmente voltava para o local na base onde estavam
armazenados os objetos depois que Carlson havia saído. As duas mulheres se confrontam
durante alguns minutos, com Shanonn tentando obter o controle novamente sobre
os artefatos, e tentando entender como é que aquela fulana conseguiu se infiltrar
na Área 51, mas no final, Roberta consegue a colocar inconsciente com o seu servo,
e deixa o local. Não
muito tempo se passa, também, para encontrarmos Gary em ainda outra de suas missões,
desta vez em Moscou. Ele intercepta uma Coronel da KGB, Anastásia Kommanov, quando
esta fora até a Tumba de Lênin buscar informações que um agende de confiança seu
haveria deixado no local. Gary a rende quando ela obtinha os documentos, mas em
dado momento, a Coronel Kommanov consegue neutralizar Gary usando um pequeno dispositivo
explosivo de diversão, e o leva capturado para fora da Tumba, onde tropas suas
a aguardam. Mas no que Gary era colocado em custódia, o grupo de soldados soviéticos
é atacado por um jovem que sai das sombras na noite de Moscou, e do topo do monumento
consegue neutralizar dois soldados usando uma arma Sikh, um disco afiado de se
arremessar, basicamente a mesma arma-de-escolha de Xena, a Princesa Guerreira,
vamos dizer assim. Gary não esperava encontrar Khan ali, mas não se faz de rogado
realmente em usar a oportunidade. Retoma Kommanov novamente como refém, e escolhe
seguir Khan para dentro da Tumba, quando o contingente soviético ali é reforçado
por guardas do Kremlin que notaram o tiroteio nas proximidades. Gary e Rommanov
não entendem a escolha de Khan pelo supostamente beco-sem-saída da Tumba, mas
o jovem demonstra saber detalhes sobre o local que nem a operativa da KGB nem
o cheio-de-recursos Gary sabiam, que se tratava de uma série de túneis que levam
para outras áreas da cidade, construídos no período de Stalin pré-segunda guerra. A
salvo em um dos túneis, Khan e Gary procuram trocar informações sobre as intenções
da Coronel Kommanov e de outros de seu grupo, um plano do qual Gary já havia levantado
informações isoladas: uma conspiração para assassinar Mikhail Gorbachev durante
a conferência deste com Ronald Reagan, que ocorre em Reykjavik, na Islândia --
um golpe de estado se seguiria a isto, para o grupo radical de Rommanov retirar
o reformista Secretário-Geral do PC do controle da URSS. Khan, que para espanto
de Gary também havia esbarrado com indícios do mesmo plano em suas andanças pelos
submundos da Ásia e União Soviética desde que se separou de Gary anos antes, parece
ansioso para já ir gung-ho em interrogar a Coronel para obter mais detalhes de
como será o assassinato (o estilo do indiano intimamente impressiona a oficial
da KGB, que tanto pensa que ele daria um valioso recruta, como também pensa que
ela faria o mesmo em seu lugar), mas Gary considera desnecessário a barbárie,
pois os documentos de Kommanov ali tem as confirmações de que precisam. Ainda
assim, Khan gostaria de tirar dela alguns detalhes que os documentos não cobrem,
mas a oficial da KGB decide que, não tendo outra saída, ataca Khan de movo a praticamente
se auto-impalar na adaga que Khan segurava. Com ela morta, eles não tem muito
a fazerem ali a não ser irem para a Islândia, mas Gary assegura que já tem operativos
no local. Na
Islândia, encontramos Roberta fazendo a parte da missão de que Gary a encarregou,
e no momento, posa nada menos do que como a intérprete oficial de Gorbachev, uma
posição de considerável importância que Gary trabalhou bem para conseguir para
a sua operativa. Deste modo, Roberta fica atenta para procurar uma situação de
atentado que deveria acabar passando desapercebida até mesmo para os agentes do
Serviço Secreto dos EUA e do equivalente soviético para proteção do Secretário-Geral.
Desta forma, Roberta fica de olho nas coisas enquanto acompanha a conversa de
Gorbachev com Reagan, com ela servindo de tradutora pela delegação soviética,
e os líderes falam sobre os diversos temas reservados para aquela conferência,
como a proposta de redução de ICBMs estratégicos e o projeto da Iniciativa de
Defesa Estratégica dos EUA, conhecido como "Guerra nas Estrelas". Em
dado momento, Reagan oferece um presente para o líder soviético, no caso, um grande
pote de jujubas, doce o qual o Presidente dos Estados Unidos era conhecido por
gostar bastante. Gorbachev considera o gesto simpático e tem a iniciativa de provar
alguma destas balas. Roberta pensa a respeito das jujubas, e se lembrando de um
dos detalhes que Gary lhe passara horas antes, sobre o que aprendeu em Moscou,
ela chega a conclusão de que de alguma forma, os conspiradores conseguiram envenenar
as jujubas oferecidas a Gorbachev. Pensando rápido, Roberta repentinamente grita
para se ter "cuidado com um gato", o que chama a atenção de Isis, que
se encontrava na sala como se fosse um gato do local, e Isis pula repentinamente
entre os dois chefes de estado, fazendo com que Gorbachev acabasse derrubando
o pote na confusão. Roberta pede desculpas para os chefes de estado pela confusão
que se seguiu, mas nenhum deles demonstra se preocupar demais com o incidente.
Desta maneira simples, Roberta e Gary conseguiram evitar o atentado dos conspiradores
contra o Secretário-Geral do PC soviético. O
tabuleiro está pronto, e as peças começam a se mover E
se aproximando mais e mais do fim da década, agora já em 1989, encontramos Roberta
na base deles em NYC, aguardando Gary voltar de uma missão na Bulgária, como parte
dos esforços deles de colaborarem com que o desmantelamento do Pacto de Varsóvia
ocorra da maneira mais pacífica possível. E certamente é o que está acontecendo,
com a loira, agora já beirando os quarenta anos de idade, refletindo sobre todos
estes anos de missão com seu chefe, enquanto assiste no computador Beta Cinco
as imagens da CNN mostrando a queda do muro de Berlim. Mas este momento tranqüilo
de Roberta é abruptamente interrompido quando a porta do apartamento é derrubada
por ninguém menos do que Khan e dois operativos seus. Roberta se vê surpresa de
o encontrar ali, e Khan afirma que desde que se encontraram pela última vez, ele
tem feito de suas próprias missões isoladas, também, e fortalecendo uma rede própria
de agentes. Mas por ora, Khan está interessado em informações específicas que
sabe que Gary possui. Enquanto seus lugares-tenente mantém Roberta rendida, Khan
se dirige para Beta Cinco, e depois de usar algumas técnicas admiráveis de hackeamento,
ainda mais considerando a natureza alienígena do computador, o que impressiona
Roberta, Khan obtém do banco de dados dois CD-ROMs contendo aquilo que desejava:
informações sobre o paradeiro das demais crianças que foram retiradas do Projeto
Chrysalis, e informações e especificações sobre o sistema de armas que Evergreen
trabalhava na Antártida, o que afetava a camada de ozônio. Roberta pensa nas possibilidades
terríveis de tais informações nas mãos de Khan, e ele diz que tem que fazer bom
uso destas informações para conseguir seus objetivos naquele que considera o seu
destino de liderar a humanidade. Antes de partir, Khan danifica seriamente o Beta
Cinco com tiros de pistola, e deixa o local. Com o Beta Cinco inoperante, os servos
não podem teleportar nada para lugar algum, o que deixa Gary e Isis sem possibilidade
de voltarem desta forma para NYC. Os
Federados tem seus problemas também no que estão se envolvendo mais em eugenia Nossa
narrativa de Eugenics Wars, Volume 1 chega a seu epílogo com a recepção
principal em Paragon para os Federados e Klingons prestes a começar, e assim,
Kirk deixa de lado temporariamente suas pesquisas sobre as Guerras Eugênicas para
atender ao jantar oferecido pela Regente Clarke. Koloth e seus oficiais estão
presentes também, e o evento prossegue razoavelmente bem, com conversas amigáveis
mas ferinas de ambos os lados, federado e klingon. Em dado momento, contudo, um
operativo de Clarke vem até a Regente com um dos Klingons em custódia, dizendo
que ele fora capturado em uma área restrita. Clarke confronta Koloth sobre o ocorrido,
e o capitão Klingon assegura que seu oficial será severamente punido. Kirk pensa
para si mesmo que Koloth deverá fazer isto mesmo, mas não por considerar que seu
oficial cometeu uma ofensa contra os colonos, mas sim porque certamente seu oficial
falhou em sua missão de espionagem e permitiu ser capturado. Clarke ordena que
Koloth se retire dali e encerra as conversações com os Klingons, e este não se
opõe muito ao desejo da Regente, o que chama a atenção de Kirk. Tal intuição do
Capitão da Enterprise se mostra mortalmente profética alguns momentos após
a delegação Klingon deixar o jantar: uma grande explosão que chamou a atenção
de todos ocorre, e depois de algumas verificações, se constata que a bioredoma
que protege a colônia sofreu uma avaria estrutural grave em um dado setor -- não
por coincidência, onde o Klingon fora capturado -- e sua ruptura é iminente. Kirk
especula com McCoy e Clarke sobre em quanto tempo isto pode ocorrer, e todos concordam
de que é apenas uma questão de horas.
Análise
Geral de Star Trek: The Eugenics Wars, Volume 1 Bem,
uma coisa é certa: Greg Cox escolhe por deixar o gancho para o Volume 2
de Eugenics Wars justamente no ponto em que se imagina que a coisa ganhou
proporções épicas, e na qual seria a época em que Khan reinou soberano sobre uma
parte considerável da Ásia Oriental, como se sabe do C&C pré-estabelecido
da franquia. Mas seja como for, este volume nos deu as origens mais remotas de
Khan e seu séqüito de seguidores geneticamente modificados, desde o projeto de
engenharia genética que primeiro os originou. Outro ponto interessante a se considerar
sobre o Volume 1 de Eugenics Wars é que ele parece ser uma seqüência literária
até mesmo mais de Assignment: Earth do que necessariamente de Space
Seed -- claramente, Gary Seven, Roberta Lincon e Isis são os protagonistas
principais deste Volume 1. As possibilidades destes personagens foi algo em que
Greg Cox se baseou bastante para escrever a trama básica do livro, mas eu fiquei
com minhas dúvidas sobre até que ponto isto foi adequado, pois eu senti que o
estilo de "trama de espionagem" de Cox parece em inúmeras vezes
soar como se fosse tirada de um episódio ruim de Agentes da U.N.C.L.E. ou de um
roteiro rejeitado de filme do 007. O que não é de se estranhar totalmente, na
verdade... eu sempre considerei que Assignment: Earth, com aquela intenção
velada dele de posar como pretenso piloto de uma série de TV própria de Gary Seven,
também padece do mesmo mal. Além
disto, a narrativa me pareceu um pouco desequilibrada, com dois terços do livro
se passando durante a operação contra a Chrysalis, e depois disto, diversos momentos
isolados ao longo de um período de quinze anos, meio que como deixando a trama
toda em stand-by até se chegar no começo dos anos 90, que segundo consta, é quando
a ação principal referente as Guerras Eugênicas vão se desenrolar. No campo de
desenvolvimento dos personagens, Cox se sai um pouco melhor, nos dando
bastante informação pregressa sobre todos os principais, e podemos acompanhar
bem ao longo dos anos como é que toda a trama estava moldando e modificando suas
personalidades, especialmente é claro, de Khan, que é a razão de termos o livro
nas mãos em primeiro lugar. Mas não que eu não tenha ainda outras cricas menores,
claro que não... por exemplo, um clichê recorrente era notar como Gary tinha a
incrível capacidade de render alguém, e sem era nem bera, repentinamente o capturado
conseguia reagir de tal forma a colocar Gary em desvantagem durante alguns segundos
ou minutos, o bastante para virar a mesa. Uma, duas vezes vá lá de se usar tal
recurso de "situação de captura", mas do jeito que ia, a coisa parecia
se repetir mais vezes do que Johnathan Archer é capturado em episódios de Enterprise. Sobre
pontos mais gerais, é interessante considerar que, ao mesmo tempo em que a Federação
tem uma enorme restrição a engenharia genética em humanos, a Federação
também não tem nenhuma restrição a desenvolver e utilizar alimentos transgênicos:
o grão quadrotriticale, visto em The Trouble With Tribbles, é um grão transgênico:
isto está claramente demonstrado no episódio original, e é informação confirmada
na Star Trek Enciclopédia, portanto é algo claramente firmado no C&C
da franquia. Interessante, para se dizer o mínimo, esta postura da Federação...
não apenas usa transgênicos com tranqüilidade, mas também o faz para exercitar
a sua realpolitik, ao usar este tipo de grão na iniciativa de colonização do planeta
Shermann. E
falando nisto, outra característica interessante da trama foi que Greg Cox realmente
não pareceu interessado em perder nenhuma oportunidade de inserir no contexto
da trama elementos diversos do C&C que se referem ao final do século 20. Além
é claro dos elementos vistos em Space Seed e Assignment: Earth, tivemos também
passagens de Requiem for Methuselah, também da Série Original, e
de Little Green Men, de DS9, e de Jornada nas Estrelas IV: A
Volta para Casa, referências rápidas de Gary Seven sobre os Borgs, uma breve
menção sobre Guinian, e talvez até mesmo mais alguns outros que tenham escapado
a este missivista. Dependendo da opinião de cada um de nós, isto pode ser tanto
algo bom quanto algo ruim: da mesma maneira que dá uma boa familiaridade com elementos
pregressos da franquia, parece altamente improvável que os personagens principais
teriam esbarrado em tantas coisas em comum ao C&C... realmente parece ser
um mundo pequeno, mesmo. Outra característica, esta claramente mais bem vinda
de modo geral, foi toda a referência histórica de eventos, grandes ou pequenos,
que ocorreram de 1974 até 1989, o que ajudou bastante a colocar a trama em um
contexto mais familiar para nós aqui no início do real século 21... as Guerras
Eugênicas já não parecem ser um elemento desconhecido de um pseudo-final-de-seculo-20
que nos anos 60 parecia ser muito distante, mas agora já é passado. No
frigir dos ovos, um começo apenas razoável para a trama toda das Guerras Eugênicas,
e este volume fica com 2,5 em 4 de conceito, que estará de bom tamanho. Vamos
ver se o Volume Dois de Star Trek: The
Eugenics Wars, onde as Guerras Eugênicas propriamente ditas irão se iniciar,
irá se sair melhor -- será o próximo livro a ser revisado aqui no Trek Brasilis,
para trazer aos leitores a conclusão da trama sobre este importante capítulo do
Cânone & Cronologia de Jornada nas Estrelas. |