"The Andorian Incident"
(A.K.A. "The Vorlons of P'Jem")

 

Anteriormente em "Porthos' Log":

"Não podemos deixar Archer partir. Já pensaram se este maluco cisma de ir até P'Jem?"
[Soval, em uma cena deletada de "Broken Bow"]


 









 

 

 

 

 

 

 

 

 
Dúvida da semana:

"Quando vamos encontrar um Vulcano(a) vestido igual a T'Pol?"
[Anônimo, em outubro de 2002]

Abanando o rabinho:

Como bom fã de DS9 e da Série Clássica de Jornada, esperando com certa antecipação mais esta participação especial do ator Jeffrey Combs (o "Lon Chaney Trekker" (TM)) em Jornada nas Estrelas, agora como um Andoriano, e vendo com bons olhos o início de um arco de história que eventualmente leve à fundação da Federação, Porthos estava bastante ansioso por ver as três raças fundadoras da Federação em conflito e examinar os seus distintos pontos de vista.

Entretanto, a palavra mais certa para o episódio é DECEPÇÃO. Ainda que a presença dos Andorianos seja interessante (com uma bela -- e cuidadosamente atualizada -- maquiagem e Combs por certo fazendo o humanamente possível com o pífio material fornecido) e o final peça por uma continuação (que já sabemos que virá), no fundo, o que fica é uma reciclada e pouco inspirada história de reféns, com mais furos que uma rede de pesca. O final foi totalmente esperado: obviamente os Vulcanos estavam mentindo, pois é desta forma que a série Enterprise vem apresentando os Vulcanos desde o seu piloto!

Levantando a perninha:

O episódio termina de forma extremamente abrupta e Archer toma uma decisão discutível sem pesar muito as conseqüências. Ele deve esperar algum tipo de reação do Comando da Frota Estelar, dos Vulcanos e mesmo um REAL conflito entre os Andorianos e os Vulcanos. Ele literalmente "tirou o dele da reta", forneceu registros de uma instalação secreta Vulcana (um governo aliado) aos Andorianos (que ele nunca viu na vida) e deu salvo conduto a um grupo de terroristas, cujos atos levaram a destruição de inúmeras relíquias de valor incalculável. O que não quer dizer que ele não tivesse todo o direito de estar com raiva dos Vulcanos, mas uma pessoa na POSIÇÃO DELE não pode simplesmente "chutar o balde", como ele fez aqui. O veredicto definitivo fica reservado para os próximos episódios, em que iremos saber se ele terá que lidar ou não com os seus atos em P'Jem.

Entretanto, o que menos se encaixa são as suas atitudes com relação a T'Pol. Inicialmente ele chama T'Pol para debaixo das cobertas por causa do frio e depois defende a Vulcana dos avanços do "Andoriano Tarado"(TM). Ao final ele parece culpar a subcomandante pelas atitudes do governo Vulcano. Ou seja, quando mais era necessário que ela (claramente abalada, talvez assim pela primeira vez na série) se sentisse parte do time dele, ele a coloca na frigideira. Espera-se que T'Pol venha a se lembrar disso no futuro.

O menor dos problemas do episódio é o fato de a Enterprise ir parar no mosteiro apenas pela curiosidade de Archer. A utilização de dispositivos de trama típicos de filmes de Indiana Jones (como portas que se abrem com um toque, passagens secretas e catacumbas) foi de uma burrice extrema, considerando a tecnologia de Jornada, mesmo no século 22.

Entrevista da semana:

A nossa dupla de correspondentes internacionais (Nit & Picker) não conseguiu entrar em contato com ninguém da produção de Enterprise esta semana para uma entrevista, lamentamos o inconveniente. Entretanto, a dupla de especialistas conseguiu alguém "ainda mais importante" (TM) no lugar.

Preservada em Vodka a baixas temperaturas por décadas. A real inspiradora de Porthos, o orgulho da mãe Rússia, a primeira e única: "Cadela" Laika.

Nit: Boa noite, madame Laika. (Porthos abana o rabinho)
Laika: Boa noite, meus amores.

Picker: É verdade que a senhora detesta Enterprise?
Laika: Isto é um boato maldoso. Eu apenas disse no Pravda que a dupla B&B deveria ter ido parar na Sibéria por ter esquecido do programa espacial russo na abertura da série. Nada demais.

Nit: Gostariamos de sua opinião sobre o episódio desta semana. O que a senhora achou da participação dos humanos desta vez? 
Laika: Tivemos um festival de bobagens deles e conveniências do roteiro, lembrando: por que diabos Archer se ofereceu para ser espancado DE NOVO e jogar aquela peça de xadrez carranca abaixo? Tucker não poderia ter dado a volta e olhado pela abertura? Por que Reed (nem ninguém) teve a idéia de sondar o local para tentar encontrar a suposta instalação de espionagem Vulcana? Como a nave auxiliar de Archer não detectou a presença da nave Andoriana? Como Reed, com transporte, granadas de tonteio, armas de tonteio, sensores extremamente precisos e o elemento de surpresa, não conseguiu bolar um plano de resgate menos idiota? (de fato ele precisou da "dica" de Tucker para vir com ESTE PLANO IDIOTA). Uma coisa curiosa é que Reed pareceu mais oficial comandante do que Archer até aqui na série e o sotaque do personagem é MUITO engraçado. A melhor cena do episódio foi a de Phlox (só para variar) e Sato apertou alguns botões.

Picker: O que a senhora achou da participação dos Andorianos e Jeffrey Combs?
Laika: "Jef" é sempre um motivo para assistir Jornada.

Nit: A senhora é "Niner"?
Laika: Sim, 999 anos de idade. Em "anos de cão", é claro.

Picker: Sim... É claro. E sobre os Andorianos?
Laika: Claro. Eles não se saíram muito melhor que os humanos não. Vejamos: Os sensores Andorianos são tão primitivos que não conseguem encontrar e nem detectar: "túneis secretos", "passagens secretas", "paredes ocas", "enormes portas prateadas marcadas com um X que se abrem com um toque e que ficam escondidas atrás de cortinas", transportes e grupos de descida carregados de equipamento. Em compensação são suficientemente avançados para detectar os armamentos da Enterprise EM ÓRBITA! De uma forma geral os Andorianos pareceram bem burrinhos. Desde os seus métodos de tortura (com direito ao primeiro "ESMAGAMENTO DE COMUNICADORES" (TM) da história de Jornada) até o fato deles não colocarem guardas armados com os prisioneiros. Se Reed transportasse um sensor de segunda-mão com um adesivo "THIS A SPY SENSOR ARRAY FROM THE VULCAN HIGH COMMAND" e os Andorianos o "achassem", acredito que eles iriam para casa muito felizes e com a certeza do dever cumprido. (Como o roteiro não explica, estou assumindo que esta foi uma missão oficial do governo Andoriano.)

Nit: E o uso do transporte?
Laika: Espero que o transporte funcione daqui pra frente de forma regular (ele aqui transportou três humanos ao mesmo tempo e para o interior de um prédio), pois senão vai virar palhaçada (o mesmo digo do "tradutor universal invisível" -- coitada da Hoshi Kim, digo Hoshi Sato).

Nit: Agora gostaríamos de falar sobre o tratamento dado aos Vulcanos em Enterprise.
Picker: Nós sabemos que este é um assunto sensível para a senhora, que é uma trekker da Série Clássica (Laika carrega em sua coleira um medalhão que em uma das faces traz o símbolo do IDIC e na outra uma foto de Chekov). Então se a senhora não quiser responder...
Laika: Eu respondo com prazer. Eu tenho até uma teoria sobre isto...
Nit & Picker: Pois não.

Laika: Acredito que o episódio fornece algumas pistas sobre o tratamento "aparentemente" inconsistente dado aos Vulcanos até aqui em Enterprise e também nos diz em primeira mão o nome do "cara do futuro" (o misterioso mestre de Silik). Ele é, sem sombra de dúvida, G'Kar, de "Babylon 5". Enquanto fazia uma longa peregrinação, G'Kar sofreu um acidente no hiperespaço que o levou a um diferente universo (o de Jornada, é claro), onde ele (foi salvo por e) se tornou amigo de um idoso Romulano de nome Tomalak, que ele sempre achou extremamente simpático. G'Kar jurou a Tomalak, em seu leito de morte, que iria fazer de tudo para restaurar a dignidade do, agora em ruínas, Império Romulano. Para isto iniciou uma guerra temporal, em múltiplas frentes. Em uma delas, os seus colaboradores visitaram o passado de Vulcano e instituíram a "pedra de G'kar" como base da filosofia Vulcana, assim como a arte de mentir (com a MAIOR CARA DE PAU, o que, devido ao PÉSSIMO nível dos atores convidados para viver os Vulcanos, tem sido até bastante fácil), de dissimular e de ser intragável, arrogante, intolerante, racista e preconceituoso. Instituíram também a prática de mumificar os mortos, banindo o conceito do Katra de sua cultura.

Nit: É uma teoria audaciosa, mas temo que os advogados de Joe Michael Straczynski não gostem muito dela.
Laika: Mas existem outras.
Picker: Pois não (ecos de "Oh Boy!" no estúdio parecem indicar receio sobre as próximas palavras da excêntrica, porém infinitamente carismática convidada).

Laika: Outro possível motivo para a "aparente" inconsistência no tratamento dado aos Vulcanos em Enterprise pode ser a recente descoberta de um importante "tesouro arqueológico", uma completa coleção de material sobre um cantor pop do século 20 de nome Boy George. Entenda bem, após inúmeras tentativas de tentar "digerir" a coleção de Rock do dr. Cochrane, os Vulcanos acabaram por desistir e passaram a rotular o Rock como ilógico (eles nunca conseguiram aceitar que alguém pudesse ser simplesmente "Born To Be Wild"). Mas tudo isso mudou com a descoberta do material de Boy George. Músicas como "Do You Really Want Hurt Me?" pareciam estar muito mais de acordo com a sensibilidade Vulcana. Muitos Vulcanos começaram a utilizar a "filosofia" do cantor em seu dia a dia, fato que deu início ao movimento dos "Vulcanos Boyolas". O nosso "Vulcano número dois" desta semana é obviamente "Boyola", com uma "postura" mais "refinada" do que aquela de um Vulcano comum. Mas como todo bom "Vulcano de Enterprise" (TM) ele não poderia deixar de errar todos os tiros e inclusive derrubar a cortina que escondia a porta que ocultava justo as instalações que ele QUERIA PROTEGER. A forma como ele ameaçou a vida de Archer e foi desarmado pelo bom capitão, em um movimento no "melhor" estilo de "O Tigre e o Dragão", foi simplesmente "antológica".
Nit: É de fato uma interessante teoria...
Picker: Bem... musical.
Laika: Mas eu ainda não acabei (Nit e Picker se olham preocupados, a tensão é geral).

Laika: Devido às maravilhas dos efeitos visuais em CGI, o nosso "Vulcano número um" desta semana foi interpretado (nota do editor: vindo de "fontes caninas da Paramount", é claro!) por um cabo de vassoura e um toca-fitas MONO e eu DUVIDO que algum espectador tenha notado a diferença. Pobres monges, além de dedicar as suas vidas à procura do Kolinahr, eles têm que se comprometer a ocultar uma gigantesca instalação de espionagem sob o seu templo, mentir descaradamente sobre a sua existência e (se necessário) servir de "bucha de canhão" para um eventual ataque terrorista Andoriano. (Como o roteiro não esclareceu, será que todos os monges sabiam? Será esta uma operação do Alto Comando Vulcano ou de uma agência clandestina?)

Nit: É verdade que a senhora desaprova o uso de silicone? (somente percebendo o perigo da questão ao terminar de fazê-la)
Laika: Totalmente. Eu só gostaria de acrescentar sobre os Vulcanos o seguinte. Quando a Vulcana menos intragável do episódio tem "olhos sonolentos", "lábios de pato", usa uma "peruca do Moe" e veste uma "roupa da mulher gato", você começa a se perguntar se fez mal à dupla B&B em alguma outra vida (e olha que eu já vivi bastante). O troféu "toilete de ouro" (TM) desta semana vai para seja lá quem inventou o tal "mal-cheiro dos humanos" (neste momento até o valente Porthos temeu que a sua "bone line" (TM) direta com os advogados da Paramount fosse tocar com a ameaça de um processo). 

Picker: E alguém saiu ileso da feitura do segmento? (temendo o pior)
Laika: Obviamente Dawson (não o ficcional ex-adolescente, mas a real ex-Klingon) foi a menos culpada por toda esta zona. Mas este Mayweather faz o que mesmo na série?

Nit & Picker: Oh Boy! (claramente aliviados pelo final da entrevista)
Nit: Obrigado pela sua participação, madame Laika.
Laika: Obrigado a vocês, meus amores. Boa noite.
Nit & Picker: Boa noite a todos e até a próxima.

Recomendação: