Temos uma outra atualização sobre a continuação de Star Trek. Desta vez, J.J. Abrams e o roteirista Roberto Orci falaram a respeito de como eles estão trabalhando em cima do roteiro e que possam relacioná-lo aos tempos modernos, com alegorias aos problemas que enfrentamos em nosso mundo. As últimas informações vieram do jornal LA Times.
O correspondente do jornal estava em Vancouver, visitando o cenário da série Fringe e aproveitou a oportunidade para conversar rapidamente com J.J. Abrams e Roberto Orci sobre o próximo filme da franquia.
Abrams falou a respeito dos imperativos criativos para escrever a história.
A ambição de fazer um sequel de Star Trek é fazer um filme que seja digno do público e não apenas mais um filme, apenas um segundo filme que dê a sensação de adicionar. O primeiro filme esteve preocupado apenas com a criação dos personagens – o encontro deles e a formação da família – que, em muitos aspectos, uma continuação terá uma missão muito diferente. O sequel precisa fazer o que o seu criador Gene Roddenberry fez tão bem, que foi a alegoria. É preciso contar uma história que tenha ligação com aquilo que seja familiar e que seja relevante. Também é necessário dizê-lo de uma forma espetacular, que esconda o mecanismo e, que, principalmente, seja uma divertida e comovente história. Precisa ser relevante, sim, mas isto não significa que deva ser pretensiosa. Se existem verdades simples – verdades ligadas ao que vivemos – que promovam uma história – então, isso é fiel para qualquer história.
Já Orci, mais cauteloso, sugeriu que poderíamos ver metáforas claras para as modernas preocupações políticas de nossa história, no curso da missão da Enterprise.
Nós, literalmente, tivemos duas reuniões. Não decidimos nada, mas estamos começando a circular em torno de algumas idéias. Nós temos um monte de resposta dos fãs sobre o primeiro filme e uma quantidade considerável de críticas e uma das coisas que ouvimos foi: “Certifique-se nos próximos filmes de lidar com as questões dos tempos modernos”. Estamos tentando manter tão moderno e tão refletivo do que está acontecendo hoje quanto possível. Então essa é a idéia, fazê-lo refletir as coisas que todos nós estamos enfrentando hoje.
O repórter, então, perguntou ao roteirista o que significavam essas ligações, se poderemos ver a Frota associada com a tortura ou com uma ameaça crescente de terrorismo ou, talvez, uma guerra dolorosa e politizada, com os Klingons?
Bem, sim, esses são os tipos de questões que estamos discutindo. Uau, você é bom! Mas falando sério, é a maneira que nós estamos pensando, isso é uma abordagem. Portanto, se você tiver alguma idéia …
Como muito bem disse o site Trek Movie, o fato de retornarem para as alegorias modernas traz de volta os elementos da série original, que se relacionavam aos problemas dos anos 60 (discussão da Guerra Fria, das diferenças sociais, da política…). Mesmo que eles possam estar fazendo uma história moderna, podem sempre usar um vilão clássico. Sendo que, como estamos em um universo alternativo, é possível que a equipe mude um vilão famoso por um da era moderna. Khan poderia surgir neste momento como uma espécie de líder terrorista. Os Klingons poderiam voltar como uma espécie de alegoria ao espaço mulçumano, quem sabe. No entanto, esperemos que ele possa ser feito sem perder o otimismo da saga que funcionou tão bem durante anos.