"Shuttlepod One"
(A.K.A. "Os filhos de Galileo")

Anteriormente em "Porthos' Log":

"Eu posso garantir ao senhor capitão que eu já dormi com mais da metade da população feminina de São Francisco."
[Malcom Reed desmentindo as insinuações da revista "TV Guide", que o apontavam como primeiro personagem regular gay da história de Jornada]. 


 









 

 

 

 

 

 

 

 

 
Dúvida da semana:

"Nós defloramos a mesma garota e gostaríamos de saber como."
[Stinkey & Trip]

Abanando o rabinho:

"Shuttlepod One" parece ter sido o episódio que polarizou mais os fãs de Enterprise até aqui, não por trazer algum debate moral complexo, mas por ser simplesmente o que é: um pequeno (é UM ÓBVIO poupador de dinheiro neste sentido) episódio sobre personagens. A maior parte dos diálogos entre Trip e Reed funciona nos termos do episódio, apesar de nenhum deles ser muito marcante, provavelmente pela tentativa de naturalismo empregada. A atuação de Trineer é sólida toda a vida.

Levantando a perninha:

Entre a missão original do Pod, o fato dele ficar sem nenhuma capacidade tática que pudesse "atrapalhar" a trama (além de ser bastante esquisito ele não transportar nenhum tipo de roupa extraveicular e de não possuir algum tipo de braço mecânico para, por exemplo, coletar amostras dos destroços no asteróide para posterior análise) e o acidente da Enterprise, temos conveniências para dar e vender. 

É extremamente bizarro que Trip e Reed se convençam tão rapidamente do destino da Enterprise (afinal eles são oficiais treinados -- pelo menos aparentemente o são) e fiquem tão abatidos e de forma tão rápida. As atitudes subseqüentes de Reed beiram as de uma pessoa com alguma real desordem psicológica (ainda que parte do problema possa ir para um claudicante Keating, é de se preocupar que este DOIDO seja o responsável pelo ARSENAL da nave).

Sem ter muito que utilizar do background dos personagens (até mesmo pelos poucos episódios da série até aqui), os roteiristas fizeram uma espécie de "projeção", Reed é o pessimista e Tucker é o otimista. Aparentemente os atores fizeram a diferença, uma vez que Tucker, ainda que um convicto otimista, pareceu muito mais razoável e "pés no chão" do que Reed. 

Nem tudo são flores para Tucker, uma vez que ele "identificou" a Enterprise em uma pilha de sucata com um "01" estampado, mostrou ter graves problemas com biologia (é a pele que encolhe, não as unhas e os cabelos que crescem após a morte, meu caro Trip) e astronomia (apesar de se recuperar neste ponto no final -- vai ver que ele ficou lendo alguns livros neste meio tempo). 
Obviamente o sonho de Reed com T'Pol foi meio tolo e veio de lugar nenhum (Trip faria mais sentido), além de ter um péssimo "fechamento" na cena final. Sendo tal "sonho" e ter os dois congelados e bêbados na parte final do episódio (o potencial "suicídio" de Trip ficou fraquinho toda vida em tela), um claro sinal de que os roteiristas não estavam interessados em explorar toda a potencial tensão da situação subjacente.

(No fundo, o episódio poderia ser rescrito sem este ângulo da "destruição da Enterprise", pois o drama está nos dois enfrentando a morte juntos, algo que não apareceu de forma clara no roteiro, devido à manufaturada premissa.)

As cenas a bordo da Enterprise foram horrendas com um Archer extremamente condescendente e arrogante pra cima de T´Pol. É incrível que no episódio anterior a partida de T´Pol tenha sido uma "má notícia" (SANTA CONTINUIDADE BRAGA!!!). Sendo ainda mais absurdo que T´Pol tenha teorizado e confirmado uma real descoberta científica e seja apontada por Archer como "tempo desperdiçado", enquanto ele enfia a nave semana após semana em missões aparentemente escolhidas em algum tipo de sorteio da Loteria Federal, que nuca oferecem um real "payoff" científico ou qualquer um outro (SANTA CONTINUIDADE BRAGA!!!)

Cenas deletadas da semana:

(...)

(um som indescritível acorda um assustado Tucker)

Tucker: Alguma coisa perfurou os tanques de amônia?
Reed: Fui eu.
Tucker: Você está querendo sabotar a nave e matar nós dois?
Reed: Comandante, FUI eu.
Tucker (gesticulando a sua compreensão): Agora descobri quem é este tal de Stinkey, mas acho que você deveria falar sobre isto com o doutor Phlox, ele curou o capi ... Digo, o CACHORRO do capitão, deste tipo de mal. 

(...)

Reed: Comandante, já percebeu como T´Pol tem um belo bumbum?
Tucker: Que bumbum?
Reed: Ela tem um lindo bumbunzinho, sim senhor.
Tucker: Você tem que ver as fotos da Hoshi.
Reed: Hoshi tirou fotos nua?
Tucker: Não, são de algumas brasileiras em trajes de banho, alunas dela. Aquelas é que têm um traseiro dos sonhos.
Reed: É mesmo, eu achava que Brazil era uma espécie de selva.
Tucker: Que nada e te digo mais, perto destas brasileiras a T´Pol parece pouco mais que um esqueleto, um pouco de pele e lábios e seios inflados com silício... Silicone digo.

(...)

(Tucker e Reed começam a tomar Bourbon com um pozinho rosa)

Reed: Esta tua receita é ótima, eu estou vendo microsingularidades atravessando a nave, mesmo não tendo nunca ouvido falar delas.
Tucker: É o extrato de uma erva que a minha tia Marieta cultivava lá na fazenda, de tanto usar eu acabei recebendo o apelido de Trip. Ih, lá vai mais uma.
Reed: Eu tive uma idéia melhor. Por que a gente não se joga pela escotilha de ar e quadruplica o nosso suprimento de ar?
Tucker: Contanto que eu não tenha que comer mais daquele "purê remendador casco de nave espacial" (TM) está tudo bem.
Reed (visivelmente fora de órbita): É que eu não quero acabar como aqueles astronautas do "2001", aquele filme do britânico Stanley Kubrick.
Tucker: Kubrick era americano.
Reed: Ele é tão inglês quanto Hitchcock.
Tucker: Hitchcock também era americano.
Reed: Eles dois eram Ingleses.
Tucker: Americanos. E eu sou seu oficial superior.
Reed: Ingleses. E eu tenho um feiser apontado para o senhor.
Tucker: Americanos.
Reed: Ingleses.
Tucker: Americanos.
Reed: Ingleses.
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(a partir dai irrompe uma briga dos dois que só termina na enfermaria da Enterprise; sorte deles que o oxigênio do módulo não acabou)

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