por
Lia Matos Viegas
Pois é, Jim. Dia 11 de junho fez
dois anos. Dois anos sem ele, que tanto nos emocionou
interpretando o grande doutor McCoy. É triste pensar nele
morto... ele, que fez das nossas vidas tão mais felizes quando
brigava com o Spock, quando discordava de Kirk.
A carreira dele começou simples, não é? Foi-se para a Califórnia
onde, descoberto pela Paramount, foi encantando outros, muitos
outros antes de nós. Mas imagina! Ele era para ser o Spock,
coitado! Não, ele não merecia essa função. Ou merecia? Talvez
hoje lembrassem mais dele... mas ele é tão bem lembrado! E foi
sendo o doutor da Enterprise que ele realizou o grande sonho de
ser médico, não foi?
E
que médico... não acredito que haja personagem mais carismático
que o dele em todas as séries de Jornada nas Estrelas. Não
sei por quê. Talvez fossem os seus olhos azuis, talvez o amor
mostrado enquanto trabalhava. Ou será que era a amizade que ele
tinha com aqueles que o rodeavam (na frente e atrás das câmeras)?
Fico imaginando como ficou a mente dele quando se viu obrigado a
guardar o katra do Vulcano, preso como louco, solto por seus
amigos... tá, para ajudar Spock, mas não deixou de ser para ajudá-lo
também. Aliás, por que ele foi acusado de seqüestro da
Enterprise seguida da destruição da mesma sendo que ele mesmo
foi seqüestrado? Além disso, estava sendo considerado louco, e
loucos não têm domínio sobre suas ações! Spock não foi
acusado, foi? E foi o culpado de tudo! Mas talvez ele não abrisse
mão dessa acusação, caso lhe tivessem dado a opção... ou será
que me engano?
E quem não se emocionou na cena em que o doutor se vê obrigado a
matar o pai para fazê-lo parar de sofrer? Sim, em "Jornada
nas Estrelas V"... talvez o filme não seja dos melhores
(mas dizer que é o pior eu acho que já é demais, mas gosto não
se discute), mas a cena é maravilhosa. E, pergunto, na posição
dele, quem não teria feito o mesmo? Difícil decisão, não? Mas
que ele tomou...
Porque eu gosto mais do personagem dele do que de qualquer outro,
eu não sei. Talvez nunca venha a saber. Dizem que é porque eu não
gosto do Spock, e talvez tenha seja verdade. Mas não é só
isso... isso eu posso garantir.
O que eu faria se eu o encontrasse? Talvez eu começasse tentando
manter a concentração. Há quem diga que eu começaria
desmaiando, mas eu não acredito nisso: meu conciente não me
deixaria inconsciente nem sonhando. Se eu pudesse o convidaria
para jantar (nada romântico, mesmo porque ele era casado, mas
algo entre amigos, pois seria assim que eu queria que ele me
visse: como uma amiga!), perguntaria coisas que eu gostaria de
saber sobre ele, como qual o maior legado que ele espera ter
deixado em vida, sei lá, eu nunca o encontrei para saber!
Existem
momentos em que a gente só sabe o que vai fazer quando acontecem.
Esses seriam os momentos com o querido DeForest Kelley. Se o
encontrasse, deixaria claro, acima de tudo, que nunca iria esquecê-lo.
E é por isso, Jim, que ele nunca estará morto: porque a memória
dele estará presente entre nós eternamente. Valeu, De!
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