O veterano ator William Shatner (Kirk) ainda fazendo o tradicional marketing do seu novo livro de memórias, Up Until Now, concedeu algumas entrevistas onde voltou a falar, entre outras coisas, sobre Jornada nas Estrelas. Comentou a respeito de sua entrada na franquia, a morte do seu personagem James Kirk, a experiência de dirigir o quinto filme, além do desapontamento por não estar na produção de J. J. Abrams.
Ao site The Daily Telegraph Shatner disse que foi um ato de sorte passar de um simples substituto de Jeffrey Hunter (ator do primeiro piloto The Cage) para uma celebridade da franquia, “Isso foi tudo pura sorte. Eu olho para trás e vejo como o milagre que mudou minha vida”.
Para o ator, ser reconhecido por fazer o papel de Kirk teve seu aborrecimentos e suas compensações, “Pessoas que estavam dirigindo e jovens indo para a escola gritavam para mim, mas alguém sempre vinha com uma piada do tipo: Me leve para cima Scott! Eu mostrava o dedo para ela e a afugentava dali”, disse o ator continuando, “Uma vez tive de fazer uma cena de manhã muito cedo e estava saindo de casa vestido com o uniforme de Kirk. Um policial me parou na rua e perguntou para onde eu estava indo com pressa, eu repliquei: Estou indo para a minha espaçonave. O policial me deixou ir sem antes dizer o tradicional, Vida Longa e Próspera“.
Sobre a morte de seu personagem no filme Jornada nas Estrelas: Generations, Shatner deu sua opinião, “Foi realmente uma sensação estranha, como se eu desfizesse de meu mais valioso bem. Isso não foi nada filmar a cena da morte de Kirk”.
Continuando ainda a comentar sobre o fim de seu personagem disse o ator, “No script original, Kirk morreu quando foi atingido pelas costas, mas a audiência de teste (pessoas convidadas para assistirem um filme e opinarem) detestou, então eu terminei sendo esmagado para morrer segundos antes de ter salvo a galáxia”, disse Shatner acrescentando, “Uma das minhas mais duradouras falas na série foi: Capitão na ponte! Eu fiz uma pequena improvisação na cena, mas como tudo desmoronou sobre mim, eu gritei: Ponte sobre o capitão! Infelizmente eles cortaram”, brincou.
Filmar a última cena de seu personagem fez Shatner pensar em sua própria mortalidade, “Eu fiquei sem dormir uma noite antes pensando nisso”, admitiu, “E pensei nisso muito recentemente. Reconheço que estou ficando mais velho. Há um tempo atrás um cavalo caiu sobre mim e necessitei recolocar o joelho. Eu poderia facilmente ter morrido. Depois, eu percebi que nesta fração de segundo, somente instantes da morte, não há nenhuma grande realização, nenhum momento de claridade”, disse o ator nos seus 77 anos.
A respeito de sua experiência na direção do filme Jornada nas Estrelas V: A Fronteira Final, comentou, “O extraordinário desapontamento foi que antes dos efeitos especiais entrarem, eu perguntei ao produtor se as filmagens foram tão boas quanto eu imaginava. Eu achei que sim e os cabeças do estúdio estavam dizendo que foi um bom trabalho. O problema desse filme foi ter muitos compromissos. O compromisso original era: Vamos fazer um alien que acha ser Deus. Logo eu percebi que tinha comprometido todo o filme.
Quanto ao novo filme de J. J. Abrams, o ator fez alguns comentários, “Estou desapontado por não estar no filme”, disse Shatner, “Será interessante ver se o novo filme terá sucesso ou não. Se alguém pode fazer Jornada voltar a vida, esse alguém é Abrams. Mas a pergunta é: Ela ainda está viva ou o tempo para todos nós já passou?”, indagou.
Sobre o seu encontro com a nova encarnação de Kirk, o ator Chris Pine, Shatner falou breve, “Eu me encontrei com ele e disse apenas olá”, comentou ao site MTV.