Trek
Brasilis - Vamos começar com sua recente experiência
dirigindo. Você acabou de dirigir para Enterprise e
"Dawson's Creek", e esteve visitando os sets de "The
West Wing". Também já dirigiu Voyager. Como se
sente sobre esse início de sua carreira de diretor? Você sente
agora que é um ator que dirige ocasionalmente, um ator e
diretor, ou um diretor que atua às vezes?
Robert Duncan McNeill - Bem, eu acho que neste momento eu
provavelmente estou pondo mais energia em dirigir do que atuar.
Então eu diria que agora eu sou um diretor que atua
ocasionalmente. Eu adoraria continuar atuando, não é que eu não
goste de atuar, é apenas que eu acho que fiz atuação por
tanto tempo que dirigir é um pouco mais novo e fresco e mais
empolgante para mim agora.
TB - E estando em três séries
diferentes, como "Dawson's Creek", Enterprise e
"The West Wing", como você sente as diferenças nos
ambientes desses três shows?
McNeill - Bem, eu acho que cada série de televisão tem
uma personalidade bem singular. Você sabe, a série toda ganha
uma vida própria, de certo modo. Nosso set em Voyager
era como uma festa o tempo todo, você sabe, estávamos rindo e
abobados e nos divertíamos muito. Enterprise me lembra
muito do nosso elenco e da nossa série, mas é um pouco mais
concentrado e, talvez... uhhh... eu não sei como explicar,
mas... (pausa) Eles são mais novos em Jornada nas Estrelas,
você sabe, então eles são bem sérios sobre isso agora, e
muito empolgados com as coisas que o elenco de Voyager
era no início, mas nos acostumamos a Jornada nas Estrelas
e pudemos então relaxar e nos divertirmos.
TB - Você acha que, em Enterprise,
isso pode ser sentido na tela?
McNeill - Sim, eu acho, especialmente para o conjunto. Não
Scott Bakula, mas o resto do conjunto, eu acho, eles são todos
muito, muito... a maioria deles é inexperiente. Sabe o que
quero dizer? Eles não são estrelas da TV como Scott era. Então
eles estão todos bastante empolgados de estar na série, e a
história de Jornada nas Estrelas é toda muito
empolgante para eles, então eu acho que isso se encaixa na
premissa da série, de que a exploração do espaço é recente,
e, você sabe, neste momento, há uma qualidade muito fresca
para o elenco e a sensação que eles têm.
TB - Os personagens estão tão
empolgados quanto os atores, neste caso...
McNeill - Eu acho, sim. (risos) Eu acho que sim. Acho que é
algo, você sabe, eu me lembro que em Voyager nós sentíamos
a mesma coisa, mas nossa série era bem diferente, éramos
personagens que deveriam ser mais experientes com o espaço. Você
sabe, um pouco mais esgotados.
TB - Quais são as suas séries
favoritas nesse momento?
McNeill
- Uhh... uau. Gostaria de poder ver mais televisão. Uhhh... Eu
amo "The West Wing", daí a razão de eu perseguir
essa oportunidade. De que outras séries eu gosto? Há uma série
chamada "Family Law", e, é uma série de advogados,
mas, de novo, tem histórias desafiadoras e tem tópicos meio
que de notícias bem atualizados. De que outras séries eu
gosto? (pausa) Rapaz. Eu tenho visto muitos noticiários
recentemente. Mas de que outras séries eu gosto? Ah, eu
adoro... sabe que outra série eu adoro? É "Sex and the
City".
TB - Sim, com Kim Catrall?
McNeill - Sim, eu adoro essa série. É muito divertida
para mim. Eu gosto de "Sex and the City". Eu também
gosto de outra série da HBO, chamada "Six Feet Under".
É sobre um negócio caseiro familiar de funerais.
TB - Dos seus trabalhos de atuação,
qual foi o que você gostou mais?
McNeill - Bem, acho que um dos meus trabalhos de atuação
de que mais gostei, eu fiz uma peça da Broadway, chamada "Six
Degrees of Separation". Era baseada em uma história real
de um jovem meio que sem-teto que personificava o filho de
Sidney Poitier. E ele conseguiu que todas essas pessoas ricas da
cidade de Nova York acreditassem que ele era filho do Sidney
Poitier, e eles deram dinheiro a ele e lugares para morar, e era
uma peça bem esperta, e foi um grande sucesso na Broadway na época.
TB - Quando foi?
McNeill - Isso foi em 1990, 91, por volta disso.
TB - Quais são seus planos para
projetos futuros?
McNeill - Bem, estou olhando para um par de filmes que
estou empolgado em dirigir. Então isso está tomando muito da
minha energia. Estou saindo em algumas semanas para dirigir
"Dawson's Creek" novamente. Então, espero que se
torne uma boa casa para mim. Adoraria dirigir alguns episódios
de "Dawson's Creek" sempre que pudesse.
TB - Você tem algum outro Enterprise
também?
McNeill - Não sei sobre isso. Eles não me ligaram de
novo, mas eu gostaria de fazer outro Enterprise.
TB - E como foi sua experiência em
"Cold Front"?
McNeill - Minha experiência lá foi diferente do que
esperava. É divertido quando você é um ator naquela série, e
eu conhecia todos os outros atores muito bem, tínhamos atalhos,
você sabe, eu poderia usar um exemplo de algo com que todos fôssemos
familiares e eles pegariam a idéia imediatamente. Com Enterprise,
é tudo novo em folha, e eu não conheço os atores muito bem,
então foi bem incomum. Fiquei surpreso em ver quão desafiador
foi, porque a maioria dos meus episódios de Voyager foi
um verdadeiro prazer, e eles foram trabalho duro, mas eles
foram... tudo fluiu junto suavemente, e o de Enterprise
foi um pouco mais desafiador.
Mas
a outra coisa interessante foi que Enterprise, no episódio
que dirigi, era incomum para Jornada nas Estrelas, porque
não teve realmente um final. Você sabe, normalmente no fim de
um episódio de Jornada nas Estrelas, há uma moral para
a história e as coisas acabam meio que bem, e esse aqui foi
deixado com o final em aberto. Você sabe, Silik escapa da Enterprise
e não há lição a ser aprendida, exceto a de que pode haver
mais problemas no caminho.
TB - Você acha que esse tipo de
episódio está sinalizando que os produtores estão tentando
mudar algumas coisas que estavam estabelecidas em Jornada nas
Estrelas?
McNeill - Sim, eu acho. Eu acho que tradicionalmente,
desde a série original, as histórias eram muito auto-contidas,
você sabe, você não precisava ver o episódio anterior para
saber a história toda, se você chegasse a um episódio de Jornada
nas Estrelas, você veria uma história completa e pegaria
uma boa moral, como em um bom antigo conto de fadas. Bem, a nova
série Enterprise é mais como um antigo serial, você
sabe, você tem de acompanhar o que está acontecendo semana a
semana, e os episódios não terminam sempre tão limpamente.
TB - Como você vê a evolução do
franchise Jornada nas Estrelas desde seu primeiro
envolvimento com ele?
McNeill - Eu fiz um episódio de A Nova Geração
também, então tenho memórias que vão desde... mais de oito
anos, desde 1991 ou 1992, não me lembro, quase dez anos agora.
Eu acho que o franchise mudou, de modos sutis, mas mudou. Eu
acho que quando A Nova Geração estava no ar, Jornada
nas Estrelas era singular, não havia outras séries de ficção
científica de que falar. As pessoas a viam com um olhar mais
fresco, você sabe, elas não tinham visto nenhum Jornada nas
Estrelas em 25 anos, e agora havia alguns novos Jornada
nas Estrelas, então era um pouco mais fresco. Acho que
agora já tivemos tanto, A Nova Geração, Deep Space
Nine, Voyager, agora Enterprise, que... não
é tão fresco. Você sabe, mesmo a audiência olha e compara a
outras séries de Jornada, eles falam sobre como eles já
viram isso antes, viram as mesmas histórias, os mesmo truques.
Então é... eu não sei. Se eu fosse o cabeça da Paramount,
talvez eu parasse de fazer séries de televisão por um tempo.
TB - Você acredita que estamos
perto de atingir um ponto de saturação?
McNeill - Eu acho que seria melhor para o franchise a
longo prazo parar e tomar dois anos só para aproveitar os
frutos do trabalho que eles fizeram até agora. E talvez
permitir que eles se inspirem de um novo modo, de forma que
volte ainda mais diferente do que Enterprise. Enterprise
é singular, é diferente de Voyager, é diferente de A
Nova Geração, certamente tem sua própria personalidade,
mas ainda estando tão perto das outras séries, inevitavelmente
irá carregar muitos dos mesmos truques, dos mesmos estilos que
as outras séries usaram. Então, eu acho que eles precisam se
afastar e fazer outras coisas e então voltar.
TB - Antes de aparecer em A Nova
Geração, você gostava de Jornada nas Estrelas, era
um fã?
McNeill
- Eu não sabia nada sobre A Nova Geração antes de
fazer. Eu não era realmente um fã de ficção científica,
honestamente. Então, quando eu fiz a série, foi muito novo
para mim. E eu me apaixonei por ela. Eu gostei dos atores,
gostei do tipo de qualidade maior que a vida do episódio que eu
fiz, do modo como esse episódio foi feito. Você sabe, foi
quase como fazer uma grande peça teatral, ou algo como um drama
do tipo Shakespeareano. O primeiro episódio que fiz chamava-se "The
First Duty", e foi ótimo, eu estava muito orgulhoso
dele, muito empolgado de estar nele, e me diverti muito. Sim,
foi ótimo.
TB - Quando você foi contratado
para ser Tom Paris, o personagem era muito parecido ao que você
fez em A Nova Geração. Como se sentiu quanto a isso?
McNeill - Bem, eu ouvi anos atrás que eles gostaram
daquele personagem da Nova Geração tanto que pensaram
em trazê-lo como um regular em A Nova Geração, trazê-lo
de volta em Deep Space Nine, então ouvi rumores disso
por anos. E eu fiquei muito empolgado quando eles pensaram num
modo de trazer aquele personagem de volta... você sabe, é
basicamente o mesmo personagem, apenas tinha um nome diferente.
(risos)
TB - Isso por causa dos direitos do
escritor que escreveu aquele episódio.
McNeill - Exatamente. Quando eles começam uma série
nova, se eles usam um personagem que outra pessoa criou para um
episódio, eles precisam pagar aquele escritor. Então esse foi
o meio de... não pagar aquele escritor. (risos)
TB - Você ainda mantém contato
com seus colegas de Voyager?
McNeill
- Oh sim. Sim. Eu falo com Ethan Phillips [Neelix] o tempo
todo. Ele e eu somos muito, muito bons amigos. Eu falo com quase
todo mundo. Tivemos um grupo bem amigável, um grupo bem próximo,
e acho que serei amigo deles para o resto da minha vida. Você
passa sete anos junto em algo como uma série de Jornada nas
Estrelas, e isso é parte de sua vida para sempre.
TB - Eles estão todos na cidade
agora, em Los Angeles?
McNeill - Kate Mulgrew está fazendo uma peça perto de
Nova York, e acho que todo o resto está aqui, sim.
TB - Robert Beltran foi um dos
maiores críticos de Voyager durante sua produção. Ele
disse que os personagens não tiveram desenvolvimentos,
especialmente o dele, Chakotay, e que as histórias eram previsíveis
e pouco inspiradas. O que você acha de ele dizer essas coisas,
e gostaria de saber se você concorda com ele.
McNeill
- Bem, eu... eu discordo em geral, porque eu acho que houve um
monte de episódios que eram inspirados, e eu acho... eu acho
que os personagens tiveram desenvolvimento. Eu acho que meu
personagem mudou dramaticamente a cada temporada. Você sabe, na
primeira temporada eu era um solitário, um rebelde, você sabe,
cada temporada, mas no final eu era um pai, um marido e um
membro da tripulação muito responsável. Então eu acho que
meu personagem mudou dramaticamente. Mas a coisa que tenho de
dizer sobre Robert é que ele gosta de ser provocativo. Algumas
vezes ele dirá coisas só para ter uma reação das pessoas.
Honestamente, ele não se leva ou a alguma coisa muito a sério,
então...
TB - Então você acha que nem ele
concorda com ele mesmo...
McNeill - Sim, eu acho... sim. (gargalhada) Algumas vezes
eu acho que ele diz coisas só para ser provocativo, e isso é
tudo.
TB - Você acha que Voyager tem
um futuro no cinema ou na TV? Ou acabou?
McNeill - Eu acho... eu acho que provavelmente acabou. Eu
sei que Kate Mulgrew pegou um pequeno papel no próximo filme,
então talvez signifique que há uma chance de que nossa nave
esteja nos filmes no caminho, mas eu acho que acabou. Eu
realmente acho. E eu gosto do jeito que nossa série começou,
conosco nos perdendo imediatamente, e gosto do jeito que
terminou, tendo-nos chegando em casa no último momento. Então...
TB - Eu agora vou passar às questões
que foram mandadas pelos fãs.
Márcio Henrique Guimarães
pergunta:
Gostaria de saber sua opinião sobre a conclusão de Voyager.
Você acha que eles deviam ter usado mais tempo de tela
mostrando a chegada da Voyager na Terra e o encontro de sua
tripulação com o pessoal de casa, como o almirante Paris,
Barclay e todo o resto?
McNeill - Acho que não. Eu gostei do jeito, em geral,
gostei do jeito que chegamos em casa. Eu acho que se tivéssemos
chegado na Terra e tivéssemos mostrado nossas relações com
nossas famílias, nossos amigos e coisas assim, isso teria nos
transformado em uma novela, sabe? Eu acho que foi legal que
permitiu que nossa tripulação, o pessoal na Voyager, lidasse
uns com os outros até o último momento. Eu acho que o último
momento, a excitação de chegar, tudo poderia ter sido um pouco
maior e um pouco mais... havia alguma emoção que não estava
suficiente para mim, mas... talvez tenha havido muita ação no
final, e não emoção suficiente, mas eu acho que a emoção
foi boa para manter, mantê-la dentro da nave, e não voltar à
Terra e virar uma novela com todo mundo que nem conhecemos, você
sabe, as famílias e os amigos em casa, esses são personagens
que a audiência nem conhecia. Então, foi bom ficar só com a
tripulação da Voyager.
Fernando Bergamaschi (São Paulo)
pergunta:
O que você achou da morte de Kirk no filme "Jornada nas
Estrelas - Generations"? Você viu?
McNeill - Eu vi. Pareceu um pouco forçado para mim.
Parece que eles sentiram que tinham de passar a tocha em tela,
então vieram com essa idéia, pareceu um pouco forçada. Na
verdade, foi um jeito legal de fazer um tributo ao capitão
original, à série original. Foi um gesto legal, mas um pouco
forçado.
Tânia Santos de Marco pergunta:
Eu gostaria de saber o quanto Jornada nas Estrelas mudou
sua vida e se você teme que seu papel como Tom Paris possa
eventualmente tirá-lo de outros projetos fora de Jornada.
McNeill - Eu não acho que iria evitar que eu fizesse
outros trabalhos. Eu acho que essa é uma idéia velha em
Hollywood e no entretenimento de que, se você faz uma coisa, não
pode fazer outra. Você sabe, costumava ser que se você era um
ator de televisão, não podia fazer cinema, ou se fosse um ator
de cinema, não fazia televisão. Mas agora, todo mundo faz o
cruzamento, você sabe, atletas são atores, cantores são
atores, estrelas de cinema fazem TV, estrelas de TV fazem
cinema, é tudo aceito agora.
Alexandre Bortuluci (Vitória)
pergunta:
Primeiro, gostaria de parabenizá-lo pelo seu trabalho.
Gostaria de saber o que você achou das fortes críticas de
Brannon Braga sobre Voyager, feitas recentemente durante
uma entrevista para a "SFX Magazine". Eu cito:
[..."Nesse ponto, o sr. Gross nota que há um vigor
renovado na voz de Brannon, como se o produtor-executivo de Enterprise
estivesse excitado pela oportunidade oferecida pela nova série.
'Está brincando? É melhor acreditar. Eu precisava de algo
novo, algo fresco. Como escritor, eu não acho que pudesse ter
escrito mais uma linha de diálogo para Voyager. Eu
realmente estava farto do século 24.' ..."]
[..."Os criadores de Enterprise aprenderam com os
erros do passado: 'Sabemos dos erros que fizemos, e sabemos o
que funcionou e o que não funcionou. Os problemas que tivemos
foram usualmente dinâmica pobre dos personagens, histórias
bobas, alienígenas de aparência boba, algum tipo de sensação
de desgaste em certos elementos. No outro lado, nós teremos
problemas novos em folha, mas pelo menos serão os problemas
novos em folha versus velhos problemas."]
McNeill
- Bem, eu acho, eu acho que é legal que ele está sendo
honesto. Eu acho que ele está certo, eu acho que eles estavam
todos entediados com o século 24. Eu acho que é verdade, eu não
acho que eles tivessem mais idéias para escrever para o futuro,
para aquela série.
TB - Você sentiu isso mesmo
enquanto eles estavam produzindo a série? Talvez nas últimas
temporadas...
McNeill - Sim, acho que isso é verdade. Não acho que
eles estivessem empolgados sobre Voyager após a quarta
ou a quinta temporada. Eu acho que eles estavam apenas correndo
para terminar suas obrigações e coisas assim. Mas eu preciso
dizer, não sei se concordo que eles tenham aprendido de erros
passados. Eu acho que, como eu disse antes, eles deveriam
provavelmente se afastar de Jornada nas Estrelas por um
tempo, e crescer fazendo outras coisas, porque eu acho que eles
imaginam que Enterprise é mais singular do que realmente
é. Eu acho que é muito como as outras séries. Eu acho que os
roteiros são muito como as outras séries. E eu acho que eles
estão imaginando que é mais diferente. E se eles fizessem
outra coisa, talvez pudessem voltar e fazer algo diferente. Mas
[Enterprise} não é tão diferente quanto eles pensam.
José Alexandre Galvão (São
Paulo) pergunta:
Você já leu fanfics com personagens de Jornada nas Estrelas?
Você se sente incomodado pelo fato de que os autores desses
trabalhos podem usar seu personagem do modo que quiserem, sem
consultar você ou os criadores originais?
McNeill - Não, eu acho que é ótimo que haja fãs que
se relacionam com os personagens a ponto de querer escrever suas
próprias histórias e imaginar suas próprias idéias. Enquanto
for sobre o personagem, eu não me incomodo. Se eles começarem
a escrever coisas sobre mim e minha vida real, então isso ia me
incomodar. Mas, se são as histórias e os personagens, eu acho
que é ótimo.
Gustavo Leão (Belo Horizonte)
pergunta:
Você está ficando careca?
McNeill - Se estou ganhando uma careca?
TB - Careca, sim.
McNeill - (gargalhada) Eu estava olhando a Bald Magazine
quando estava dirigindo Enterprise, e eu quase comprei
uma careca, mas não, eu vou ondular.
Cássio Mengato (Videira) pergunta:
Você achou interessante a história em que Tom Paris se casa
com a tenente Torres?
McNeill
- Oh... Eu achei que eles não souberam como escrever o
relacionamento muito bem quando eles estavam namorando. Mas eu
senti que uma vez que eles decidiram casar os personagens, ficou
muito melhor. Quando eles estavam namorando, algumas vezes eles
se amavam e se importavam muito um com o outro, e em outros episódios
era como se eles nem se conhecessem. Então, era muito
inconsistente quando eles estavam namorando. Mas uma vez que
decidiram casar os personagens, achei ótimo. Achei que o episódio
sobre mudar a genética Klingon foi muito interessante e uma
grande idéia... eles fizeram várias boas histórias depois que
casaram os personagens.
Camila Boanova pergunta:
Primeiro, gostaria de expressar o quanto amo seu trabalho, e
parabenizá-lo por sua grande atuação como Tom Paris em Voyager.
Agora, às perguntas:
Você gosta de outras séries ou filmes de ficção? Quais?
McNeill - Que outras séries de ficção? Uhmm... Eu
sempre amei "Arquivo-X". Para mim, é uma série bem
interessante, porque os personagens, eles são sempre muito
complexos, e eu gosto do lado misterioso dessas histórias.
TB - Mesmo nas últimas temporadas?
Eu acho que eles perderam o fio da meada recentemente, não sei
se você concorda...
McNeill - Não, não tenho visto muito ultimamente. Mas,
como Jornada nas Estrelas, acho que toda série precisa
acabar um dia, e provavelmente, eu acho que é provavelmente
hora para "Arquivo-X"...
Camila Boanova pergunta:
Você conhece o Brasil? Gostaria de conhecer o Brasil e os
trekkers brasileiros, talvez participando de uma convenção?
McNeill - Adoraria ir ao Brasil. Sempre fui muito curioso
e interessado em ir, e adoraria ir a uma convenção de Jornada
nas Estrelas. Eu acho que Tim Russ foi aí para baixo também,
sim?
TB - Tim Russ, acho que não. Houve
dois atores no Brasil, um era Brent Spiner e o outro era George
Takei. Tim Russ, eu sei que ele conhece um rapaz que toca aqui e
que eles são meio que amigos, mas não sei de Tim Russ ter
vindo ao Brasil.
McNeill - Sim, eu adoraria vir. Talvez Tim Russ e eu pudéssemos
ir, nós tocamos nossa música, fazemos um pouco de rock'n'roll
e nos divertimos muito às vezes tocando em convenções, então
talvez desçamos e cantemos algumas músicas e façamos uma
convenção.
TB - Isso seria ótimo!
McNeill - Sim!
TB - Muito obrigado pela
entrevista.
McNeill - Absolutamente, obrigado a você. Sinto que
tenha demorado tanto, pensei que o computador fosse o melhor,
mas era muito difícil sentar e digitar tanto. Muito obrigado.
Entrevista realizada em 10 de janeiro de 2002.
|