MANCHETE
DO EPISÓDIO
Tentativa
de explorar paixão de Wesley
termina em estrondoso fracasso
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Sinopse:
Data Estelar: 42568.8.
A Enterprise é designada para escoltar uma jovem garota e sua
guardiã do planeta Klavdia II, onde elas viveram por quase toda a
vida da mais nova, até Daled IV, o planeta que ela nasceu para
governar.
Salia,
com seus 16 anos, encontra-se ao acaso com Wesley, que fica
instantamente atraído por ela, para o desgosto da guardiã
superprotetora da menina, Anya. Wesley tenta descobrir como se
aproximar da garota e pede ajuda a Riker e Guinan. O esforço não
tem sucesso, e o rapaz decide bater na porta de Salia sem qualquer
plano. Ela pede que ele a instrua em como usar o sintetizador de
alimentos, e ele apresenta a ela um mousse de chocolate Thaliano.
Enquanto isso, Troi está preocupada com as emoções que ela sente
dos novos passageiros, que parecem indicar que eles não são quem
parecem ser.
Salia é ordenada a ficar em seus aposentos, enquanto Anya faz um
tour pela nave. Depois de criticar os procedimentos e a competência
de Geordi na engenharia, a alienígena vai até a enfermaria, onde
ela descobre que há um paciente com uma doença contagiosa a bordo.
Ela insiste que ele seja morto imediatamente. A doutora Pulaski
obviamente se recusa, o que faz Anya se transformar em um monstro
enorme que pretende matar o paciente ela mesma. Worf e um grupo de
segurança chegam à enfermaria, mas mal conseguem conter Anya.
Após
o incidente, a doutora Pulaski começa a achar que os passageiros são
alasamorfos, uma espécie que, diz-se, possui o poder de mudar sua
forma. Para não provocar Anya mais ainda, Picard ordena que Wesley
fique longe de Salia.
Contra a vontade de Anya, Salia vai até os aposentos de Wesley,
onde eles trocam um beijo apaixonado. Quando o monstro furioso chega
repentiamente, Salia mesmo se transforma em uma criatura ainda mais
assustadora, resultando em uma grande tensão entre a garota e sua
guardiã. Após elas voltarem à forma humana, Wesley fica chocado
com a descoberta de que a garota dos seus sonhos não é quem ele
pensa que é.
Quando sua estadia está perto do fim, Salia tenta se desculpar com
Wesley por qualquer dor que ela pode ter causado, mas seus pedidos são
recebidos com indiferença. Dizendo a Wesley que ela o ama, Salia
vai para a sala de transporte. Quando o alferes percebe seus reais
sentimentos, ele vai até a sala de transporte com um mousse de
chocolate Thaliano, pouco antes de Salia se teleportar para Daled
IV. Os dois trocam as últimas palavras, antes que a garota parta da
Enterprise.
Comentários:
"The
Dauphin" só não é o pior episódio da temporada porque o
segundo ano também tem "Shades of Gray". Sob todos
os aspectos possíveis, trata-se de um segmento deplorável da série.
Em primeiro lugar, o foco da história é Wesley. Nada contra o
alferes em si, mas é patente que os roteiristas não souberam
escrever para o personagem até que chegou o momento de despachá-lo
da série. Em segundo lugar, é uma história de amor adolescente e
pouco inspirada do Wesley. Dificilmente poderia ficar pior que isso.
Os 45 minutos estão preenchidos com os mais velhos clichês que
essa história poderia conter. Wesley, como seria de se esperar, é
catastrófico. Em vez de termos algum insight valioso sobre a
personalidade do alferes (como tivemos, por exemplo, em "Evolution",
do terceiro ano da série), aqui o vemos como apenas mais um garoto
que se apaixona por uma garota, em mais uma história de amor impossível.
Não dá para ser feliz.
Nem
mesmo a busca de Wesley por insights alheios, como a perspectiva
Klingon do amor, ou ainda a interpretação de um andróide,
oferecem algum interesse. E tirando a participação dos outros
personagens na investigação do alferes, não sobra quase nada.
Para que se tenha uma idéia da gravidade da situação, nem Guinan,
que normalmente se salva até nos piores episódios, conseguiu
brilhar. A cena de Whoopi Goldberg com Jonathan Frakes no bar panorâmico
é possivelmente a pior coisa que Guinan já fez em toda a série. Não
pela atuação, mas pelo roteiro em si, que é terrível.
E se em termos dramáticos o episódio não presta, em termos técnicos
não vai muito melhor. A maquiagem dos tais alasamorfos é uma das
coisas mais malfeitas em toda a série --até mesmo com o orçamento
capenga da Série Clássica daria para fazer algo melhor.
Esses alienígenas deixam um Gorn se achando o supra-sumo dos
efeitos especiais.
As
transformações também não deixam por menos. As passagens são
extremamente artificiais, deixando o telespectador pensando sobre
quem eles queriam enganar com aquele efeito. Os confrontos de Worf
com Anya talvez sejam a coisa menos pior de todo o episódio, embora
não mereçam também ser louvados.
A única cena visualmente agradável de todo o episódio é a em que
Wesley leva Salia para conhecer o holodeck. Em uma das projeções,
eles aparecem sobre um asteróide, contemplando o espaço. A visão
é das mais bonitas, embora seja difícil de acreditar que aqueles
dois poderiam estar ali, não fosse um holodeck. Claro, os diálogos
são de chorar, mas essa cena, com a televisão sem som, é assistível.
Para completar, o episódio fecha com Wesley confrontando seus
preconceitos e descobrindo que a real forma de Salia é um lindo ser
de luz. Santo clichê, Batman!
Acho que o melhor jeito de completar essa análise é com um
conselho, um que Tasha Yar já deu a Data em "The
Naked Now". "Jamais aconteceu!"
Citações:
Data - "It
should be that simple, Wesley. Judging by her appearance, it is
likely you and Salia are biologically compatible. Of course, there
could be a difference in the histocompatibility complex in the cell
membrane, but..."
("Deve ser bem simples, Wesley. Julgando por sua aparência, é
provável que você e Salia sejam biologicamente compatíveis.
Claro, pode haver alguma diferença no complexo de
histocompatibilidade da membrana celular, mas...")
Wesley - "Data, I want to meet her, not dissect her."
("Data, eu quero conhecê-la, não dissecá-la.")
Guinan - "Just because a girl runs out doesn't mean she
doesn't wish you to follow."
("Só porque uma garota corre de você não quer dizer que ela
não queira que você a siga.")
Trivia:
Neste episódio Wil Wheaton (Wesley Crusher) dá seu primeiro beijo
em frente às câmeras. A "sortuda" foi Jamie Hubbard, que
tinha na época 26 anos. Wil tinha apenas 16.
"Dauphin" era o título dado ao filho mais velho do Rei da
França entre 1349 e 1830.
Repare no quarto de Wesley. Em uma prateleira há um feiser e um
comunicador idênticos aos da Série Clássica.
Ficha
técnica:
Escrito por Scott Rubenstein e
Leonard Mlodinow
Direção de Robert Bowman
Exibido em 20/02/1989
Produção: 036
Elenco:
Patrick Stewart como
Jean-Luc Picard
Jonathan Frakes como William Thomas Riker
Brent Spiner como Data
LeVar Burton como Geordi La Forge
Michael Dorn como Worf
Marina Sirtis como Deanna Troi
Wil Wheaton como Wesley Crusher
Elenco convidado:
Diana Muldaur como
Katherine "Kate" Pulaski
Whoopi Goldberg como Guinan
Paddi Edwards como Anya
Jaime Hubbard como Salia
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