Série
Clássica em Home Video
Em 1º de outubro de 1984, Jornada
nas Estrelas, a Série Clássica, foi lançada pela
primeira vez em home vídeo nos EUA. Esse lançamento, em
LaserDisc, foi o primeiro volume de uma coleção da Paramount
Home Vídeo, chamada "Television Classics". Esse volume
consistia no episódio duplo "The Menagerie"
(episódio 16).
O LaserDisc era uma
tecnologia já com 6 anos de vida quando desse lançamento, mas as
distribuidoras, como a Paramount, ainda não usavam todos os
recursos que essa mídia oferecia. A imagem era apenas
ligeiramente superior ao VHS (pois ainda não se usava masters de
alta definição) e o som era apenas analógico sem redução de
ruído. Mas a imagem e o som eram ainda muito superiores às
transmissões de televisão da época.
Também em 1984 foram lançados alguns episódios da Série
Clássica em formato de mídia da RCA, chamado CED, que durou
poucos anos nos EUA e nem chegou ao Brasil. Essa mídia consistia
em um cartucho com um disco analógico dentro. Ao inserir o
cartucho no aparelho, o disco era descarregado nesse último. A
imagem tinha resolução idêntica ao VHS e o áudio era também
analógico. Se não me engano a leitura dos discos CED era
através de algum processo óptico, enquanto que nos LaserDiscs a
leitura era a laser, assim como os CDs. Entretanto, assim como o
Betamax (rival do VHS nos anos 80), o CED fracassou no mercado e
desapareceu. Hoje alguns discos são objeto de procura por
colecionadores apenas pelas excelentes ilustrações da embalagem.
Essas ilustrações,
com um estilo clássico, são superiores a qualquer ilustração
de qualquer outra mídia onde a Série Clássica já foi
lançada.
Em abril de 1985, a Série Clássica é lançada em VHS nos
EUA, na ordem de exibição da primeira vez que a série foi
televisionada. Assim, o episódio "The Man Trap"
foi o primeiro a ser lançado, mesmo sendo o episódio 6 da
série. A imagem dos episódios era razoável e o som tinha a
opção Hi-Fi para obtenção de maior fidelidade.
Nessa mesma época a Paramount começa a liberar em LaserDisc os
demais episódios da Série Clássica em uma coleção
exclusiva, pois antes só estava disponível o "The
Menagerie", dentro da coleção "Television Classics".
Essa coleção em
LaserDisc demorou quatro anos para ser completada. O último
episódio da série, "The Turnabout Intruder",
foi lançado em april de 1989.
Durante
esses quatro anos, foi introduzido nos LaserDiscs a tecnologia
"CX" que melhorava um pouco a qualidade do áudio
analógico através da redução de ruídos. Entretanto, essa
tecnologia operava melhor em filmes com áudio stereo. Como os
episódios da Série Clássica foram produzidos em mono,
muitos consumidores reclamavam de distorções no áudio. Essa
tecnologia, enquanto não aperfeiçoada, foi introduzida e
retirada várias vezes nos LaserDiscs. Como conseqüência apenas
12 episódios (que não me lembro no momento), "The
Turnabout Intruder" e a versão branco e preto/colorida
do "The Cage" vieram com essa tecnologia nos
discos.
Após
o encerramento dos lançamentos da Série Clássica em
LaserDisc, foi introduzido nessa mídia a tecnologia de Áudio
Digital, idêntica à utilizada nos CDs de áudio até os dias de
hoje. A maioria dos LaserDiscs lançados já no início da década
de 90 já vinham com áudio digital que é muito superior ao
áudio analógico usado nessa mídia até então. Todos os
episódios da Nova Geração, Deep Space Nine e Voyager
que foram lançados em LaserDisc vinham com áudio digital.
Como as distribuidoras já usavam masters de alta definição para
a autoração dos LaserDiscs desde o início da década de 90,
esses episódios tinham imagem muito superior ao VHS.
Também
no início dos anos 90 a Paramount relançou, em VHS, todos os
episódios da Série Clássica. Os episódios vieram com
imagem um pouco melhor em relação às antigas fitas e com som
"Dolby B NR" que praticamente eliminava qualquer ruído
no áudio hi-fi. Entretanto, a Paramount foi infeliz em redesenhar
as embalagens, que ficaram horrorosas, consistindo em um fundo
azul com uma foto do episódio, muitas vezes mal escolhida. Outro
ponto negativo foi a supressão dos trailers do episódio seguinte
ao fim de cada fita. Em compensação cada fita acompanhava um
card de colecionador.
As cinco fitas que a CIC Vídeo lançou aqui no Brasil (somente
para locação) eram baseadas nas fitas lançadas nos anos 80 nos
EUA, possuindo imagem e som inferiores às novas fitas acima
citadas.
No
final dos anos 90 a Série Clássica chegou em DVD nos EUA.
Foi sem dúvida o mais caprichado lançamento da série em home
vídeo. A imagem de todos os episódios foi restaurada e
masterizada digitalmente, com excelente qualidade. O som foi
também restaurado e ganhou nova mixagem no padrão Dolby Digital
5.1, com 6 canais independentes de áudio. Foi uma experiência
nova para os fãs munidos de um home teather assistirem aos
episódios da Série Clássica com som bombástico como só
os melhores cinemas proporcionam. No episódio "The
Corbomite Maneuver", quando a Enterprise tenta se livrar
do raio trator da nave inimiga parece que as paredes da sala vão
rachar devido à agressão do áudio.
Mesmo tendo a Paramount feito um excelente trabalho no áudio da Série
Clássica em DVD, muitos fãs ficaram insatisfeitos com o fato
do áudio original mono não estar disponível nos discos, pois
seria interessante assistir também com o mesmo áudio original
que era transmitido na televisão, mais no sentido de nostalgia
mesmo.
O que reserva a tecnologia do futuro para a Série Clássica?
Será possível melhorar ainda mais a apresentação dos
episódios?
Com a chegada das televisões digitais Hi-Definition (HDTV), com
certeza teremos um aumento da qualidade de imagem, que hoje é um
tanto prejudicada pela baixa resolução (ou melhor, hoje alta
resolução, mas amanhã será baixa) do sistema NTSC e PAL.
Com a expansão da tecnologia de áudio "Advanced Resolution",
hoje existente apenas em discos DVD-Audio (nova tecnologia, só
com áudio, sem imagem, diferente do áudio dos DVD-Videos que
existem hoje no mercado), também teremos um aumento na qualidade
de som. Só como exemplo, o CD opera a 16-bit e 48Khz, enquanto
que o DVD-Audio opera a 24-bit e 192Khz.
Daqui a 10 anos, ou menos, quem sabe o que está para vir?
Luiz
Felipe do Vale Tavares é fã de Jornada, DVDs e ficção
científica e escreve sobre Série Clássica para o Trek
Brasilis
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