A Nova Geração
Temporada 1

Análise do episódio por
Salvador Nogueira



 









 

Extras:

Referências
culturais

MANCHETE DO EPISÓDIO
História com destaque para Wesley
discute preocupações contemporâneas

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Sinopse:

Data Estelar: 41509.1.

A Enterprise é atraída até Aldea, um planeta completamente protegido por um dispositivo de invisibilidade. Num ato desesperado para dar continuação a sua espécie (que está estéril), o povo de Aldea rapta várias crianças da Enterprise, inclusive Wesley Crusher.

A princípio, eles acreditam sinceramente que a nave estelar vai concordar em deixar as crianças por um preço, mas quando percebem que Picard está irredutível, utilizam seu poderoso computador para atirar a Enterprise a três dias de distância do planeta.

Enquanto Picard tenta dar continuidade às negociações, Beverly Crusher faz o possível para descobrir a razão da esterilidade em Aldea, na esperança de reverter a situação e trazer as crianças de volta.

Com a ajuda de Wesley, ela descobre o porquê da esterilidade dos Aldeães: o mesmo escudo de camuflagem que protegia seu mundo de estranhos estava destruindo a camada de ozônio do planeta, permitindo a seus habitantes uma exposição intolerável à radiação proveniente de seu sol.

Enquanto isso, Data e Riker conseguem penetrar as defesas do planeta e se transportar para a superfície, onde eles sabotam seu computador principal, o Zelador.

Com sua tecnologia desabilitada e incapazes de reagir, os Aldeães são obrigados a abrir mão das crianças e acabam por aceitar a ajuda da Federação para desativar o sistema de camuflagem e tratar os doentes.

 

Comentários:

"When the Bough Breaks" é mais um daqueles episódios que nasceram de problemas contemporâneos. As referências ao fato de que a destruição da camada de ozônio estaria trazendo esterilidade para a população de Aldea são absolutamente consistentes com temores da época, existentes até hoje, de que os europeus (e a humanidade como um todo) estivesse passando por problemas de fertilidade por razões ambientais.

Seguramente este foi o ponto de partida para a criação do episódio. E se a raiz foi a mesma de muitas outras histórias do primeiro ano da série, o resultado final também não foi muito diferente --um episódio estabelecido de forma bastante óbvia e cansativa, a partir de uma premissa até sólida, mas que daria pouca margem a variações.

Mais uma vez os roteiristas se viram presos em sua própria estrutura narrativa, que enfoca uma situação destinada a transmitir uma "moral da história", em vez de usar melhor os personagens, para benefício do entretenimento.

O conceito por trás de Aldea em si é de fato interessante --um equivalente a Atlântida, em termos terrestres-- e acaba sendo até coerentemente explorado. A dependência das máquinas, mostrada no episódio, é outro tema recorrente de Jornada nas Estrelas, desde o tempo da Série Clássica.

O artifício utilizado para dar prosseguimento à trama --as supostas "negociações" de Picard por uma compensação pelas crianças-- simplesmente não funciona. Esteve claro desde o início, até para os Aldeães, que não haveria espaço para negociatas a esse respeito. A lógica seria os raptores interromperem o batepapo e sumirem para sempre --mas se eles fizessem isso, acabava o episódio. Mesmo a inclusão da "compensação" como um costume de Aldea, idéia que visava preservar a consistência da "estranha benevolência" dos alienígenas, não conseguiu salvar essa parte do enredo.

Wesley, o personagem regular mais destacado do episódio, consegue ser inexpressivo até liderando um grupo de crianças, mostrando como os produtores tinham dificuldade em achar um bom "tom" para o menino-prodígio. Os outros regulares passaram batido pelo episódio, como se nem tivessem participado direito da história.

O ponto menos consistente de todos, entretanto, é o desfecho. Os Aldeães simplesmente engoliram muito fácil a história de que o campo de força os estava matando! Eles seguramente teriam enorme dificuldade e receio para aceitar esse fato, principalmente vindo de um grupo de extraterrestre que tinha seus próprios interesses em jogo.

Em resumo: um episódio fracassado, embora bem-intencionado. Aliás, de boas intenções, a primeira temporada está cheia...

 

Citações:

Beverly - "Our children are not for sale, at any price."
("Nossas crianças não estão à venda, por nenhum preço.")

Trivia:

No roteiro original existia uma cena em que a Enterprise era obrigada a se separar em seção disco e engenharia, e a seção disco, com os civis da nave, seria mantida como refém. Porém essa cena foi cortada do roteiro final.

Jerry Hardin, que aqui interpreta Radue, volta a aparecer na série no episódio duplo da virdada do quinto para o sexto ano, "Time's Arrow", como o escritor Mark Twain. Ele também é conhecido por seu papel como o informante Garganta Profunda, em "Arquivo-X".

Os atores que fazem os jovens reféns que nada falam neste episódio são os irmãos mais jovens de Will Wheaton (Wesley Crusher), Jeremy e Amy.

 

Ficha técnica:

Escrito por Hannah Louise Shearer
Direção de Kim Manners
Exibido em 15/02/1988
Produção: 018

Elenco:

Patrick Stewart como Jean-Luc Picard
Jonathan Frakes como William Thomas Riker
Brent Spiner como Data
LeVar Burton como Geordi La Forge
Michael Dorn como Worf
Gates McFadden como Beverly Crusher
Marina Sirtis como Deanna Troi
Wil Wheaton como Wesley Crusher
Denise Crosby como Natasha "Tasha" Yar

Elenco convidado:

Jerry Hardin como Radue
Brenda Strong como Rashella
Jandi Swanson como Katie
Paul Lambert como Melian
Ivy Bethune como Duana
Dierk Torsek como dr. Bernard
Michele Marsh como Leda
Dan Mason como Accolan
Philip N. Waller como Harry Bernard
Connie Danese como Toya
Jessica e Vanessa Bova como Alexandra

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