Trek
Brasilis - Como você se envolveu com Jornada nas
Estrelas, durante o início da terceira temporada de A
Nova Geração?
Michael Piller - Eu conheci Rick Berman em um almoço com
Gene Roddenberry e Maurice Hurley, o roteirista principal da Nova
Geração durante as duas primeiras temporadas. Hurley
estava saindo da série e pensou que eu seria um bom candidato
para substituí-lo. Eu não fui contratado naquele almoço (Rick
e Gene já haviam contratado outro amigo meu, Michael Wagner),
mas eu concordei em escrever um roteiro para a próxima
temporada.
Meu agente ficou furioso. Escrever um roteiro free-lance ia
parecer que eu não tinha conseguido um emprego na equipe.
Nenhuma série iria me contratar como roteirista da equipe
novamente, ele disse. Mas eu realmente queria escrever um
roteiro de Jornada, por isso ignorei o conselho de meu
agente. Hoje, em sua aconchegante casa nova, ele está feliz por
eu ter feito isso.
Quando eu estava escrevendo aquele primeiro episódio, Wagner e
Roddenberry não estavam se dando bem, e na época que entreguei
meu roteiro, Michael decidiu deixar a série. Eu recebi uma ligação
de Rick Berman. "Nós amamos seu roteiro", ele disse.
"Você obviamente conhece a série. Gostaria de assumir a
equipe de roteiristas?"
Até hoje, eu não acho que haja alguma coisa particularmente
especial naquele roteiro, exceto por uma cena que abriu as
portas do universo de Jornada para mim. Na história
(co-escrita por Wagner), um cientista construiu sua vida inteira
em torno de um evento estelar que ocorre uma vez a cada 200
anos. E, agora, por misteriosos problemas com a nave, parece que
ele vai perdê-lo. Ele expressa sua amarga frustração ao mais
jovem membro de nossa tripulação, o garoto de 16 anos Wesley
Crusher, usando pela primeira vez em minha carreira em Jornada
(mas não a última) uma metáfora de beisebol. Aqui vai o diálogo
que me ganhou o emprego:
STUBBS - Eu poderia viver com o fracasso. ...Bem, talvez não.
Mas nunca ter tentado. Perder sua chance na rebatida. Você
conhece beisebol?
WESLEY - Meu pai me ensinou quando eu era pequeno.
STUBBS - Uma vez, séculos atrás, foi o passatempo mais amado
da América, Wesley. Abandonado por uma sociedade que valorizava
fast food e jogos mais rápidos. Perdido por impaciência. Mas
eu vi os grandes jogadores fazerem as grandes jogadas.
WESLEY - Você os recriou em um Holodeck?
STUBBS - Não, aqui... (sua mente) Com o conhecimento de estatísticas...
runs, rebatidas e erros... vezes na rebatida... placares. Homens
como nós não precisam de Holodecks, Wesley. Eu joguei
temporadas na minha mente. Foi uma recompensa para mim mesmo.
Pela paciência. Sabendo que a minha vez iria chegar. Chame seu
arremesso. Aponte para uma estrela. Uma grande rebatida e a
multidão se levanta. Uma nova era para a astrofísica. Adiada
por 196 anos por causa da chuva.
No final, Rick Berman compartilhava de meu amor pelo beisebol e
aquela cena acertou-o bem entre os olhos. E uma parceria estava
formada.
TB - Você gostava de Jornada
antes de seu envolvimento com o franchise?
Piller - Minha família e eu assistíamos à Nova Geração
regularmente. Era o tipo de série que toda a família podia ver
junta e então comentar. E episódios como "The Measure
of a Man" causaram uma grande impressão em mim. Então,
sim, eu era um fã. Entretanto, eu não era um trekker, por
qualquer definição, porque eu nunca realmente abracei o Jornada
nas Estrelas original, embora eu estivesse familiarizado com
ele.
TB - O que você acha que mudou em Jornada
depois que você passou a escrever para a série?
Piller - Eu acredito que a maior influência que tive nos
episódios foi trazer um foco mais forte para os personagens
coadjuvantes, para tentar criar uma família mais forte. Picard
e Data estavam bem desenvolvidos, os outros personagens não.
Então comecei a vasculhar as histórias para dar ao elenco
reunido uma oportunidade de crescer, e acho que eles fizeram
isso.
TB - Por que você quis sair da série
depois da terceira temporada? O que ou quem fez você mudar de
idéia?
Piller - Eu tinha um tipo bizarro de fantasia de ir para
o México, sentar na praia e escrever roteiros. Então, quando
eu assinei (contrato para A Nova Geração), tinha me
comprometido por apenas um ano. Pelo fim da temporada todo mundo
estava tão satisfeito com o progresso criativo que fizemos que
Gene Roddenberry veio e se sentou comigo por alguns minutos e
disse o quanto ele gostaria que eu voltasse para a próxima
temporada, porque ele realmente sentia que a série estava para
decolar. E, como acabou acontecendo, ele estava absolutamente
certo. Foi durante o verão da terceira temporada que o "cliffhanger",
"The Best of Both Worlds", levou a um incrível
aumento de interesse e de audiência para a série. Mas a
verdade é que eu não tinha idéia de como "The Best of
Both Worlds" ia terminar quando eu escrevi a primeira
parte do "cliffhanger", porque eu não esperava estar
por perto no ano seguinte para escrever a conclusão.
TB - Muitos o consideram como o
verdadeiro "pai" da versão moderna de Jornada.
Que tipo de impacto você acredita ter tido na série?
Piller - Estou muito orgulhoso das contribuições que
fiz, junto com Rick Berman, de trazer o franchise de volta para
a excelência criativa. Mas há apenas um pai de Jornada nas
Estrelas e esse é o sr. Roddenberry. Ele deu o exemplo e eu
o segui. Eu trouxe minha própria filosofia de narrativa. Eu
encorajei roteiristas a serem ambiciosos e tentarem fazer de
cada episódio um clássico que pudesse resistir ao teste do
tempo. Eu não esperava que pudéssemos fazer isso toda semana,
mas acho que o importante era não se satisfazer em preencher
uma hora com explosões espaciais e efeitos especiais. Nosso
trabalho como escritores era explorar a condição humana. Eu não
consigo pensar em outro franchise que permita a um escritor
fazer isso de forma tão confortável e interessante como Jornada
nas Estrelas. Precisamos nunca perder essa oportunidade. Eu
acredito que eu trouxe esse senso de obrigação para os
roteiristas da série.
TB - Há muitos fãs que sentem sua
falta na produção atual de Jornada. Como você se sente
sobre isso?
Piller - Ocasionalmente, eu também sinto minha falta lá,
mas eu acho que as pessoas que ainda estão lá são pessoas que
têm o direito de explorar seus próprios universos. Eu encorajo
vocês a apreciarem o que eles estão tentando fazer, porque
cada um deles tem fortes ambições de manter a qualidade da
narrativa. Eu nem sempre concordo com as decisões deles, mas eu
sempre me sinto bem quando leio um roteiro que vai direto para
examinar personagens e explorar dilemas morais e éticos que
ressonam com nossa vida atual.
TB - Como co-criador das duas mais
recentes versões de Jornada, que conselho você daria a
Brannon Braga, que pela primeira vez está tendo a chance de
criar uma série para o franchise?
Piller - Esse não é um conselho para o Brannon, é um
conselho a todo mundo que está criando uma série de televisão,
que é o de dar ouvidos à sua própria consciência. Eu
acredito que a obrigação do roteirista é ir de encontro à
audiência, iluminar e explorar do mesmo jeito que a tripulação
na ponte de uma nave estelar faz. Há muitas outras pessoas que
estarão interessadas no lado negócio de Jornada,
incluindo números de audiência, demografia e oportunidades
subordinadas. Eu respeito essas pessoas e trabalharei com elas o
melhor que puder, mas um roteirista nunca deve cruzar a linha e
se tornar uma das pessoas de negócios. Se fizermos, perdemos
tudo que somos. É sempre preciso uma sutil, mas definitiva,
tensão entre os que estão atrás de excelência criativa e os
que estão atrás de audiência. Isso sempre levará ao melhor
tipo de série, não importando se é Jornada ou qualquer
outra coisa. Então, seja fiel a seus próprios instintos
criativos e não se venda. Esse é o meu conselho.
TB - Deep Space Nine é
considerada por muitos como uma visão mais dark de Jornada.
Há até aqueles que dizem que a série desistiu do futuro
imaginado por Gene Roddenberry. O que você acha que Gene
pensaria de Deep Space Nine?
Piller - Rick e eu conversamos com Gene sobre nossos
planos para Deep Space Nine e ele deu seu total endosso.
Nossa meta não era mudar o universo de Jornada, mas
explorar um canto dele que nunca havia sido visto antes,
enquanto sendo fiel a todos os princípios de Roddenberry. Nós
confrontamos os valores humanistas de Roddenberry com valores
espirituais e metafísicos alienígenas, que deram uma
oportunidade de explorar novas idéias sem mudar as idéias de
Gene sobre a humanidade no século 24.
TB - Você acredita que Deep
Space Nine e Voyager foram trabalhadas adequadamente
nos últimos anos?
Piller - Sim. Eu apenas não concordei quando eles se
afastaram de histórias que eram sobre os personagens e temas de
relevância contemporânea.
TB - Como consultor de Voyager,
você recebe regularmente notas sobre os roteiros e decisões de
produção para a série. Quais as questões básicas você acha
que os episódios finais de Voyager deveriam lidar?
Piller - Eu gostaria de ter visto a Voyager voltar
para o universo de Jornada pela metade da última
temporada e então ter descoberto que as circunstâncias para
onde eles voltaram são mais complexas e não tão acolhedoras
quanto eles esperavam. Eu gostaria de ter visto uma ameaça aos
membros Maquis da tripulação que haviam sido terroristas. Eu
adoraria ter visto Janeway forçada em um conflito entre os
membros de sua tripulação que a serviram lealmente pelos últimos
sete anos e um interrogatório oficial da Frota Estelar. Como
você pode dizer, eu amo dilemas éticos e morais. Não tenho idéia
do que eles estão planejando, entretanto.
TB - Você vê um futuro para Voyager
na TV ou no cinema?
Piller - Improvável, embora eu não ficasse surpreso em
ver os personagens de Voyager aparecendo em outro
material de Jornada no futuro.
TB - Quais foram as principais
diferenças entre o primeiro roteiro que você fez para o filme "Insurrection"
e a versão concluída?
Piller - Houve enormes diferenças entre a primeira versão
que eu escrevi para o filme e a versão concluída, porque o
primeiro roteiro, para ser franco, era um desastre absoluto. O
que ele era eram dois filmes em vez de um e tínhamos histórias
suficientes para preencher uma minissérie.
Rick
e eu discutimos sobre perder o arco inteiro do Data. Falamos
sobre perder o arco inteiro sobre a fonte da juventude. Sabíamos
que Patrick havia amado a fonte da juventude e não gostaria de
perdê-la, mas ainda achávamos que a parte do Data no filme
estava funcionando melhor que a outra metade. Na verdade, no
primeiro roteiro a fonte da juventude não era mais que um tópico
de comédia -- comédia ruim, diga-se de passagem. Eu sabia que
para o filme ter um impacto emocional a fonte da juventude
precisava significar alguma coisa, particularmente para Picard.
No desenrolar, optamos por usar o comportamento de Data como um
gancho para a história e então enfatizar a defesa heróica de
Picard do planeta.
TB - É verdade que há um documentário
ou livro sobre esse filme que foi proibido pela Paramount ou
coisa do tipo?
Piller - Eu escrevi um livro durante a roteirização de "Jornada
nas Estrelas - Insurrection" -- com aprovação
adiantada da Viacom Consumer Licensing e da Pocket Books -- que
pretendia ser um livro de referência para escritores de filmes.
Minha sugestão para a editora era a de levar o leitor pelo
processo inteiro de desenvolvimento de um filme, começando com
a idéia e mostrando como mudanças, problemas, opiniões, exigências
do estúdio e considerações financeiras afetariam o produto
final. E, em essência, para ver se o leitor tomaria as mesmas
decisões que Rick e eu tomamos conforme o roteiro foi
evoluindo. O livro de nenhum jeito criticava algum dos
envolvidos, nem fazia qualquer escândalo; apenas dava um
insight em Jornada que nunca havia sido dado antes. Por
razões que não descreverei aqui, a Pocket Books optou por não
publicar o livro, o que foi um grande desapontamento. Deve ser
esclarecido que ele não depreciava o filme, que, eu continuo a
acreditar, se sustenta sozinho entre os outros filmes de Jornada.
TB - Como são suas atuais relações
com a Paramount? Você se vê trabalhando para eles novamente? E
em Jornada nas Estrelas?
Piller - Estou trabalhando com a Paramount e a Lion's
Gate Television em um piloto para uma série baseada em "The
Dead Zone", de Stephen King. Eu certamente não posso
prever o futuro, por isso é difícil dizer que nunca mais
trabalharei em Jornada. Eu sou muito amigo de todo mundo
que está lá e Rick e eu nos encontramos frequentemente para
almoçar e em ocasiões sociais, mas após dez anos é difícil
você não se tornar repetitivo. Eu acho que é um cenário
improvável.
TB - Em que seu trabalho em Jornada
ajudou sua carreira?
Piller - Para todos os efeitos e propósitos, Jornada
nas Estrelas FOI minha carreira. Não é o único crédito
no meu currículo -- que inclui roteiros para três anos de
"Simon & Simon", uma breve estadia em "Miami
Vice" e um par de outras séries que não duraram muito --,
mas todo escritor sonha com uma oportunidade de escrever algo
que em última análise se torna uma marca pessoal. E certamente
a evolução de A Nova Geração e a criação de Deep
Space Nine e Voyager foram um feito muito
significativo na comunidade criativa e sou extraordinariamente
grato por isso.
TB - Você agora criou sua própria
produtora. Você poderia contar mais sobre ela? Onde fica? O que
você pretende produzir? Quais são seus projetos mais recentes?
Piller - Meu filho, Shawn, e eu criamos a Piller2
(pronuncia-se "Piller Squared"). Tivemos vários
projetos de desenvolvimento com a rede de televisão WB e no ano
passado produzimos um piloto chamado "Day One",
baseado na minissérie britânica "The Last Train".
Chegou tão perto de ir ao ar que não posso nem começar a te
contar. E foi realmente um grande desapontamento quando não
aconteceu, porque eu realmente achei que poderia ser como Jornada
nas Estrelas na Terra. Como eu mencionei, estamos fazendo
uma adaptação de Stephen King este ano e acabamos de fechar um
acordo com Anthony Michael Hall para estrelar (eu acho que ele
é brilhante). Estamos também gastando um bom pedaço de tempo
ajudando jovens escritores a desenvolver suas habilidades, do
mesmo modo que fizemos em Jornada com gente como Ron
Moore (cujo próprio piloto já foi aprovado pela WB nesta
temporada), Brannon Braga, Ken Biller e Rene Echevarria (que está
agora conduzindo "Dark Angel" para a Fox).
Desenvolvemos um roteiro de comédia este ano com um jovem
escritor de Nova York chamado David Graziano, em quem vejo um
futuro promissor. Estamos sempre procurando vozes singulares,
combinadas à nossa experiência, para introduzi-las na
comunidade criativa.
TB - O que você acha que é mais fácil
de vender em termos de conceito, um piloto para uma série de
ficção científica ou um que não seja sci-fi?
Piller - Isso realmente depende do cliente. O Showtime
está procurando sci-fi, então será mais fácil vender um
sci-fi para o Showtime. Há certos lugares onde já tem sci-fi
suficiente e eles não têm espaço para mais um. Este ano essa
era a situação na Fox, então não levamos nenhum sci-fi para
a Fox. Algumas redes simplesmente gravitam mais em torno de
franchises tradicionais do que outras. Realmente depende do ano,
do humor da comunidade e das pessoas no comando das redes.
TB - Além de Eric Stillwell, que
trabalha com você, com quem mais dos tempos de Jornada
você mantém contato regularmente?
Piller - Praticamente todo mundo, porque eu vou a todas
as festas que eles têm e continuo a distribuir notas para os
escritores. Por isso estou no alcance da mão, embora isso possa
mudar um pouco assim que Voyager terminar. Eu certamente
permanecerei próximo a Rick pelo resto da minha vida e em
contato com todos os escritores que trabalharam para mim naquela
época. Eu me sinto particularmente próximo a Ira Behr (que está
escrevendo o novo piloto de comédia de Jason Alexander para a
ABC).
TB - Você acredita que sua experiência
anterior com jornalismo o ajudou a desenvolver habilidades de
escritor?
Piller - Eu acho que teve um impacto extraordinariamente
valioso. Como um jornalista, eu pendia para o entretenimento das
notícias televisivas -- encontrando o material fora do comum
interessante que eu pudesse trabalhar de forma singular. Mas
quando passei ao mundo do entretenimento, acho que meu material
era mais sério e ambicioso do que o das pessoas que estavam
simplesmente interessadas em entreter. Eu fui um peixe fora d'água
nos dois lugares e isso me serviu bem nas duas vezes.
TB - É conhecida sua admiração
por David E. Kelly. Quais as características de Kelly que você
admira mais? Ele seria um bom roteirista de Jornada?
Piller - Eu acho que seu background como advogado
organiza sua mente de um jeito não dessemelhante ao da organização
da minha mente como jornalista. Certamente a incrível produção
de material dele, que é consistentemente divertida e
intrigante, faz cada temporada de televisão um prazer para o
telespectador.
TB - Quais você acha que são as
melhores séries de TV nos EUA e quais os maiores nomes de sua
profissão atualmente?
Piller - Minhas séries favoritas no ar atualmente são:
"The West Wing", então acho que Aaron Sorkin precisa
estar na minha lista; "The Practice", então acho que
David Kelly precisa estar na minha lista; e então tem um
sorteio entre "Ally McBeal", que melhorou muito neste
ano, "Boston Public", que está ficando melhor a cada
semana, "Lei & Ordem", que eu acho que não é tão
sólida quanto costumava ser, mas é consistentemente sólida
(mas em perigo de ser sobrepujada pelo monstro do spin-off).
Levando tudo em conta, não estamos em uma má temporada de
televisão afinal. Eu sinto falta de Larry Sanders e Seinfeld.
Eu ainda acho que "Frasier" é consistentemente
divertido, mas é a única meia-hora que assisto. Estou ansioso
para a nova temporada de "The Sopranos", mas eu achei
a segunda temporada decepcionante. A primeira temporada foi o
melhor que a televisão consegue chegar. Minha série favorita
que vi este ano foi uma minissérie de 1983, "Reilly: The
Ace of Spies", que eu comprei e assisti e simplesmente
amei. É roteiro e televisão do tipo que mantém todos nós
seguindo em frente.
TB - Considerando toda a saga de Jornada,
qual episódio é o melhor, em sua opinião?
Piller - É muito difícil para mim escolher um episódio.
Certamente "The Measure of a Man" é um que
fica comigo. Eu acho que "The Inner Light" é
um de que particularmente tenho orgulho. Eu não escrevi nenhum
dos dois, mas eu acho que foram episódios televisivos memoráveis.
TB - Qual o toca mais?
Piller - Eu provavelmente escolheria "The
Offspring".
TB - Qual é o seu favorito?
Piller - Sempre tive um ponto fraco no meu coração por "The
Perfect Mate". Não me pergunte por quê. Eu não
chamaria de meu favorito, mas é um que eu me lembro com grande
apreciação quando penso em toda a minha experiência. Também
tem "Whispers", de Deep Space Nine, em
que O'Brien pensa que todo mundo está conspirando contra ele e
no final ele não é O'Brien, mas um clone, e o O'Brien real
estava capturado. Eu achei que aquele foi um episódio de Deep
Space Nine muito bom. E eu não posso deixar de fora "Duet",
em que Kira interroga um criminoso de guerra Cardassiano.
TB - Em sua opinião, qual é o
caminho que Jornada deveria tomar nos próximos anos?
Piller - Na minha opinião, eu acredito que deveriam
permitir a Jornada que tomasse fôlego e ficasse alguns
anos parada antes de iniciar uma nova série.
TB - Você conhece o Brasil?
Piller - A primeira babá da minha filha era do Brasil e
ela uma vez fez um pequeno papel em Deep Space Nine e
aparentemente retornou para uma grande celebração de sua aparição
no Brasil. A Playboy brasileira ofereceu a ela um monte de
dinheiro para que ela posasse nua (ela recusou). Então conheço
muito o Brasil pelo que ela me conta. É certamente um país que
eu gostaria muito de visitar um dia.
TB - Você gostaria de dizer algo
aos fãs brasileiros?
Piller - Apenas que aprecio a atenção que todos vocês
prestam à qualidade do material que tentamos fazer aqui e
espero que você continuem a assistir qualquer das futuras séries
que saiam da Piller2.
Michael Piller posa para foto
nos sets de filmagem de "Insurrection"
Entrevista realizada em março de 2001.
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