Por Luiz
Felipe do Vale Tavares
O
Filme
Neste
filme Picard e Kirk se unem (nos últimos 15 minutos do filme!)
para deter um cientista louco, Soran, que ameaça destruir
planetas inteiros para conseguir seu objetivo, entrar no Nexus,
uma espécie de paraíso onde todos os sonhos se realizam.
Com certeza um dos filmes mais esperados de Jornada nas
Estrelas e igualmente um dos mais decepcionantes. Não que o
filme seja ruim. Na verdade é bom, mas com certeza é um filme
que poderia ser muito, mas muito melhor.
O problema foi como o filme foi realizado. A trama tinha tudo para
dar certo, mas os roteiristas preferiram achar o caminho mais
fácil para se chegar logo ao final, matando Kirk e finalmente
passando a Nova Geração para o domínio dos filmes de Jornada.
E nem mesmo a tripulação da Nova Geração conseguiu
destaque nesse filme. Apenas Picard e Data têm algo de útil para
fazer. O restante (Riker, Troi, Crusher etc) se limitou apenas a
fazer pequenas aparições com o mínimo de diálogo possível.
Está certo que é dificílimo fazer um filme com sete personagens
e conseguir dar destaque a todos, mas parece que os roteiristas
nem tentaram.
Se os roteiristas queriam matar Kirk e destruir a Enterprise-D em
um único filme, porque não matar dois coelhos com uma única
cajadada? Com certeza Kirk teria um fim mais digno se morresse no
comando da Enterprise-D realizando um último sacrifício, por
exemplo. Acho que a maioria dos fãs concordariam com esse fato.
Mas em vez disso os roteristas preferiram Kirk saindo na porrada,
literalmente, com Soran e morrendo de forma estúpida caindo de
uma ponte.
Kirk dando porradas nos seus inimigos não está fora de contexto
com o personagem (vide os episódios "Shore Leave",
"Where No Man Has Gone Before", "Arena"
e outros mais), mas o problema é que ele já saiu da faixa dos 30
anos de idade há mais de 30 anos. Kirk deveria morrer na ponte de
uma nave, pelo menos, e não distribuindo socos com quase 70 anos
de idade.
"Generations" talvez seja considerado como o
filme de oportunidades perdidas no mundo de Jornada nas
Estrelas, pois traz eventos importantíssimos para o universo
da série e estraga quase todos eles. Por exemplo:
- A morte de Kirk: caiu de um ponte (parece piada);
- Data passa a ter emoções: estragou o personagem;
- O fim do mistério sobre o passado de Guinan: só aumentou o
mistério e não explicou nada;
- A morte da família de Picard: para que trazer tanta tragédia
para a vida dele?
- A Enterprise-B: a nave ficou legal, mas onde já se viu
tripulação tão despreparada?!
- A destruição da Enterprise-D: destruída por uma velha e quase
inofensiva ave de rapina Klingon! Que fosse por uma nave à altura
pelo menos.
Concluindo, o filme é bom. Mesmo com todas essas críticas acima.
Proporciona uma aventura legal por duas horas, com bons efeitos
especiais, elenco competente e uma excelente trilha sonora.
Imagem
"Generations"
é apresentado em widescreen na proporção original de 2,35:1.
Infelizmente a imagem não é anamórfica e, por isso, não
proporciona a qualidade esperada de um DVD. A imagem do filme é
decepcionante, principalmente para um filme tão recente (1994).
A imagem está muito granulada e perde boa parte da definição
nas cenas mais escuras. As cores não estão muito bem definidas e
estão um pouco desbotadas.
O grande problema foi o fato da Paramount ter usado o mesmo master
utilizado para o Laserdisc, que foi lançado no início de 1995.
Fazendo uma comparação entre o Laserdisc e o DVD, não há
aparentemente nenhuma diferença, salvo uma pequena melhora na
definição da imagem.
A Paramount merece repreensão pela preguiça. Ao invés de criar
um novo master, próprio para o formato DVD, com widescreen
anamórfico e melhor definição, a distribuidora optou pela
economia de dinheiro e simplesmente usou um master ultrapassado
já existente. O estúdio deve ser pensado que qualquer esforço a
mais seria inútil, pois os fãs comprariam de qualquer jeito
mesmo.
Mesmo assim, a imagem é muito superior à da fita VHS, mas está
longe dos padrões de qualidade de imagem que um DVD pode
oferecer.
Som
Ao contrário da imagem, o som é muito bom, porém não tão bom
quanto o de "Primeiro Contato"
ou de "Insurreição".
Foi utilizado o mesmo som do Laserdisc, que por sinal foi um dos
primeiros filmes nesse formato a ser lançado em Dolby Digital.
O som em inglês Dolby Digital 5.1 cria um ótimo ambiente sonoro,
com boa distribuição entre as caixas frontais e traseiras.
Merece destaque a cena em que a Enterprise-B encontra o Nexus
(logo no início do filme) e a cena da queda do disco da
Enterprise-D.
Também está disponível a opção de áudio em espanhol, porém
em Dolby Surround apenas. Como em "Insurreição",
também não está disponível a opção de áudio em português.
As legendas estão disponíveis em inglês, português e espanhol.
Extras
Dessa vez a Paramount nos premiou com absolutamente nada de
extras. Nem mesmo um trailer de cinema está disponível. Haja
preguiça e descaso para com os consumidores! Os menus são feios
e estáticos, porém de fácil navegação.
Ficha
Técnica
Extras:
Menu interativo, Seleção de Cena
Vídeo:
Widescreen (2,35:1)
Áudio:
Inglês (Dolby Digital 5.1 Surround)
Espanhol (Dolby Digital 2.1 Surround)
Legendas:
Inglês, Português e Espanhol
Ano de produção:
1994
Duração:
118 minutos
Data de Lançamento no Brasil (Região 4)
29/08/2001
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