Publicado originalmente
em 2001


Jornada nas Estrelas - Generations
STAR TREK - GENERATIONS


 









 

Por Luiz Felipe do Vale Tavares

O Filme

Neste filme Picard e Kirk se unem (nos últimos 15 minutos do filme!) para deter um cientista louco, Soran, que ameaça destruir planetas inteiros para conseguir seu objetivo, entrar no Nexus, uma espécie de paraíso onde todos os sonhos se realizam.

Com certeza um dos filmes mais esperados de Jornada nas Estrelas e igualmente um dos mais decepcionantes. Não que o filme seja ruim. Na verdade é bom, mas com certeza é um filme que poderia ser muito, mas muito melhor.

O problema foi como o filme foi realizado. A trama tinha tudo para dar certo, mas os roteiristas preferiram achar o caminho mais fácil para se chegar logo ao final, matando Kirk e finalmente passando a Nova Geração para o domínio dos filmes de Jornada.

E nem mesmo a tripulação da Nova Geração conseguiu destaque nesse filme. Apenas Picard e Data têm algo de útil para fazer. O restante (Riker, Troi, Crusher etc) se limitou apenas a fazer pequenas aparições com o mínimo de diálogo possível. Está certo que é dificílimo fazer um filme com sete personagens e conseguir dar destaque a todos, mas parece que os roteiristas nem tentaram.

Se os roteiristas queriam matar Kirk e destruir a Enterprise-D em um único filme, porque não matar dois coelhos com uma única cajadada? Com certeza Kirk teria um fim mais digno se morresse no comando da Enterprise-D realizando um último sacrifício, por exemplo. Acho que a maioria dos fãs concordariam com esse fato. Mas em vez disso os roteristas preferiram Kirk saindo na porrada, literalmente, com Soran e morrendo de forma estúpida caindo de uma ponte.

Kirk dando porradas nos seus inimigos não está fora de contexto com o personagem (vide os episódios "Shore Leave", "Where No Man Has Gone Before", "Arena" e outros mais), mas o problema é que ele já saiu da faixa dos 30 anos de idade há mais de 30 anos. Kirk deveria morrer na ponte de uma nave, pelo menos, e não distribuindo socos com quase 70 anos de idade.

"Generations" talvez seja considerado como o filme de oportunidades perdidas no mundo de Jornada nas Estrelas, pois traz eventos importantíssimos para o universo da série e estraga quase todos eles. Por exemplo: 
- A morte de Kirk: caiu de um ponte (parece piada);
- Data passa a ter emoções: estragou o personagem;
- O fim do mistério sobre o passado de Guinan: só aumentou o mistério e não explicou nada;
- A morte da família de Picard: para que trazer tanta tragédia para a vida dele?
- A Enterprise-B: a nave ficou legal, mas onde já se viu tripulação tão despreparada?!
- A destruição da Enterprise-D: destruída por uma velha e quase inofensiva ave de rapina Klingon! Que fosse por uma nave à altura pelo menos.

Concluindo, o filme é bom. Mesmo com todas essas críticas acima. Proporciona uma aventura legal por duas horas, com bons efeitos especiais, elenco competente e uma excelente trilha sonora.

Imagem

"Generations" é apresentado em widescreen na proporção original de 2,35:1. Infelizmente a imagem não é anamórfica e, por isso, não proporciona a qualidade esperada de um DVD. A imagem do filme é decepcionante, principalmente para um filme tão recente (1994).

A imagem está muito granulada e perde boa parte da definição nas cenas mais escuras. As cores não estão muito bem definidas e estão um pouco desbotadas.

O grande problema foi o fato da Paramount ter usado o mesmo master utilizado para o Laserdisc, que foi lançado no início de 1995. Fazendo uma comparação entre o Laserdisc e o DVD, não há aparentemente nenhuma diferença, salvo uma pequena melhora na definição da imagem.

A Paramount merece repreensão pela preguiça. Ao invés de criar um novo master, próprio para o formato DVD, com widescreen anamórfico e melhor definição, a distribuidora optou pela economia de dinheiro e simplesmente usou um master ultrapassado já existente. O estúdio deve ser pensado que qualquer esforço a mais seria inútil, pois os fãs comprariam de qualquer jeito mesmo.

Mesmo assim, a imagem é muito superior à da fita VHS, mas está longe dos padrões de qualidade de imagem que um DVD pode oferecer.

Som

Ao contrário da imagem, o som é muito bom, porém não tão bom quanto o de "Primeiro Contato" ou de "Insurreição". Foi utilizado o mesmo som do Laserdisc, que por sinal foi um dos primeiros filmes nesse formato a ser lançado em Dolby Digital.

O som em inglês Dolby Digital 5.1 cria um ótimo ambiente sonoro, com boa distribuição entre as caixas frontais e traseiras. Merece destaque a cena em que a Enterprise-B encontra o Nexus (logo no início do filme) e a cena da queda do disco da Enterprise-D.

Também está disponível a opção de áudio em espanhol, porém em Dolby Surround apenas. Como em "Insurreição", também não está disponível a opção de áudio em português. As legendas estão disponíveis em inglês, português e espanhol.

Extras

Dessa vez a Paramount nos premiou com absolutamente nada de extras. Nem mesmo um trailer de cinema está disponível. Haja preguiça e descaso para com os consumidores! Os menus são feios e estáticos, porém de fácil navegação.

Ficha Técnica

Extras:
Menu interativo, Seleção de Cena

Vídeo:
Widescreen (2,35:1)

Áudio:
Inglês (Dolby Digital 5.1 Surround)
Espanhol (Dolby Digital 2.1 Surround)

Legendas:
Inglês, Português e Espanhol

Ano de produção:
1994

Duração:
118 minutos

Data de Lançamento no Brasil (Região 4)
29/08/2001