MANCHETE
DO EPISÓDIO Episódio
com personagem histórico deixa conclusões para a audiência
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episódio Sinopse:
Data Estelar:
Desconhecida
Kirk, Spock e McCoy estão retornando a Enterprise
a bordo do Shuttle Galileo, trazendo com eles a comissária da Federação Nancy
Hedford. A comissária, que deveria seguir para Epsilon Canaris 3 a fim de mediar
um conflito, contraiu a doença de “Sakuro” uma rara e grave enfermidade, e por
isto esta sendo levada a nave para tratamento. Entretanto, no caminho eles são
surpreendidos por um tipo de fenômeno desconhecido, que o obriga a nave a um pouso
forçado. Eles descem em um planeta “adequado para a vida humana”, segundo
as leituras de Tricorder feitas por Spock e fazem um diagnostico da shuttle, concluindo
que todos os sistemas parecem estar em perfeita ordem, porém nada funciona, inclusive
a comunicação. McCoy também identifica leituras idênticas às do fenômeno que os
forçou a descer.
Enquanto o doutor apresenta seu relatório, uma pessoa aparece saudando-os, para
espanto do grupo. A despeito da surpresa do grupo da Federação, o homem se mostra
absolutamente entusiasmado com a presença deles, e pelo fato de poder entender
a língua dos visitantes. Ele identifica-se como Cochrane, dizendo estar perdido
naquele lugar a muito tempo. Kirk identifica-se, bem como ao restante
do grupo, e tanto Cochrane quanto Hedford, parecem mais impressionados um com
o outro do que os outros integrantes do grupo. Cochrane mostra interesse também
pela nave, o shutlle Galileo, elogiando a nave, mas ao mesmo tempo dizendo que
não como fazê-la voltar a funcionar. As leituras de McCoy confirmam que
se trata se um ser humano. Kirk lhe informa os eventos que o obrigou a descer
naquele lugar, bem como da possibilidade do mesmo fenômeno na superfície, mas
Cochrane afirma não saber nada sobre isto. Spock então pergunta por que ele acha
que a nave não pode voltar a funcionar, e recebe a explicação de que um campo
amortecedor que impede sistemas de força funcionarem. Kirk pergunta também
sobre como Cochrane teria chegado ali, mas este se limita a dizer que se perdeu,
mas que eles terão muito tempo para conversar. Ele convida o grupo para sua “casa”.
Kirk insiste na questão, mas Cochrane não muda a atitude, insistindo para que
eles vão até a sua casa, construída com sobras dos destroços de seu acidente.
Kirk percebe que não vai conseguir muito, então pede que Spock mostre-lhe o funcionamento
da nave. Ele e McCoy voltam a conversar, e Kirk fala a magro que acha
Cochrane familiar, despertando a mesma sensação em McCoy. Além disto ainda existe
a situação da comissária, que esta ficando mais debilitada, precisando de cuidados
imediatos. Sem muitas alternativas eles vão até a casa de Cochrane. Uma
vez lá, Kirk continua tentando descobrir algo sobre seu anfitrião, enquanto a
comissária começa a sentir os efeitos da doença aumentarem. Nesta hora uma entidade
gasosa aparece por alguns segundos no quintal da casa. Eles perguntam a Cochrane
sobre tal fenômeno, mas esta tenta convencê-los que se tratava de imaginação por
causa da luz. Spock refuta tal afirmação e volta a pedir a uma explicação.
Cochrane ainda tenta ser evasivo, mas Kirk perde a paciência e exige de uma
explicação. Finalmente este começa a dar alguma informação relevante. Diz que
chama a entidade de “companheiro”, e que ele o trouxe ao planeta após Cochrane
um acidente que quase o matou. Tal entidade não só tratou de Cochrane como o rejuvenesceu,
que não sabe explicar o que ela é exatamente, apenas que ela existe e se comunica
com ela. Kirk descobre que o prenome de Cochrane é Zefram, inventor da
Dobra Espacial e que teria sido dado como morto a 150 anos. Cochrane diz ter ido
para espaço para morrer aos 87 anos de idade, quando foi salvo pelo companheiro,
passando a viver com ele desde então. Apesar da estória ser fantástica, Spock,
embora ainda incrédulo é o primeiro a lembrar que o corpo de Cochrane nunca foi
achado. Enquanto o quadro de Nancy Hedford vai se agravando, Spock examina
alguns instrumentos encontrados na casa de Cochrane e conclui que estes são da
data indica por este como sendo a de seu desaparecimento. Todas as necessidades
do naufrago espacial incluindo água e comida são atendidas pelo “Companheiro”,
segundo ele próprio. Kirk pede a Cochrane que tente descobrir por que
por que ele e seu grupo foram trazidos para aquele planeta, mas este responde
que já tem tal informação, e que o motivo seria servir de companhia para ele próprio.
Cochrane diz ter se queixado da solidão na esperança que o “Companheiro” o deixa-se
livre, mas ao invés de disto, a entidade resolveu arrumar-lhe companhia.
Ao ouvir tal afirmação Nancy Hedford entra em choque. Kirk manda que Spock faça
novas analises da criatura, procurando por formas de neutralizá-la, mesmo que
seja preciso matá-la para isto. Cochrane diz a Kirk que caso saia daquele planeta
ele voltará a envelhecer, mas afirma que quer sair de lá mesmo assim. Ele esta
curioso para saber como o mundo está fora dali depois de todo o tempo que passou
isolado, e Kirk lhe dá algumas informações que aguçam ainda mais esta curiosidade.
Kirk então diz precisar de ajuda para sair dali e Cochrane concorda em oferecê-la.
Spock volta ao Galileo, e enquanto trabalha no reparo da nave o “Companheiro”
aparece novamente. O Vulcano tenta algum contato físico com a entidade, que é
repelido Violentamente, deixando Spock inconsciente, enquanto os sistemas
da nave auxiliar são danificados pela criatura.
Ainda sem saber o que aconteceu com Spock, Kirk esta concentrada agora em que
tentar fazer com que este convença a criatura em ajudar Nancy, cujo estado de
saúde piora a cada instante. Cochrane afirma que eventualmente consegue estabelecer
alguma comunicação com a criatura, mas não sabe dizer como, mas de predispõe a
tentar, mesmo sem ter certeza se como fazê-lo. Do lado de fora da casa,
Cochrane, observado por Kirk e McCoy se posiciona para tentar o contato, o que
acaba acontecendo, e durante este processo ambos concluem que a relação do homem
e da criatura e mais complexa do que eles supunham até então e para decepção de
Kirk, Cochrane diz que o “Companheiro” não pode ajudar Nancy Hedford, que parece
condenada a morte certa. McCoy descobre o Spock inconsciente após o ataque
do companheiro, e tal experiência serviu para que ele descobrisse empiricamente
que a criatura era composta em grande parte por impulsos elétricos. Ele e McCoy
concluem então que podem causar um curto circuito na coisa, e Spock constrói um
aparelho teoricamente capaz de realizar tal propósito. Cochrane, apesar de ter
concordado em ajudar, resiste à idéia de destruir a criatura que salvou sua vida,
mas após uma breve discussão com Kirk, ele concorda em servir de isca.
Cochrane entra em contato com a criatura, e quando esta aparece, Spock ativa o
dispositivo, e quando isso acontece Cochrane desmaia. O “Companheiro” então ataca
Kirk e Spock violentamente. McCoy pede pela vida dos dois, mas parece inútil,
quando Cochrane acorda e percebendo o que acontece chama o companheiro mais uma
vez, que finalmente deixa os dois livres. Kirk esta vivo, porém ainda
mais frustrado por não ter conseguido destruir a criatura. McCoy sugere então
que Kirk tente outra alternativa, ao invés de tentar destruí-la. O capitão pede
agora que Spock tente modificar o tradutor universal para falar com a criatura,
enquanto o quadro de saúde de Nancy Hedford vai piorando. Com Scott no
comando a USS Enterprise chega as ultimas coordenadas conhecidas da Galileu e
como não há sinal do shuttle, ele inicia uma busca, e coloca a Enterprise seguindo
na direção dos últimos vestígios captados pelos sensores da nave, com esperança
de encontrar algo, uma vez que o rastro que ele seguiam sumiu repentinamente.
No planeta, Spock adapta o tradutor universal de forma a permitir que eles
falem com o “Companheiro”. Mais uma vez Cochrane chama a criatura, e quando ela
aparece, Kirk consegue se comunicar com ela, e descobre para espanto que na verdade
o ser é feminino, e não masculino como se pensava, e que ela esta apaixonada por
Cochrane. Ele tenta convencer a “Companheira” a libertá-los, mas esta está irredutível.
A criatura deixa o local, e mais uma vez o grupo se reúne para discutir o
assunto. Cochrane pergunta por que o tradutor foi construído com uma voz feminina,
e Kirk explica que não o fez, mas que a criatura “é” assim, o que lhe causa certa
confusão, principalmente quando Spock afirma que a “Companheira” enxerga em Cochrane
um amante. Surpreendentemente sua atitude quanto ao ser, antes amistosa, agora
muda para raiva, quando ele descobre tal fato. Nancy Hedford, que ouvia a
conversa apesar de estado de saúde, chama por McCoy. Ela mostra que também não
entende a reação de Cochrane, que ficou irritado ao descobrir que foi amado pela
criatura 150 anos enquanto Nancy, ao contrario, se recente de nunca ter sido amada.
A Enterprise continua a busca sem sucesso, até que se depara com um cinturão
de asteróides com milhares de corpos que podem suportar vida humana, onde o shuttle
poderia ter caído. Apesar da tarefa parecer impossível, Scott diz a Uhura que
pretende procurar em todos, um a um se necessário. Enquanto isto Kirk
volta a carga com o “Companheiro”, tentando uma nova abordagem, agora baseando-se
na questão do “sentimento” da entidade por Cochrane. Kirk tenta convencer a criatura
que ela será a responsável pela morte de quem tenta proteger, a não ser os liberte,
e diz também que ela e Cochrane não podem viver juntos, por serem diferentes.
Mas a tentativa de Kirk não surte o efeito desejado, e mais uma vez ele se
frustra, entretanto, quando discutiam a questão, Nancy aparece de pé na entrada
do abrigo, e após ser examinada por McCoy, conclui-se que ela está sem nenhum
traço da doença que a estava matando. Na verdade, a “Companheira” tomou
o corpo de Nancy Hedford, que agora fala como a criatura. Nancy explica que agora
ela partilha seu corpo com a “Companheira”, e por algum tipo de processo desconhecido,
ambas estão conscientes ao mesmo tempo. Chamando a si mesmo de “nós”, ela diz
que Nancy estava fraca demais para resistir, caso a união não fosse feita.
Ela se tenta se aproximar de Cochrane, mas este esta assustado com a nova
condição de “ambas”. Através da experiências de Nancy, a “companheira” começa
a finalmente entender o significado da solidão e compadecer-se da condição de
seu “amante”.
Kirk manda Spock verificar o Shuttle, mas a “Companheira” lhe diz que isto não
será necessário, pois os equipamentos encontram-se funcionando. Cochrane pergunta
se ela deixara que eles partam, e esta reponde não ter mais o poder de impedi-los,
pois ao uni-se a Nancy, passou a compartilhar sua condição humana, tendo perdido
todos os seus dons especiais, o que a levara entre outras coisas, ao envelhecimento
e a morte, tudo para compreender o significado do amor, da forma dita por Kirk.
Cochrane parece perceber o gesto, e começa a mudar sua posição anteriormente
de repulsa para um certo apreço e carinho. Como um casal de namorados no Jardim
do Éden, os dois saem para passear deixando para trás Spock, McCoy e Kirk, que
consegue finalmente estabelecer contato com a Enterprise, e informar sua posição.
Longe dali, Cochrane fala a “Companheira” de sua intenção de levá-la e mostrar
o mundo lá fora, mas ela diz que não pode deixar o planetoide onde se encontra,
pois se o fizer morrerá, e só então o homem entende a magnitude do sacrifício
da Companheira. Esta, por sua vez, apesar de ciente que irá deixar de existir
por causa de sua escolha, declara-se feliz por tela feito, e poder através do
corpo de Nancy experimentar sensações até então absolutamente desconhecidas para
ela e Cochrane agora se sente impelido a ficar. A Enterprise chega, e
Scott aguarda o grupo da Galileo, mas Cochrane declara sua intenção de não seguir
com grupo, mesmo sabendo que ele e a “companheira” envelhecerão até a morte, e
pede a Kirk que não conte a ninguém sobre ele. O capitão concorda, e finalmente,
deixa o planeta e os dois amantes, sozinhos. Comentários: Muitos
se perguntam se o teletransporte de Jornada nas Estrelas é seguro, mas
tal questão deveria ser levantada em relação aos Shutlles. Segunda aparição da
nave Galileo na Série Clássica e segunda tripulação perdida em um planeta
afastado. Um índice de insatisfação de cem por cento, marca muito difícil de igualar
por outro tipo de transporte pessoal. Pela terceira vez a Enterprise
transporta um representante da Federação, desta vez é Nancy Hedford, tal qual
seus colegas de edições anteriores da Série Clássica, igualmente arrogante.
Juntos eles vão cair em um planeta distante, com Nancy doente, precisando de tratamento
urgente e uma guerra para impedir. Lá eles descobrem que não só estão
ilhados, mas que tem a companhia de um ser humano, mas não de um ser humano qualquer.
O homem é apenas o criador da Warp Drive, Zefram Cochrane, que teria morrido a
150 anos atrás.
Todos este ingredientes se juntam para formar a trama de “Metamorphosis”,
uma trama um pouco insossa em principio, exatamente por juntar elementos de segmentos
anteriores da série, como a acidente do Shuttle, a presença de um alto funcionário
da Federação e uma crise por resolver em algum lugar distante. Nem mesmo a presença
do inventor da dobra espacial tira um pouco do ar de pizza requentada neste inicio.
A descoberta de que o acidente do Shuttle foi causado pela mesma criatura
que salvou Cochrane começa a tornar a coisa toda um pouco mais interessante, muito
embora a primeira reação de Kirk tenha sido pensar em destruir a criatura, praticando
o melhor da diplomacia Cowboy . Com tal solução fracassada, é necessário tentar
o entendimento. Embora tal solução (entendimento) deve-se ser considerada
sempre em primeiro lugar por membros de uma Federação teoricamente avançada e
pacifica, esta parece nunca ser a primeira ação quando a Frota Estelar se relaciona
com entidades fisicamente diferentes. Existe um certo sentimento de que é preciso
alguma identificação física para considerar o direito a vida de outros seres,
algo que soa um pouco preconceituoso a principio. Anotem ai que voltaremos a esta
questão. Se o tradutor universal já é considerado algo equivalente a
uma varinha de condão, dar a ele o poder de se comunicar com uma criatura totalmente
diferente do que a o aparelho está acostumado a lidar é no mínimo improvável.
Porém pior do que isto é a teoria de Kirk e Spock, de que uma criatura de energia,
que não tem um “cérebro” (de acordo com o nosso conhecimento humano sobre o que
seja um cérebro) possa ter “ondas cerebrais” que sejam passiveis de comparação
pelo aparelho. Ou que existam “certos conceitos universais comuns a toda vida
no universo”. Tecnobable do mais infame usado para a dar a chance de Kirk usar
mais uma vez o melhor de sua lógica circular ao vivo e a cores e para identificar
claramente para a audiência a criatura como sendo “fêmea”. A questão
do “gênero”, embora possa também se encaixar na questão anterior, acaba tendo
utilidade, uma vez que a mudança da posição de Cochrane quanto ao seu relacionamento
com a agora “companheira” levanta questões interessantes. A ajuda da criatura
sempre foi bem aceita por ele enquanto Cochrane julgava que esta era apenas um
amigo, mas quando o quadro muda para uma relação mais intima, de amor e por que
não dizer, sexo, tal aceitação deixa de existir, certamente por conta dos diversos
dispositivos morais implantados nele. A questão da aceitação do companheiro
revela tabus e preconceitos sutis, relacionados ao fato de que o ser humano é
profundamente guiado pelo que vê, e pela sensação de igualdade física. Esta noção
de igualdade vai se relacionar com o mundo em aspectos diferentes, mas a noção
de que a semelhança é necessária para tal aceitação, fica clara, pelo menos para
o autor, demonstrando uma postura racista por parte de Cochrane. E também de Kirk,
que em seu discurso afirma que a “companheira” não pode amá-lo totalmente por
ambos serem diferentes.
Tal diferença serve a Kirk (e justiça seja feita, também a McCoy) quando este
não pensa duas vezes antes de decidir por eliminar a criatura, e depois a Cochrane
quando este acha que foi usado. Interessante como a mesma questão aciona mecanismos
diferentes, mas igualmente discutíveis tanto em Kirk quanto em Cochrane. O primeiro
sequer cogita a possibilidade de entendimento antes que a tentativa de eliminar
a “companheira” falhe, mas não entende a irritação de Cochrane, enquanto este
se sente forçado a não pactuar com o plano inicial de Kirk, mas não aceita a relação
mais “intima” com a criatura. No fim dá na mesma, e as necessidades e crenças
de cada um deles e que são determinantes na ação de cada evento. No fundo,
Kirk não se sente mortalmente obrigado a preservara criatura uma vez que não se
identifica com ela, e Cochrane se sente ultrajado ao descobrir a verdade pela
mesma razão. Nem Kirk esta preocupado com o direito a vida de cada ser, nem Cochrane
esta disposto aceitar um “não igual” como parceiro. Sendo Jornada
nas Estrelas uma série de ficção cientifica, é lógico (e verdadeiro) pensar
que tal manifestação tende a nos fazer pensar se estaríamos mesmo preparados para
um mundo onde não estamos sozinhos no universo, porem se olharmos para a década
de sessenta, época da produção do segmento, será fácil encontrar exemplos mais
palpáveis e urgentes deste sentimento, principalmente contra a população negra,
mas não somente eles. Porém, ainda na opinião do autor, um entendimento
mais sutil da questão do preconceito foi embutido neste segmento de forma não
intencional pelos seus autores, aquele que diz que para haver um relacionamento
de amor entre Cochrane e a entidade, esta precisava necessariamente ser fêmea.
Se apenas pelo fato de seu parceiro não ser “humano” Cochrane teve um surto de
ira, imagine se descobrisse também que era “ele”. !? O que prova que mesmo entre
aquele que lutam contra o preconceito, existem outros preconceitos ocultos.
Indiferente a estas considerações, a “companheira”, ao assumir a forma humana
no corpo de Nancy Hedford demonstra que sabe mais sobre o amor do que os humanos,
pois não se detém em fazer o sacrifício Máximo para poder estar ao lado daquele
que ela escolheu amar. Ao contrário do que Kirk afirma, ela entende o amor e esta
disposta a fazer o que for possível por ele. Cochrane, ao perceber isto,
também está disposto a sacrificar sua liberdade para poder retribuir este amor.
Antes tarde do que nunca, porém tanto o criador da dobra espacial quanto o capitão
da Enterprise deixam claro que tem muito ainda a aprender sobre igualdade e tolerância
e por que não, sobre o amor.
Além das explicações improváveis sobre o tradutor universal o episodio tem outros
deslizes, como a necessidade clichê de Kirk de assumir o peso do mundo nas costas,
ou a caracterização de mais um representante da Federação (Nancy Redford) como
uma pessoa arrogante e intransigente. Não dá para colocar a culpa deste comportamento
na doença da menina, pois é a terceira vez que este perfil se repete, primeiro
em "The Galileo Seven",
depois em “A
Taste of Armageddon”, o que
já representa um padrão para o perfil. Se a Série Clássica é uma metáfora
de sua época, dá bem para entender que juízo eles faziam dos funcionários do governo
fora das forças armadas na época. Com a chegada as telas de “First
Contact” as telas do cinema em 1996, “Metamorphosis” voltou a baila,
uma vez que alguns de seus elementos foram aproveitados como referencia o filme
de maior sucesso de A Nova Geração. Muito se fala que o filme contradiz
o segmento da Série Clássica, o que não deixa de ser verdade, mas a grande
questão aqui talvez seja a data do primeiro contato. Se assumirmos tal data do
primeiro contato como a do filme, 4 de Abril de 2063, e somarmos mais 150 anos
(tempo do sumiço de Cochrane) mas os 80 anos que separam os eventos de Kirk e
Picard em “Generations” vamos encontrar a Série Clássica dentro
do inicio do século 23, e A Nova Geração no final. No mais, o Cochrane
de Alfa Centauri estava cansado de tudo e resolveu partir é algo que bem pode
ser creditado ao perfil do homem que conhecemos em Primeiro Contato.
Um pergunta que não quer calar: Quem seria “O criador de todas as coisas”
? “Metamorphosis” tem seus lá seus problemas, mas faz interessantes
perguntas, e não dá nenhuma resposta pronta, deixando a cada um a tarefa de
fazê-lo, ou tentar ai menos, e isto já por si só já conta pontos. Citações:
Kirk: "Not one hundred
percent efficient, of course... but nothing ever is." ("Não
é cem por cento eficiente, é claro, mas nada é.") Kirk:
"The idea of male and female are universal constants." ("A
idéia de macho e fêmea são constantes universais.") Kirk: "Love
sometimes expresses itself in sacrifice." ("Amor algumas vezes
se expressa em sacrifício.") McCoy: "There's nothing disgusting
about it [the Companion]. It's just another life form, that's all. You get used
to those things." ("Não há nada de errado com isto. Ele é apenas
outra forma de vida, só isso. Como o tempo você se acostuma a estas coisas.")
Kirk: "We estimate there are millions of planets with intelligent
life. We haven't begun to map them." ("Nos estimamos que existam
milhares de planetas com via inteligente. Nos não começamos a mapear todos eles.")
Kirk: "There are certain universal ideas and concepts common to all
intelligent life. This device [the universal translator] instantaneously compares
the frequency of brain wave patterns, selects those ideas and concepts it recognizes,
and then provides the necessary grammar." ("Existem certas idéias
e conceitos universais comuns a toda vida inteligente. Este dispositivo instantaneamente
compara e freqüência padrão das ondas cerebrais, seleciona estas idéias e conceitos
e os reorganiza, fornecendo a gramática necessária.") Spock:
"You [humans] are, after all, essentially irrational." ("Você
humanos são antes tudo irracionais.") Trivia:
Este episódio introduziu o tradutor universal
Elinor Donahue participou de diversas series de TV ao longo de sua carreira (inclusive
uma participação em Friends em 1994). Em uma destas participações, na famosa serie
“Papai Sabe Tudo” (Father Knows Best) ela atuou com Jane Wyatt, co-estrela da
série e que ficou conhecida em Jornada como Amanda, a mãe de Spock.
Glen Corbett, o primeiro Zefran Cochrane da história de Jornada nas Estrelas,
participou da serie “Dallas” interpretando o personagem Paul Morgam. O curioso
e que um dos episódios protagonizados por ele teve o titulo de “When the Bough
Breaks”, mesmo titulo de um segmento da primeira temporada de A Nova Geração.
Corbett faleceu em 1993 de câncer de pulmão, três anos antes “The First Contact”
ir às telas de cinema.
Elizabeth Rogers, que faz a voz original da “Companheira” e voltaria à série em
carne e osso como a tenente Palmer nos episódios “Doomsday Machine” e “The
Way to Eden”.
Richard Edlund, então trabalhando para a Westheimer Company, foi o responsável
pelo efeito visual da “companheira”. A Westheimer esteve envolvida em “Jornada
nas Estrelas IV - A Volta para Casa” e Edlund, posteriormente nas seguintes
produções ganhadores do Oscar por efeitos visuais. Raiders Of the Lost
Ark (Caçadores da Arca Perdida) 1981 Star Wars: Episode IV - A New Hope 1977
Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back 1980 Star Wars: Episode VI
- Return Of the Jedi 1983 Os seguintes filmes onde Edlund também trabalhou
receberam indicações ao Oscar Poltergeist 1982 2010 1984 Poltergeist
II 1986 Ghostbusters (Caça-Fantasmas) 1984 Die Hard (Duro de Matar) 1988
Alien 3 1992 Ficha
técnica: Escrito
por Gene L. Coon Dirigido por Ralph Senensky Música: George
Duning Exibido em 10/11/1967
Produção: 31 Elenco:
William Shatner como James Tiberius
Kirk Leonard Nimoy como Spock DeForest Kelley
como Leonard H. McCoy Nichelle Nichols como Uhura George
Takei como Hikaru Sulu Elenco convidado:
Glenn Corbett
como Zefram Cochrane Elinor Donahue como Nancy Hedford Majel
Barrett a voz do companheiro
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