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A
primeira coisa que fiz e que pode ser chamada de um projeto criativo e
coerente foi a produção de histórias em quadrinhos. Eu fazia
"revistas" completas, com oito páginas cada, e meu pai fotocopiava e
providenciava a distribuição -- segundo ele, no bar de uma pessoa
conhecida dele. Não sei qual é a veracidade desse pedaço -- nunca estive
no local em que elas eram distribuídas --, mas posso dizer que era um
esquema bem "profissional". Meu pai comprava as edições -- normalmente a tiragem era de dez exemplares -- e pagava o valor cheio para mim. Isso quer dizer que, com a primeira edição de Meketrefe, revista protagonizada pelo personagem de mesmo nome, faturei a pequena fortuna de 200 cruzados. De cabeça, não me lembro em que época foi isso. Entretanto, como as capas das revistas tinham o preço, em cruzados, e pelo menos uma edição teve o preço "corrigido" para cruzados novos, podemos presumir que a produção foi entre 1988 e 1989. Eu tinha, portanto, uns 9 anos quando isso começou. ![]() O desenho ao lado foi tirado de uma das revistas -- este é Meketrefe, um menino alienígena do planeta Meketral, mundo que foi vítima de uma explosão. À la Superman, Meketrefe fugiu para a Terra a bordo de uma nave espacial e, ao chegar aqui, fez sua própria turma de amigos. Seu melhor amigo era Han-Shi, um oriental briguento e mal-humorado que lutava karatê. A mocinha da turma, e paixão de Meketrefe, era Jaqueline. Alfredo era um menino muito distraído e desligado. E o único adulto da turma era Franklin, uma espécie de cientista maluco. Um personagem criado depois, e que não interagia com a turma do Meketrefe, era o Super-Medroso, um menino covarde que adorava super-heróis e cresceu para se tornar um deles. Ele tinha superforça e podia voar (graças ao espírito de uma coruja morta, que decidiu lhe transferir essa capacidade), mas seu medo de tudo prejudicava seu desempenho como herói. ![]() E por que eu coloco isso aqui? Porque ainda não estou pronto para desistir de Meketrefe e sua turma. Estou certo de que, no futuro, esses personagens poderão ressurgir. Aqui está a origem de tudo. |
Copyright © 2007 Salvador Nogueira