Após o final da primeira temporada, a produção começou a delinear o caminho para a sequência de Star Trek: Picard. E antes que a pandemia do Coronavirus interrompesse o trabalho do cinema e TV em todo o mundo, algumas ideias para a temporada dois começaram a ser discutidas. Logo após o episódio final, Patrick Stewart e os produtores executivos, Michael Chabon e Akiva Goldsman, concederam entrevistas trazendo reflexões sobre o fim deste primeiro ano de trabalho e o que esperam para a sequência.
Um Picard motivado e revigorado para a segunda temporada
Durante o Picard Podcast do site oficial, Patrick Stewart se mostrou bastante animado para a continuação da série. Stewart resume o sentimento de seu personagem no final da temporada, “Ele não tem ideia de onde está, porque não tem ideia do que o futuro lhe reserva, o que acho que torna a questão da segunda temporada muito emocionante”, disse o ator.
Considerando que suas habilidades não se fragmentaram, ao ser reconstruído, Stewart acredita que veremos um Picard mais motivado para novos desafios, “Suas habilidades como embaixador, negociador e tomador de decisão ainda estão presentes. Desse modo, ele pode trazer a eles o tipo certo de atitude e foco mental. Eu acho … Picard está realmente empolgado com a ignorância que sente sobre o futuro. Ele não sabe, e prefere empreender algo que não sabe nada do que ficar sentado na varanda de sua vinha na França”.
No mesmo podcast, o produtor executivo Akiva Goldsman reafirmou a intenção de levar a série a um caminho diferente do que traçaram na primeira temporada:
“Ainda estamos trabalhando nisso. O que queremos fazer é o que prometemos no final da primeira temporada, que é um novo dia e um novo Picard revigorado, renascido e, portanto, mais essencial. Como fazemos isso? A única coisa que posso lhe dizer é que esperamos não fazê-lo exatamente da maneira que você espera, e ainda assim satisfazê-lo”.
Vai ser diferente em alguns aspectos
O showrunner Michael Chabon também teceu alguns comentários ao site TrekCore a respeito da próxima temporada.
“[A segunda temporada] será diferente em alguns aspectos. Definitivamente vai seguir direções que não vimos na primeira temporada. Acho que fomos encorajados de várias maneiras pela popularidade do programa”.
Na opinião de Chabon, ajustes na série são necessários para criar confiança e avançar. Ele cita a série A Nova Geração, como exemplo de ajuste ao longo das temporadas.
“Eu fiz isso apenas uma vez, mas imagino que provavelmente seja verdade para muitos programas de televisão, especialmente nesta época: a primeira temporada foi em muitos aspectos sobre aprender a fazer ‘Star Trek: Picard’. Tanto no sentido da produção, mas também em termos de narrativa e quem é nosso elenco, como esses personagens acabam formando vínculos e vínculos surpreendentes”.
“É de uma maneira que eu acho que provavelmente foi verdade em A Nova Geração e no que eu estava falando – todo mundo concorda que, depois que Riker fez barba, a série ficou melhor. Foi porque eles aprenderam o que tinham. No futuro, faremos mais do que fizemos, com mais confiança e com uma sensação maior de como é esse programa e quando estarão sendo acionado todos os motores”.
Os desafios para a segunda temporada
Um dos desafios para a nova temporada é termos Picard em um corpo sintético, mas ainda velho. Chabon disse ao The Hollywood Reporter que eles abordarão as implicações disso na próxima temporada:
“Definitivamente, não queremos fingir que esses eventos nunca aconteceram. Então, quaisquer que sejam as implicações para Picard ter esse novo corpo e também essencialmente uma nova estrutura cerebral – embora sua mente e sua consciência sejam as mesmas – tudo isso fará parte da maneira [do personagem] de pensar daqui para frente”.
Outro desafio na temporada, para Michael Chabon, é contar uma história que não seja somente de uma nave da Frota e sua tripulação:
“E esse é o desafio”, diz Chabon, “Primeiro, tem que ser bom, certo? Tem que ser focado em Picard, mas tem espaço para todos os outros personagens. Nunca será apenas uma série sobre a tripulação de uma nave estelar que faz parte da Frota Estelar e todos estão vestindo uniformes e voando por aí, encontrando vida alienígena e planetas estranhos. Esses são os desafios que enfrentaremos na segunda temporada, e estou muito empolgado com a história que inventamos”.
Retorno de Guinan e talvez da Enterprise?
Whoopi Goldberg foi convidada pessoalmente por Stewart para reprisar seu papel como Guinan na segunda temporada. Chabon comentou sobre o retorno de Goldberg:
“É incrível. Voltei a assistir alguns dos principais episódios de Guinan em A Nova Geração, os principais momentos de Picard e Guinan. Ela é uma atriz incrível. Mal posso esperar.”
Alguns fãs ficaram decepcionados por não verem a USS Enterprise no episódio final. Chabon explicou que, no final da temporada, a equipe não incluiu ou mencionou a Enterprise na frota liderada por Riker porque “teria sido um momento jogado fora e não pareceu certo dar um desperdício a Enterprise. Se você vai fazer a Enterprise, você faz a Enterprise”.
Perguntado se veremos novamente uma das naves ícones da franquia, o produtor deixou um mistério no ar. “Não sei ao certo porque fomos e voltamos. Mas acho que você terá que esperar para ver”.
O trabalho continua mesmo na quarentena
A segunda temporada de Star Trek: Picard foi anunciada oficialmente em janeiro. Terry Matalas, que mais recentemente foi o criador e produtor da adaptação para TV de 12 Macacos, foi apresentado como o novo showrunner da série. Michael Chabon permanecerá na equipe, mas reduziu a carga de trabalho ao assumir o comando da adaptação ao seu romance The Amazing Adventures of Kavalier & Clay pela Showtime.
Chabon chegou a postar uma imagem dele participando de uma reunião virtual na sala dos roteiristas com a mensagem “Ampliando a sala. # startrekpicardseason2″. O plano era iniciar a produção em meados de 2020, mas com a pandemia do Covid-19, a expectativa é de retornar com novos episódios em 2021..