Em 23 de janeiro, a CBS All Access estreará, nos EUA, a série Star Trek: Picard, tendo como protagonista Patrick Stewart reprisando o famoso personagem Jean-Luc Picard. Recentemente, Stewart foi capa da revista Variety, onde falou, entre outros assuntos, sobre seu começo na franquia e o trabalho na nova série.
Com o título “Strange New World” (Estranho Mundo Novo), a revista aborda a carreira de Stewart, incluindo Star Trek. Relembrando seu começo na franquia, o ator comentou que não foi fácil convencer Gene Roodenberry a aceitar um britânico, velho e careca para suceder Shatner.
Stewart disse que Roddenberry chegou a divulgar um memorando à Paramount dizendo: “Eu não quero ouvir o nome de Patrick Stewart mencionado novamente em conexão com A Nova Geração“.
Foi difícil, mas os produtores Robert Justman e Rick Berman, além do advogado de Stewart, acabaram conseguindo dobrar o velho rabugento Roddenberry.
O criador de Star Trek morreu em 1991, enquanto A Nova Geração ainda estava no ar. “Tenho muito respeito por Gene e também devo agradecer”, disse Stewart. Ele ri ao lembrar de quando Roddenberry visitava o set uma vez por semana.
“Mais de uma vez, eu o peguei sentado na cadeira de diretor olhando para mim e sabia o que ele estava pensando: como é que nós terminamos com esse cara?'”.
Depois de seu último trabalho como Picard, no filme Star Trek: Nemesis, em 2002, Stewart resistiu a vários convites para retornar a franquia. Em 2017, ele recebeu Kurtzman e os escritores Michael Chabon e Akiva Goldsman para uma conversa.
“Expliquei a eles todos os elementos de A Nova Geração que pertencem à A Nova Geração e por que não queria me aproximar deles novamente”, disse a respeito de sua decisão de não mais retornar ao papel.
Embora sua decisão inicial tenha sido negativa, a conversa lhe pareceu interessante, e ao ler um documento com mais de 30 páginas o ator acabou por aceitar fazer parte novamente de Star Trek.
Para Stewart, uma das razões que o fez aceitar reprisar Picard foi que A Nova Geração sempre apresentou um futuro humanista, onde os conflitos eram resolvidos geralmente por meio de negociação. Já em Star Trek: Picard não veremos o personagem retornar ao mesmo universo da antiga série.
“Acho que o que estamos tentando dizer é importante”, diz ele. “O mundo de A Nova Geração não existe mais. É diferente. Nada é realmente seguro. Nada é realmente seguro.”
Mesmo mantendo a visão de um futuro otimista por Roddenberry, a série vai se espelhar nas discussões de nosso mundo real. Desse modo, o universo visto em A Nova Geração sofrerá mudanças. “Continuamos muito fiéis à noção de Gene Roddenberry de como pode ser o futuro. De certa forma, o mundo de A Nova Geração havia sido perfeito e protegido demais. Era a Enterprise. Era um mundo seguro de respeito, comunicação e cuidado e, às vezes, diversão.”
Na entrevista à Variety, Stewart revela que a Federação adotou uma postura isolacionista e que Picard seria o ator “reagindo ao mundo do Brexit e Trump e refletindo: ‘Por que a Federação não mudou? Por que a Frota Estelar não mudou? Talvez elas não sejam tão confiáveis como todos pensávamos'”.
Embora ainda sem confirmação oficial, tudo leva a crer que a CBS renovou a série Picard para um segundo ano, com o recebimento de créditos fiscais pela California Film Commission. A Variety menciona que, em meados de dezembro, Stewart recebeu os produtores Michael Chabon e Akiva Goldsman em sua casa para ouvir a proposta para a segunda temporada.
A primeira temporada de Star Trek: Picard passará no Brasil, a partir do dia 24 de janeiro, na Amazon Prime Video.
Fonte: TrekMovie