Runabouts
As
naves exploradoras classe Danube de Deep Space 9
por Fernando
Penteriche
No
primeiro episódio de Deep Space Nine, "Emissary",
a estação espacial comandada por Benjamin Sisko recebeu três pequenas
naves chamadas de runabouts. Da classe Danube, os runabouts não
são apenas "grande naves auxiliares" como muitos acreditam. Na
verdade, são pequenas naves multi-função com um motor de mesma
eficiência que uma nave estelar de grande porte e atributos comparáveis
a outras classes de naves mais tradicionais no cenário de Jornada
nas Estrelas, embora de acordo com a "Bíblia dos Escritores
de DS9", um runabout alcance apenas dobra 4.7.
A USS Jenolen do episódio "Relics",
de A Nova Geração, pode ser considerada um dos primeiros
runabouts a aparecer em um episódio de Jornada, mas o runabout
usado em DS9 foi uma criação de Rick
Sternbach, segundo ele inspirado na nave auxiliar que
aparece brevemente em "Jornada nas Estrelas VI". É aquela
nave que leva a tripulação de Kirk para a NCC-1701-Alpha e, curiosamente,
a USS Jenolen de "Relics"
foi construída por Greg Jein aproveitando o modelo de Bill George
usado como a nave auxiliar em "Jornada VI".
Sternbach, antes do desenho definitivo, criou alguns esboços,
como os dois que podem ser vistos abaixo. Repare no desenho mais
elaborado que o designer tinha em mente inicialmente uma nave
um pouco maior do que a versão final que pode ser vista nos episódios.
Após algumas tentativas, em julho de 1992 o desenho final de um
runabout da classe Danube estava pronto, sendo que a autoria era
de Jim Martin e de Rick Sternbach. Martin também foi o criador
da USS
Defiant, anos depois. Joseph Hodges criou o interior do
cockpit da nave, sob supervisão do designer veterano em Jornada,
Herman Zimmerman.
Durante a pré-produção de DS9, ficou decidido que as novas
naves teriam nomes de rios de planetas que não fossem a Terra.
Porém, Michael Piller percebeu que os telespectadores nunca conseguiriam
descobrir que o nome das naves seriam de rios alienígenas e não
de qualquer outra coisa que exista fora da Terra. Os roteiristas
então teriam de colocar uma linha de diálogo explicando o motivo
de tal runabout levar determinado nome, isso em todo episódio
em que houvesse alguma dessas naves. Como provavelmente essa linha
de diálogo seria cortada da versão final sempre que necessário,
para não estourar o tempo do episódio, Piller decidiu que os runabouts
de DS9 teriam sim o nome de rios. Mas rios terráqueos.
Assim, nos primeiros episódios da série, fomos apresentados ao
USS Rio Grande, USS Yangtzee Kiang e USS Ganges.
Um
fator importante que acaba de uma vez com toda com a possibilidade
de confusão entre um runabout e uma nave auxiliar comum (shuttle)
é que eles têm um número de registro exclusivo, como as
grandes naves estelares. A USS Rio Grande, por exemplo, é a NCC
72452, USS Yangtzee Kiang, NCC 72453 e a USS Ganges, NCC 72454.
Durante a série, várias naves foram destruídas ou perdidas, e
sempre a Frota Estelar mandava algum outra como reposição. Dessa
forma temos a USS Mekong, USS Orinoco, USS Rubicon, USS Volga,
USS Yukon, USS Shenandoah, USS Gander e até em A Nova Geração
fomos apresentados a um runabout em "Timescape", episódio
do 6º ano. De acordo com o pessoal do departamento de arte de
DS9, a USS Rio Grande foi o runabout que teve a mais longa
vida dentro da série, estreando no episódio-piloto (foi
com ela que Sisko e Dax descobriram a fenda espacial) e sobrevivendo
durante os sete anos em que DS9 esteve no ar.
Utopia Planitia, Marte
Foi em 2365 (durante o 2º ano de A Nova Geração)
que o protótipo dos runabouts de DS9, USS Danube NX 72003,
começou a ser construído nos estaleiros de Utopia Planitia, em
Marte. Seus primeiros testes ocorreram em 2368. Para a
Frota Estelar, os motivos que levaram a elaboração e construção
dessa nova classe de naves eram que elas poderiam ter uma maior
habilidade em realizar respostas rápidas em transportes de explorações
científicas, e ainda poderiam permanecer em órbita ou pousar na
superfície servindo como base de operações temporária para as
missões, além de poder mover módulos de carga de um local ao outro.
A Frota resolveu deixar três dessas naves na estação
espacial DS9 em 2369, pois assim Sisko poderia contar
com pequenas naves com capacidade de dobra que deixariam as portas
de atracação da estação livres, já
que eram "guardadas" no interior da estação
através de um sistema de elevadores.
Na proa da nave
está o cockpit, local em que estão situados os sistemas
de comando, e que também serve de salva-vidas em caso de acidente,
pois tem a capacidade de se destacar em uma emergência e continuar
no Espaço, ou pousar na superfície de algum planeta. As duas outras
seções da nave são o sistema de propulsão,
que compreende um "trenó Warp", e o compartimento
de carga que traz uma pequena área de estar para missões
mais extensas. Esse compartimento pode ser preenchido com uma
variedade de módulos padronizados. O casco da nave é
composto de durânio.
O sistema
central de computadores está localizado abaixo do piso interno
do cockpit. O sistema de dobra espacial está disposto em uma esquema
horizontal de matéria e anti-matéria, com um tanque de deutério
na proa e dois tanques de anti-deutério na popa. Duas naceles
de dobra completam o sistema.
Além de seis bancos phaser, dois nas naceles, dois na parte da
frente da nave e dois na parte de trás, os runabouts não carregavam
nenhum outro armamento. Porém, nos últimos tempos, as naves foram
equipadas com dois tubos de disparo para micro-torpedos.
Outros sistemas das naves incluem um sistema de teletransporte,
suporte de vida, gerador de gravidade, sistemas de emergência
e kit médico. Quatro vestimentas espaciais (EVA) estão disponíveis,
além de alguns phasers de mão do tipo 2.
Dimensões(*):
Comprimento: 23.1 metros;
Largura: 13.7 metros;
Altura (no ponto mais alto): 5.4 metros;
Capacidade de carga: 7 toneladas;
Capacidade
de pouso:
sim;
Peso: 158.7 toneladas métricas;
Tripulação:
2 pessoas (comporta mais 4 passageiros);
Velocidade:
Cruzeiro: Dobra 4;
Máximo: Dobra 8.3 (na "Bíblia" de DS9, o limite é 4.7);
Autonomia:
3 meses;
Recomendação
para revisão: a cada 15 meses.
(*)Fonte: "Star Trek Starship Spotter"
- Pocket Books, 2001
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