MANCHETE
DO EPISÓDIO Segmento
traz metáfora nuclear do século 23 com máquina do juízo final Episódio
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Data Estelar:
4202.9
Ao responder um sinal de socorro da USS Constellation a
Enterprise encontra a nave da Frota Estelar emitindo um sinal automático de socorro,
à deriva e seriamente avariada o sistema estelar L-374 totalmente destruído, e
nenhum sinal do que teria causado tal evento. Kirk
vai a bordo da nave avariada levando McCoy, Scott e um grupo de manutenção e lá
encontra o interior da nave tão avariado quanto e exterior parece mostrar, motores
de dobra inutilizados, bancos fasers exauridos, mas sem nenhum sinal da tripulação,
morta ou viva. Kirk cogita se eles poderiam estar em dos dois planetas sobreviventes
do sistema, mas Spock informa quer nenhum dos dois fornece condições mínimas de
suporte de vida. Kirk
e McCoy acabam encontrando o comodoro Matt Decker, oficial comandante da Constellation
desacordado. Ele é reanimado por McCoy, mas acorda profundamente perturbado, falando
sobre alguma "coisa" que teria atacado a nave. O diário de bordo de
Decker retrata a mesma destruição encontrada pela Enterprise durante a busca da
Constellation. Decker em choque tenta contar o que aconteceu, e diz ter levado
sua tripulação para o terceiro planeta do sistema, mas este foi destruído pela
"coisa" que atacou sua nave, matando a todos. O
relatório da equipe de Scott mostra que algo de muito poder conseguiu atravessar
os escudos da nave, destruindo os geradores e desativando a antimatéria do motor
de dobra. Decker tenta descrever o tal entidade, que ele chama de demônio, uma
enorme arma de destruição em escala planetária. Tal descrição é confirmada por
Spock, que a bordo da Enterprise concluiu através da analise dos dados da Constellation
que está foi atacada por uma maquina automática com incrível poder. Ao mesmo tempo
Spock informa que eles não conseguem mais entrar em contato com o comando da Frota
devido a interferências nas comunicações, e que a projeção do curso de tal arma
passa por dentro de território da Federação densamente povoado. Decker
é levado contra a vontade para Enterprise, enquanto Kirk permanece a bordo da
Constellation, entretanto, assim que ele e McCoy chegam bordo o devorador de planetas,
conforme a descrição do comodoro, reaparece e passa a perseguir a Enterprise.
Spock tenta manter distância informa Kirk o que pôde descobrir sobre o devorador.
Ele tenta baixar os escudos para levar o grupo de Kirk de volta, mas assim que
os defletores são desativados a nave é atacada, danificando os transportes e comunicação. Spock
fica incapacitado de trazer o grupo de volta e perde a comunicação com o grupo
avançado. Kirk manda que Scott tente recuperar o que for possível da Constellation
parta colocá-la em movimento, enquanto ele próprio tenta consertar a tela visual
para tentar descobrir o que está acontecendo do lado de fora. A
bordo da Enterprise, Spock observa o devorador mudar de curo, passando a seguir
na direção de Rigel, setor altamente populoso da Federação. Ciente da impossibilidade
de confrontar o inimigo e sobreviver o primeiro oficial da Enterprise pretende
manter distancia e retornar quando possível para resgatar Kirk e seu grupo. Decker
protesta, e contra a recomendação de Spock e de McCoy assume o comando da Enterprise
e ordena um ataque total ao devorador. Enquanto
Kirk e Scott vão tentando fazer seus milagres a bordo da Constellation a Enterprise
entra em alcance do devorador e é atacada, e mais uma vez contra a recomendação
de Spock que permanece em seu posto de primeiro oficial, Decker sustenta sua decisão.
Kirk consegue consertar o visual externo bem a tempo de ver a aproximação de sua
nave para enfrentar o devorador. Decker ordena fogo total, mas como era previsto,
os danos ao inimigo são insignificantes. Kirk
fica perplexo sem saber o que acontece na ponte de sua nave, enquanto a Enterprise
sofre outro ataque perdendo defletores e causando falhas nos sistemas de energia
da nave, além de varias baixas. A Enterprise começa então a ser tragada para dentro
do devorador de planetas, mas Decker insiste em manter o ataque. Desta vez Spock
usa o regulamento para demover o comodoro de sua intenção, ameaçando afastá-lo
por insanidade caso Decker não recue. O comodoro cede, mas então percebem que
a nave não tem potência suficiente para se livrar do raio trator que a prende. Kirk
consegue colocar a Constellation em movimento, e graças a mais um milagre de Scott
disparar uma salva de fasers contra ela, chamando a atenção para si e permitindo
que a Enterprise se afaste, mas Decker insiste em retornar a batalha. Spock insiste
que ele deve abandonar a luta e tentar ultrapassar a interferência que impede
as comunicações de longa distancia para avisar a frota sobre a maquina de destruição. A
tenente de comunicações consegue estabelecer contato com Kirk, e após muita insistência
deste Decker permite que ele fale com seu primeiro oficial. O capitão fica enlouquecido
ao saber que foi Decker quem ordenou o ataque e qual a situação da nave. Ela manda
Sulu assumir posição defensiva, mas Decker quer retormar o ataque. Kirk manda
que Spock assuma o comando, e Spock o faz, ameaçando prender o comodoro se necessário. Decker
finalmente cede entregando o comando a Spock, que manda que Decker se apresente
a enfermaria para exames médicos e retorna para tentar resgatar Kirk. No caminho
para a enfermaria, Decker ataca o segurança que o acompanhava, deixando-o desacordado
e fugindo em direção ao hangar. Sem saber do acontecido
Spock e Kirk combinam um ponto de encontro enquanto Scott continua tentando consertar
o que pode abordo da Constellation. Decker rouba um shuttle antes que Spock possa
impedi-lo, e planeja entrar com a pequena nave pela "boca" do devorador
de planetas. Ele ignora os apelos de Spock e Kirk e segue com sua intenção original
e logo após entrar no devorador a nave explode. Enquanto
Kirk lamenta a perda do amigo, Sulu informa que após a explosão houve uma pequena
queda nas leituras de energia do devorador de planetas. Apesar da queda ser mínima,
o capitão imagina que se repetir o plano de Decker usando a Constellation ao invés
de um shuttle, a explosão possa destruir a arma. Com os transportes da Enterprise
operando eles cevam de volta o pessoal de manutenção, deixando apenas Kirk e Scott
a bordo da nave avariada. O engenheiro prepara a nave para explodir deixando trinta
segundos de atraso para que este possa ser levado a bordo antes da detonação e
também deixa a nave. Assim
que Scott chega a bordo o transporte falha, e o engenheiro passa a concentra suas
forças no reparo do aparelho, pois não há tempo para abortar o plano. Scott remenda
o aparelho enquanto Kirk se aproxima de seu alvo. Conforme planejado ele aciona
o detonador e pede para ser retirado da nave, mas o Transporte falha novamente.
Na ultimo segundo Scott faz mais um milagre conseguindo fazer o transporte operar
e recuperando Kirk. Na ponte os sensores informam
que destruidor de planetas está fora de combate, destruído. O plano funcionou,
e a Enterprise retoma curso para uma base estelar próxima a fim de executar os
reparos. Comentários: A
partir de um roteiro claramente inspirado em Moby Dick, Norman Spinrad trouxe
para o espaço a saga do capitão Ahab em busca de sua vingança, num roteiro que
mistura ação, aventura, mistério e suspense. O mais interessante é que a premissa
á absolutamente simples, pois o conceito da "arma de destruição absoluta"
é um dos clichês dos filmes e/ou series de TV, principalmente quando se fala de
ficção. Da mesma forma a historia de
Moby Dick já inspirou diversas outras. Só para ficar dentro da franquia podemos
lembrar os bem-sucedidos "Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan",
onde o personagem que dá nome ao filme encontra a própria morte na busca de vingança
contra Kirk, e "Jornada nas Estrelas – Primeiro Contato", onde
Picard quase perde o controle frente aos Borgs. Mas
onde este segmento deixa de ser clichê para se tornar um clássico? Quando ele
aposta na opção gravitar em torno do atormentado Decker. Mais uma vez está provado
que não é de monstros alienígenas, batalhas espaciais no estilo Top Gun e soluções
treknologicas pseudocientificas que se faz boa ficção cientifica, mas da exploração
da alma humana, como este segmento se propõe a fazer. Muito
da qualidade de "The Doomsday Machine" vem da força da interpretação
de William Windom como Comodoro Decker, que é perfeita. Ele começa com um angustiado
oficial, abalado pela perda de sua tripulação, culpando a si mesmo por tal acontecimento,
para logo depois dar lugar a um obstinado homem em busca de vingança e redenção
pessoal, tão cego pela vingança que não percebe que esta prestes a cometer o mesmo
erro de antes. O que chama a atenção
sobre Decker é que ele poderia muito bem ser Kirk, um oficial de carreira experiente,
eficiente e orgulhoso de seu comando, mas que agora tem conviver com o peso de
uma decisão que mandou as pessoas sobre seu comando para a morte, assim como a
Constellation a deriva no espaço poderia bem ser a Enterprise. Tal
lembrança além de reforçar o clima de suspense do episodio traz uma saudável lembrança
que tanto a Enterprise quanto seu capitão são falíveis, um sentimento muito bem
vindo, pois desmistificar o herói trazendo a consciência suas limitações apenas
tornam o feitos deste ainda mais heróicos. Enquanto
Decker segue em seu calvário pessoal, o segmento explora as possibilidades e nos
entrega bons 50 minutos de entretenimento, com tudo o que serie clássica produziu
de melhor, com direito a um arsenal de milagres de nosso engenheiro favorito,
e mais, pois o suspense e a angustia aos percebermos que a Enterprise vai se dirigindo
para uma batalha que não pode perder e sem seu capitão são fatores totalmente
inéditos até então. Tudo isto acompanhado de uma poderosa trilha sonora composta
por Sol Kaplan para este episódio. É
claro que sempre se sabe que Kirk e a Enterprise sobreviverão, mas a questão é
como, e a certa altura do segmento fica muito difícil prever como nossos heróis
se livrarão desta enrascada, pois fica claro que o inimigo não pode ser vencido
por meios normais, o que exigira uma solução fora do padrão. Esta solução final
é de uma elegância ímpar, pois se utiliza mais uma vez do drama humano para resolver
o impasse. Decker ao tomar o explorador
e se lançar numa tentativa inútil de ataque contra sua Moby Dick completa seu
destino, que para ele é simplesmente morrer como seus homens e ao fazer isto dá
a Kirk por acaso a chave para vencer onde seu amigo havia falhado. Até a morte
do comodoro tudo o que a Enterprise pode fazer e tentar fugir e sobreviver, e
nenhuma carta é tirada da manga na ultima hora na forma de alguma frase proferida
por alguém com ar de autoridade em tecno-babble. O
acaso, e apenas o acaso, tornou os destinos de Decker e Kirk diferentes, tal qual
na vida real onde varias vezes o mesmo acaso pode reservar todo o tipo de surpresas. No
que diz respeito ao elenco da série, Spock e sua costumeira lógica e eficiência
e McCoy completam mais uma participação marcante do grande trio, com destaque
já citado para Scott, e para a tenente Palmers, que substitui Uhura e consegue
passar uma impressão muito mais profissional do que a personagem de Nichelle Nichols
já conseguiu. Justiça seja feita, os eventos de "The Doomsday Machine"
fazem com que a personagem um pouco mais o que fazer que Uhura normalmente tem. A
mensagem subliminar sobre a produção de armas nucleares durante a Guerra Fria,
se teve algum peso na época das exibições originais, se perdeu com tempo, mas
o segmento continua um dos mais poderosos da Série Clássica justamente
por se estruturar a outros questões mais atemporais, como dever, honra, ascensão,
queda vitória e fracasso e culpa. Talvez
o maior pecado deste segmento seja escolha da forma do "Devorador de Planetas",
pouco convincente. Tal problema é suplantado pela força do roteiro, mas com certeza
a sua forma de "casquinha de sorvete" não ajuda muito. Pena, principalmente
quando se observa nos dias atuais da series de TV tantos efeitos visuais dispersados
no vazio. Também é preciso usar da suspensão
de descrença para não se perguntar se seria possível que tal arma, capaz de causar
a destruição na escala em que é mostrada no episodio vagasse pelo espaço até chegar
em território da Federação completamente sem aviso e sem que ninguém mais fosse
incomodado. Tudo bem que o espaço é um lugar grande, mas existem certos limites
de bom senso. Mas nada disto é suficiente
para diminuir o brilho deste segmento da Série Clássica, que com certeza
merece ser revisto de vez em quando. A satisfação é garantida. Citações:
Spock – "Vulcans never bluff." ("Vulcanos
nunca blefam.") Kirk – "He gave his
life in an attempt to save others. Not the worst way to go." ("Ele
deu sua vida na tentativa de salvar outras. Não é a pior maneira de morrer.") McCoy
– "I'm a Doctor, not a mechanic." ("Eu sou um médico, não
um mecânico.") Spock – "Random chance
seems to have operated in our favour." ("As chances aleatórias
parecem operar a nosso favor.") McCoy – "In plain, non-Vulcan
English, we've been lucky." ("Ou seja, em inglês não-Vulcano,
nós tivemos sorte.") Spock – "I believe I said that, Doctor."
("Acredito ter dito isto, doutor.") Trivia:
Ficou convencionado que Matt Decker seria pai
de Will Decker, que vemos em "Jornada nas Estrelas - O Filme".
Tal informação embora normalmente aceita não é oficial.
O primeiro romance do escritor de Sci fi Norman
Spinrad foi "The Solarians" e seus romances mais conhecidos são "Bug
Jack Baron" e Child of Fortune". Spinrad foi convidado por Roddenberry
a escrever para a Série Clássica após uma analise positiva que o escritor
fez da série para uma revista especializada.
Norman Spinrad estava escalado para escrever
pelo menos um episódio para "Star Trek – Phase II", que se chamaria
"To Attain the All".
"The Doomsday Machine"
foi indicada para receber o premio Hugo de ficção cientifica de 1968 na categoria
de melhor apresentação dramática.
A sala de controle auxiliar da Constellation
é sala de reuniões da Enterprise com uma nova arrumação.
Elizabeth Rogers, a Tenente Palmer, voltaria
a este personagem em "The Way to Eden". No episódio "Metamorphosis"
ela emprestou sua voz a criatura chamada "companheira".
Este é o único episódio onde Kirk usa um uniforme
sem a costumeira gola em "V".
O episódio da segunda temporada de Voyager
"Dreadnought" lembra um pouco o enredo da "Máquina do Juizo
Final". Nele uma nave Cardassiana fortemente armada e que navega automaticamente
até seu alvo que havia sido roubada pelos Maquis e programada para retornar ao
espaço Cardassiano aparece de repente no quadrante Delta, ameaçando destruir um
planeta altamente populoso.
Ficha
técnica: Escrito
por Norman Spinrad Direção de Marc Daniels Exibido em 20/10/1967
Produção: 35 Elenco:
William Shatner como James Tiberius
Kirk Leonard Nimoy como Spock DeForest Kelley
como Leonard H. McCoy James Doohan como Montgomery
Scott Walter Koenig como Pavel Andreievich Chekov Nichelle
Nichols como Uhura George Takei como Hikaru Sulu
Elenco convidado: William
Windom como Comodoro Decker Elizabeth Rogers como tenente Palmer
John Winston como tenente Kyle Richard Compton como Washburn
John Copage como Elliott Tim Burns como Russ Jerry Catron
como Montgomery
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