Piloto de muita ação apresenta primeiro contato entre humanos e klingons
Sinopse
Data: 16 de abril de 2151
Um klingon é perseguido por dois sulibans até se acidentar com sua nave em uma plantação de milho em Broken Bow, Oklahoma. Após uma perseguição frenética, o guerreiro Klaang consegue eliminar seus perseguidores, mas é logo depois ferido pelo fazendeiro Moore, o dono da plantação, que se assustou com a agressividade do extraterrestre (é a primeira vez que um humano encontra um klingon).
O guerreiro é encaminhado à Frota Estelar, e enquanto os representantes vulcanos na Terra estabelecem contato com Qo’noS, o planeta-natal klingon, a fim de acertar a devolução de seu semelhante, o almirante Forrest convoca o capitão Jonathan Archer, que estava fazendo uma inspeção na nova Enterprise, NX-01. Projetada por Henry Archer, o pai de Jonathan, e Zefram Cochrane, trata-se da nave mais avançada já construída por humanos — a primeira com capacidade interestelar efetiva.
Archer chega e se encontra com Forrest, seu imediato (o almirante Leonard) e seu auxiliar (o comandante Williams), além dos vulcanos Soval, Tos e T’Pol. Os vulcanos pretendem desligar o klingon dos mecanismos de suporte de vida e levar o cadáver de volta a Qo’noS, mas o capitão da Enterprise fica revoltado. Ele propõe a Forrest um plano alternativo, em que sua nave teria o lançamento adiantado em três semanas e faria imediatamente a missão, entregando Klaang vivo aos klingons.
Forrest autoriza os planos, apesar dos protestos vulcanos, e Archer convoca sua tripulação às pressas. Enquanto ele vai até o Brasil convencer a linguista Hoshi Sato a se unir à nave, os vulcanos negociam a disponibilização de mapas estelares em troca de uma posição para um de seus oficiais na nave, como primeiro oficial. T’Pol é designada para o posto, mas apenas para os oito dias que a missão está prevista para durar.
Para a posição de oficial médico-chefe, Archer convida Phlox, um extraterrestre que está na Terra pelo Programa de Intercâmbio Médico propiciado pelos vulcanos. O alienígena é um dos poucos que já está familiarizado com a anatomia klingon.
A Enterprise parte, mas é abordada no meio do caminho por sulibans, que acabam sequestrando Klaang. Esses alienígenas são comandados por Silik, que por sua vez recebe ordens de um misterioso ser do futuro distante, que os está usando para criar uma guerra fria temporal. Em troca de sua cooperação, os sulibans estão recebendo tecnologia avançada, ainda desconhecida no século 22. Entre os avanços, técnicas elaboradas de alteração por engenharia genética. Esses sulibans foram modificados geneticamente e possuem habilidades especiais.
Na tentativa de descobrir o paradeiro do klingon, a Enterprise vai até Rigel 10, a última parada de Klaang antes de atingir a Terra. Enquanto isso, os sulibans tentam descobrir o que Klaang está levando de volta para seu povo. O klingon nada revela sobre sua missão, mas diz que foi a Rigel 10 se encontrar com Sarin, uma suliban que se rebelou contra a política vigente entre seus pares.
Por conta disso, a tripulação da Enterprise volta a se encontrar com os sulibans no planeta. Após uma troca de tiros, Archer é ferido e fica impossibilitado de permanecer no comando. T’Pol assume e pretende levar a Enterprise de volta à Terra, mas é convencida pelo engenheiro-chefe Tucker a permanecer investigando, seguindo o plano anteriormente traçado por Archer.
Trabalhando juntos, T’Pol e Tucker conseguem detectar o traço de dobra deixado pelas naves sulibans e descobrem que o quartel-general dos alienígenas está localizado no interior de um planeta gigante gasoso. A Enterprise ruma para lá, mas se mostra ineficiente no confronto com as naves sulibans. Usando uma estratégia criativa, Archer e cia. sequestram uma nave inimiga. Tucker e seu capitão vão a bordo e a utilizam para ir até a central suliban.
Uma vez lá dentro, eles resgatam Klaang, que é levado por Tucker até a Enterprise. Enquanto isso, Archer fica no complexo para instalar um neutralizador magnético que induzirá o desacoplamento de todos os módulos que formam a base inimiga. Com o sucesso da estratégia, entretanto, o capitão fica isolado na porção central da estação suliban. Ele acaba descobrindo a câmara temporal que Silik usa para falar com o ser do futuro distante. Silik e Archer têm um combate corpo-a-corpo, e quando o suliban está para pôr fim à vida do capitão, Tucker utiliza o teletransporte para trazê-lo de volta à Enterprise.
O teleporte tem sucesso e Archer ordena que a nave dispare para Qo’noS, onde eles entregam o klingon. Na câmara do Conselho, é revelado que Klaang transportava informações táticas sobre os sulibans codificadas no próprio código genético de suas células sanguíneas. A Enterprise declara a missão encerrada e faz os preparativos para voltar à Terra, mas o almirante Forrest comunica a Archer que eles podem prosseguir com a missão exploratória.
Após chegarem a um entendimento, Archer pede para que T’Pol permaneça a bordo como oficial de ciências e primeiro oficial da nave. Phlox também decide ficar, para seguir com seus estudos da espécie humana com a tripulação da Enterprise.
Comentários
“Isso não vai ser a Jornada nas Estrelas do seu pai.” Foi assim que Rick Berman definiu a série Enterprise, antes mesmo de divulgar a premissa do programa. E, de fato, foi o que os produtores conseguiram realizar, pelo menos no piloto, “Broken Bow”.
Não só temos um estilo bastante diferente das séries anteriores em termos visuais, como também no aspecto narrativo. O piloto não se preocupa em desenvolver os personagens, mas os mostra de uma forma já suficientemente amadurecida, de forma que os tripulantes que não foram enfocados proeminentemente na história não passem à audiência uma sensação de indiferença.
Além disso, a estratégia de criar uma série com personagens mais contemporâneos facilita muito o trabalho de elaborá-los de forma verossímil, fazendo com que o telespectador se identifique com eles de maneira quase imediata. A empatia gerada por esse procedimento seguramente trabalha para a série. Dificilmente encontraremos em Enterprise personagens que dizem tão pouco à audiência quanto um “Harry Kim” ou um “Chakotay” diziam em Voyager.
Eliminando essa preocupação maior do caminho, a de que talvez Brannon Braga fosse incapaz de engendrar personagens minimamente interessantes, entramos na melhor parte do episódio: o enredo.
A história de “Broken Bow” é quase boba de tão simples. Um klingon cai na Terra e precisa ser levado de volta. Uns “bad guys” o querem. A missão: levá-lo em segurança a Qo’noS. É difícil cair em algum sério furo de roteiro quando se parte de uma premissa tão simples.
Por outro lado, simples não quer dizer ruim. Muito ao contrário, o episódio é executado de forma magnífica, introduzindo de uma só vez vários dos elementos que com certeza farão parte do repertório da série. O primeiro deles é um arco mais ou menos contínuo entre alguns episódios, apesar da tendência proeminentemente episódica da série.
A tal da “guerra fria temporal” não é só uma desculpa para criar uma história contínua para Enterprise, como também a ideia mais original que surgiu sobre o desgastado tema de viagens no tempo até então, quer seja dentro ou fora de Jornada. Da forma como foi executado, esse elemento da trama não dava muitas margens a um reset button, nem dava entender que a cronologia da série seria radicalmente alterada.
Com os temores mais fortes dos fãs afastados, resta-nos apenas todo o suspense e a tensão de encarar um inimigo cujo poder de fogo é francamente superior. O ser do futuro é um oponente interessante não pela sua caracterização, mas pela profunda aura de mistério que existe em torno dele.
Quanto aos inimigos diretos da Enterprise, os sulibans, tudo que se pode dizer é que eles estão muito bem caracterizados enquanto raça. A produção felizmente conseguiu desenvolver uma maquiagem razoavelmente diferenciada do que nos acostumamos a ver nas outras séries (as tradicionais “testas” de Westmore), e as habilidades especiais dos alienígenas, turbinadas por imagens geradas por computador de qualidade impressionante para a época, são para atiçar o mais estoico dos fãs. A primeira demonstração, o suliban que passa por baixo de uma porta, é só o começo. As cenas mais impressionantes mostram esses alienígenas andando pelo teto e pela parede de um dos corredores da Enterprise, e Silik mostra toda sua habilidade ao contorcer o braço de forma inacreditável para agarrar a arma.
Se os sulibans estão mais interessantes do que nunca, o próprio Silik não impõe muito respeito. Ele parece totalmente estúpido em alguns momentos, como o em que pede ao ser do futuro que restaure a vida de seu amigo morto ou ainda quando ele dá disparos sucessivos com uma pistola dentro da câmara temporal, o que só resulta em um efeito rebote que faz com que a onda de choque atinja ele mesmo. Aparentemente, seu papel não passa de mero fantoche para que o todo-poderoso ser do futuro jogue seu xadrez temporal interestelar.
Apesar da caracterização fraca, alguns momentos ainda transparecem um certo brilho, um ar de “cientista louco”, cujo ego é maior que tudo e o desprezo por formas de vida “não melhoradas” é flagrante. Esses poucos flashes de inspiração ainda podem salvá-lo, se ganharem mais ênfase em episódios futuros.
Agora, se for preciso definir a qualidade do episódio em duas palavras, elas certamente seriam “Scott Bakula”. O ator simplesmente demonstra por que ele era a principal peça envolvida no sucesso de Enterprise. Sua atuação dá um brilho especial ao personagem do capitão, o único que realmente recebe um tratamento especial no episódio.
Jolene Blalock é uma grata surpresa como T’Pol, mostrando não só sua extraordinária beleza como também um grande potencial para interpretar uma vulcana sem cair no tédio exalado por Tim Russ como Tuvok.
Todos os demais demonstram grande potencial para episódios futuros. Em “Broken Bow”, os que mais se destacam no segundo time são Charlie Tucker (Connor Trinneer) e Hoshi Sato (Linda Park). ‘Trip’, como o engenheiro é conhecido entre seus amigos, é um belo contraponto para T’Pol e guarda muita semelhança com McCoy em seu temperamento e em seu relacionamento com o capitão Archer. Entretanto, ele não é uma cópia carbono do cirurgião clássico: seu temperamento é claramente mais explosivo. Enquanto McCoy gostava de criticar enfaticamente, Tucker parece ser um pouco mais primitivo, traduzindo esse estilo verbal em ações. Em vários momentos do piloto você imagina que o engenheiro está a ponto de acertar um murro em alguém (normalmente, T’Pol).
Aliás, desde já uma relação estranha começa a se desenvolver entre a vulcana e Tucker, que também é diferente da que existia entre Spock e McCoy. Agora, além de a oposição entre os dois ser muito mais agressiva, existe uma tensão sexual latente entre os dois. A tão criticada cena da descontaminação, em que um precisa passar gel no outro, é apenas um dos momentos em que isso se manifesta no piloto (Tucker acariciando as pontas das orelhas de T’Pol é especialmente interessante). Essa sugestão sexual sutil ficou muito mais por conta dos atores do que do roteiro em si.
Hoshi Sato é sem dúvida uma grata surpresa. Ela não só ganhou um status muito mais importante do que meramente abrir e fechar comunicações, como fazia Uhura na Série Original, como também cumpre um papel importantíssimo na série — ela é provavelmente a personagem com quem o público mais conseguirá se relacionar. Suas atitudes muito humanas diante dos mistérios do espaço seguramente são parecidos com o da audiência em geral. E, apesar do medo e do nervosismo da personagem (muito bem interpretados por Park), ninguém pense que Sato não tem força. Seus confrontos com T’Pol são especialmente interessantes nesse sentido.
Os mais negligenciados são o piloto, Travis Mayweather (Anthony Montgomery), o dr. Phlox (John Billingsley) e o oficial de armamentos Malcolm Reed (Dominic Keating). Mesmo assim, os dois últimos ainda possuem bons momentos, ainda que sutis. É divertidíssimo, por exemplo, ver Reed reagir com interesse às comedoras de borboletas de Rigel. E Phlox mostra potencial para ser mais que uma cópia de Neelix (por “Neelix” entenda “o alienígena engraçadinho, porém inútil da série”).
Mayweather talvez seja o caso mais grave dos três. A cena dedicada especialmente a ele, em que Travis revela a Tucker um ponto da nave em que não há gravidade artificial, não transparece nada de muito especial com relação ao personagem. Ele é sem dúvida o menos desenvolvido dos sete personagens neste episódio de estreia.
E não são só os personagens cativantes que marcam essa nova geração da franquia em seu piloto — “Broken Bow” também demonstra o novo estilo de fazer Jornada. Em primeiro lugar, já é possível notar que a “tecnobaboseira” foi para segundo plano. Ela está lá, claro, mas não resolve problemas específicos do roteiro. Seu uso está predominantemente ligado à criação de conflito entre os personagens, o que é positivo do ponto de vista dramático. Não espere ver reajustes de feixes de partículas que resolvam o problema no último instante, mas espere para ver os tripulantes brigando sobre a necessidade de fazer um ajuste ou outro.
Além do mais, a tecnologia como um todo recebe um enfoque diferenciado. Tanto de forma direta, com Malcolm Reed e Jonathan Archer ecoando toda a sua apreciação pelo teletransporte, como de forma indireta — em certo momento, vemos a Enterprise entrando em combate com os sulibans. A nave faz vários disparos, mas nenhum deles consegue atingir uma nave inimiga! Visitas a planetas, só com cápsula auxiliar! Quando veríamos algo do tipo no século 24?
Apesar da abordagem diferenciada, os produtores souberam dosar na medida certa elementos que trouxessem um senso de nostalgia aos fãs. É um prazer ouvir portas que façam os ruídos da Série Original, ou ainda a volta dos comunicadores “flip”, com direito ao mesmo barulho usado no seriado clássico. O visual do planeta klingon, por exemplo, compensa pelo uso da maquiagem moderna: as construções têm uma aparência no melhor estilo da cultura do conquistador Gêngis Khan (que por sua vez lembra muito os klingons da Série Original).
Os diálogos estão bastante afiados, na medida certa para mostrar que estamos em um século diferente, em que as coisas são mais difíceis para os humanos, mas sem depreciar a capacidade de superação da própria espécie, mantendo, em certa medida, intactos os bastiões do futuro da humanidade projetada por Gene Roddenberry.
A direção de James Conway também é primorosa, embora sem grandes inovações. Alguns giros de câmera são interessantes, mas nada que seja muito mais marcante. O widescreen só faz por melhorar o acabamento já impressionante do produto final.
Em termos musicais é que encontramos a menor diferenciação entre Enterprise e as séries anteriores. Em geral, os temas continuam sendo aquelas músicas de elevador. O momento que musicalmente mais se destaca, tanto pelo diferencial com relação às outras séries quanto pela importância dramática, é o em que Archer decide perseguir os sulibans dentro do planeta gigante. O tom de marcha militar, com direito a percussão, traz uma nova e agradável sensação para a cena. (Isso, claro, sem falar no tema de abertura da série, canção composta por Diane Warren e executada por Russell Watson, no primeiro uso de uma composição popular como um tema de Star Trek.)
É o melhor piloto de Jornada? Talvez. É garantia de uma série bem-sucedida e capaz de agradar à maioria dos fãs? Seguramente não. “Broken Bow” é um excelente começo, abrindo de forma interessante o estilo episódico da série e a proposta “histórica” de revelar o passado de Jornada. A diversão é garantida. Sente-se e aproveite a viagem.
Avaliação
Citações
“Straight and steady.”
(“Direto e firme.”)
Archer
“Neptune and back in six minutes.”
(“Netuno ida e volta em seis minutos.”)
Archer
“This is a foolish mission.”
“I am not interested in your opinion about this mission, so why don’t you bury your Vulcan cynicism along with your repressed emotions?”
(“Essa é uma missão tola.”)
(“Não estou interessado em sua opinião sobre esta missão, então por que você não enfia esse seu cinismo vulcano junto com suas emoções reprimidas?”)
T’Pol e Archer
“There are two settings: stun and kill. It woud be best no to confuse them.”
(“Há duas configurações: tontear e matar. Seria melhor não confundi-las.”)
Reed
“ChugDah hegh …volcha vay.”
“I’ll take that as a ‘thank you’.”
“I don’t think they have a word for thank you.”
“What’d he say?”
“You don’t want to know.”
(“ChugDah hegh …volcha vay.”)
(“Vou receber isso como um ‘obrigado’.”)
(“Eu não acho que eles tenham uma palavra para obrigado.”)
(“O que ele disse?”)
(“Você não ia querer saber.”)
Chanceler Klingon, Archer e Hoshi
Trivia
- As filmagens do piloto começaram em 14 de maio, com uma semana de atraso, e foram até 19 de junho de 2001. Entre as locações, estavam o Centro de Processamento de Esgoto Hyperion, em Los Angeles (22, 23 e 24 de maio) e a praia Westward, em Malibu (30 de maio).
- Segundo algumas fontes, o episódio duplo teria consumido, sem contar os gastos com a montagem dos cenários fixos da Enterprise, cerca de US$ 10-15 milhões, fazendo deste o piloto mais caro da história de Jornada nas Estrelas até então.
- O episódio é o primeiro de Jornada a ter filmagens em câmera digital, ou seja, sem a existência de filme ou película para registrar as imagens, que são registradas diretamente em um disco rígido.
- O episódio faz homenagem à série original de Jornada com os almirantes Forrest (DeForest Kelley) e Leonard (Nimoy) e o comandante Williams (William Shatner), além do vulcano Tos (a sigla, em inglês, para a Série Original é TOS, The Original Series).
- O roteirista Ronald D. Moore também foi homenageado, ao dar nome ao fazendeiro Moore, que fere o klingon na Terra.
- A tradição de ter um personagem antigo dando a partida em uma nova série de Jornada continua. Desta vez é Zefram Cochrane (interpretado por James Cromwell) quem faz uma aparição. Ele já havia aparecido no filme Jornada nas Estrelas – Primeiro Contato.
- Aparentemente, o roteiro e o nome do episódio foram inspirados por um filme de faroeste dos anos 1950, chamado Broken Arrow. Outra explicação para o nome, “Broken Bow”, vem do fato de a cidade onde o klingon se choca se chamar Broken Bow, no Estado de Oklahoma, EUA.
- O episódio se passa principalmente em 2151, mas tem flashbacks de 2121 e uma gravação de Zefram Cochrane feita em 2119.
- O produtor-executivo Brannon Braga disse o seguinte do episódio: “Nosso piloto conta a história de uma tripulação que se reúne pela primeira vez. A missão é simples: um klingon caiu na Terra — nunca vimos um klingon antes — e os klingons o querem de volta. Temos de levá-lo para casa ou haverá problemas com o Império Klingon. É um pouco como O Resgate do Soldado Ryan — levar o klingon para casa. No meio do caminho, descobrimos uma grande conspiração galáctica envolvendo uma nova e mortal espécie, chamada de suliban.”
- A maquiagem dos sulibans foi criada pelo mago Michael Westmore e é mais complicada do que pode parecer a princípio. “Foi interessante avançar com seu desenvolvimento porque a figura-base de pesquisa para a pele deles foi uma superfície gerada por computador, e tivemos de descobrir como duplicar essa superfície”, disse Westmore. “Há na verdade três diferentes camadas lá. Não são apenas pequenos pontos no topo de alguma coisa, há um baixo relevo, um médio relevo e um alto relevo.” Brannon Braga descreve como isso se traduz para a tela e para os personagens. “Os sulibans têm cavidades de pigmento, como os polvos têm em sua pele. Isso permite que eles não fiquem totalmente invisíveis, mas peguem a coloração do fundo. É uma camuflagem bem imperfeita. Os sulibans são carecas e têm uma textura bem estranha para a pele.”
- Esse é o oitavo papel de Vaughn Armstrong em Jornada, fazendo dele o ator mais versátil da franquia depois de James Doohan (que, além de interpretar Scotty, dublou mais de 60 personagens diferentes para a Série Original e a Série Animada). Apesar de estar na franquia desde o primeiro ano da Nova Geração (1988), Armstrong ganha seu primeiro papel como humano só agora, interpretando o almirante Forrest. Andes dele ele fez o klingon Korris (“Hearf of Glory”, Nova Geração), o cardassiano Gul Danar (“Past Prologue”, Deep Space Nine), o romulano Telek R’Mor (“Eye of the Needle”, Voyager), o cardassiano Seskal (em dois episódios de Deep Space Nine), o ex-borg Two of Nine (“Survival Instinct”, Voyager), um capitão vidiian (“Fury”, Voyager), um hirogen-alfa (“Flesh and Blood”, Voyager) e o klingon Korath (“Endgame”, Voyager).
- Thomas Kopache apareceu em “The Next Phase”, da Nova Geração, como o romulano Mirok, em “Emergence”, Nova Geração, como um engenheiro, no filme Generations, como um oficial de comunicações, em “The Thaw”, Voyager, como Viorsa, e em dois episódios de Deep Space Nine, como pai de Kira Nerys, Kira Taban. Em “Broken Bow” ele faz o vulcano Tos.
- Gary Graham (Soval) também interpretou o ocampa Tanis, no episódio “Cold Fire”, de Voyager.
- O episódio foi musicado por Dennis McCarthy.
- “Broken Bow” foi a segunda maior audiência da história da UPN, com 12,5 milhões de telespectadores. O único programa que teve audiência superior foi o piloto de Voyager, “Caretaker”, com 21 milhões.
- Linda Park ganhou nas filmagens da segunda metade deste episódio o apelido de Sushi, depois que o diretor James Conway, enquanto passava instruções para coordenar a cena da fuga de Rigel 10, chamou sua personagem, Hoshi Sato, de Sushi.
- A novelização do episódio levou menos de uma semana, segundo a escritora Diane Carey. “As novelizações normalmente levam duas semanas, embora “Broken Bow” tenha sido uma corrida de quatro dias. Eu não quero fazer isso muitas vezes! Minhas mãos ainda doem!”
- O papel das dançarinas comedoras de borboletas de Rigel foi o primeiro grande trabalho em televisão das irmãs Klimaszewski. “Colocamos nossas habilidades em todas as diferentes formas de entretenimento. Enterprise nos dá a chance de aumentar ainda mais nossas habilidades, e estamos felizes que nossos esforços tenham nos levado a partilhar da história de Jornada.”
Ficha Técnica
Escrito por Rick Berman & Brannon Braga
Dirigido por James Conway
Exibido em 26 de setembro de 2001
Título em português: “Broken Bow”
Elenco
Scott Bakula como Jonathan Archer
Jolene Blalock como T’Pol
John Billingsley como Phlox
Anthony Montgomery como Travis Mayweather
Connor Trinneer como Charlie ‘Trip’ Tucker III
Dominic Keating como Malcolm Reed
Linda Park como Hoshi Sato
Elenco convidado
James Cromwell como Zefram Cochrane (não creditado)
John Fleck como Silik
Melinda Clarke como Sarin
Tommy ‘Tiny’ Lister, Jr. como Klaang
Vaughn Armstrong como almirante Forrest
Jim Beaver como almirante Leonard
Mark Moses como Henry Archer
Gary Graham como Soval
Thomas Kopache como Tos
Jim Fitzpatrick como comandante Williams
James Horan como Figura Humanoide
Joseph Ruskin como médico suliban
Marty Davis como jovem Jonathan Archer
Van Epperson como alienígena
Ron King como fazendeiro Moore
Peter Henry Schroeder como chanceler klingon
Matt Williamson como membro do Conselho Klingon
Byron Thames como tripulante
Ricky Luna como Carlos
Jason Grant Smith como tripulante Fletcher
Chelsea Bond como mãe alienígena
Ethan Dampf como criança alienígena
Diane Klimaszewski como dançarina de borboleta
Elaine Klimaszewski como dançarina de borboleta
Enquete
Edição de Mariana Gamberger
Revisão de Susana Alexandria
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