Kate Mulgrew pode não ter a voz dos sonhos de toda atriz, mas serve muito bem para dar o tom à sua personagem em Voyager, Kathryn Janeway. Quem pensa assim não é qualquer uma, mas a “voz” da capitã no Brasil, a dubladora Geisa Porto.
“Não vou mentir para você dizendo que a voz da Kate Mulgrew é linda, isto seria uma inverdade da minha parte”, disse Porto ao ‘Portal Jornada nas Estrelas Brasil’. “Mas, mesmo não sendo uma voz bonita, é uma voz que dá personalidade à capitã da nave.”
Revelando que conseguiu o papel de Janeway depois de ser indicada por Guilherme Briggs (talentoso dublador trekker que fez já fez Worf e Quark, só para citar os trabalhos em Jornada), Porto disse que a conquista da posição teve um sabor especial. “A alegria foi ainda maior, uma vez que eu sabia da importância da série Jornada nas Estrelas para os fãs em todo o Brasil.”
Um papel em Jornada é uma oportunidade especial para um dublador, que costuma viver no anonimato. “Na dublagem nós sempre somos anônimos, com raríssimas exceções”, diz Porto. “Como é o caso da Janeway, que já me permitiu inclusive dar uma entrevista para o USA”, conclui.
Mesmo assim, ela diz que guarda um carinho especial por outros trabalhos que fez, entre eles Eleanor (da série “O Desafio”, da Fox) a Madre Teresa de Calcutá (interpretada por Geraldine Chaplin), a atriz Diane Keaton (no filme “Clube das Desquitadas”), a Imperatriz (em “Anastasia”) e a aranha (em “FormiguinhaZ”).
Porto conta um pouco do que tenta imprimir a Janeway em suas interpretações. “Procuro fazer uma Janeway com muita garra, pois ela é uma mulher forte, decidida, firme, sabe se impor, mas ao mesmo tempo, quando preciso, ela sabe ser doce, meiga, amiga, mãe, irmã”, diz.
A dubladora revela uma admiração e um carinho especiais pela personagem. “Por mais que procure não consigo encontrar defeitos nela, é provável que os tenha, pois não há ser humano perfeito, mas não serei eu a encontrá-los”, conta.
Porto não se sentiu em condições de adiantar o que os fãs podem esperar da terceira temporada de Voyager, já sendo dublada pela VTI-Rio e com data de estréia no Brasil marcada para abril, pelo canal USA. “Eu ainda não tenho uma opinião sobre o que está ‘rolando’ na terceira temporada da Voyager porque gravamos poucos episódios, e como só vejo as cenas em que a capitão aparece não dá para concluir muita coisa”, diz.
Mesmo assim, ela aposta na qualidade da série, por sua crença do potencial de Jornada nas Estrelas. “Acredito que será tão ou mais interessante do que as anteriores, uma vez que a série Jornada nas Estrelas é um manancial interminável de situações fantásticas que transportam nossos pensamentos, muito além das fronteiras do conhecido, que nos permite sonhar e desejar que um dia aqui na Terra ou em algum lugar poderemos todos viver livres, em paz, sem diferenças sociais e culturais, todos irmãos.”
A entrevista completa de Geisa Porto, conduzida por Gleidson Venga, pode ser encontrada aqui.