Publicado em
27 de fevereiro de 2006


Estivemos no Star Trek The Experience
Na cidade de Las Vegas existe um local que foi pensando para ser a Meca dos fãs de Jornada. Mas, será que é tudo isso mesmo?


 









 


por Leandro M. Pinto

Uma recente viagem de carro pelo sudoeste dos EUA deu a este missivista uma oportunidade de pernoitar em Las Vegas antes de continuar para o Arizona, o que conseqüentemente permitiu uma visita ao Star Trek The Experience, o parque temático da franquia de Jornada nas Estrelas que está instalado no Las Vegas Hilton. Assim, uma avaliação da atração para o leitor do Trek Brasilis está na ordem do dia, e vamos a ela.

Toda uma ala do hotel é dedicada ao parque, e a seção principal interna do The Experience é construída seguindo arquitetura cardassiana, para servir de reprodução do Promenade de Deep Space Nine, e ali se encontra um restaurante, lojas e a entrada das atrações principais do The Experience: Klingon Encounter e Borg Invasion, que são mantidos funcionando em sessões de cerca de meia hora, por todo o dia de funcionamento do parque. Vamos a uma repassada de cada uma destas atrações.

Klingon Encounter - Sinopse

No início do século 21, um grupo de cerca de 20 visitantes do Star Trek The Experience se preparam para entrarem em um simulador baseado na série de ficção-científica Jornada nas Estrelas. Enquanto dois funcionários do The Experience faziam os preparativos para embarque no simulador, uma falha energética acontece no brinquedo, seguido de efeitos luminosos. Quando o grupo novamente consegue perceber onde se encontra, o local não é mais a ante-sala em que se encontrava, mas sim o padd de teleporte de uma nave federada. A oficial em controle do teleporte alerta o grupo que eles estão agora a bordo da Enterprise, em meados do século 24, e depois de encaminhar os dois funcionários do The Experience para uma ala em separado para interrogatório, a oficial avisa o grupo que eles receberão mais informações na ponte da nave.

Uma vez na ponte de comando da Enterprise, Riker e La Forge surgem na tela principal, pois estão no momento no hangar da nave. Riker informa o grupo da atual situação: um comandante Klingon renegado, Korath, foi o responsável pela retirada daquele grupo do século 21, pois sua intenção era eliminar um antepassado de Jean-Luc Picard, Capitão da Enterprise, de modo que este jamais viesse a nascer; tal antepassado está ali entre os integrantes daquele grupo. No que o grupo foi removido de seu tempo, Picard desapareceu em plena ponte, e embora a Riker e os demais, após descobrirem os planos de Korath, não tenham conseguido o impedir de retirar o grupo do século 21, pelo menos conseguiram interceptar o teleporte temporal que Korath fez, o impedindo de capturarem os humanos do século 21. A missão deles agora é evitar que Korath prossiga com o seu plano e também providenciar para que o grupo retorne ao seu tempo e local correto. Desta forma, enquanto a Enterprise dá cobertura, La Forge irá pilotar um shuttle até o local da fenda temporal utilizada por Korath, e o grupo seguirá em um segundo shuttle.

A oficial de teleporte se encarrega do console de operações enquanto o oficial que ali estava conduz o grupo ao turboelevador da ponte. Enquanto o turboelevador segue em direção ao hangar, naves Klingons engajam a Enterprise em combate, o que danifica os sistemas de turboelevador após o carro onde está o grupo sofrer bons danos. O oficial federado aciona a abertura de emergência do elevador, e o grupo prossegue o restante do caminho a pé. Uma vez no hangar, o grupo é embarcado em um shuttle federado, configurado para cerca de 40 ocupantes, em fileiras de seis ou sete cadeiras. Fornece instruções sobre como devem proceder enquanto a bordo da nave, a qual irá seguir o shuttle pilotado por La Forge de modo a entrarem na fenda temporal e voltarem para casa.

Instruções de praxe feitas, o shuttle é fechado, e decola pelo hangar inferior da Enterprise, seguindo o de La Forge. Contudo, os Klingons continuam engajando a Enterprise, e ambos os shuttles fazem fortes manobras evasivas ao redor do casco da nave da classe Galaxy, manobrando para evitar os Klingons. Em momento seguro, ambos os shuttles entram em dobra, chegando até o local onde La Forge conseguiu definir que se encontra a fenda temporal, uma massiva instalação alienígena. Mais fortes manobras evasivas prosseguem para evitar os Klingons, que os seguram até lá. La Forge consegue encontrar a fenda e ambas as naves seguem através dela para chegarem na Terra do século 21. La Forge avisa o grupo no segundo shuttle que irá providenciar para eles serem deixados no local de onde foram retirados, e ambos os shuttles voam pelo céu noturno de Las Vegas até as cercanias do Hilton. Contudo, a ave-de-rapina de Korath os perseguiu através da fenda, e dispara contra ambos os shuttles, que fazem mais manobras evasivas, uma delas destruindo o logo do Hilton no topo do hotel. Contudo, a Enterprise, sob o comando de Riker, surge naquele momento e consegue destruir a ave-de-rapina. No que La Forge providencia para que o shuttle pouse pelos fundos de um depósito até uma plataforma com simuladores de vôo na frente de uma tela com uma representação da Deep Space Nine sendo projetada, o grupo ouve a comunicação de Jean-Luc Picard, de volta à Enterprise, agradecendo os serviços de todo o grupo entre o qual o seu antepassado se encontra. Após o grupo desembarcar do shuttle federado, os confusos funcionários do The Experience os recebem, aliviados por não terem “perdido” os visitantes, embora não lembram bem do que ocorreu. Enquanto conduzem o grupo para um elevador dos fundos do Hilton, uma televisão próxima passa um telejornal local, onde repórteres questionam oficiais da Força Aérea dos EUA a respeito de estranhas naves avistadas nos céus de Nevada naquela noite.

Impressões e Avaliação

Um simulador que não tem apenas uma experiência de vôo muito boa, mas que também alia isto aos familiares elementos de nossa franquia favorita: eis o que Klingon Encounter tem a oferecer ao visitante do Star Trek The Experience.

Algo pelo qual Klingon Encounter não deve ser avaliado, é pela trama per se, obviamente, que ocorre em algum momento entre a segunda e sétima temporada de A Nova Geração. Afinal de contas, como em qualquer típica atração como esta, “trama” é apenas algo tênue para sustentar a interatividade, e não dá para esperar fidelidade ao C&C ou qualquer lógica rígida: existência da franquia no próprio passado de seu universo, Jean-Luc Picard desaparecer mas sem outras conseqüências, nave da classe Galaxy voando na atmosfera de um planeta, combate aéreo nos céus de Las Vegas: o absurdo é grande, mas tais imprecisões passam completamente inócuas.

Apesar disto, é importante também considerar que uma das coisas que garante uma excelente imersão é justamente a preocupação dos criadores de Klingon Encounter de oferecerem uma elabora interação direta do público com o ambiente, antes que a parte de simulador de vôo sequer comece: o simulador é apenas metade da experiência como um todo. A outra metade é você poder estar “a bordo” da Enterprise, e uma vez que a coisa se inicia, com você surgindo em um padd de teleporte em uma sala de transporte da nave, com uma oficial federada liderando a coisa, a sensação de “wow” é forte: repentinamente, você sai dali por corredores absolutamente reais de uma típica classe Galaxy, até entrar na reprodução absolutamente fiel da ponte da Enterprise-D.

Eu confesso até que não sabia em que prestar atenção: se na comunicação de Riker e La Forge (Jonathan Frakes e LeVar Burton novamente nos papéis), ou se no ambiente geral da ponte. Fiquei perto do console tático, normalmente operado por Worf. Enquanto Riker e La Forge se dirigem ao grupo, ambos os oficiais federados ali “trabalham” nos consoles, e observei enquanto a Tenente operadora de teleporte acessava alguns dos painéis de ciências, no fundo da ponte. A experiência de interação continua no turboelevador (que, como o padd de teleporte, é maior do que seria para poder comportar um grupo de dezenas de pessoas), e depois até o embarque no simulador.

O simulador propriamente dito é como a típica atração desta classe de parques temáticos: uma cabine com capacidade para cerca de 40 pessoas, em suportes hidráulicos, e cercada de telas de projeção reversa – no caso do shuttle federado, telas na frente, no topo e partes das laterais, o que garante uma boa imersão na experiência. O curioso sobre o brinquedo é que, pelas próprias características originais dos shuttles federados, a cabine do simulador, tanto externa como internamente, fica consideravelmente realista. Olhando para frente do shuttle, todo o campo de visão fica coberto pela visão das telas. Isto, aliado aos bruscos movimentos sincronizados garantem realismo da simulação de vôo.

O filme projetado começa com a visão do hangar da Enterprise, e mostra o shuttle de La Forge sempre à frente, fazendo fortes manobras perto da Enterprise durante combate, por inúmeros efeitos tecnoblábicos espaciais e estruturas enormes, e depois pelos céus de Las Vegas. A experiência é realmente impressionante, especialmente quando o vôo está fazendo rasantes pelo casco da nave federada.

No todo, uma atração realmente agradável e que deixa uma impressão única no fã de Jornada nas Estrelas, pela experiência de imersão no universo de A Nova Geração. É de se notar que apesar de Klingon Encounter ter sido elaborado em meados dos 90, não fica devendo em nada aos melhores simuladores deste tipo, em parques temáticos como os da Universal ou Disney. Na verdade, ele demonstrou ser bem superior ao seu equivalente mais próximo que existe na Disneylândia original e no Walt Disney World Resort, na Flórida: o Star Tours, baseado na trilogia clássica de Star Wars, já demonstra a idade que tem (foi inaugurado em 1987), tanto que a Lucasfilm e a Disney começam a planejar um forte upgrade da atração, que deverá conter elementos da nova trilogia.

Borg 4D - Sinopse

Por meados da década de 2370, um grupo de cerca de vinte pessoas é encaminhado até um remoto posto avançado federado próximo à borda entre os quadrantes Beta e Delta. Nele, o grupo é primeiro instalado em uma ante-sala de avaliação biológica, na qual Holodoc, o EMH Mark I que fora da USS Voyager, os recepciona em um monitor. Holodoc informa ao grupo que eles foram selecionados para um importante projeto de biotecnologia, pois o DNA dos integrantes deste grupo possuem características que, se bem desenvolvidas, pode gerar uma resistência natural a nanoprobes Borg, tornando assim a assimilação impossível.

Tal avanço científico está sendo possível graças aos esforços dele mesmo, garante Holodoc. Mas a falastrice típica do EMH Mark 1 é interrompida quando um oficial federado informa que sensores de longo alcance detectaram uma nave saindo de dobra, se dirigindo ao posto avançado. Logo, um cubo Borg surge no monitor, e a tripulação coloca a base em alerta vermelho. Enquanto vociferam seu costumeiro slogan de resistir é inútil, os Borgs engajam a estação federada, e começam a desembarcar drones. Combate se segue, e a seção da estação onde o grupo está parece sofrer bons danos, e depois de uma perda de energia, Holodoc consegue restabelecer contato com os oficiais escoltando o grupo. Ele ordena os federados levarem o grupo para um shuttle para imediata evacuação do local.

Nisto, o oficial da Frota, já armado com um rifle feiser, conduz o grupo por escuros corredores da estação, e no caminho até o hangar, encontram drones Borgs, primeiro apenas assimilando a tecnologia, mas depois voltando sua atenção aos federados, que respondem fogo e oferecem combate para dar cobertura ao grupo poder chegar até o shuttle. Uma oficial federada instrui ao grupo sentar-se nas cadeiras disponíveis de um massivo “shuttle”, e colocarem os óculos que lhes são oferecidos. Isto feito, ela segue para um console. Apesar de a oficial conseguir decolar a nave, um raio trator a captura e o shuttle é trazido para dentro do cubo Borg, com o massivo interior do cubo ocupando a grande tela a frente dos passageiros. A parte frontal do shuttle é destruída, e pequenos drones aéreos entram no local, espalhando nanoprobes. Enquanto os passageiros ali começam a sentir na pele os efeitos iniciais de assimilação, uma Rainha Borg é montada no local, e informa os recém-assimilados que agora eles irão fazer parte da Coletividade Borg e irão atingir um estágio a caminho da perfeição.

Enquanto o processo ocorre, uma fraca imagem do Holodoc surge, que informa o grupo que ele conseguiu encontrar uma maneira de transmitir uma mensagem para eles, e que por eles contarem com uma natural resistência a nanoprobes, eles devem lutar contra a assimilação o quanto puderem, pois ajuda está a caminho. A comunicação de Holodoc é interrompida pela Rainha, que informa que ninguém consegue resistir a assimilação. Nisto, uma outra comunicação se inicia, e em monitor paralelo do shuttle a imagem da Almirante Janeway surge, enquanto uma nave da classe Intrepid abrindo caminho por entre o cubo é possível de ser avistada à frente do shuttle.

A Rainha e Katie começam mais um de seus girl-talk, enquanto a Voyager oferece combate aos Borgs no local. Janeway ordena disparos de torpedos quânticos contra a posição da Rainha, que parece se teleportar antes do impacto, mas os danos aos Borgs já permitem à Voyager ativar o seu próprio raio trator para remover o danificado shuttle do local, e ambas as naves se afastam enquanto o Cubo acaba destruído por completo. Após a Voyager providenciar para o shuttle ser hangarado, Janeway congratula os passageiros por terem conseguido resistir a assimilação, possibilitando uma grande vitória contra os Borgs.

Impressões e Avaliação

Da mesma maneira que Klingon Encounter, um dos grandes pontos fortes de Borg Invasion é a interação direta do público com o ambiente, com a primeira parte da experiência. No caso de Borg Encounter, passamos a uma ambientação no universo da franquia por volta de meados da década de 2370, após o final de Deep Space Nine e Voyager, e Jornada nas Estrelas: Nêmesis. Desta forma, a ambientação é adequada ao momento cronológico: displays LCARS mais sofisticados, uniformes e equipamentos pós-Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato, e poraí vai. O senso de urgência da atuação dos atores é ainda maior: além de oficiais federados armados e em modo no-nonsense, há também drones Borgs, assimilando a estação e os federados que tentam interferir, e o desenrolar disto ocorre bem ao redor do grupo visitante.

A segunda parte da atração é realizada em um cinema 3D, que faz às vezes de “shuttle” para deixar a estação. A audiência coloca os óculos, e o filme projetado mostra a ação do shuttle tentar se afastar da estação apenas para ser trazido a bordo do Cubo, sua frente destruída, e drones Borgs entrarem para iniciar assimilação. Neste ponto, sistemas das poltronas entram em ação: elas se movem, além de jatos de ar saírem pelas laterais na altura do pescoço, e protuberâncias levemente salientes se fazerem sentir no estofamento da cadeira, como probes de assimilação; certamente que a sensação não é exagerada e não chega a ser incomoda, mas até que serve bem de “moldura” para a suposta sensação de assimilação.

E considerando que a simulação aqui não é tão intensa em movimento de ação como a de Klingon Encounter – apesar dos efeitos sensitivos da poltrona – como qualquer típico filme em 3D de atração de parque temático precisa ter bom “eye candy”. Os efeitos em si do filme são competentes, e no nível que se encontra das produções mais recentes em Jornada nas Estrelas, com foram os efeitos em CGI em Voyager e Enterprise. Um ponto de destaque de Borg Invasion é a participação de Roberto Picardo, novamente na pele holográfica de Holodoc; como sempre, demonstra seu talento e está muito bem no papel, apesar do necessário tom algo mais dramático na performance, para intensificar a atuação. Como é de se esperar, também no filme estão Alice Krige reprisando seu papel de Rainha Borg, e Kate Mulgrew novamente como Kathryn Janeway, já como membro do Almirantado federado, tal qual estabelecido em Jornada nas Estrelas: Nêmesis.

No frigir dos ovos, apesar de compartilharem uma mesma estrutura (interpretação mais show projetado), Borg Invasion consegue se diferenciar bem de Klingon Encounter, e complementa bem a experiência de imersão no universo de Jornada nas Estrelas que o Star Trek The Experience pode oferecer ao visitante.

Restaurante, Lojas e Afins

Como Este Missivista e Sua Trupe ainda tinham que dedicar tempo a visitar mais atrações gerais da cidade e a movimentação da Las Vegas Strip, tudo durante a única noite que poderíamos estar por lá, não foi possível fazermos um test-drive do Quark’s Bar, o restaurante do Star Trek The Experience. Contudo, um colega de fandom que também já esteve em Las Vegas me comentou: Leandro, o restaurante é decente, mas nada estelar – apenas um típico american bar & grill, com um menu equivalente ao que se pode encontrar em um restaurante destes. Uma rápida examinada no cardápio exposto me mostrou também que poucas comidas pareciam ser “cânones” – não reconheci muito do que estava lá, exceto pelos suspeitos de sempre, como “Klingon Bloodwine” e “cerveja Romulana”, mas fora isto, parecia ser drinques, saladas, steaks e grelhados convencionais em apresentações mais exóticas. Na realidade, vale mais pela experiência que é comer em um local que é uma reprodução do Bar do Quark, no Promenade de Deep Space Nine.

A loja do The Experience, como é de se imaginar, é bem fornida e variada, e além dos típicos souvenires de parque temático, como chaveiros, canetas, canecas e camisetas, conta também com merchandising variado da série, como reprodução de props, maquetes de naves, itens colecionáveis, jóias, e poraí vai. Considerei os preços muito salgados em diversos itens, até mais do que se poderia esperar de uma loja destas em Las Vegas. Por exemplo, os típicos box-sets de temporadas das séries de Jornada estavam sendo vendidos por inaceitáveis cento e setenta dólares em média...! Estes mesmos box-sets têm preço sugestão nas boas lojas de DVD por volta de cento e vinte dólares, e com algum bater de perna, dá para encontrar por cem ou um pouco menos – preço que ainda assim já é mais do que a média para temporadas de séries de TV, considerando que outras boas séries como The West Wing e Stargate SG-1, por exemplo, possuem temporadas com preços por volta dos cinqüenta, sessenta dólares, quando muito. Agora, a loja do The Experience cobrar cento e setenta dólares por uma temporada? Absolutamente inacreditável que alguém possa aceitar pagar tal valor.

O Museu do The Experience não é exatamente uma atração em separado, mas faz parte do “corredor de espera” para as filas tanto do Klingon Encounter quanto do Borg Invasion. Grandes painéis e vitrines ao longo dos corredores contêm uma considerável coleção de props, figurinos e objetos diversos de todas as manifestações de Jornada nas Estrelas. Apesar de a instalação um tanto quanto “de canto” não sugerir grande importância, a coleção é bem numerosa e variada, e serve bem como distração enquanto se espera a fila andar. Contudo, quando fui praticamente não havia fila – tanto é que não me importava realmente às pessoas passarem na minha frente na área de fila enquanto eu estava observando alguma das vitrines em particular.

Há também disponível em tempos recentes um “backstage tour”, que ocorre três vezes ao dia. Mediante ticket em separado, o backstage tour leva o visitante a um passeio pelos bastidores de ambas as atrações principais do The Experience, bem como sala de maquiagens, com um guia oferecendo explicações de como são os procedimentos internos das atrações.

Conclusões

Um escapismo meramente despretensioso e divertido foi o que considerei do The Experience, apesar de considerar que a atração dificilmente teria maneiras de prender a atenção por mais do que um dia, quando muito – não é grande o bastante para além disto, a não ser que a pessoa fique incessantemente repetindo os dois passeios principais depois de uma ida em cada um deles, e de passar pelo restaurante, loja e backstage tour. Mas foi bem interessante, e é certamente algo que não tem como haver equivalente em convenções dedicadas a Jornada nas Estrelas, por razões óbvias.

Muito tem se comentado a respeito dos rumores sobre o eventual iminente fechamento do The Experience, e tais rumores certamente são conhecidos de todos ali. Os funcionários com quem conversei comentaram que isto sempre deixa uma natural preocupação no ar, mas não chega a ser nada de realmente novo, desde que houveram mudanças no controle acionário do Las Vegas Hilton. Contudo, a nova reestruturação da Viacom e CBS incluem planos para a venda da Paramount Parks, que controla o Star Trek The Experience, e assim, mudanças podem ser realmente inevitáveis no futuro. É de se considerar que a atração como um todo pode estar tendo menor público de algum tempo para cá, e a nova política de preço pode ser uma tentativa de se atrair mais público. Na época da inauguração do The Experience, o ingresso de 14,95 dólares dava direito apenas a um único passeio no Klingon Encounter; hoje, o preço único de 33,99 inclui tanto Klingon Encounter como Borg Invasion, e dá direito ao visitante passar o dia inteiro repetindo ambas as atrações.

No todo, uma experiência agradável que deve satisfazer qualquer fã de Jornada nas Estrelas que sempre desejou saber como seria interagir um pouco com os elementos deste rico universo de ficção-científica. Particularmente, não acredito que apenas o The Experience por si mesmo justificaria o custo de viagem e hospedagem até Las Vegas; mas caso os colegas fãs de Jornada já planejem viajar para Las Vegas em si, que certamente tem muito a oferecer, ou mesmo para aquela região do sudoeste dos EUA em geral, então uma visita ao The Experience é parada realmente obrigatória.