Finalmente um órgão de imprensa cobrindo Jornada resolveu dar à Internet a atenção que ela merece. O site do “Entertainment Tonight” trouxe hoje para a web uma entrevista exclusiva com Scott Bakula (capitão Jonathan Archer), e um vídeo, feito especialmente para a web, com uma entrevista de Bakula com Mark Steines, um dos âncoras do ET.
O segmento não é o mesmo que será apresentado hoje à noite, nos EUA e no Brasil (canal MGM, 23h), mas traz a primeira visão da ponte de comando da nova Enterprise, NX-01.
Leia a transcrição traduzida do vídeo, que tem 1min30 e pode ser encontrado aqui. Logo em seguida, uma tradução da entrevista de Bakula publicada em forma de texto pelo ET. E não perca, hoje à noite, o vídeo que será exibido na televisão.
Transcrição do vídeo do ET Online
[Scott Bakula na ponte da Enterprise]
Scott Bakula: “Olá, Entertainment Tonight, Eu sou Scott Bakula, no novo cenário da Enterprise! Apenas no ET Online.”
[O âncora do ET Mark Steines sentado na posição do piloto, Bakula se inclinando sobre o console próximo a ele.]
Mark Steines: “Agora, se você tivesse que, digamos, dar alguns comandos para mim, como eles seriam? Sentado aqui, o que eu ouviria de você? Tem alguma coisa, capitão?”
Bakula: “Tire-nos daqui!”
[Mark Steines procurando o botão certo.]
Steines: “Ok. Isso seria…”
Bakula: “E rápido! Rápido, cara!”
[Steines empurra alavanca.]
Steines: “Oh, eles têm de fazer isso. Aqui está.”
Bakula: “Essa é a válvula. Eu não sei. Essa não é minha estação, então… Você sabe, ele faz coisinhas. Ele tem um aquecedor de mão aqui e, você sabe.”
Steines: “Mas isso é muito tech. High-tech. Sim, eu gosto disso –estou muito impressionado.”
Bakula: “Dá samba, cara.”
Steines: “Dá samba.”
[Câmera faz zoom, Steines aponta para atrás dele.]
Steines: “Você sabe por onde acabamos de passar?”
Bakula: “O quê?”
Steines: “É a grande cadeira.”
Bakula: “Oh sim, a cadeira dourada.”
Steines: “Agora, posso…? Posso sentar lá?”
Bakula: “Sente! Sente!”
[Eles saem do leme para a estação de comando.]
Bakula: “Ouvi dizer que houve outros capitães no passado que não vieram por isso.”
Steines: “Sério?”
Bakula: “Mas não vou mencionar nomes…
[Steines se senta.]
Steines: “Oh. É isso. Aqui está.”
Bakula: “Viu? É bem impressionante, huh?”
Steines: “Agora, nós não temos… não há…”
[Steines faz movimentos ao lado da cadeira, indicando a falta de uma alavanca.]
Bakula: “O quê?”
Steines: “Não há um pequeno…”
Bakula: “Você quer um reclinador?”
[Os dois riem.]
Steines: “Tem?”
Bakula: “Não. Não tem. Você não costuma dormir no trabalho. O que quer dizer? Você vem aqui para trabalhar?”
Steines: “O que você faz quando você senta aqui?”
Bakula: “Não é como o seu trabalho! Estou trabalhando, estou reclinando.”
Steines: “Isso é verdade. Você pode fazê-lo… na cadeira de comando?”
Bakula: “Posso sentar aí?”
Steines: “Sim, posso ver um pouco? Assim eu pelo menos vejo você na…”
Bakula: “Na posição que eu ficaria, você quer dizer?”
Steines: “Sim, quero vê-lo como o capitão.”
[Bakula senta, estirado, na cadeira do capitão.]
Bakula: “Muitas vezes eu vou fazer assim.”
[Os dois riem.]
Bakula: “Outro Martini, rapazes! Estamos indo bem!”
Steines: “Então é assim?”
Bakula: “É assim, sim, você disse tudo.”
Entrevista do ET Online
SCOTT BAKULA é acompanhado por MARK STEINES, DO ET, quando Scott começa sua jornada como o primeiro capitão da Enterprise, na pré-sequência de Jornada nas Estrelas para todas as quatro séries anteriores, que vai ao ar neste outono pela UPN.
MARK STEINES: Então você está assumindo o controle da Enterprise.
SCOTT BAKULA: Estou, eu sou o primeiro capitão da primeira nave estelar a ir para o espaço lá fora.
MARK: Explique isso, porque houve alguns antes de você.
SCOTT: Está certo. Isso é 150 anos de agora; isso é 2151, 100 anos antes de Kirk e Spock. Nós somos os primeiros. Acabos de descobrir como usar o sistema de propulsão e estamos saindo em velocidade de dobra pela primeira vez.
MARK: Então você já tem toda a coisa de teletransporte preparada?
SCOTT: Oh não, eu não posso te falar sobre a coisa de teletransporte.
MARK: Oh, não tem “Beam me up, Scotty”?
SCOTT: Não, não haverá isso para mim. Isso seria redundante. Haverá surpresas. O que é realmente divertido sobre isso é, porque está à frente de Kirk e Spock, que há referências a coisas que, se você já viu o show, você sabe como irão terminar. São coisas que as pessoas sabem qual são um pontapé inicial, mas que ainda estão em estágio de desenvolvimento. Então você verá algumas coisas e dirá, “Oh, é a primeira vez que eles fizeram isso; é a primeira vez que pensaram naquilo”. Esse é o tipo de material divertido, que eu acho que será divertido, não apenas para as pessoas que conhecem o show muito bem, mas também para os recém-chegados.
MARK: Você é um recém-chegado, ou você assistiu à série quando estava crescendo?
SCOTT: Eu assistia enquanto estava crescendo.
MARK: A quanto tempo? O que, 30 e poucos anos… 35?
SCOTT: Sim, Kirk e Spock estavam nos anos 60, então estão por aí por muito tempo, e então houve 21 anos de novas séries desde que A Nova Geração entrou no ar.
MARK: Como se sente sobre carregar esse legado? É muito sobre os ombros, não?
SCOTT: Bem, quando eles me chamaram e disseram, “Quer ser o primeiro capitão?”, eu não sei se eu gostaria se eles tivessem dito, “Quer ser o próximo capitão de…”, em qualquer século que eles estivesse indo após Voyager. Eu não sei se teria feito aqui, mas ser o primeiro capitão, e dar o pontapé inicial. E o roteiro é fantástico. É diferente de muitos outros roteiros e pilotos de Jornada nas Estrelas.
MARK: Três de quatro séries precedendo essa estiveram no ar por sete anos. Você está pronto para ficar tudo isso?
SCOTT: Quer saber, sou muito supersticioso. Eu nunca conto com nada. Todo mundo diz, “Oh, como você irá se sentir após sete anos?” Eu digo, “Bem, vamos passar pelo piloto, e ver se passamos pelos 13 primeiros, e então vemos onde estamos.”
MARK: Há muita tecnobaboseira em uma série como esta. Você está levando bem? Pode me dar alguns exemplos? Você save algumas que eu possa tentar em minha hora de folga?
SCOTT: O que eu fiz hoje que tinha sido uma falha terrível no? (risos) É terrível, porque você está pensando sobre as coisas, e a 30 milhões de quilômetros por segundo, você não consegue se ligar ao que isso quer dizer. Quando você fala sobre isso, você tem de pensar o que é, mas isso é o quão rápido estamos indo. QUando você diz quatro ou cinco vezes, não significa nada. Estivemos tendo problema com a “ventral plating” — “ventral plating” versus “venting ports”. Estávamos empacados nisso hoje. Você sabe a diferença, claro.
MARK: Bem, vocês são amadores nisso. Veja, no Entertainment Tonight nós falamos sobre ventral plating o tempo todo. Então, um novato, eu entenderia cometendo esse erro.
SCOTT: (risos) Bem, obrigado, você tem muita consideração.
MARK: Quando você olha em volta, isso é muito mais avançado que os anos 60, mesmo sendo antes no tempo.
SCOTT: É meio complicado, porque obviamente tempo mais tecnologia agora à nossa disposição em termos de filmagem, mas tínhamos que voltar e fazer parecer que isso aconteceu antes. Por isso temos esse ambiente mais tipo submarino. Você visita os submarinos hoje e há muitas similaridades entre os tipos de estações e coisas. Projetar isso à frente e ainda fazê-lo parecer anterior a Kirk é complicado.
MARK: Você tem de usar um traje espacial?
SCOTT: Nós temos uns muito legais — eles são tipo macacões, mas com bolsos. Jonathan Frakes passou por aqui e quase chorou. “Nós mataríamos para ter tido bolsos! E um zíper?” Temos essas coisas, então estamos nos sentindo confortáveis neles, mas eles não são colantes, o que é bom. Novamente, isso é outra idéia de trazer para perto de hoje, em oposição à coisa futurista.
MARK: Você ligou para alguns dos ex-capitães? Você falou com o sr. Shatner ou qualquer outro?
SCOTT: Não, eles todos têm me ligado.
MARK: E que conhecimento eles passaram para você?
SCOTT: Bem, porque eu sou o primeiro, eles tentaram me corrigir sobre algumas coisas.
MARK: Não bata a nave!
SCOTT: Está certo, “…ou nunca existiremos!” Espere um minuto…. (risos)
MARK: Tem muito material de “Quantum Leap” aqui.
SCOTT: Sim, sinto como se já tivesse estado aqui antes. (risos)
MARK: O legado de todas essas séries de Jornada –fale sobre isso.
SCOTT: Bem, estão aí por mais de três décadas, e eu vou para o comecinho disso e tenho uma relação muito séria com o primeiro show de Jornada. Ser capaz de ser parte disso, continuar isso e ainda ser o primeiro ao mesmo temo é bem intrigante. Novamente, nós temos toda essa nova tecnologia disponível, para podermos configurar de um modo diferente e dar um novo visual.
MARK: Há uma base de fãs inteira para você. Há muitas pessoas muito dedicadas a ver esse show.
SCOTT: Há. Elas estão por todo o planeta. Assim como muitos de meus fãs de “Quantum Leap” e de outras coisas, e muitos deles são os mesmos, então isso é legal, mas sim, há um grande grupo de seguidores desse show –fãs sérios, sérios.
MARK: Algum retorno sobre como eles se sentiram com você assumindo?
SCOTT: Eu só ouvi coisas boas, mas você nem sempre ouve as coisas ruins (risos). Só de encontrar e ver as pessoas, tenho viajado um pouco, e as pessoas estão falando, “Estamos tão empolgados de você ser o novo capitão”. É muito legal.
MARK: Sua missão é…
SCOTT: …exploração pacífica. Eu tenho uma fala no piloto, que, eu não acho que é entregar o ouro, mas em um ponto eu digo — nós encontramos algum problema, como você bem pode imaginar, e eu digo ao meu engenheiro, “Espero que seja a última vez que alguém dá um tiro na gente”, seriamente.
MARK: Prevendo?
SCOTT: Nós queremos, estamos lá fora explorando pacificamente.
MARK: Catando os pedaços pelo caminho?
SCOTT: Exatamente.