O
Trek Brasilis nasceu no dia 24 de setembro de 1999. Talvez
a expressão "nasceu" seja mesmo mais adequada do que
"foi criado". O site surgiu quase que como por impulso.
Sem esforço, sem planejamento, sem preparação. Um belo dia, ele
simplesmente "nasceu", como se o potencial para sua
existência tivesse atingido massa crítica.
E
foi exatamente assim. O conceito por trás do TB esteve
intimamente relacionado com o que gerou o site internacional
TrekToday, que
naquela época também estava dando seus primeiros passos. Criado
pelo jornalista Salvador Nogueira, o site tinha por meta fazer
a ponte entre o mundo noticioso que circundava o universo da
produção de Jornada nas Estrelas, em Hollywood, e o público
brasileiro.
Essa função havia sido brevemente ocupada
pelo grande site Organia, de Minas Gerais, uma das muitas
inspirações do TB na web. Mas no segundo semestre de
1999, o Organia já dava sinais de que não ia concentrar sua
ação no plano das notícias diárias. Se o tivesse feito, é provável
que o TB nunca tivesse se formado, ou pelo menos, não
naquele momento.
A comunidade trekker na época estava
dividida. A Frota Estelar Brasil tentava se firmar como uma
entidade "nacional", embora a meta nunca tenha sido
realmente atingida. Os fãs do Rio de Janeiro ainda estavam
órfãos do Jetcom, um grande grupo de divulgação de Jornada
nas Estrelas coordenado por Cristina Nastasi que teve uma
morte extremamente prematura. O Organia era um foco em Minas
Gerais, mas passava por uma série crise interna. E era raro
vermos cooperação entre os diferentes grupos, o que tornava a
divulgação de Jornada extremamente fragmentária em
terras brasileiras.
Não
foi à toa que o Trek Brasilis ganhou esse nome. A
premissa inicial do site era, por meio de atualizações
diárias de notícias, oferecer ao fã, pela internet e em
escala nacional, um "Norte" -- uma direção a partir
da qual ele pudesse se situar de forma mais abrangente no
contexto do fandom brasileiro. Nada mais justo que a Terra
Brasilis tivesse o seu Trek Brasilis.
O TB viveu por um ano (contando
três meses sem atualizações em novembro e dezembro de 1999 e
janeiro de 2000) com uma proposta bastante modesta,
concentrando-se basicamente na divulgação de notícias, sem se
preocupar muito com o conteúdo mais tradicional dos sites de Jornada
nas Estrelas -- guias de episódios, fotos, vídeos etc. Com
isso, construiu uma pequena base de visitantes diários, cerca
de 40.
A grande virada para o site aconteceu
mesmo no primeiro aniversário, em setembro de 2000. O TB
ganhou uma nova face. O visual cinza foi trocado por um design
mais arrojado e elegante, com predominância em azul. O site
começou a apostar no seu conteúdo fixo, com o estabelecimento
de guias de episódios para todas as séries de Jornada,
seções para cada série e uma iniciativa inédita no Brasil e
no exterior: a criação de colunistas fixos e regulares para
escrever sobre vários aspectos da franquia.
Foi praticamente um renascimento para o
site. Além de Salvador Nogueira, outros se associaram ao
empreendimento. Fernando Penteriche, ex-editor do antigo site
brasileiro Base Nexus, se juntou à equipe, seguido de perto por
Luiz Castanheira e Daniel Sasaki. Refletindo a filosofia inicial
do TB, é interessante notar que nenhum deles morava na
mesma cidade! Outros também se juntaram para compor a equipe,
como colunistas ou colaboradores eventuais, trazendo ainda mais
brilho e destaque ao site. Entre eles estão Gustavo Leão, Lia
Matos Viegas, Adriana Portes, Susana Lopes de Alexandria, Claudio Silveira, Luiz
Felipe do Vale Tavares, Jorge Saldanha, Paulo Maffia, Mariana Pedroso e Fernando Rodrigues.
Logo ficou claro que o TB não
teria uma existência passageira. Além de sua impressionante
massa de colaboradores (foi rara a semana em que não havia
nenhum novo texto de conteúdo fixo publicado), o site ganhou
destaque na mídia geral (sendo citado em jornais como a
"Folha de S.Paulo") e especializada (fazendo
aparições em revistas como "Sci-Fi News" e "Replicante",
inclusive indicando alguns de seus colaboradores como produtores
de material para essas publicações). Sua audiência cresceu
por um fator de sete, em média, desde o início da nova fase do
site.
A imagem do TB se agigantou também
por conta das entrevistas inéditas e exclusivas que produziu,
contando com participações de grandes nomes de Jornada nas
Estrelas no Brasil e no exterior. Entre os entrevistados
estavam dois atores da Série Clássica, George Takei e
Walter Koenig, o ator de Voyager e diretor Robert Duncan
McNeill, os designers de produção Andrew Probert e Rick Sternbach,
o escritor e produtor Michael Piller e tantos outros. Essas
entrevistas não só fortaleceram a presença do TB no fandom
brasileiro como levaram o nome do site ao estrelato internacional.
O site chegou a conquistar o prêmio Ex-Astris-Award (distribuído
pelo site Ex-Astris-Scientia),
em maio de 2002 -- um feito espetacular para um site com conteúdo
primariamente em português.
Com três anos de existência, chegou o
momento de uma nova revolução. O site foi inteiramente
reformulado, mantendo algumas de suas características mais
fortes dos dois anos anteriores, mas tentando reforçar ainda
mais seu elo com o público. É uma volta às origens, com o
objetivo de usar a poderosa máquina noticiosa que se tornou o Trek
Brasilis em força motriz para a definitiva integração do
público brasileiro de Jornada nas Estrelas.
O objetivo agora é tornar-se simplesmente
a fonte definitiva de qualquer informação acerca da franquia
em língua portuguesa, seja em que nível de detalhamento, e com
a maior agilidade possível. Todo o conteúdo foi restruturado
para permitir esse rápido acesso ao poderoso banco de dados que
se tornou o Trek Brasilis.
Isso, claro, sem desvirtuar a principal
característica do site -- a busca da notícia, diária,
atualizada, na hora em que acontece e em português --, que
continua sendo a marca registrada do TB e o motivo pelo
qual foi consagrado em primeiro lugar.