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Os
novos efeitos
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Ficha
Técnica
O
DVD
A Aventura Humana está
apenas
começando...
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Data Estelar: 7412.6.
Uma gigantesca nuvem azulada atravessa o espaço Klingon. Três cruzadores
enviados para investigar são facilmente destruídos (ainda que
"assimilados" seja uma terminologia mais adequada). A estação
Epsilon-9, da Frota Estelar, detecta o ocorrido e determina que a nuvem
está rumando para a Terra. Spock, em Vulcano, detecta a presença de um
poderosa entidade no interior de tal nuvem e interrompe a disciplina
Kolinahr (que objetiva a obtenção da lógica absoluta) para ir ao
encontro do tal ser.
A câmera fluida da tomada inicial com os Klingons e o emblemático tema
de Goldsmith produzem a melhor sequência do filme. A cena de Spock em
Vulcano se beneficia bastante dos efeitos visuais refeitos da Edição
do Diretor e de um melhor áudio --um belo começo.
O almirante Kirk chega ao Comando da Frota Estelar, na Terra, manda o
comandante Sonak (um oficial de ciências Vulcano) se apresentar a ele na
Enterprise e tem uma rápida conversa com o almirante Nogura. Kirk se
encontra com Scotty em uma estação espacial em órbita, e o engenheiro o
leva para uma inspeção de uma totalmente reformada Enterprise, ainda em
doca seca.
Kirk diz ao velho "fazedor de milagres" que recuperou o comando
da nave (naquela conversa com Nogura) e que a Enterprise tem de partir o
mais rápido possível em uma missão de interceptar a tal nuvem que
"engoliu" os cruzadores Klingons. Antes da nave auxiliar atracar
na Enterprise, ela a circunda, dando uma visão detalhada de sua nova
silhueta.
Kirk visita a ponte e se encontra com Sulu, Chekov (mencionado no roteiro,
mas não na tela, como novo chefe de segurança da Enterprise) e Uhura.
Kirk vai à engenharia para dar as "boas novas" ao, até então,
capitão da Enteprise, Willard Decker (referido no roteiro, mas não em
tela, como filho do falecido amigo de Kirk, comodoro Decker, do episódio "The
Doomsday Machine").
Will não reage bem e acusa Kirk de utilizar a iminente crise para retomar
o comando da nave. Em seguida um acidente de transporte na Enterprise mata
Sonak e um outro oficial. A outrora ordenança Rand é agora chefe de
transporte da Enterprise. Decker é temporariamente rebaixado a comandante
e assume como primeiro-oficial e oficial de ciências (no lugar de Sonak).
Aqui este barco começa a fazer água. A presença de Sonak é
completamente supérflua, assim como é sem propósito o acidente de
transporte. Faz muita falta a conversa de Kirk com Nogura, o que serviria
para esclarecer as reais motivações do almirante em toda esta crise. A
famosa (e longa mesmo em busca rápida) cena da inspeção é meio falsa
sob o ponto de vista do personagem. Como chefe de operações da Frota,
Kirk teria de estar envolvido com a reforma e poderia visitar a nave (por
dentro e por fora) a hora que desse vontade. Afinal, ela sempre esteve ali
em órbita da terra. Se manter atualizado sobre os novos sistemas não me
parece ser também nenhum problema insolúvel.
Pipocam questões nunca respondidas. Por que ele aceitou a promoção? O
que será que Nogura ofereceu? Por que ele abriu mão da nave? Outra coisa
é deixar tanto tempo um ator atuar com uma tela azul (isto é uma praga
que corrói boa parte deste filme, em que temos um veradeiro festival de
"expressões faciais genéricas de apreensão e medo"), como foi
aqui. Isto é difícil para qualquer ator e Shatner definitivamente não
se mostrou à altura de tal tarefa. A fotografia da cena impressiona, com
grande detalhamento. Um outro ponto (e eterno clichê de Jornada)
é o fato de a Enterprise ser "a única nave capaz para tal missão"
e ainda assim não ter nem transportes e nem motores de dobra funcionando.
Esse tal de Nogura deveria ser processado, por colocar a raça humana em
tamanho suplício.
Kirk reúne a tripulação na ala de recreação para informar sob a
potencial ameaça da nuvem, no exato momento em que a nuvem passa por
Epsilon-9 e "assimila" toda a estação. Em meio ao choque
generalizado, Kirk ordena a contagem regressiva para o lançamento.
Chega a navegadora Ilia, uma Deltana (está no roteiro, mas não em tela,
que tudo na vida dos de sua raça é sexualmente orientado --daí a sua
confirmação de um prévio juramento de celibato em sua ficha pessoal--
santo roteiro amarradinho, hein Batman?) que já teve um caso com Decker
no passado (tal relacionamento é referenciado de forma totalmente genérica
e indefinida no filme).
Chega também um ranzinza Dr. McCoy com uma barba imensamente ridícula
(nenhum motivo é dado para o afastamento de McCoy da Frota Estelar, mas não
deve ter sido nada grave, pois basta uma "espanada de cenário
Shatneriana" por parte de Kirk para que o "bom doutor" vá
logo fazer a barba e assumir o seu posto). A enfermeira Chapel é agora
doutora Chapel.
O lançamento em si é outra sequência bastante longa, porém mais
justificável que a inspeção de Kirk (e ainda mais bem fotografada).
Uma primeira tentativa em entrar em velocidade de dobra falha e ocorre a
formação de um buraco-de-minhoca (wormhole) artificial, que engole a
nave assim como a um asteróide. A nave só se safa porque Decker rejeita
uma ordem de Kirk para o disparo os feisers (depois é explicado que eles
ficaram inativos devido ao presente problema com o motor de dobra) e
ordena um disparo de torpedo fotônico que destrói o asteróide e salva a
nave.
Kirk, McCoy e Decker se reúnem na cabine de Kirk, que não gostou de ver
sua autoridade revogada. Após ouvir a verdade de Decker, ele mal sabe
onde enfiar a cara e o comandante vai ainda mais fundo, dizendo que a
ferrugem de Kirk e a sua falta de conhecimento sobre esta nova Enterprise
põem a missão em risco. Kirk pede ajuda a Decker em suas futuras decisões
e dispensa o comandante. McCoy insiste no fato de que Kirk usou a crise
apenas para ter o seu comando de volta e que isto pode afetar
dramaticamente esta missão.
A cena da ala de recreação traz à tona um outro problema do filme: o
vestuário. Não somente os uniformes são horríveis (e é de se
estranhar o fato de que os oficiais da Frota não tenham se amotinado
quando da adoção daqueles pijamas como uniformes) como parece haver um
sem-número de diferentes tipos deles, dando um ar mal-acabado à produção.
As maquiagens e vestuários dos extras são também um horror.
A sequência do buraco-de-minhoca se beneficia de melhores efeitos visuais
após a destruição do asteróide, introduzidos na Edição do Diretor.
A sequência foi feita para enfatizar a "incompetência" de Kirk
(além de podermos ter mais efeitos visuais no filme, é claro), mas é
explicada de uma maneira tão idiota, com uma informação tão básica,
que Kirk teria de possuir em primeiro lugar, que beira o ridículo. Toda a
questão das motivações pessoais de Kirk parece esquecida daqui pra
frente e ele e Decker funcionam razoavelmente bem em equipe, uma linha de
história que não foi a lugar algum.
Chega Spock à Enterprise, que imediatamente oferece os seus serviços
como oficial de ciências. Rapidamente a Enterprise está de volta a dobra
7, graças à sua cooperação. Spock diz a Kirk e McCoy que existe algum
tipo de inteligência que o atrai para o centro daquela nuvem e que ele
espera que ela lhe ofereça as respostas que buscou por toda a vida.
Quando Spock sai, McCoy levanta a possibilidade de que Spock possa colocar
os seus objetivos pessoais à frente dos da nave e da missão (falando
essencialmente o mesmo que ele falou sobre Kirk algum tempo atrás --santo
eco, hein doutor?).
Finalmente a Enterprise encontra a nuvem e, após uma primeira tentativa
inócua (que quase levou à "assimilação" da Enterprise),
Spock consegue mandar uma mensagem. Esta sequência é melhor explicada na
nova versão do filme, sendo também apresentados os poderes empáticos de
Ilia, quando ela inibe a dor em Chekov (mas infelizmente não conseguimos
nos livrar dos gritos de Walter Koenig, após Chekov queimar a mão).
A Enterprise segue para o interior da nuvem, observando estruturas
gigantescas, de uma astronave de algum tipo (em outra interminável sequência
de efeitos visuais). Uma sonda alienígena invade a Enteprise.
Inicialmente interessada nos bancos de dados da nave, ela acaba
"assimilando" Ilia. Daí a Enterprise é puxada para o interior
da nave alienígena por um raio trator e é presa em uma espécie de câmara.
Spock afirma que entidade age movida por curiosidade.
Primeiramente a reação sobressaltada de todos (especialmente Kirk) com a
chegada de Spock é comédia involuntária para ninguém botar defeito.
Depois, Spock deveria ganhar um prêmio, por estar familiarizado com
motores que ainda nem haviam sido testados, mesmo tendo ficado recluso em
Vulcano, meditando todo este tempo.
Uma coisa que chama a atenção é que quando a "sonda de luz"
invade a ponte da Enterprise, todos os painéis se apagam, deixando a
ponte com uma "cara de cenário toda especial". Isto acontece de
tempos em tempos durante o filme, quando clarões são observados na tela
principal e alguns monitores se apagam de acordo com tais clarões, muito
estranho mesmo! As caretas de Persis Khambatta quando Ilia é
"assimilada" são inacreditavelmente horríveis. Os poderes empáticos
de Ilia oferecem uma explicação parcial para o porquê de a sonda ter
"assimilado" justo ela.
Uma réplica artificial de Ilia (na realidade uma outra sonda do
"intruso", tão perfeita que contém mesmo as memórias da
navegadora) chega à Enterprise. A sonda diz ter sido enviada por
"V'Ger" que procurar pelo seu "criador" no
"terceiro planeta" e se refere aos humanos como
"unidades-carbono".
Kirk e cia. acreditam que Decker possa utilizar a sua prévia relação
com a tenente para se comunicar melhor com a tal sonda e obter respostas
sobre V'Ger (o que acaba dando em nada). Spock quer outra fonte de informação
e consegue entrar sozinho no interior da nave de V'Ger, com uma roupa
espacial. Ele contempla gigantescas imagens holográficas da viagem de
V'Ger, mesmo Epsilon-9 e Ilia. Spock faz um elo mental com uma nova
"sonda de luz" enviada por V'Ger e desmaia. De volta a
enfermaria da Enterprise, ele relata o que viu e diz que V'Ger é uma
entidade viva (abrangendo todo o complexo estrutural que envolve a
Enterprise no momento), se peguntando as mais básicas questões da existência.
Ela espera que seu criador lhe dê as respostas. A nuvem se dissipa em órbita
da Terra e podemos ver a nave de V'Ger (em um excelente novo efeito
visual, não presente na versão original).
V'Ger tenta se comunicar com o criador por rádio convencional (para
surpresa geral). Como o "tal" criador não responde, V'Ger ameaça
eliminar toda a raça humana, pois considera os humanos uma "infestação
biológica que impede a sua comunicação com o criador". Kirk blefa
e diz que sabe por que o "tal" criador não respondeu. Ele diz
que somente irá revelar a informação ao próprio V'Ger. A sonda-Ilia
(porta-voz oficial) diz que V'Ger concorda.
Ela, Decker, Kirk, Spock, McCoy, seguem a pé em uma câmara interna, com
atmosfera, da nave de V'ger (a cena é bem diferente da original, mas o
pessoal da Foundation Imaging bobeou feio nos efeitos visuais, que parecem
um pouco mais forçados, falsos e digitais do que no resto da produção).
Eles encontram uma estrutura bem conhecida: V'Ger nada mais é que a sonda
Voyager-6, da Nasa.
A sonda teria sido encontrada anos atrás por um planeta-máquina, onde os
habitantes lhe deram "de presente" esta nave para que ela
pudesse completar a sua missão, coletar todos os dados possíveis e
transmitir ao seu criador. Obviamente ninguém na Terra se lembra do
antigo código.
Quando Uhura transmite o código, V'Ger queima o receptor. Ele não quer
apenas contatar o criador, ele quer se "unir" a ele. Decker
decide que quer tomar parte nisso e conserta o transmissor da sonda.
Quando a sonda começa a transmitir os seus dados, os corpos de Decker e
da sonda-Ilia começam a se fundir e tal fenômeno começa a se expandir e
consumir toda a nave de V'Ger. O "grande-trio" corre de volta à
Enterprise, a nave de V'Ger se dissolve completamente (agora com uma
tomada estendida de efeitos visuais), dando origem a uma nova forma de
vida, cujo destino e natureza exata todos desconhecem. A Enterprise está
totalmente operacional e pronta para novas missões, e a Terra está fora
de perigo.
Obviamente existe muita "suspensão de descrença" a ser feita a
respeito de toda a "história de V'Ger". A título de exemplo,
podemos relembrar o fato deste tal "infinitamente avançado povo-máquina"
não ter um "paninho" pra limpar a placa de identificação da
Voyager. Santo golpe baixo para manter o suspense, Batman!
Decker dizendo algo sobre fenômenos "que eram chamdos de buracos
negros" é ridículo, especialmente quando o termo
"wormhole" é usado no começo do filme.
Mesmo assim, alguns dos problemas foram corrigidos na Edição do
Diretor. Agora há uma cena em que Kirk diz a Scotty para armar o
mecanismo de auto-destruição, o que serve para dar uma melhorada nesta
parte final do filme. Este era um ponto completamente ridículo na versão
original. Como diabos mandar a Enteprise se encontar com a nave sem nenhum
plano para destruir a tal nuvem, se qualquer outra tentativa não desse
resultado. Também faz parte da sequência final a cena da "lágrima
de Spock", ausente na versão original do filme e que esclarece as
motivações de Spock no curso da missão.
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