Os
vilões de Jornada nas Estrelas, Parte II
Em
termos de vilania, o que a Nova Geração apresentou até
agora dá o primeiro lugar para a Rainha Borg, interpretada por
Alice Krige. O Doutor Soran ocupa a segunda posição, com o bom
desempenho de Malcolm McDowell, veterano do gênero e tio de
Alexander "Bashir" Siddig, de acordo com fontes
autorizadas.
F. Murray Abraham e seu personagem So'na, o malvado Ru'afo, içou a
lanterninha, apesar de já ter sido vilão em outros filmes com
tremendo sucesso, como em "Amadeus" e "O Nome da
Rosa".
O
sucesso da Rainha Borg está relacionado à fama que este povo
ganhou desde a produção do seriado na televisão. Os Borgs
apresentaram uma boa dose de ação, efeitos especiais, luta e uma
seríssima ameaça à boa vida da Federação --principalmente a
partir de "The Best of Both Worlds", na passagem do
terceiro para o quarto ano de vida da série.
Sua aceitação foi tanta que eles serviram de rivais para o melhor
filme da Nova Geração até agora. Com a Voyager
batendo pino pelo Quadrante Delta, Rick Berman e sua equipe
resolveram requentar os Borgs para ajudar a salvar a pátria e a
audiência das aventuras de Janeway e sua turma. Eles apareceram e
retornaram várias vezes, como um trunfo a ser usado quando
necessário, inclusive, nos dois últimos episódios.
Tanto foi assim que Seven of Nine passou a ser um membro da
tripulação da nave e a Rainha Borg visitou-a algumas vezes.
A
maldade da Rainha! Isto não é meio parecido com as historinhas dos
contos de fadas? Mas não podemos negar que o confronto dela com
Picard/Locutus e Data causou uma boa linha de ação na trama
registrada no roteiro. O seu comportamento malicioso e sensual gerou
arrepios não só no andróide, como também, na maioria da galera.
Não é demais lembrar a cena de sua montagem na área invadida por
ela no interior da Enterprise. Isto valeu uma indicação de
premiação de melhor maquiagem.
Soran
pareceu perdido no tempo/espaço com aquela cara de garoto malvado e
ressentido. Ele entrou no filme só para matar Kirk, apesar da
justificativa do roteiro que envolvia a tentativa de sua entrada no
Nexus. Na época da estréia do filme, ouvi dizer por aí que Marlon
Brando tinha se oferecido para o papel, mas Rick Berman recusou-o.
Melhor para Brando...
As
irmãs Duras, francamente, pareciam ser membros da família dos
Irmãos Metralha. O negócio delas era derrubar a Enterprise, só
para deixar Picard irritado. Como as cenas de tortura de La Forge
foram cortadas, não deu nem pra dizer que elas tinham um jeito tão
malvado assim. Tudo bem que o trilítio estava na barganha com a
finalidade de tentar outro golpe de Estado no Império Klingon. Mas,
nem de longe, podemos levar a sério o jeito pelo qual elas foram
aproveitadas.
Em
"Insurreição", temos um Ru'afo vingativo e
preocupado em rejuvenescer passando a perna na Federação, e boa
parte da Frota Estelar. Eu já disse aqui: foi uma briguinha de
família mal-contada. Como se já não bastasse a sua maldade,
tivemos que aturar seus gritos e trejeitos.
Tudo foi estereotipado demais! É possível que, no futuro, venhamos
a saber com mais detalhes porque Frakes dirigiu um filme tão
problemático. Especula-se que a sua ausência da cadeira de diretor
no próximo filme tenha a ver com isso.
Minha esperança ainda repousa nos Romulanos. Quem sabe um dia
poderemos ver suas características e seus personagens marcantes
revividos e desenvolvidos na tela grande de um jeito que as pessoas
merecem.
Falando nisso, aproveito o momento e aviso que tratarei da próxima
vez em diante daquilo que temos sabido por aí a respeito do
próximo filme. Sinceramente, já adianto que tenho uma forte
impressão de que, num certo sentido, a vaca tá indo pro brejo...
Cláudio
Silveira escreve regularmente sobre os filmes com
exclusividade para o Trek Brasilis
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